Fla detona Flu com virada histórica

Com uma virada histórica, raramente vista na história do clássico mais tradicional do país, o Flamengo derrotou o Fluminense por 5 a 3, no Maracanã, após virar o primeiro tempo perdendo por 3 a 1. O Flamengo mostrou uma impressionante reação na segunda etapa de jogo e, comandado pela dupla de ataque formada por Adriano e Vagner Love, obteve uma vitória que parecia impossível. Dessa forma, o Flamengo mantém a invencibilidade e o 100% de aproveitamento no Grupo 1 da Taça Guanabara, com cinco vitórias em cinco partidas. Já o Fluminense, que vinha embalado desde o ano passado, quando conseguiu fugir do rebaixamento para a Série B do Brasileirão de maneira heroica, sofreu o seu primeiro revés no ano. A equipe de Cuca, que não havia levado nenhum gol na Taça Guanabara, é a segunda colocada da chave, com 12 pontos (quatro vitórias em cinco jogos).

Classificação provisória do Parazão

Restando duas partidas (*) para completar a terceira rodada, a classificação do campeonato estadual é a seguinte:

1º) Paissandu – 7 pontos 
2º) Remo – 6 
3º) Santa Rosa- 4 
4º) Cametá – 3 (saldo: 0/gols pró: 3) 
5º) Independente – 3 (saldo: 0/gols pró: 2) 
6º) Ananindeua – 3 (saldo: -6) 
7º) Águia – 1 (saldo: -2/gols pró: 5) 
8º) São Raimundo – 1 (saldo: -2/gols pró: 1)

(*) A partir das 16h, jogam Remo x Santa Rosa (Baenão) e Independente x Cametá, em Tucuruí.

Águia e S. Raimundo ficam no empate

Águia e São Raimundo empataram em 1 a 1, na noite deste sábado, em Marabá. O resultado foi ruim para as duas equipes, que ocupam a lanterna do campeonato. O Mundico saiu na frente, aos 26 minutos do primeiro tempo, através do atacante Branco. O empate do Azulão de Marabá veio somente no segundo tempo, aos 45 minutos, por intermédio de Daniel. A renda divulgada foi de R$ 32.998,00 para um público total de 2.543 torcedores, sendo 2.131 pagantes e 412 credenciados. (Informações da Rádio Clube)

Ficha técnica de Remo x Santa Rosa

REMO x SANTA ROSA

Estádio Baenão, 16h deste domingo

Times:

Remo – Adriano; Levy, Raul, Pedro Paulo e Paulinho; Danilo, Fabrício, Gian e Vélber; Marciano e Héliton. Técnico: Sinomar Naves

Santa Rosa – Flávio; Eric, George, Ronaldão e Johnny; Ricardo Capanema, Catita, Marcelinho e Kevson; Marcelo Dias e Léo Oliveira. Técnico: Mariozinho

Árbitro – Joquetam Moreira Guimarães. Auxiliares: Fernando de Brito Miranda e Aldemir Carvalho Reis.

Ingressos – R$ 15,00 (arquibancada). R$ 40,00 (cadeira vip) e R$ 7,00 (meia entrada).

Na Rádio Clube – Cláudio Guimarães (narração), Gerson Nogueira (comentários). Reportagens: Paulo Caxiado, Carlos Gaia e Francisco Urbano.

Na TV – Cultura (canal 2) transmite a partida.

Bola na Torre (RBA), às 22h30, com Guerreiro, Valmir,  João Cunha, Gerson.

Coluna: Os brutos também torcem

O trágico incidente que vitimou o jogador Salvador Cabañas, dentro de uma boate na Cidade do México, reabre o debate sobre os limites da paixão no futebol e a linha divisória que separa torcedores e ídolos. Em dezembro, um episódio também violento envolveu Vagner Love, ainda no Palmeiras, que foi agredido por integrantes de uma “torcida organizada” quando saía de uma agência bancária em São Paulo.
Na contramão do processo de profissionalização do futebol, cada vez mais encarado como negócio, as torcidas adotam atitudes primitivas. Desde a eclosão das batalhas dos hooligans ingleses é crescente o conflito entre o sentimento dos aficionados e a frieza dos artistas do espetáculo, regiamente remunerados nos níveis mais elevados.
Antes, essa diferença de expectativas se restringia a discussões de arquibancada, mesa de bar e ambiente de trabalho. Era uma guerra não declarada que, pela distância entre as partes, jamais chegava a acontecer. Afinal, o jogador é um profissional, um trabalhador como qualquer outro. O torcedor tem dificuldades em compreender isso porque suas atitudes são sempre determinadas pela paixão.
Desconfio que o fenômeno da internet, revolucionário pela própria natureza, com incontáveis blogs e portais de discussões on-line, virou de ponta-cabeça esse cenário. O inacessível de antes agora ficou próximo.
O torcedor, que só podia se manifestar através de xingamentos que quase ninguém podia ouvir nos estádios, agora exprime suas opiniões livremente para um amplo espectro de pessoas. Longe de arrefecer ânimos e apaziguar espíritos, o território da web parece acirrar comportamentos belicistas.
Basta rápida olhadela nas salas de bate-papo das comunidades futebolísticas para constatar que, sem exagero, vive-se um clima de pré-conflagração armada. O tradicional (e sadio) sarro entre torcedores foi substituído pelo tom amargo e raivoso dos jabs verbais.
É como se o ambiente virtual instigasse ainda mais ressentimentos e cutucasse as feridas emocionais, que tantas vezes encontram no futebol desculpa e abrigo. Não se está falando mais do civilizado confronto de ideias entre adversários, mas do embate encarniçado entre inimigos. Assiste-se à absoluta negação do espírito pacifista que deveria mover desportistas. A triste história de Cabañas, ferido quase mortalmente por um torcedor contrariado, é a triste confirmação desses novos (e bárbaros) tempos.
 
 
O Remo, calibrado por duas boas vitórias, recebe o Santa Rosa com ar de favorito. Tem Marciano, que fez dois gols em 45 minutos. Repete a dupla de criação, Gian e Vélber. E há a torcida, sempre influente. São bons trunfos, sem dúvida, mas é preciso observar o quanto as equipes da primeira fase têm criado dificuldades. Estão entrosadas e com melhor ritmo de jogo. Por tudo isso, não creio em facilidades para o Leão.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 31)