Por Carlos Alberto Fima Souza
Meu amigo, nossos clubes estão numa trajetória para baixo sem volta, a imprensa sempre reclama de dirigentes comprissados com os clubes e vivem falando em clube empresa etc. Acredito que nesse turbilhão de incertezas que hoje vive o nosso futebol tem um pouco de culpa da imprensa esportiva paraense, senão vejamos: qualquer jogador perna-de-pau contratado por qualquer clube é recebido pela imprensa como “craque”, são recebidos no aeroporto, dão entrevistas na televisão, as manchetes dos jornais locais os endeusam.
Os setorista que cobrem os dois maiores clubes do Pará não são mais profissionais da imprensa e sim torcedores, dão informações equivocadas, iludem os torcedores, criam uma expectativa na torcida que nunca irá acontecer. Além disso, nossos dirigentes a maioria são pessoas ignorantes que não sabem nem se expressar quando necessário. A nossa madrasta federação tornou-se feudo de poucos que ninguém consegue derrubar tal muralha, e lá se vão 20 anos do nosso futebol jogado fora.
Após essa pequena narrativa acima volto ao assunto do Baenão que na opinião de todos é um estádio (ou campo) que não tem as mínimas condições: a imprensa sempre reclamou que as condições de trabalho são péssimas, cabines pequenas e apertadas, muita gente, fumaça de churrasco e barulho, impedindo o trabalho normal dos jornalistas. Para os torcedores ainda é pior. Acesso estreito e dificil, não temos bar ou lanchonete decente (ficamos à mercê de meia dúzia), banheiro não existe, arquibancadas quebradas com ferro exposto, podendo causar um acidente grave com o público.
Então quando se recebe uma proposta para venda desse imóvel que já não tem mais nenhuma utilidade para o clube (nem para treino serve), onde o clube irá receber um estádio (tipo arena) para 20 mil pessoas, com todas as condições de receber os seus torcedores e outros que por ventura venham de outras cidades, mais um centro de treinamento (profissional e base), e ainda mais alguma compensação financeira, acredito que não tem muito o que pensar. A oportunidade está aí.
O Remo pra voltar a ser grande tem que mudar, milhares de torcedores em todo o Brasil não podem ficar à mercê de 150 pessoas que se denominam Condel. Com todo o respeito, mais de 90% são de terceira idade. Foram homens que já fizeram muito pelo clube, mas tudo muda e a época e o tempo deles já passou. Nós temos que dar chances aos jovens e a quem realmente tem compromisso com o clube e o que ele representa para sociedade. Por tudo isso eu lhe digo: sou plenamente a favor desta transação comercial, pois no meu entender só irá beneficiar o Clube do Remo e suas novas gerações de torcedores, pois nós iremos passar, mas o clube que amamos e temos orgulho irá ficar para sempre.