Coluna: Marciano, a boa novidade

Surge, enfim, um fato novo no Campeonato Estadual. Os gols que Marciano marcou ontem, denunciando oportunismo e colocação na área, empolgam a torcida do Remo e põem mais pilha sobre os adversários. Depois de desembarcar com currículo de artilheiro da Série C e ficar no banco, como opção para o segundo tempo, entrou em campo exclusivamente para decidir a parada, como se espera dos bons atacantes.

São raros, principalmente nos últimos tempos, os exemplos de goleadores que estréiam deixando sua marca. Quase sempre só costumam engrenar a partir de quatro jogos ou mais, quando já estão mais adaptados. Marciano chegou de mansinho, começou a se destacar nos treinos e só não estreou contra o Ananindeua porque não estava legalizado.

No confronto com o Cametá, foi guardado para uma eventualidade.  Sinomar optou pelo bom senso, prestigiando a equipe que goleou na primeira rodada. Lançou o mesmo quadrado que havia desnorteado o Ananindeua há uma semana. O problema é que, desta vez, Gian, Vélber, Samir e Héliton não tiveram a mesma liberdade de movimentos.

Não conseguiam trocar passes, nem fazer lançamentos, isolando a dupla de atacantes. Resulta dessa dificuldade o fato de o Remo só ter disparado dois chutes a gol na primeira etapa, sem perigo. A saída para o ataque era lenta e dependente das iniciativas dos volantes Fabrício e Danilo.

Para agravar ainda mais o quadro, os laterais Neto e Paulinho evitavam ir além do meio-campo e tratavam de se livrar da bola rapidamente, temendo os avanços do Cametá através dos laterais Américo e Sousa.

Apesar da cautela, o gol de Paulo de Tárcio surgiu de falha do lado esquerdo da defesa. O cruzamento rasteiro pegou a zaga aberta. Pedro Paulo foi envolvido e o volante chegou batendo rasteiro.

Em desvantagem, Sinomar recorreu a Marciano, que substituiu Vélber. A entrada do atacante e o deslocamento de Samir para fazer a ligação confundiram por completo a marcação do Cametá. Pressionado em seu próprio campo, o time da casa errava passes na intermediária, facilitando o trabalho de Gian e Héliton, bem aberto pelas extremas.

Veio então o empate, aos 21 minutos, depois de passe inspirado de Gian para o centro da área. Marciano cabeceou para as redes, tirando do alcance do goleiro Alencar. Logo a seguir, viria o segundo gol, em cabeceio de Raul, mas o árbitro anulou, alegando impedimento inexistente.

Aos 40, surgiu o desempate. Escanteio – o quinto de uma sequência de cobranças de Marlon – desviado de cabeça para a finalização de Marciano. Mesmo assim, o Cametá ainda ameaçou. Em lance confuso, a bola tocou na mão do zagueiro Pedro Paulo. Pênalti claro não marcado.

O resultado dá ainda mais confiança ao Remo, mas os problemas persistem: a linha de defesa é insegura e a meia-cancha não funciona quando Gian e Vélber são marcados de perto. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 25)

Vasco humilha Botafogo com 3 de Dodô

Para um chocolate amargo desse tipo não há o que dizer. O coração sangra, mais uma vez, principalmente porque em 2009 quando teve chance de enfiar 6 ou 8 (ficou 4 a 0) o Botafogo de Nei Franco resolveu tirar o pé. Futebol tem regras imutáveis: quando o adversário dá mole, não se deve refrescar. Foi o que o Vasco brilhantemente fez nesta tarde, em pleno Engenhão. Na estreia de El Loco assistimos um show de Dodô. Merecemos.

Leão vira em Cametá e mantém campanha 100%

Com dois gols do estreante Marciano, o Remo virou o jogo em Cametá e conquistou a vitória por 2 a 1. Ao contrário do primeiro tempo, que perdeu por 1 a 0, sendo excessivamente lento na saída para o ataque, o Remo voltou do intervalo com ânimo renovado, disposto a reagir. Vélber, lesionado, foi substituído por Marciano e Sinomar recuou Samir para compor o meio-campo. Gian posicionou-se mais à frente e foi de seus pés que saiu o balãozinho que deu origem ao gol de empate. Aos 21 minutos, o centroavante desviou de cabeça o passe de Gian, colocando a bola fora do alcance do goleiro Alencar.

O Remo continuou no ataque, buscando desempatar. Cinco minutos depois, a bola foi alçada sobre a área cametaense e o zagueiro Raul tocou para as redes. O auxiliar apontou irregularidade e o árbitro anulou o gol, embora o lance tenha sido inteiramente normal. Sempre com jogadas rápidas para Heliton pelo lado direito do ataque, o Remo continuou superior e levando perigo para a defensiva do Cametá. Cansado, Gian foi substituído por Marlon, que ficou na função de segundo volante, com Danilo mais atrás e Fabrício adiantado.

Uma sequência de cinco escanteios contra o Cametá resultou no segundo gol azulino. Aos 40 minutos, Marlon bateu para a área, Fabrício desviou e Marciano apareceu em velocidade para finalizar. O Cametá foi todo à frente, buscando o empate e quase conseguiu. Num lance confuso dentro da área, a bola foi chutada e desviou na mão do zagueiro Pedro Paulo. Pênalti não assinalado pela arbitragem. Aos 45′, em contra-ataque, Fabrício recebeu de Héliton na área e bateu forte, mas o goleiro Alencar evitou o terceiro gol remista.

Cametá vai vencendo o Remo por 1 a 0

Terminou o primeiro tempo de Cametá 1, Remo 0. A partida disputada no Parque do Bacurau teve poucos lances de perigo. O jogo se concentrou mais no meio de campo. Muito marcados, Gian, Vélber e Samir não conseguiram espaço para trocar passes ou tabelas. Em lance que começou na linha de fundo, pelo lado direito de seu ataque, o Cametá chegou ao gol em falha da defensiva remista. A bola veio para o centro da área, a zaga ficou olhando e Paulo de Tárcio apareceu livre para chutar, rasteiro, no canto direito de Adriano. Placar justo pela melhor movimentação e aplicação do time cametaense.

A volta de Robinho, cada dia mais provável

Por Paulo Vinícius Coelho

A informação mais precisa sobre Robinho e o Manchester City foi dada na sexta-feira e confirmada na entrevista do atacante à rádio Bandeirantes, de São Paulo, na manhã deste domingo. O Manchester City já decidiu emprestá-lo. É isso o que dá chance ao Santos trazê-lo de volta ao Brasil, para um período de seis meses, talvez até de um ano.
A questão é se algum clube da Europa vai entrar no circuito antes de o Santos fechar negócio. Na sexta-feira, um telefonema para o presidente santista Luiz Álvaro ainda representava um depoimento desanimado sobre a volta do jogador. “Há pouco tempo para viabilizar a entrada de algum parceiro, que ajude a trazer Robinho de volta”, disse Luiz Álvaro a este blog.
Era despiste. O negócio já estava em andamento. O Santos tem parceiros capazes de pagar parte do salário, na casa de 500 mil euros. O Manchester City pagará uma parte do salário e Robinho abrirá mão de outra parte. Quer dizer que o salário pode ser da casa de 500 mil reais, em vez de euros.
De manhã, na rádio Bandeirantes paulista, Robinho deixou claro que o Santos é sua casa e confia que a transferência fará bem a quem precisa jogar em alto nível antes da Copa do Mundo: “O Santos sempre só me fez bem.”
Não é seguro que Robinho vai jogar no Santos. Mas o negócio não é delírio. É concreto.

Em tempo: Robinho fez sua provável última partida pelo Manchester City neste domingo e saiu em grande estilo: deu o passe para o primeiro gol e fez o último da vitória de sua equipe sobre o Scunthorpe United por 4 a 2 pela terceira fase da Copa da Inglaterra.

Um dedo (emprestado) de boa prosa

Por Bill Graham

Lembro da primeira vez que o vi. Ele estava usando um paletó de veludo cotelê verde. Um verde bem forte. E ele era uma girafa. Sabe como as girafas são? Aquele ar aristocrático, o pescoço comprido? Ele tinha esse ar quando andava e no porte, estivesse no palco ou não. Quando ele tocava, a combinação de técnica e emoção era sempre alta. A técnica sempre valeu mais para mim do que a emoção. Com o Hendrix e alguns outros, meu julgamento era: “Ele é mais emoção do que técnica”. Eric (Clapton) não era dado a pirotecnicas, com bombas de fumaça saindo de sua guitarra. Ele não tentava fazer essas coisas. Era como um dançarino correto. Nunca largava a parceira. Nunca dançava sozinho. Estava sempre no controle, e algumas vezes eu até queria que ele se soltasse mais. (…)

Eric nunca se descontrolava, em momento algum. Ficava sempre concentrado. Não havia nada que não fosse o Eric. Ele sempre conseguia voltar da viagem. Ele entrava numa bolha e descobria todas as coisas do mundo, mas nunca esquecia o caminho de volta. Ele podia ir para um lugar diferente do qual tinha saído. Mas nunca saía de lá totalmente. A não ser que soubesse que havia uma saída diferente. Ele deixava marcas pelo caminho.

Keith Richards – Era o auge do período hippie, certo? Nos círculos musicais, os Fillmores tinham uma reputação underground muito forte. Então a gente sabia quem era Bill Graham antes mesmo de chegar em Oakland para fazer aquele show. A nossa atitude era: “Ele é promotor, cara. E o nome dele aparece no topo do anúncio? Que porra é essa? O nome Bill Graham está em todo lugar. Quem é esse cara?”. Não eram os anúncios, era a atmosfera da coisa. O promotor tinha mais personalidade no lugar do que quem estava no show. Era um negócio assim: “Nos bastidores – estrelando Bill Graham!”. Lembro de um pôster do Graham no camarim. Você acha que eu quero olhar para a cara do Bill Graham no meu camarim? Mostrando o dedo do meio, mandando eu me foder? Ah é? Jogamos comida no pôster. Arrebentamos o camarim todo. Na época, o negócia era: “Ótimo. Então não vamos mais trabalhar para ele”. E eu de fato depois daquilo fiquei um bom tempo sem ver o Bill. 

Trechos do monumental livro “Minha Vida Dentro e Fora do Rock”, de Bill Graham e Robert Greenfield (Ed. Barracuda)

Som do domingo – The Foundations, “Baby, Now That I’ve Found You”

Fifa quer distância dos agentes de jogadores

A Fifa quer se livrar das encrencas causadas no mundo inteiro pelos chamados agentes credenciados para negociação de atletas. Já submeteu um projeto à Uefa desregulamentando a atividade a partir de 2011. Com isso, cada país vai disciplinar as atividades dos agentes, criando suas próprias regras. O pepino vai ser quando surgirem pendências envolvendo jogadores, agentes e clubes de países diferentes.