Tribuna do Torcedor

Por Luiz Alho (*)

Inconcebível, imoral e a maior falta de respeito já cometida contra a torcida azulina essa ideia do “presidente” do Clube do Remo de vender o estádio do Baenão para quitar dívidas que segundo Amaro Klautau chegam a R$ 15 milhões, no que é contestado por um grupo de conselheiros que afirma ser a dívida no máximo de 8 milhões. O agravante fica por conta da avaliação da área apresentada por Klautau: R$ 40 milhões, quando cálculos de construtoras e imobiliárias avaliam em no mínimo R$ 70 milhões.

Tanto o valor da divida quanto o valor da suposta venda são contraditórios e diante dessa ofensa à nação azulina, o torcedor remista toda vez que encontrar com AK, o presidente vendilhão, deve fazer a seguinte pergunta: “Tu pensas que eu sou leso, é?”

O Clube do Remo é um patrimônio do Estado do Pará, de sua torcida. Faz parte da historia do futebol, tanto regional como nacional e assim deve ser administrado, mesmo diante de seus gravíssimos problemas não deve ser negociado como mercadoria barata como vem ocorrendo nos últimos anos. (…)

Não buscar e encontrar outros meios para solucionar os problemas financeiros do clube é confessar a própria incompetência é render-se a incapacidade e submeter-se ao ridículo de propor apagar para sempre o que deu orgulho ao torcedor remista por toda a existência do Leão de Antonio Baena. Vende-se o Baenão e mata-se “O Filho da Glória e do Triunfo”, mata-se parte da história do futebol paraense, regional e brasileiro, mata-se a dignidade do torcedor remista.

Temos em nossa família, na casa de meu pai, uma pequena estatueta de um Leão Azul, por mais de 50 anos, de porcelana, que resistiu a traquinagens de sete filhos, quando crianças e adolescentes. Sobreviveu às reformas na casa e a toda espécie de acidentes domésticos que poderia ter sofrido. É para nós uma relíquia, um tesouro que representa as alegrias que nosso querido Clube do Remo nos deu e um símbolo da garra da torcida azulina. (…)

A Nação Azulina precisa reagir a essas insanidades. O Leão precisa rugir, fugir das armadilhas e afugentar os lobos. A torcida precisa cobrar soluções que não sejam as que dilapidam o patrimônio do clube. Os conselheiros precisam tomar medidas enérgicas e recolocar o Clube do Remo no lugar que sempre esteve. Não estamos perdendo somente os jogos importantes, não fomos somente rebaixados de divisões, fomos entregues a uma corja de incompetentes que só nos tem feito passar vergonha e agora querem nos fazer passa mais uma. Chega de incompetência, precisamos de projetos que levem o clube ao rumo certo e não a sua decadência.

(*) Escritor, jornalista e ambientalista.

19 comentários em “Tribuna do Torcedor

  1. Depois do que vi hoje, a venda do Baenão parece um “projeto” de cartas marcadas. Tudo já foi definido de bastidores, como costuma ocorrer por aqui, e depois será feito um teatro para dar naturalidade à coisa. Para os ingênuos que ainda crêem na seriedade do negócio, só alguns pontos:

    1) A imobiliária interessada no negócio é, coincidentemente, a mesma que tentou comprar a sede social, dois anos atrás. AK é uma mera continuação de RR.

    2) Um conhecido plantador de notícias já começou a espalhar que a FIFA “não permitirá” que Remo e Paysandu disputem campeonatos brasileiros se não pagarem suas dívidas trabalhistas. Essa mentira, se posta em prática, acabaria com o futebol sul-americano. Os times do Brasil, Argentina e Uruguai estão inteiramente falidos. Os argentinos, vivendo da TV estatal de lá, como a dupla re x pa. A maldade do plantador de notícia é tanta que ele envolve até o Paysandu no meio, forçando a barra para que este negocie seu patrimônio também… Este mesmo plantador de notícia esteve engajado na venda da sede social, que felizmente não ocorreu e, quando do leilão da sede campestre, proclamou aos quatro ventos que o Remo estava entrando “numa nova era, livre das dívidas e no rumo da modernidade”. Ele parece ter se esquecido disso, pois agora se mostra bastante interessado na perda do Baenão.

    3) Ano que vem teremos eleição e muitos querem se lançar como “reformadores”, “salvadores” do Remo, “o homem que deu um novo estádio ao Remo” etc. Estão de olho é no cargo de deputado estadual. Política e futebol, nunca deram certo! Nós nunca aprendemos.

    4) A súbita decisão de se vender o estádio sugere que boa parte da crise que o clube vive foi fabricada para forçar a venda. A perda da vaga para a quarta divisão foi das mais suspeitas, o desinteresse do Remo ao abrir mão da briga no tribunal viciado da FPF, que lhe daria vitoria tranqüila, cheirou mal. Depois, as dívidas que haviam cessado e repentinamente começaram a chegar todos os dias ao Baenão. Tudo orquestrado para “criar um clima”.

    5) Considerar como “boa localização” um novo estádio na BR é piada. Recentemente, um fabricante de bebidas desistiu de comprar a sede campestre remista porque estudos previam que aquela área, além de distante, após mais alguns anos estará estrangulada pelo trânsito crescente na BR e arredores. Lembro que um dos fatores que levaram à baixa freqüência da sede campestre azulina foi a distância. Ninguém ia se deslocar de Belém para aquele fim de mundo. Quem está habituado ao Baenão, não irá à BR, quem mora na BR dificilmente adquirirá o hábito de freqüentar o novo estádio em grande número.

    6) Já sabemos como funcionam esses projetos viciados. Após aprovada a venda, a diretoria com carta branca, a oferta vai se reduzir. Aí já não serão mais quinze milhões, serão cinco. O estádio para vinte mil pessoas, será para apenas dez. Depois não terá estádio, será apenas o dinheiro. Ou vice-versa.

    Lamento dizer que, em caso de perda do Baenão, o Remo estará caminhando rapidamente para um final melancólico.

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    1. Pertinentes e precisas observações, Cleiton. Muito do que você escreve bate por inteiro com as informações que tenho – algumas delas estarão na coluna de amanhã no Bola e aqui no blog. A questão nem é a falsa modernidade que alguns vêem na ideia de vender um patrimônio, mas a irresponsabilidade de dirigentes que foram eleitos justamente para preservar os interesses do clube – o que deve incluir, obviamente, resguardar os bens. Aqui, principalmente no Remo, os caras já assumem o mandato de olho nas gordas comissões de uma venda desse porte. Era o que RR queria e, por pouco, não conseguiu. Vejo da seguinte forma: se o Condel aprovar a loucura, logo logo o Remo estará sem divisão, sem estádio e sem teto.

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  2. O terreno aonde está o Baenão não vale 40 milhões, quanto mais 70 milhões!! Isso é sonho!
    O estádio em si não vale nada, pois quem comprar vai colocá-lo no chão. É só o terreno que interessa.
    E só o custo de uma demolição obrigatoriamente já forçará o preço pra baixo.

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    1. Edmundo,

      Boa lembrança amigo, a frase realmente é de nossa
      grande Natal Silva. Obrigado pela puxada de orelha, foi uma falta não ter citado a autoria. Mas é assim mesmo que a Nação Azulina deve se dirigir
      ao Vendilhão:
      Tu pensas que eu sou leso, é? (Natal Silva)
      Pronto! Agora está tudo certo, né Edmundo?
      Só avisa pro AK quem quem tá dizendo somos nós e não a Natal. Se bem que ela deve pensar a mesma coisa.KKKKKKK
      Obrigado pela correção
      Luiz Alho
      http://www.acordapara.com.br

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  3. Luiz Alho e Cleiton:
    1º- A maioria (SEGUNDO TODAS AS PESQUISAS FEITAS ATÉ AGORA) da torcida azulina e do Condel, são a favor da Venda do, IMUNDO E SEM AS MÍNIMAS CONDIÇÕES DE HIGIENE, BAENÃO;
    2ª – Para o Luiz, Saudosismo é pouco, é só ler o que ele escreveu;
    3º- Luiz, se eu tivesse um Leão e, ainda de porcelana, em minha casa, já teria quebrado de alegria, depois dessa notícia da venda do Baenão;
    4º- De parte do comentário do Luiz: Vende-se o Baenão e mata-se “O Filho da Glória e do Triunfo”, mata-se parte da história do futebol paraense, regional e brasileiro, mata-se a dignidade do torcedor remista( Não, não Luiz, vc se equivocou: Vende-se o Baenão e o Torcedor, que ama o clube, agora sim, passará a ser tratado com respeito, com um estádio com banheiros limpos e toda higiene possível( quem ama cuida). Quem sabe, apartir de agora o Remo passará a ser um time com História Real( títulos e grandes conquistas, que até agora não temos e, olha que já são 104 anos);
    5º – Cleiton, o Amaro citou: Arthur Bernardes( Que é de minha preferência), Mário Covas, Independência, Augusto Montenegro e Br( Bem MAIS próximo DE Belém) e vc foi pra Benfica amigo;
    6º – O Amaro falou que o Estádio é pra 20 mil, NO MÍNIMO.
    – Gostaria de dizer, que em todos esses anos, só agora começo a sentir orgulho desse clube e visualizar seu crescimento. Você pode ter mil e uma profissões, mas se não entender dePLANEJAMENTO PARA O FUTEBOL….. ABAIXO O SAUDOSISMO.

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    1. Cláudio Santos,

      Meu texto não trata de saudosismo e sim de respeito ao clube pelo qual torço. Coisa que
      pelo que falas não o tens. Respeito sua opinião e prefiro a minha e a de todos que são contra essa destrambelhada idéia. O Cleiton tem razão sim em suas opiniões e embora, caro Cláudio Santos, tu discordes, elas farão eco e a galera azulina há de entoar: Tu pensas que eu sou leso, é? (Natal Silva), Gostou Edmundo? e tu Cláudio deves jogar no time do AK. Se eu fosse torcedor do Columbia teria vergonha de te ter como técnico. Se o que tu pensas é planejar futebol, coitado do teu time.
      ABAIXO A IRRESPONSABILIDADE!!!

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  4. Cláudio, ou és um tucano convicto com a sanha privatista de sempre, e aí respeito teus argumentos, nem discuto, ou és ingênuo, nesse caso, há como debater utilizando-se os argumentos do Cleiton. Usando a jurisprudência, clube de ponta no Brasil que fizeram o que a direção do Remo deseja que é abrir mão de seu maior patrimônio, foi o Internacional há muito tempo, durante as vacas gordas, e isso para a construção do belíssimo Beira-Rio, feito inclusive com recursos públicos do Estado à época. O Botafogo também vendeu seu patrimônio, transferindode para outro campo e hoje vive da concessão do Engenhão, ou seja, de novo através da renúncia do Estado. Vê se o Flamengo abre mão da Gávea, que é uma merda, com dívidas mais monstruosas que o Remo. Esse futuro, duvido que a torcida quer ao Remo: sem divisão, sem planejamento, sem tradição, sem campo. Um futuro, digamos, sem vergonha! Quem sabe apostando em alguma migalha do Estado, mas lembre que o Welfare State já passou.

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  5. Nossa Luiz Alho, pra quem se diz Escritor, Jornalista e Ambientalista, quanta grosseria em suas palavras, mas essa é a arma de quem não consegue dialogar sobre futebol, principalmente aqueles que não entendem.

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    1. Meu caro Claudio Santos,

      Retiro todas as palavras que te ofenderam. Minha intenção não foi essa. Sou torcedor e quero ver meu
      time bem. Mantenho minha opinião sobre a venda do Baenão, não acho que irá trazer os benefícios que dizes. Talvez seja mesmo uma questão de opinião. Quanto a ser Escritor, Jornalista e Ambientalista, foi o que escolhi pra mim, por vocação, covicção e serviços prestados ao Pará e à Amazônia. Quando leres um de meus livros ou um de meus artigos saberei receber as críticas que fizeres sem nenhum problema. Quanto ao futebol, não fui ser técnico ou jogador por achar que seria um bom jornalista e um bom escritor. Sou apenas um torcedor que quer o melhor para seu clube.
      Um abraço, Saudações Azulinas
      E,
      ABAIXO A IRRESPONSABILIDADE!!!

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  6. Aliás Luiz Alho e Cleiton, já mandei minha sugestão para o Site do Remo, sobre o nome do novo Estádio: ” LA BOMBONERA DO LEÃO”

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    1. Claudio,
      A venda do Baenão e suas proposições é uma questão convergente entre muitos, mas é verdade que também existe azulinos que não aceitam essa situação, entretanto, o que causa espanto é saber que pessoas ditas cultas, não terem habilidade de administrar opiniões contrárias. Para tentarmos impedir a ocorrência de um fato não podemos jogar a frente os piores exemplos, citando times que nem torcida tem, porque não se lembrar do Corinthians, é verdade, não tem estádio, mas quais seriam os azulinos ou bicolores não trocariam a situação funesta de Leão e Paysandu pela situação desse clube paulista? Vejam, que o não ter estádio próprio, não é fator depreciativo no centro e no entorno desse grande time, ao contrário é possuidor da 2ª maior torcida da América do Sul e que a lotação do Pacaembu é uma constante. A toda hora dizemos que sempre queremos o melhor para o Leão Azul, mas, em 2008, assíduo do jeito que sou, quando chegava aos estádios quase sempre me deparava com as arquibancadas vazias. OSB: ecólogos são poucos, mas ambientalista são muitos, assim como aqueles que dizem amar o Leão, mas os que contribuem são poucos.

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  7. Percebe-se pela NOBRE RETRATAÇÃO do LUIZ ALHO, feita ainda pouco às 20:29h, que a MÍSTICA do CLUBE DO REMO (LEÃO AZUL – FILHO DA GLÓRIA E DO TRIUNFO) é prá lá de PODEROSA.

    As OPINIÕES DIVERSAS sobre o que se ENTENDIA como sendo APENAS e tão SOMENTE uma VENDA, começa e ser COMPREENDIDA aos poucos que de FATO trata-se de uma NEGOCIAÇÃO RESPONSÁVEL, HISTÓRICA e DIVISORA DE ÁGUAS após 104 (CENTO E QUATRO) ANOS, ou seja, aproximadamente 40.000 (QUARENTA MIL) DIAS.

    Não é APENAS uma VENDA, é uma PERMUTA.

    Tudo começa a CONSPIRAR para a CONVERGÊNCIA do que era uma NATURAL DIVERGÊNCIA, pois REMISTA algum vai OPTAR em PERMANECER num STATUS FÍSICO de INÉRCIA, quando às VÉSPERAS de uma NOVA DÉCADA deste NOVO MILÊNIO, surge a MERECIDA OPORTUNIDADE da PROMOÇÃO ao STATUS da VIBRANTE MODERNIDADE.

    NINGUÉM, vou repetir, NINGUÉM será LOUCO de PERDER TEMPO em tentar uma IGNORANTE RESISTÊNCIA quanto a PROSPERIDADE de uma NAÇÃO INTEIRA, principalmente sendo ELA denominada AZULINA, cuja sua TORCIDA é conhecida por FENÔMENO AZUL.

    Não haverá o que TEMER sobre alguns IRRISÓRIOS RABISCOS que PROMETEM através de “PREVISÕES” do TIPO “MÃE DINÁ”, ou até mesmo do TIPO (…rsrsrs …) “CARTEIRADA” enodoar o que será DIVINAMENTE SACRAMENTADO pelo CLUBE DO REMO, achem graças, gargalhem de TODA e QUALQUER PALHAÇADA nesse SENTIDO, pois trata-se da INVEJA, e esse sentimento nos dias de hoje, já se sente até pelo MAL CHEIRO.

    Toda a LISURA sobre o EMPREENDIMENTO virá à TONA, pois desde já nós AZULINOS da CIDADE, do ESTADO, do BRASIL e do MUNDO, já podemos nos considerar não apenas ÁVAROS ou TACANHOS TORCEDORES do CLUBE DO REMO mas, desde já, pelo menos VIRTUALMENTE podemos nos ORGULHAR muito mais em sermos os PIONEIROS da REGIÃO sobre o ALCANCE pela PRECONIZAÇÃO de VERDADEIROS SÓCIOS-TORCEDORES.

    Lembrem-se REMISTAS, o TEMPO e a PACIÊNCIA, não são mais nossos ADVERSÁRIOS, mas sim nossos ALIADOS.

    CR³³eiam !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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