POR GERSON NOGUEIRA
Não foi a estreia dos sonhos, mas o PSC conseguiu passar pelo Bragantino na abertura do Campeonato Paraense, marcando 3 a 1 e mostrando objetividade para aproveitar as poucas oportunidades surgidas. No aspecto individual, Ricardinho apareceu bem na distribuição de jogadas, com boa presença de Marcelo Toscano. Pelo Bragantino, Emerson Bacas foi o principal organizador e municiador do ataque.
A partida foi marcada pelo equilíbrio, muito em função da surpreendente atuação do Bragantino, sempre ofensivo e disposto a buscar a vitória. O 1º tempo foi bem disputado, mas o PSC foi mais objetivo e chegou ao gol aos 13 minutos, em cabeceio de Bileu após escanteio batido por Ricardinho.
O volante foi a principal figura do Papão, pela qualidade do passe e a categoria para explorar a bola parada. O primeiro gol surgiu justamente a partir dessa habilidade. Até então, as melhores chances tinham sido criadas pelo Bragantino, através do habilidoso meia Emerson Bacas.
Foi justamente a postura destemida do Bragantino que tornou o jogo interessante. Agressivo, o time de Rogerinho Gameleira não mostrou excesso de respeito ou temor. Atacava com até três jogadores, sem grande preocupação em se resguardar defensivamente.
Depois de sofrer o gol de Bileu, o Braga seguiu no ataque e quase empatou aos 39’, em jogada rápida pela direita. Davi Caça-Rato, outro que apareceu muito bem, cruzou e a bola passou por José Aldo, que fazia as vezes de zagueiro. Bacas apareceu e mandou a bola no travessão de Elias.
Na etapa final, o Bragantino continuou na frente, sem desistir do empate. Quase chegou lá aos 20 minutos, em chute forte do dinâmico Bacas que Elias defendeu bem. Logo em seguida, em contra-ataque bem tramado, o PSC fez o segundo gol, com Christian.
Parecia que a parada estava liquidada, mas o Bragantino não se encolheu. Depois de toque de mão de Patrick na área, Tiago Recife cobrou o pênalti e diminuiu. Animado, o Tubarão saiu para o ataque e se descuidou na zaga.
O centroavante Danrlei, que entrou nos 20 minutos finais, substituindo a Henan, aproveitou um erro de Hatos na intermediária, avançou em direção à área e tocou na saída do goleiro Ferrari. Estava sacramentada a suada e importante vitória alviceleste. (Foto: John Wesley/Ascom PSC)
Leão estreia com dúvida no ataque
Com algumas mudanças importantes na defesa e no ataque em relação ao time campeão da Copa Verde, o Remo enfrenta o Amazonas Independente, hoje, no Baenão, abrindo a campanha em busca do título estadual. Quase todas as entrevistas dos jogadores e do técnico Paulo Bonamigo apontam para a importância dos trabalhos na pré-temporada em Parauapebas.
Um dos titulares, o volante Anderson Uchoa, admitiu a ansiedade, mas aposta na qualidade da equipe. Faz sentido. Com remanescentes de 2021, principalmente no meio-de-campo, o Leão tende a se beneficiar de um entrosamento que normalmente não surge em início de temporada.
O meio é o setor mais ajustado, pois os volantes e meias já se conhecem. Uchoa, Pingo e Paulinho Curuá são os homens de marcação. Eric Flores, Felipe Gedoz e Tiago Miranda atuam na armação. Para hoje, Gedoz foi vetado por lesão sofrida no último treino.
A zaga está definida com Daniel Felipe e Marlon no centro, Ricardo Luz e Paulo Henrique nas laterais. No ataque, há dúvida quanto ao centroavante – Whelton ou Brenner. Bruno Alves e Ronald são os atacantes de lado.
Mesmo que o torcedor não demonstre tanto entusiasmo, há sempre a expectativa acerca do que Bonamigo pode extrair do grupo atual. Os erros cometidos no Parazão 2021, principalmente na fase decisiva, ainda estão vivos na memória do torcedor e do próprio time.
Ficou a sensação de que o time, favorito para a conquista do título, exagerou na autossuficiência e acabou punido. A eliminação para a Tuna até hoje não foi assimilada pelos azulinos. A responsabilidade de brigar pelo título vem acompanhada de um apelo à humildade.
O Amazônia Independente é a grande novidade do campeonato. Conquistou o acesso à divisão principal logo no primeiro ano de fundação e traz uma proposta diferente: um time formado por jogadores regionais, fiel à filosofia de valorizar o talento amazônico.
Clubes pressionam por “eleição já” na FPF
A presidente interina da FPF, Graciete Maués, assumiu para convocar a eleição adiada do dia 28 de dezembro. Pelo estatuto, ela tem oito dias para convocar as eleições. É fundamental que isso ocorra a fim de não atrasar em excesso a definição do novo presidente da entidade.
Diante da desconfiança de que o prazo pode ser descumprido e preocupados com a insegurança jurídica que persiste na FPF, oito clubes protocolaram um abaixo-assinado requerendo o cumprimento do estatuto e a realização das eleições o mais rápido possível.
Em meio a isso, surgem especulações sobre a formação das chapas. Até então, três chapas estavam registradas, mas o cenário pode mudar. A partir da convocação do pleito, o processo eleitoral pode ser reiniciado, abrindo espaço para novas candidaturas.
No caso de constituição de uma nova chapa, que poderia ser encabeçada pela própria Graciete, é necessário que haja a adesão de no mínimo 25% dos filiados aptos a votar.
Por ora, prevalece a ideia de que a eleição será retomada de onde parou, com a participação das chapas já inscritas. Há, ainda, a possibilidade de desistência de um dos candidatos.
O que não pode ocorrer é nova procrastinação do processo. Já se perdeu muito tempo em meio a denúncias que levaram à judicialização da eleição. Os oito clubes que subscrevem o documento demonstram estar realmente preocupados em fazer com que a situação se normalize.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 27)
RESTA saber se o fato de o Paysandu não ter aplicado uma sonora goleada, como disse o Cláudio do CFC, se deve ao “travamento” natural de início de temporada ou por alguma espécie de limitação que a maioria se recusa a enxergar. Olha que o Braga foi valente, porém excessivamente limitado tecnicamente.
Só eu vi o narrador e o comentarista da Cultura meio cabisbaixos em seus comentários logo após o gol do Braga?
CurtirCurtir
Bom dia Gerson.
Acompanho sempre os seus comentários sempre lúcidos, e q fazem de vc um dos melhores jornalistas q integram a imprensa do Pará.
Dito isto e por vc nao ser sensacionalista torna-se fundamental lembrar de q as eleições da FPF estão suspensas por ordem judicial, e apenas o Poder Judiciário poderá determinar o reinício do processo eleitoral.
CurtirCurtir
Obrigado, Ademir. Penso que a questão judicial foi superada pela posse da presidente interina, Graciete Maués. Ela terá a responsabilidade de coordenar o processo eleitoral e convocar as eleições num prazo de 8 dias (contando do dia da posse). É o que reza o estatuto da FPF
CurtirCurtir
Gerson, minha manchete seria: “BRAGA PERDE MAS PAPÃO ASSUSTA”. Aliás, continua a a assustar !
Como disse acima, o Valentim, esse papo de “travamento” de início de temporada é recorrente para a maioria dos limitados jogadores que aportam no futebol paraense. Alguns chegam “travados”, e assim continuam até o final da temporada, dando muito aquém do que recebem. Outros chegam, e passam direto para o DM, ou com apenas uma folha em branco na décima carteira profissional…
Deixo uma pergunta para enquete da torcida bicolor: quem será o Grampola na temporada 2022: Henan ou Toscano ?
CurtirCurtir
Perfeito, amigo George. De fato, em muitos momentos as perspectivas se inverteram. O Braga foi um time mais organizado em boa parte do jogo.
CurtirCurtir
Valentim, obrigado por responder meus questionamentos quanto ao momento em que a nossa música e o nosso futebol se perderam na mediocridade. Acho que tem a ver. Quanto ao filme Bye Bye Brasil, vou ler a sua resenha com toda atenção.
George, tomara que os tripulantes da terceira idade das barcas que aportaram por aqui contribuam para o alcance do objetivo maior da dupla Re-Pa, que é jogar a Série B. Mas, tenho minhas dúvidas.
CurtirCurtir