Na busca por reforços, Leão age como tartaruga

Elogiável na moderação com que tem agido na hora de contratar – apenas seis reforços, contra 41 do arqui-rival até agora -, o Remo tem pecado pela hesitação excessiva quanto a arranjar jogadores para o ataque. Sinomar Naves, a torcida que acompanha o Círio, a mídia esportiva, o leãozinho de pedra do Baenão, enfim, todo mundo sabe que o atual time remista precisa de atacantes mais taludos e experientes para a disputa do Campeonato Paraense e Copa do Brasil, competições do primeiro semestre.

Já foram especulados diversos nomes, regionais e nacionais, mas sem que a diretoria de Futebol consiga dar o passo final para sacramentar a contratação. A falta de dinheiro para bancar ações mais ousadas e a ausência de credibilidade do clube, minada nos últimos anos por administrações desastrosas e caloteiras, contribuem bastante para o atual estado de coisas. Mas pesa, também, a pouca (ou nenhuma) experiência dos dirigentes em relação aos segredos do mercado de atletas hoje no país.

Nomes como os de Tuta, Márcio Mexerica (foto 1), Fábio Jr., Sílvio Mendes, Marciano, Christian (foto 2), Simeão, Juliano César, Landu, Max Jari e Ciel (Amapá) foram cogitados exaustivamente, alimentando inutilmente a expectativa do torcedor e aumentando o descrédito com que todos observam as ações dos dirigentes azulinos. Depois do Re-Pa de dezembro, quando suplantou o adversário com relativa facilidade, o Remo parece ter dormido em berço esplêndido.

A vitória inesperada teve o condão de reduzir ainda mais os esforços, talvez na vã ilusão de que os atletas que compõem o atual elenco serão suficientes para a maratona de jogos da primeira metade do ano. Ledo engano. A base existente é razoável, mas carece de reforços em setores específicos – lateral-direita, zaga e ataque.

Técnicos experientes e sérios, que tiveram trajetória vitoriosa no clube nos últimos anos, como Paulo Bonamigo, Roberval Davino e Giba, deveriam ser consultados quanto aos reforços pretendidos. Davino, em particular, tem talvez o maior arquivo (atualizado) sobre jogadores de futebol no Brasil, com ênfase nas Séries B e C. Suas indicações são certeiras e preciosas, mas parecem não servir aos atuais cartolas do clube.

Claro está, porém, que a realidade do futebol brasileiro não permite mais ao Remo produzir ações intempestivas e amadoras, como a revelação desastrada de que pretende pagar R$ 30 mil mensais de salários a um centroavante “de peso” e que tenha nome no mercado.

A partir desta afirmação infeliz fica difícil imaginar que qualquer jogador, por mais limitado que seja, aceite vir defender o Remo por valores inferiores a esse teto. Mais uma constatação de que os responsáveis pela busca de atletas pecam pelo amadorismo num terreno hoje dominado por profissionais, situação ainda mais agravada pela ausência de um técnico de renome e prestígio nacional, capaz de fazer a “ponte” entre atletas mais experientes e a agremiação. 

O tempo conspira contra as pretensões do clube, que pode vir a ter que gastar muito mais nas próximas semanas, depois que os certames regionais estiverem em andamento e os melhores jogadores já estejam empregados. E pensar que o Remo teve oito meses para conseguir arrumar o elenco, sem pressa, para 2010…

21 comentários em “Na busca por reforços, Leão age como tartaruga

  1. Caro Gerson, não tiro nenhuma vírgula de tudo que foi dito por você no post. Esses senhores que dirigem(?) o Remo estão demonstrando uma mediocridade assustadora. Sinceramente, nunca tive notícia de pessoas tão incapazes em se tratando de administração. Pobres de nós, torcedores!. Aproveitando a deixa, não posso deixar de comentar a patacoada promovida pelos torcedores bicolores na recepção do Sandro. A tigrada fez aquele alvoroço para receber um ex-jogador!… Escutei uma entrevista do jogador, onde o mesmo relata que seu problema físico é uma “rotação da espinha dorsal”. Este problema é praticamente um decreto de fim de carreira para jogador de futebol (o que, aliás, o Sandro o fez muito bem enquanto teve condições). Aí percebo uma grande diferença entre torcidas: enquanto a torcida do Remo está P… da vida pelo fato dessa imbecil direção remista pagar R$ 12.000,00 pelo (outro) ex-jogador Velber, outros não sei quantos reais pelo Gian (outro ex), e não aceitar pagar o mesmo para jovens valores como Michel, ou até mesmo Mayco Gaúcho, a torcida bicolor faz festa pelo repatriamento do, talvez, mais incapacitado dos três veteranos citados. Nota: não discuto os talentos dos 3 veteranos. Me refiro tão somente à incapacidade atual dos mesmos em praticarem futebol, principalmente em campos pesadíssimos, como deverão estar os nossos, em pouquíssimo tempo.

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  2. Se o remo tivesse um treinador conhecido no mercado nacional,o clube ja tinha contratado os dois atacantes.além de dois atacantes,o time precisa também de um lateral direiro e um zagueiro de mais experiência.
    De qualquer forma o time atual pelo menos no papel é bem melhor do que o que começou o paraense ano passado. Também se for pior é melhor fechar o clube.

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  3. Se o remo tivesse um treinador conhecido no mercado nacional,o clube ja tinha contratado os dois atacantes.além de dois atacantes,o time precisa também de um lateral direito e um zagueiro de mais experiência.
    De qualquer forma o time atual pelo menos no papel é bem melhor do que o que começou o paraense ano passado. Também se for pior é melhor fechar o clube.

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  4. O fato maior para esse problema sem dúvidas é o medo de um investimento com um pouco mais de audácia pelos dirigentes do Remo. Soma-se a isso a situação do clube, que não tem calendário de disputas garantido até o final do ano, um problema já que a maioria dos jogadores buscam contrato de um ano (vide Fávaro, q só veio por isso) e também o descrédito que nossos clubes sofrem no eixo sul e sudeste, que tem diminuido bastante.

    O Remo vai dispor da mesma arrecadação de patrocinio do Paysandu, por isso não há desculpa para tanto receio. Já disse aqui antes, futebol não é mundo para medrodos e lisos.

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  5. Soeiro, vc conhece de futebol (eu acho) por tudo que vc tem escrito no blog durante sua existência. Não me faça desconsiderar tudo isso me dizendo que o Sandro é um ex-jogador em atividade.

    O jogador foi campeão a menos de 2 anos de uma Copa do Brasil, competição de alto nível, e estava jogando a Série A onde era não só titular, mas capitão do time e ídolo da torcida, assim como foi no Grêmio.

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  6. O Sandro na final da Libertadores de 2007 pelo Grêmio era o Capitão do tricolor gaúcho. Foi capitão no Sport. Nos últimos meses o nível do volante tem caído, talvez não dê mais conta numa Série A mas funciona tranquilo na B e, principalmente na C, como é o caso do Papão.
    Tou muito feliz com as contratações de Gian e Vélber pelo CR. Pra ficar tudo numa nice, só faltou o CR repatriar Jóbson e Balão. Mas não dá pra querer tudo de uma só vez…

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  7. Ventilaram o nome de Kléber Pereira para o CR (falei isso pro meu pai ontem. Nunca tinha visto o velho rir por mais de 10 minutos…). Falam em Fábio Jr, Tuta, Denílson, o tal do Mendes e outros jogadores que jogaram a vida toda no centro-sul. Com isso me pergunto: o que um jogador desses, com o pé-de-meia feito virá fazer no falido futebol paraense? Jogar um campeonato de pelada em pastos alagados? Numa cidade que fica a pelo menos 2000 km do centro do país? Ir treinar em ônibus de linha e não ter água mineral após o treino?
    É como se o Gerson Nogueira fosse trabalhar num jornaleco no interior do Acre (com todo o respeito à terra de Armando Nogueira).
    Essas especulações sobre esses jogadores não passam de factóides. E os “pais da criança” só podem ser os setoristas. Já perdeu a graça.

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  8. Gerson, sinceramente, eu não sei se o Remo precisa de Atacante, Lateral, Meia, mas sei que está precisando e muito de um Técnico. Se fosse os 2 patetas(Abelardo e Alencar), traria sim, mas um bom Técnico para o Remo, o problema é que, aí, já seria ter muita inteligência e isso, eles não tem, nenhum pouco. Não tenho dúvidas, o Papão está no caminho certo e, se o seu presidente não atrapalhar, será o Campeão Paraense de 2010 e, o meu Remo, será panas figurante desse estadual(com esse Técnico). Anotem.

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  9. Cláudio, como torcedor bicolor, apóio incondicionalmente a permanência do Sinomar no CR. E cobro dele a indicação do Jóbson, Rogério Belém e Balão como reforços! Hehehehe
    Realmente, com o Sinomar, nenhum figurão vem pra cá. Só o homem do chapéu Panamá não vê isso…

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  10. Ainda sou a favor de pelo menos o João Francisco como técnico; e além de dois atacantes, o Remo nescessita de um meia que seja o “pulmão” do time, como era o Otacílio com o Alex Oliveira, até porque nossos meias são todos “idosos”. A não ser que dessa base que está disputando a Copa São Paulo, surja um meia, como foi o caso do Rogerinho (2004-2005).

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  11. Caro Marcelo, obrigado pela deferência. Veja, eu espero estar enganado na minha posição. Afinal, admiro e defendo profissionais honestos como, me parece, é o caso do Sandro. Estou me reportando ao problema citado pelo próprio jogador ontem, em reportagem. A meu ver, este tipo de degeneração é fatal para um jogador de futebol, principalmente se levarmos em conta a idade do profissional. Considero a situação do Vélber (mais novo, inclusive!) exatamente igual. Seria uma situação semelhante a um pianista que contraiu uma L.E.R. Esta lesão se intensificou ano passado, a partir daí houve a queda natural de rendimento do jogador, que, após cada jogo, ficava vários no estaleiro, e segundo ele mesmo, estava decidido parar de jogar. Claro, ele foi um grande jogador, mas repito: antes da lesão. Além de quê, vamos concordar, Série A e Copa do Brasil são bem diferentes da “pegada” de um campeonato paraense e de uma Série C, não?. Um abraço.

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  12. Aliás, Gerson, a bola da vez agora nos comentários das rádios, é que Velber jogue na frente com o welliton, como jogava no Papão.Acontece, que não é só colocá-lo na frente, pois com o Edson Gaucho, todo time era bem treinado e, ele como opção na frente é bem diferente. Pra fazer um meio campo, com Velber e Gian o time terá que jogar com 3 volantes, sendo sacado o Wellinton, mas para que produza efeito, tem que nestá muito bem treinado, mas aí, como esse ataque iria produzir? Com os 2 volantes e mais Gian e Velber, e mais os 2 atacantes, o Remo ficará vulnerável lá atrás e, aí amigo se pegar um Águia ou um Cametá, sei não. Deus, ajude o Remo.O Remo, começa contra o Ananindeua e, o 2º jogo, é contra o Cametá, em Cametá. E mais, os 3 últimos jogos, são contra S. Raimundo, Águia e Tucuruí, isso depois de ter vindo de um RE X PA.

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  13. Quanto à questão azulina, é fácil de acabar com a ausência de solução. Basta à atual presidência sair da impostura e aceitar ajuda. Já dizia a minha avó: meu filho, a vida é simples, a sua complexidade é tão somente o efeito da arrogância humana.

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  14. Cláudio, e naquele momento, com o Gaúcho, Zeziel e Aldivan dividiam a armação qdo aproximavam-se e criavam a todo momento situações de ataque, o SR que o diga.

    Sobre as contratações de peso, todos os jogadores que estão no Papão foram contactados da seguinte maneira e antes de fechar contrato fazem as seguintes perguntas?

    – Qual o projeto?

    – Qual o técnico?

    – O técnico (c0m credibilidade com o jogador) assegura salário em dia?

    – Quais outros jogadores chegarm para formar o elenco?

    – O contrato é de 1 ano?

    Agora me digam, em se situação o CR se encaixa?

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  15. Apesar de ter uma equipe bastante limitada, o Remo está muito à frente do Paysandu, e explico:

    É impossível dar certo o que o Paysandu está fazendo: contratando 16 jogadores às vesperas de uma competição. Ainda mais que os adversários todos estão em preparação muito mais avançada, bem condicionados fisicamente e entrosados.

    Já temos inúmeros exemplos do passado, mas basta citar o próprio Paysandu de Édson Gaúcho contra o Remo de AK, que garantiu montar um bom time em 15 dias.

    Se Sandro está curado por que não ficou no Sport? Convenhamos, um jogador sair da série A para a C é estranho… E não é preciso ser médico para saber que coluna é coisa séria.

    O trio jurássico Sandro, Didi e Enílton não está saindo por menos de cem mil reais/mês ao Paysandu. Isso dá uma idéia da folha total. Para mantê-la em dia será preciso um inicio arrasador, apesar do desentrosamento e falta de condição física. Caso contrário, os “abnegados” se afastam e começa a roda-viva dos atrasos salariais.

    A lerdeza azulina está ganhando da bagunça bicolor, onde falsas contratações de impacto está mascarando a desorganização…

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    1. Cleiton,
      Pode até ser, mas o Remo tem uma dívida maior que a do Paissandu junto ao seu torcedor. Se não ganhar o Parazão ou nem ficar entre os primeiros colocados, o Paissandu estará com a temporada garantida. Ao contrário, o Remo continua fora da Série D e precisa brigar por uma boa colocação no certame estadual (título ou vice), caso não queira novamente perder metade do ano.

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  16. A polêmica não faz ( muito) o meu gênero, o contraditório sim. Opinião não se discute dizia o saudoso Edyr Proença, o que não impede dizer que existem opiniões equivocadas.
    Nossos blogueiros dividem-se entre defensores e críticos da política importadora do futebol paraense. Incluo-me entre os importadores moderados, pois entendo que essa prática é o próprio futebol na sua essencia profissional.
    Que o futebol paraense é carente na formação dos seus proprios valores é uma obviedade e por conseguinte, necessitado buscar lá fora seus suprimentos. Já estou há alguns “entas” no futebol e não vejo nenhuma mudança nesse quadro. Como estimular um jovem a buscar a Curuzú ou Baenao na esperança de um dia ser titular no clube procurado.
    Somos exageradamente tolerantes com os “reforços” que aqui sempre chegaram e inversamente contrários com a inexperiência dos jovens que aportam nos dois lados da Almirante.
    Esse caolhismo é produto da passionalidade que anima os sentimentos de torcedores aliado a insensatez dos mentores da opinião pública.
    Dirigentes deveriam ser profissionais, todos, a imprensa também. Profissionais por competencia e não apenas por remuneração.Certa vez vez ouvi com desagrado, que nós paraenses cultuava-mos o IMportado. Talvez. E possível que ainda não tenhamos esquecidos a casemira inglesa, o linho irlandes e a agua Caxambú. Complexo é complexo e eu não sou Freud para explicar.
    Desculpem o desabafo.

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