Mistão do Bota arranca empate

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Botafogo e Atlético-PR empataram em 0 a 0 na noite desta quarta-feira, pela primeira fase da Copa Sul-Americana. O técnico Estevam Soares reconheceu que o resultado poderia ter sido melhor, mas gostou da atuação da sua ‘equipe mista’. “Posso dizer que ganhamos uns quatro ou cinco jogadores, que estavam esquecidos e atuaram bem na partida, mostrando que são úteis. Quem ganha com isso é o Botafogo”, afirmou Estevam à Rádio Globo.

O treinador botafoguense, aliás, mostra-se esperançoso com o futuro. O próximo compromisso da equipe carioca é no sábado, contra o Sport, fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro. “A cada jogo temos sentido a força dos jogadores e a busca pelo acerto. Poderíamos ter vencido o Atlético-PR, mas jogaremos em casa com boas chances de classificação”, analisou Estevam, já falando do jogo de volta da Copa Sul-Americana, no Engenhão. (Da ESPN)

Gostei da postura raçuda do time na Arena da Baixada e concordo por inteiro com o capitão Estebán. Jogadores que estavam encostados entraram com fome de bola e alguns merecem até ir direto pro time titular.

Inter, campeão do primeiro turno

Com a convincente vitória sobre o Atlético-MG, na noite de quarta-feira, o Internacional conquistou o título simbólico do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. O time só precisou de 15 minutos para vencer o Galo. Após ficarem acuados na etapa inicial, os colorados decidiram o confronto no primeiro terço da segunda etapa. O dono da vitória foi D’Alessandro, assessorado por Edu e Kléber. Após quase um mês suspenso, o craque argentino entrou no intervalo da partida, iniciou a jogada do primeiro gol e marcou o segundo. A intensidade de sua movimentação atingiu um patamar alto, que lhe permitiu dizer apenas “Tranquilo. Estou cansado”, ao sair de campo.
Os outros dois gols da partida foram de Edu, ambos de cabeça.

Coluna: A lei das compensações

A cena, apesar de bem conhecida de todos, quebrou o clima de informalidade no treino da Seleção Brasileira, ontem à tarde. Em tom solene, foi anunciado um pronunciamento do todo-poderoso presidente da CBF. Como o homem fala pouco, parecia algo realmente importante. Quem via a transmissão ao vivo deve ter ficado com a pulga atrás da orelha.
Em silêncio, Ricardo Teixeira aproximou-se da mesa de entrevistas e, naquele tom gutural que costuma adotar nesses momentos, soltou a notícia bombástica: Campo Grande será a sede da última partida da Seleção Brasileira pelas eliminatórias sul-americanas à Copa de 2010. Não esperou perguntas e ninguém da tropa amestrada de repórteres se arriscou a interpelá-lo.
Em seguida, entrou em cena o senador Delcídio Amaral (PT-MS), para fazer os rapapés a Teixeira pela escolha, discursar para seu eleitorado e ainda se dirigir a Dunga, desejando sucesso contra a Argentina.
O acontecimento, inusitado para um treino do escrete e revelador da promiscuidade em torno do futebol, só encontra amparo na pressa que Teixeira tinha de anunciar a “compensação” a Campo Grande, que perdeu a disputa para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014. Foi preterida na competição particular com Cuiabá, do influente governador sojeiro Blairo Maggi, pela honra de representar a região do Pantanal.
Mais ou menos como ocorreu com Belém na porfia com Manaus pela sede amazônica. Com a diferença de que, com relação à Cidade das Mangueiras, Teixeira não se sentiu minimamente obrigado a buscar um prêmio de consolação, até porque já considera ter quitado a “dívida” escalando o coronel Antonio Carlos Nunes (FPF) para chefiar a delegação brasileira na recente Copa das Confederações.
Preocupante é saber que o episódio constitui apenas um pequeno ensaio da quermesse futebolística que seremos obrigados a assistir durante os cinco anos que nos separam do Mundial no Brasil.
 
 
Dunga, que pareceu desconfortável com o clima de convescote, tinha muito mais a dizer. Desmentiu que tivesse procurado o Corinthians para se informar sobre Ronaldo, respondendo à indagação de um coleguinha ávido pela convocação do Fenômeno. Achei sincero. Sinceridade que não há na aposta em três atacantes (Adriano, Luís Fabiano e Robinho) para o jogo, treinada ontem. Obviamente, não faz parte dos planos de Dunga se expor demais contra uma Argentina que buscará a vitória a ferro e fogo.
 
 
Antes de ser abatida por opositores dos dois lados, a idéia de um Re-Pa na véspera do Círio precisa ser avaliada com frieza e distanciamento. A histórica rivalidade supera até a ausência de times representativos e pode, sim, garantir bom retorno financeiro aos velhos rivais.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 03)