Coluna: Aperreios interioranos

Que os nossos grandes clubes estão no fundo do poço, ninguém tem dúvida. Que existem muitas razões para a decadência, também não. Que muito (mas bote muito nisso…) precisará ser feito para que ambos renasçam, idem. Agora, convenhamos, existem cenas que poderiam tranquilamente ser evitadas, em respeito à sensibilidade do torcedor e à própria história de um clube centenário, como o Remo.
As imagens do charco em que se disputou a peleja (?) entre o time azulino e a briosa representação de Anajás são desanimadoras para quem busca recuperar forças para seguir em frente. Nada contra a cidade, brejeiramente paraense em suas características. Não se pode negar, porém, que as condições do campo eram precárias, agravadas pelo período chuvoso na região. Quando o jogo envolve atletas profissionais (de um lado, pelo menos), o gramado deve vir em primeiro lugar no item de exigências.
A Fifa, em seu conjunto de regras, reserva espaço generoso à descrição do que deve ser o palco do espetáculo futebolístico. E o que houve em Anajás, a partir do piso enlameado em que a pugna transcorreu, passa bem longe do conceito de espetáculo. Pareceu uma simples pelada de fim de semana.
O Remo merece respeito e isso inclui a necessidade de adequação dos amistosos. Que não se culpe a cidade promotora do jogo, mas os organizadores, que deveriam ser cobrados pela direção do clube por colocar em risco a integridade física de seus atletas.
É ponto pacífico que o clube precisa agendar jogos no interior, como forma de pôr o time em atividade e arrecadar algum dinheiro, enquanto as competições oficiais não começam. O problema é saber onde e como esses compromissos serão realizados.
A responsabilidade não deve se restringir à preservação da imagem pública do Remo, mas precisa contemplar também cuidados com o elenco de jogadores, jovens ainda, que constituem patrimônio do clube, alvo de investimentos da atual diretoria. 
Sempre há quem defenda o chamado tratamento de choque, com o fito de forjar um time guerreiro, acostumado a enfrentar (e superar) todos os obstáculos. Acontece que a própria situação do clube – sem divisão, fora de série – já representa uma fabulosa teia de desafios, dispensando sacrifícios extras.
 
 
Depois que Dunga emergiu do inferno astral em que se encontrava no final de 2008 para subir direto aos píncaros da glória, qualquer avaliação sobre técnicos periga ser desmentida pelos fatos. Nunca gostei de pré-julgar alguém ou antecipar fracassos, ainda mais em futebol, terreno naturalmente movediço.
Refiro-me à chegada de Nazareno Silva para comandar o Paissandu. Completamente desconhecido entre nós, pode vir a surpreender nessa primeira experiência à frente de um time de massa. Terá tempo suficiente para montar um time à sua feição. Por ora, resta esperar.

30 comentários em “Coluna: Aperreios interioranos

  1. Faz Lembrar aquela anedota que uma velinha se agachou para pegar uma moeda de CR$ 0,25 (vinte e cinco centavos) perdeu o equilíbrio e torceu um pé gastando mais de CR$ 50,00, só com medicamento. Mais um vexame para variar.

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  2. Desculpem, voltar ao assunto. Mas como o assunto do post é pertinente, vou responder aqui. No assunto tratado, quero dizer que não estou na “defensiva”, como disse o Diogo. Desde que o Remo foi alijado das competições, parte da imprensa e toda a torcida listrada caiu de pau com a decisão do Remo partir para fazer jogos caça-níqueis pelo interior. Para mim foi a decisão mais acertada. Francamente, não vislumbro nenhuma outra saída para a situação atual. Pior fez o falastrão LOP, que bradou aos quatro cantos que iria fechar a Curuzu até dezembro, e agora que “sentiu o cheiro da pérpetua” já está partindo atrás das migalhas, tão criticadas pelos bicolores. Aliás, esse cidadão é um espetáculo em cuspir pra cima e a cusparada voltar na cara dele… e, meu caro Berlli, você entendeu tudo errado. Muito ao contrário, também sou caboclo de Belém e o que fiz foi defender os caboclos de Anajás. Não percebeu isso?…

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    1. Grande Sérgio,
      Entendo sua posição sobre os amistosos, que também defendo. Minha observação diz respeito à necessidade de escolher campos em condições de sediar um jogo oficial. Nesse caso de Anajás, acho que a diretoria do Remo foi negligente e só pensou no cachê.

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  3. Grande Gerson…as imagens da nossa RBA mostram um local de jogo sem as minimas condicoes…por isso que o LOP deu uma seguradinha..rs…e o bravo Prefeito de Anajas quer levar o Paissandu no dia do aniversario da cidade, se nao me engano…é pra jogar no memso local ? rsrsrsr

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  4. Soeiro, amigo, no post anterior discordei de você quanto ao fato do Remo jogar naquelas condições, não sobre a necessidade do clube em jogar no interior. Você há de concordar, Soeiro, que foi vergonhoso para a imagem de nosso Leão, a foto daquele chiqueiro servindo de palco para uma partida de futebol. O Cláudio, do Colúmbia de Val-de-Cans, treina seu time em palcos de várzea melhores do que aquele. O pior, amigo, é a maioria dos jogos servir para atender compromissos políticos-eleitorais visando não o Parazão 2010, mas outubro de 2010. Esse é o ponto central. Agora, concordamos que os “pijamas” também vão ter que sair do pedestal. Abs.

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  5. Ok, gente. Faço uma mea-culpa e concordo que é vexatório tanto Remo quanto o Paissandu estarem nesta situação. Minha intenção era apenas defender a fibra dos jogadores de não se furtarem de jogar num gramado(?) daqueles. Só pra esclarecer: pelo que mostrou até agora, jamais eu defenderia uma diretoria inépta como esta do Clube do Remo.

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  6. Ei… VOCÊS todos aí de CIMA, tenham mais RESPEITO pelo IBOPE do PROGRAMA “PELOS CAMPOS DO INTERIOR”.

    … rsrsrs …

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK !!!!!

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  7. Soeiro! Talvez não tenha sido o único que tenha entendido daquela maneira. Outra, você está levando muito a sério as gozações e não duvido que LOP acabe aceitando fazer uma peladão en Anajás, no mesmo campo por cota menor. Com ele a frente do papa títulos tudo pode acontecer. Enquanto isso não acontercer vou saraivando.

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  8. Quem NUNCA serviu ás FORÇAS ARMADAS, tem DIFICULDADES de lhe dar com as INTEMPÉRIES da VIDA.

    A FRESCURA é MUITO FRESCA MESMO !!!!!!!

    … rsrsrs …

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  9. E falando sobre o novo tecnico no Paysandu, minha modesta opinião é que todo tecnico deveria ter uma temporada completa comandando um time, com esse time oferecendo toda estrutura e SALÁRIOS EM DIA, pois ai teria como avaliar de forma justa o trabalho do tecnico. Porém essa não é a realidade do futebol brasileiro, o tecnico não tem só que ser bom ele também tem que fazer milagre !!!!

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  10. Gerson, falando sobre o novo tecnico no Paysandu, minha modesta opinião é que todo tecnico deveria ter uma temporada completa comandando um time, com esse time oferecendo toda estrutura e SALÁRIOS EM DIA, pois ai teria como avaliar de forma justa o trabalho do tecnico. Porém essa não é a realidade do futebol brasileiro, o tecnico não tem só que ser bom ele também tem que fazer milagre !!!!

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  11. O post mostra o que sempre foi o futebol paraense pós-eliminação de um clube de um certame, a diferença de outrora, é que, hoje temos mecanismo suficiente para mostrar ao público. O engraçado, é que para alguns, isso emerge como uma grande novidade. Meu caro Berlli, você empregou a anedota da velinha na questão errada. Ela é uma perfeita analogia ao que o teu time fez, contratando um técnico de “2ª”. O custo será em dobro, porque este, não ficará para o 2º turno, mas, como para você o bicola não vivência vexame, tudo bem. Meu caro Cássio, que pedestal os bicolores estão? As fantasias deles são tantas e hilárias, mas, pedestal? Se bem que o interior será segundo LOP a base deles, seria isso? Não tendo pedestal não poderão sair dele, por outro lado, eles têm que sair do lugar, porque cuspiram tanto pra cima que as cusparadas cairão neles, e olha que são muitas salivas acumuladas na atmosfera.

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  12. FALCONI! Você não ganha uma mesmo. O Sinomar é um técnico sem série e você vem criticar a contratação de um de “2ª” pelo LOP, Deixe isso para os papa títulos que sabem o que querem ,mas nem sempre são atendidos. Vamos dar tempo ao tempo e deixar que o Nasareno prove ou não o contrário. Quanto a Sinomar já sabemos até onde pode chegar. Certo?

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  13. Sinomar não foi contratado para campeonatos, somente para verificar quais dos garotos serão promovidos ao elenco formado para competições oficiais. Ao passo que o de 2ª do bicola veio com propósito diferente. Diferente também é a vivência no futebol de Sinomar que salvo engano já treinou o time da curuzu que como vocês dizem já disputou………………..enquanto que o “nazareno calada” é sim de “2ª”, mas de 2ª do futebol baiano, muito inferior à 2ª Divisão do paraense. certame que hoje, não interessa ao Sinomar. Ganhar de você, porque? Não se ganha de alguem perdido!

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  14. Tenho quase certeza que no meio da torcida inferior deva ter alguma figurinha horrorosa chamada Sofia, e no decorrer do campeonato quando o cão sarnento estiver levando peia, ela fique postada no alambrado gritando Nazareeeenooo!… e ele – Caaalaada!… Rs.

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  15. Afinal, o diabo do nome desse técnico é “Nazareno” ou “Nasareno”?. Só pra sacanear: o Klautau poderia contratar o Cláudio do Colúmbia de Val-de-Cans, afinal, é tarimbado e está acostumado com campo escroto. Só é freguês do Flamengo do CDP. Fora isso…

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  16. Gerson tá certo. Só nos resta esperar o que virá do trabalho de Nazareno Silva. Enquanto isso, penso que o ideal é que cada torcedor se preocupe com seus respectivo time, até para não ficar enchendo o blog de mensagens sem qualquer qualificação. Tá parecendo briguinhas de comadres velhas, que não levam a lugar nenhum.

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  17. Gerson, é uma pena que tive que sair o dia todo hoje e, só agora poder me manifestar sobre sua coluna de hoje no bola. É isso que penso que uma Imprensa que se diz Profissional tem que fazer. Separei alguns pontos de sua nota:

    -Que não se culpe a cidade promotora do jogo, mas os organizadores, que deveriam ser cobrados pela direção do clube por colocar em risco a integridade física de seus atletas.
    Resposta: Não, não Gerson, que se culpe, única e exclusivamente a direção do Remo.Como que meu time vai jogar um amistoso, sem eu fazer uma avaliação de onde ele vai jogar?

    -A responsabilidade não deve se restringir à preservação da imagem pública do Remo, mas precisa contemplar também cuidados com o elenco de jogadores, jovens ainda, que constituem patrimônio do clube, alvo de investimentos da atual diretoria.
    Resposta: Concordo

    -Sempre há quem defenda o chamado tratamento de choque, com o fito de forjar um time guerreiro, acostumado a enfrentar (e superar) todos os obstáculos. Acontece que a própria situação do clube – sem divisão, fora de série – já representa uma fabulosa teia de desafios, dispensando sacrifícios extras.
    Resposta: Tratamento de choque, é brincadeira né. Atente pra isso: QUEM AMA CUIDA.
    Parabéns Gerson, pela matéria abordada em sua coluna, hoje. Só poderia ter vindo de um profissional como você. Vamos continuar batendo. Aliás, pode começar pelo Paysandu, que vai estrear em amistosos.
    Agora, pergunta que não quer calar, qual interior tem um campo em condições de receber Remo e Paysandu? Perguntar não ofende.

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  18. Ok Gerson, então vamos indicar os mesmos as diretorias de Remo e Paysandu, colocando nos jornais, comentando na tv e no rádio, é uma forma de ajudar, apesar de pensar que o que eles querem é que os jogadores e a imagem do clube se danem. O importante é a política e passear no interior, coisas de quem brinca de ser profissional, como esses diretores de Remo e Paysandu.

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  19. Mas, Cláudio, você há de convir que o areião do Marex é melhor que esse chiqueiro de Anajás, pois não? E, Gérson, só para provocar, o bairro sorteado pela Rede Celpa, ontem, foi o Benguí. Na faixa…

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