Santos recebe Giovanni em grande estilo

Da ESPN

Vice-campeão brasileiro pelo Santos em 1995 e um dos maiores ídolos da história do clube, o meia Giovanni foi apresentado nesta quarta-feira como novo reforço do clube para a temporada de 2010. Aos 37 anos de idade, ele se prepara para iniciar a sua terceira passagem pelo time. Apresentado com pompa no salão de mármore da Vila Belmiro, Giovanni foi recebido com festa por um grande número de torcedores e vestiu a camisa 10, o número com o qual se consagrou em sua primeira jornada pelo time, sendo que a mesma agora conta com a inscrição “G10VANNI” no lugar do nome – o jogador é a grande arma de marketing do clube para alavancar as vendas.

A valorização de sua história como jogador e a recepção de gala, que surpreenderam Giovanni, fizeram o craque esbanjar otimismo na conquista de um título que não conseguiu obter em suas outras passagens pelo time. “Até eu mesmo pra mim é uma grande surpresa. Realmente eu não esperava, mas Deus abriu essa porta pra mim e me deu essa chance de retornar. Vou fazer de tudo. Vou ter a chance de ganhar o título que eu não conquistei aqui”, ressaltou Giovanni, que tem o inexpressivo Torneio de Verão de 1996 como única competição obtida com o clube. “Se o Santos conseguir um Paulista e uma Copa do Brasil, a gente vai marcar uma época. Daqui a 20 anos as pessoas vão relembrar tudo aquilo que você fez”, reforçou. Além dos torcedores, mais de 20 crianças que foram batizadas com os nomes Giovanni e Giovanna, em homenagem ao ídolo, recepcionaram o meio-campista no evento de apresentação.

“Fico muito feliz. Estou até sem palavras para descrever o que eu sinto. É muita emoção. Gostar de um atleta e ter o meu nome colocado nos filhos por estes pais que gostam de mim é muito gratificante. Fico feliz por ter conseguido marcar época no Santos. Isso é muito bom e, em 2010, mais uma vez a gente pode fazer isso de novo”, garantiu. Somando as duas passagens que teve pelo clube, entre 1994 e 1996 e entre junho de 2005 a janeiro de 2006, Giovanni disputou 132 partidas e marcou 72 gols pelo time.

Sobre anistia e tortura

Por Leandro Fortes 

Ainda não surgiu, infelizmente, um ministro da Defesa capaz de tomar para si a única e urgente responsabilidade do titular da pasta sobre as forças armadas brasileiras: desconectar uma dúzia de gerações de militares, sobretudo as mais novas, da história da ditadura militar brasileira. A omissão de sucessivos governos civis, de José Sarney a Luiz Inácio Lula da Silva, em relação à formação dos militares brasileiros tem garantido a perpetuação, quase intacta, da doutrina de segurança nacional dentro dos quartéis nacionais, de forma que é possível notar uma triste sintonia de discurso – anticomunista, reacionário e conservador – do tenente ao general, obrigados, sabe-se lá por que, a defender o indefensável. Trata-se de uma lógica histórica perversa que se alimenta de factóides e interpretações de má fé, como essa de que, ao instituir uma Comissão Nacional da Verdade, o governo pretende rever a Lei de Anistia, de 1979.

Essa Lei de Anistia, sobre a qual derramam lágrimas de sangue as viúvas da ditadura em rituais de loucura no Clube Militar do Rio de Janeiro, não serviu para pacificar o país, mas para enquadrá-lo em uma nova ordem política ditada pelos mesmos tutores que criaram a ditadura, os Estados Unidos. A sucessão de desastres sociais e econômicos, o desrespeito sistemático aos Direitos Humanos e a distensão política da Guerra Fria obrigaram os regimes de força da América Latina a ditarem, de forma unilateral, uma saída honrosa de modo a preservar instituições e pessoas envolvidas na selvageria que se seguiu aos golpes das décadas de 1960 e 1970. Não foi diferente no Brasil.

Uma coisa, no entanto, é salvaguardar as Forças Armadas e estabelecer um expediente de perdão mútuo para as forças políticas colocadas em campos antagônicos, outra é proteger torturadores. Essas bestas-feras que trucidaram seres humanos nos porões, alheios, inclusive, às leis da ditadura, não podem ficar impunes. Não podem ser tratados como heróis dentro dos quartéis e escolas militares e, principalmente, não podem servir de exemplo para jovens oficiais e sargentos das Forças Armadas. Comparar esses animais sádicos aos militantes da esquerda armada é uma maneira descabida e sórdida de manipular os fatos em prol de uma camarilha, à beira da senilidade, que ainda acredita ter vencido uma guerra em 1964. (…)

Re-Pa mantido para 7 de fevereiro

A Federação Paraense de Futebol, de comum acordo com Remo e Paissandu, manteve a data de 7 de fevereiro para o primeiro Re-Pa do campeonato. Por sugestão do Paissandu, o jogo chegou a ser transferido para o final do primeiro turno, sob a alegação de que o estádio Mangueirão passaria por reformas. A diretoria do Remo fincou pé e o clássico será mantido na data prevista na tabela da competição.

Briga interrompe treinamento do Remo

Uma discussão áspera, seguida de empurrões, envolveu o meia-atacante Samir e o volante Fabrício no treino do Remo na manhã desta quarta-feira, em Castanhal. O técnico Sinomar Naves paralisou o exercício até que os ânimos serenassem. Os dois jogadores acabaram se desculpando um com o outro e voltaram às boas. Samir e Fabrício alegam que estão nervosos com o período de pré-temporada, longe dos familiares. O clima pesado que vem marcando a permanência do Leão no Camping Ibirapuera deve apressar o final da preparação: o grupo pode voltar a Belém nesta sexta-feira.

Enquanto uns crescem, outros encolhem

O Paissandu firma, nesta quinta-feira, Termo de Ajuste de Conduta para se adequar às exigências do Estatuto do Torcedor para o campeonato estadual. A assinatura será na sede do Ministério Público Estadual. A capacidade do estádio da Curuzu está definida em 14.500 lugares, já com as recomendações do MPE atendidas.

O estádio do Remo foi vistoriado nesta quarta-feira e aprovado pela comissão de fiscalização, encabeçada pelo MPE. A capacidade oficial do Baenão é de 12.000 lugares.

Como se vê, em pouco mais de uma década, o estádio remista encolheu em 9 mil lugares – de cerca de 21.000 para os 12.000 atuais -, enquanto que a Curuzu pulou de pouco mais de 10 mil para 14.500. Sinal dos tempos.

Uma grande perda brasileira no Haiti

A paranaense Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança, morreu no terremoto no Haiti, ocorrido nesta terça-feira (12). A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns, sobrinho de Zilda, em Curitiba. Ele irá acompanhar a missão brasileira que seguirá nesta manhã para o Haiti. “Ela faleceu mesmo. Ela estava junto com um tenente e os dois foram atingidos e morreram”, disse Flávio Arns ao G1. Zilda Arns Neumann tinha 73 anos, era médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. Ela era representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Pensata: Belém do Paranatinga

Por Antonio Ponte de Souza

Belém é como todas as metrópoles latinas, uma grande favela com uma cidade no meio. Até aí, Belém não é diferente de São Paulo, Rio Janeiro ou Bogotá. Então é preciso viver nela para saber de suas peculiaridades. Trata-se de uma cidade sem indústrias, e sem uma vocação econômica definida. A elite consumidora é formada por comerciantes e funcionários públicos, exatamente a mesma elite que se formou em fins do século XVIII, revelando um modelo estático de convivência social.
De fato, a condição geopolítica de Belém é a de ser a capital da Colônia. O governo do Pará, historicamente, não passa de uma engrenagem tecnoburocrática que assegura os interesses econômicos do grande capital nacional e multinacional, ao tempo em que assegura sua legitimação política através do clientelismo e do assistencialismo, práticas que remetem ao passado que resiste aos tempos e ignoram as suas consequências.
Belém, assim, comemora em seus 394 anos esse passado apagado pela memória histórica, mas que resiste politicamente indiferente aos seus resultados presentes. Entre esses resultados estão a segunda pior renda percapita metropolitana do país e um dos piores indicadores de qualidade de vida do mundo onde esses índices são calculados. Para os jovens é um terreno hostil, eis que de cada vinte garotos com mais de 17 anos, apenas um vai escapar do mercado informal, e/ou do banditismo. Situação que só encontra similar nas republiquetas do oeste africano ou da América Central.
A cidade carece de recursos urbanos para atender a demanda crescente; é a segunda capital do Brasil (só perde para o Rio de Janeiro) em casos de gravidez prematura. Meia dúzia de boas escolas forma os descendentes da elite enquanto escolas arruinadas distribuem títulos falsos para a grande parcela de demandantes que vai inchar as estatísticas do desemprego.
A não ser para os oportunistas e para os desinformados o futuro parece promissor, mas não é. A não ser pela fé, dogma dos religiosos, não existe nenhuma circunstância racional que alimente um fio de esperança. Não existem soluções racionais e nem recursos materiais. A matriz do sistema é a reprodução da sua índole. E a história mostra que isso só se reverte com a destruição do sistema. E tem mais, destruído o sistema, não há garantias de que o outro seja mais justo, eis que o tempo verbal da história é o futuro do pretérito, ou seja, o condicional.
Mas nesta cidade fantasiada de metrópole com quatro ou cinco livrarias, e dois ou três teatros e universidades de amadores, a ignorância alimenta o sonho. Tem aquele ditado que diz que “o que os olhos não veem o coração não sente”.  Por isso Belém está em festa, orgulhosa de si, eufórica de felicidade. Na Cidade Velha o carnaval já começou…
Está chovendo! Amanhã, quem pode comprar o jornal, um dos dois que circulam na metrópole, vai dizer nas colunas do leitor: “que bom que é o cheiro da chuva”. Indo para o sonho idílico de seu passado mascarado de futuro.