O sufoco do jogo com o Independente, afinal superado nos dois minutos finais pelo esforço de Zé Augusto e a categoria de Sandro, desta vez não terminou em final feliz para o Paissandu. O Santa Rosa, seguiu a receita do time de Tucuruí, dedicou-se a trabalhar a posse da bola, controlar a velocidade do jogo e acabou arrancando – com méritos – um resultado positivo do caldeirão da Curuzu.
Antes que comecem a atirar as primeiras pedras no técnico Luiz Carlos Barbieri, porém, cabe observar as circunstâncias desses dois jogos do Paissandu no campeonato. Em primeiro lugar, o time foi o último dos competidores a ter seu comandante presente para o período de preparação. Parece mero detalhe, mas pesa muito na balança, principalmente para um elenco que foi submetido a ampla reformulação.
Outro aspecto a considerar é que, por força de complicações burocráticas, Barbieri ainda não tem todos os jogadores à disposição para escalar. Alguns são fundamentais para dar feições mais ofensivas ao novo time, casos de Enilton, Didi e Eanes.
Ontem à noite, o time repetiu a coleção de volantes no meio-campo, facilitando o trabalho do adversário. Nos primeiros movimentos, o Paissandu parecia mais desprendido do que na estréia. Sandro atuava praticamente como meia, distribuindo lançamentos para Moisés, que usava os dribles em velocidade para tentar envolver seus marcadores.
De tanto insistir, chegou ao gol, num penal cobrado por Sandro. A vantagem deu tranqüilidade e assanhou a torcida. Com o apoio das arquibancadas, o time rondou a área icoaraciense e esteve a pique de aumentar, através de Zeziel e Moisés.
Só que, aos poucos, o Santa Rosa foi se impondo. Jogadores como Marcelinho, Kevson e Marcelo Dias chegavam com extrema facilidade até a área do Paissandu, tabelando e driblando. Até que, aos 38 minutos, em lance inspirado, Jefferson empatou. Aos 45, Kevson quase desempatou.
Nos 45 minutos finais, o jogo tomou outra forma. Logo de cara, novo pênalti, igualmente discutível. Sandro bateu e errou. O que já era complicado adquiriu ares de missão quase impossível, muito mais pela falta de criatividade do Paissandu do que pela resistência do Santa Rosa, que recuou por completo e se safava na base do chutão. Foi o bastante.
O resultado, frustrante para o torcedor, não é nenhum desastre. Sob certo ponto de vista, é até normal nesse duelo particular entre times em construção e equipes que passaram pelas fases anteriores do campeonato. Barbieri terá tempo para estruturar um time competitivo ainda a tempo de brigar pelo primeiro turno, desde que o clube legalize logo os reforços que já treinam em Belém. Que fique claro: com a atual escalação, qualquer adversário faz jogo duro com o Paissandu.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 26)