Pesquisa Datafolha de 22 de agosto de 2018. Líder disparado em primeiro – ganharia no primeiro turno. Por isso, foi perseguido e preso pelo ex-juiz “herói” Sergio Moro.
O Brasil não é para amadores.
Pesquisa Datafolha de 22 de agosto de 2018. Líder disparado em primeiro – ganharia no primeiro turno. Por isso, foi perseguido e preso pelo ex-juiz “herói” Sergio Moro.
O Brasil não é para amadores.
POR GERSON NOGUEIRA

Por característica pessoal, Rafael Jansen é um jogador discreto, pouco espalhafatoso e de comunicação restrita aos companheiros durante os jogos. Não é de peitar árbitros e nem discutir com adversários. Entra, cumpre as obrigações e de vez em quando vai além, como na sensacional finalização diante do PSC no último clássico. O gol foi um dos mais bonitos da Série C e, sem exagero, lembrado até para o Prêmio Puskas.
Ocorre que essa veia de finalizador não é o principal atributo do zagueiro azulino. O time depende dele pela serenidade e boa colocação, rapidez nas antecipações e passes corretos para companheiros de meio ou ataque.
Ao lado de Mimica, com quem tem repetido uma dupla segura desde o começo da competição, Jansen responde pela segurança defensiva que faz do Remo o time menos vazado da Série C – 12 gols em 21 partidas.
Curiosamente, o começo da temporada indicava que Jansen teria outro destino. Esteve cotado para jogar no futebol israelense, mas dificuldades de documentação inviabilizaram a transação. Em seguida, os problemas decorrentes da pandemia fizeram com que ficasse no Evandro Almeida.
Por obra do acaso, o Remo acabou garantindo um jogador fundamental para o equilíbrio de todo o sistema de defesa. É verdade que ainda sob o comando de Mazola Junior, Jansen viveu alguns momentos de dificuldades, com envolvimento em lances que resultaram em prejuízo para o time.
O gol contra diante do Treze-PB, em cabeceio certeiro, semeou dúvidas e fez com críticas brotassem de imediato. As qualidades do zagueiro foram questionadas pela torcida, que custou a se dar conta do julgamento rigoroso e injusto.
Nos três jogos da segunda fase – Londrina, PSC e Ypiranga –, a presença dele como líder da zaga respondeu pelo desempenho corretíssimo, que não permitiu ao time ser derrotado. Nos três confrontos, lances pontuais fizeram com que Jansen pontificasse.
Salvou um chute do ataque do Londrina, que tinha endereço certo. Apareceu muito bem na marcação a Nicolas no Re-Pa e evitou que um disparo de Jean Silva permitisse a vantagem ao Ypiranga ainda no 1º tempo da partida do último domingo.
É claro que uma defesa não se garante pela performance de apenas um jogador. Mimica tem sido preciso e eficiente, evidenciando o entrosamento dos beques de meio de zaga. Os laterais também contribuem bastante, principalmente Marlon, que nos últimos jogos ficou mais na marcação.
Além da linha toda, há a presença exponencial de Vinícius, seguro e pouco dado a extravagâncias, lembrando bastante o estilo do próprio Jansen. Desta combinação de esforços vive o Remo, cujo poderio de marcação e bloqueio é ressaltado hoje por todos os adversários.
Clubes tornam o Parazão 2021 ainda mais deficitário
O Campeonato Paraense de 2021 vai começar no dia 27 de fevereiro, terminando a 23 de maio. A expectativa é preocupante. As discussões em torno do formato parecem encerradas e ontem foi anunciada nova versão da tabela básica. Pelo exposto, os 12 clubes se enfrentarão em turno, returno, quartas-de-final, semifinais e finais. Para acomodar esse inflado sistema de disputa, será preciso acrescentar uma data a mais do que a CBF prevê.
Por pressão da maioria dos clubes, o torneio de 2021 terá 17 datas. O calendário da CBF prevê 16. No Parazão deste ano foram realizados 56 jogos. O campeonato do próximo ano terá inacreditáveis 82 partidas. Além do aumento do número de clubes disputantes (de 10 para 12), algum gênio bolou (e foi apoiado pelos demais) a inclusão das quartas de final engordando ainda mais a tabela.
Cabe observar, ainda, que não haverá público nos estádios enquanto não acontecer a vacinação geral contra a covid-19 – o que deve demorar bastante levando em conta a enrolação federal em torno do tema.
Os prejuízos decorrentes de um campeonato sem receita serão turbinados pela necessidade de uso dos estádios de Remo e PSC em Belém, pois o estádio Jornalista Edgar Proença será fechado para as obras de reforma.
Todos esses aspectos eram de amplo conhecimento de todos, o que aumenta o espanto pela decisão de promover mais jogos. Falta de noção e sensatez que desafia até os padrões normalmente elásticos de nossos dirigentes.
Imagino, daqui a alguns meses, a grita geral por mais ajuda governamental, visto que os testes previstos nos protocolos exigem desembolso de dinheiro que o deficitário campeonato não tem como cobrir.
Ainda há tempo de corrigir esse estrupício e evitar o desastre, desde que haja um mínimo de senso de responsabilidade.
O mais novo festim irresponsável do ex-menino Ney
Os maiores desportistas do planeta são Lewis Hamilton, LeBron James, Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Todos se destacam, além dos excepcionais feitos em suas respectivas modalidades, pela clareza de posicionamento diante das injustiças do mundo, contra o racismo e a discriminação e pelo absoluto respeito às normas sanitárias que regem o combate à pandemia.
Neymar, que tanto anseia por um lugar entre os maiorais, marcha em sentido inteiramente oposto. É rara uma notícia sobre ele que tenha viés positivo. Quase tudo que ele toca se transforma em algo ruim. Virou uma espécie de Midas ao contrário.
O último disparate é o anunciado réveillon para 500 convidados em Mangaratiba, espécie de réquiem carnavalesco em meio à tragédia nacional que já ceifou 191 mil vidas. O deboche e o achincalhe saltam aos olhos. A ausência de sentimentos e empatia, também. Neymar é cada vez menos menino, está se consolidando como moleque mesmo.
(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 29)
Com informações de Enize Vidigal – fotos: Mácio Ferreira
Foram divulgados, nesta segunda-feira, 28, mais cinco nomes da futura gestão Edmilson Rodrigues. Entre os citados, o advogado Bruno Batista, atual integrante da Comissão de Transição da Prefeitura de Belém, que assumirá a presidência da Companhia de Tecnologia da Informação de Belém (Cinbesa). Bruno é especialista em Direito Processual Civil e atuou na antiga Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos (Semaj) – atual Procuradoria Geral do Município (PGM) – nas gestões anteriores de Edmilson.

À frente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) ficará o engenheiro agrônomo e servidor da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Sérgio Brazão e Silva (foto acima). Sérgio foi vice-presidente da extinta Fundação de Parques e Áreas Verdes de Belém (Funverde). Ele possui mestrado em Solos e Nutrição de Plantas e Doutorado em Geologia. Há 36 anos, ele atua como engenheiro agrônomo nas áreas ambiental, de pesquisa, ensino e extensão rural, além de ter sido pró-reitor de Extensão da Ufra.

Já a advogada Edna Maria Sodré D’Araújo (foto), consultora jurídica do Município de Belém, assumirá a presidência do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Belém (IPMB). Historiadora e professora, ela é servidora de carreira do IPMB, concursada há 16 anos, e tem especializações em Direito Previdenciário, Direito Administrativo e Administração Pública.
O professor de História Alickson Lopes será o novo presidente da Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque “Professor Eidorfe Moreira” (Funbosque), em Outeiro, que atende alunos das ilhas de Cotijuba, Jutuba e Jamaci. Alickson é funcionário de carreira da Funbosque há 12 anos.

Francisco Antônio Guimarães de Almeida, o “Doutor Chiquinho” (acima), vereador de Belém pelo PSOL, assumirá a presidência do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Público do Município de Belém (IASB). Ele é médico concursado da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) há 18 anos.
Nomes já divulgados dos titulares de pastas da gestão Edmilson Rodrigues:
Semad- Jurandir Novaes
Sefin- Káritas Rodrigues
Segep- Cláudio Puty
Semec- Márcia Bittencourt
Sesma- Maurício Bezerra
Sejel- Carolina Quemel
Semma- Sérgio Brazão
PGM- Alberto Vasconcelos
GMB- Joel Ribeiro
Ouvidoria- Márcia Kambeba
Fumbel- Michel Pinho
Funbosque- Alickson Lopes
IASB- Dr Chiquinho
IPMB- Edna D’Araújo
Cinbesa- Bruno Batista
“Sabem o que Messi, CR7, Hamilton e Lebron têm em comum? São referências mundiais em seus esportes. Mais que isso. São exemplos. Nenhum deles é notícia por promover festança para centenas de pessoas nessa pandemia. Lamento por Neymar não estar à altura do (genial) futebol que joga”.
André Rizek, jornalista
O Clube do Remo iniciou as vendas de camisas promocionais para quem comprar ingressos virtuais no valor de R$ 50,00. Em menos de seis horas, o perfil oficial do Leão informou que esgotou o primeiro lote e que já iniciou a comercialização do segundo. O dinheiro servirá para o pagamento de salários dos atletas, comissão técnica e funcionários. As camisas podem ser adquiridas nas Lojas do Remo, que funcionam em vários pontos de Belém e Região Metropolitana, e no site oficial do clube.

A CBF definiu nesta segunda-feira as arbitragens para os jogos de Remo e Paissandu pela quarta rodada do quadrangular da Série C. No próximo domingo, 3 de janeiro, às 20h, o Remo visita o Ypiranga no Colosso da Lagoa, em Erechim, tendo como árbitro central o paulista Vinicius Furlan (foto), que comando o primeiro Re-Pa da primeira fase da competição, quando o Remo venceu o PSC por 3 a 2, no dia 3 de outubro. Seus auxiliares serão Evandro de Melo e Luiz Alberto Nogueira, também de São Paulo.
Na segunda-feira, 4, o mineiro Emerson de Almeida Ferreira comanda o duelo entre Londrina e Paissandu, ás 20h no Estádio do Café, em Londrina. Também de Minas Gerais, Pablo Almeida da Costa e Frederico Soares serão os assistentes. O Leão lidera o Grupo D com sete pontos. O Papão é o 2º colocado com seis pontos. Londrina é o 3º, com quatro pontos, e o Ypiranga ainda não pontuou.

Por Julio Gomes
“Nem Jesus Cristo conseguiu unanimidade”, disse um dia Felipão, após uma convocação qualquer. Imaginem só Jorge Jesus, depois do que disse hoje.
Após o exemplar abandono de campo promovido por jogadores do PSG e do Istanbul Basaksehir, ontem, na Liga dos Campeões, o atual técnico do Benfica foi questionado sobre o tema.
“Bem, eu não sei… não estava lá. Não sei o que aconteceu, o que se falou, o que se diz, mas hoje está muito na moda isso do racismo. Como cidadão tenho direto de pensar à minha maneira e só posso ter uma opinião concreta se souber o que se disse naquele momento. Porque hoje qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo. Se se pode dizer-se o mesmo contra um branco, já não é sinal de racismo. Está-se a implantar essa onda no mundo…”.
Jorge Jesus, como não poderia deixar de ser, está sendo massacrado nas redes sociais portuguesas e na mídia europeia. O discurso dele é velho conhecido. O racismo disfarçado de simples “passada de pano”. Desconfie de todo branco que bradar sobre “racismo invertido”. O discurso de Jorge Jesus poderia muito bem ter sido reproduzido por Donald Trump ou outros presidentes por aí, seja de Repúblicas, seja de “Nações”, se é que vocês me entendem.
Talvez isso explique por que Jesus tenha se sentido tão em casa por essas bandas, onde o racismo é estrutural e sufocante, enquanto na Europa ele existe, está lá, mas de forma mais velada e hipócrita.
Jorge Jesus não foi embora do Brasil por causa da pandemia, como muitos inocentes acreditam. Foi embora porque ele se acha bom o suficiente para estar em um clube importante, da primeira prateleira europeia, tipo Real Madrid, Barcelona, Premier League. E percebeu que poderia ganhar tudo no Flamengo que não adiantaria. Ele precisava da exposição da Champions League, estar no mercado da elite.
O primeiro tropeço veio com a não classificação do Benfica para Champions, eliminado pelo Paok, vejam só, de um tal Abel Ferreira – não, Jesus não é o único técnico português bom por aí.
O segundo tropeço, e acho que definitivo, vem agora, com o que Jesus acaba de dizer sobre racismo. Ele acaba de fechar completamente as portas para a Europa – ou pelo menos para a elite da qual ele acha que deveria fazer parte. Eu não me espantaria nem mesmo se o próprio Benfica tomasse uma atitude.
Jorge Jesus é muito bom no que faz. Já mostrou isso em Portugal e mostrou isso aqui no Brasil, onde foi importante para abrir os olhos de muita gente e nos mostrar o quão atrasados estamos em alguns aspectos do esporte. Mas não basta ser bom nem ótimo. Nos dias de hoje, somos um pacote completo. Nossas virtudes e defeitos estão escancarados para todos verem.
Jesus sempre terá as portas abertas aqui no Brasil, por exemplo, até porque aqui os passadores de pano seguem no comando de quase tudo. O que ele disse hoje, no entanto, irá sempre assombrá-lo em mercados como o inglês.
Há coisas que achamos e há coisas que falamos. Eu mesmo, com este texto, certamente estou fechando portas. É possível que nunca entreviste Jorge Jesus na minha vida por chamá-lo de idiota. São decisões que tomamos, caminhos que traçamos, escolhas que fazemos.
Espero que a repercussão faça Jorge Jesus refletir. É sempre possível deixar de ser racista, deixar de ser idiota. O tempo e o intercâmbio de ideias e impressões nos fazem ver coisas em nós mesmos que não víamos. Há os que preferem viver em negação, há os que preferem evoluir. Eu tento fazer parte do segundo time.
Vem também para este time, Jorge Jesus. E deixe de ser parvo.
Em nota, torcidas representativas do Bahia repudiam criticamente o posicionamento da torcida Flamengo Antifascista, a respeito do caso Gerson x Dominguez. Abaixo, na íntegra, o texto da torcida baiana:
“Com muita consternação recebemos a nota da torcida Flamengo Antifascista. Nela vemos que nem mesmo os companheiros desta torcida estão livres da arrogância e soberba, fruto do eterno favorecimento dos grandes meios de comunicação e cartolas da CBF ao seu time. Estes sim, os verdadeiros representantes do futebol moderno que aplicam no Brasil o pensamento imperialista de espanholização do nosso futebol.
A luta por um futebol democrático e popular é, invariavelmente, a luta pelo combate ao brutal favorecimento ao Flamengo, que gera no futebol a mesma desigualdade que vivemos na sociedade. Além de trazer o clubismo acima da luta antirracista, a nota em questão, que custamos a acreditar se tratar da nota de uma Antifa, traz uma série de equívocos e desinformações que não vão ficar sem respostas.
Inicialmente, é mentira que Ramirez será reintegrado como se nada tivesse acontecido. No intuito de preservar a instituição e o próprio atleta, o mesmo foi afastado do elenco até que o nosso clube concluísse as investigações internas.
Ademais, o presidente do Bahia ligou para o atleta Gerson, num claro sinal de que uma acusação de racismo está acima dos interesses clubistas, acima da atual situação do clube na tabela e acima de qualquer interesse mesquinho que o valha. A palavra da vítima foi acolhida pelo nosso Clube.
A nota diz que o Bahia levou “em consideração apenas o laudo encomendado”, o que é incorreto. Não foi apenas um laudo encomendado pelo Bahia, mas sim 4 laudos encomendados a profissionais idôneos, de fora da Bahia e do Brasil, que possuem larga experiência forense.
Por outro lado, o único laudo que o Flamengo contratou foi feito por um perito sem expertise para tal. Tanto assim que o próprio INES divulgou nota se desvinculando totalmente do resultado final da perícia.
Somos o clube do povo e cujas posições nas causas sociais são reconhecidas tanto em âmbito nacional, quanto internacional. Estamos em outro patamar na luta antirracista no futebol, consequência de um longo período de democratização da vida do clube e incorporação de setores populares em suas fileiras.
Esta questão foi conduzida pelo Esporte Clube Bahia de maneira bastante séria e inédita no futebol. Inclusive com acompanhamento de lideranças do movimento negro do nosso estado – o mais negro do país. O resultado final não foi uma solução apenas da diretoria do Bahia, mas construída com o movimento negro e o nosso Núcleo de Ações Afirmativas. O desconhecimento dessa questão por uma torcida autodeclarada antifascista é, no mínimo, lamentável!
Se os antifascistas flamenguistas esperavam por uma solução unicamente punitivista, que daria resposta exclusivamente ao tribunal inquisitorial da internet, sugerimos que leiam mais sobre Ângela Davis. Queremos fazer um chamado aos declarados antifascistas flamenguistas que apresentem ao seu clube todos os compromissos que o Bahia adotará para aprofundar o combate ao racismo no futebol explanados na “Carta à Sociedade” lançada pelo Clube. Esta seria a melhor atitude a ser adotada por quem se diz antifascista neste episódio.
Tais compromissos mostram que a luta antirracista no Esquadrão não é uma peça de marketing, mas uma questão de princípio!
No Bahia seria impensável a demissão de um treinador apenas pelo fato de ser negro, mesmo após um título brasileiro. Jamais jogadores do Esquadrão fariam ofensas racistas uns aos outros em uma live, e depois justificariam tratar-se de “brincadeira”. No Flamengo o racismo recreativo é uma realidade. Há um mês um goleiro negro (e como isso é simbólico no futebol) do Flamengo sofreu ataques racistas de sua própria torcida por uma falha em campo.
Isso tudo para não dizer o quão desumano tem sido o tratamento do clube mais rico do Brasil para com as famílias dos garotos do ninho. Segundo um jornalista absolutamente insuspeito, o Flamengo está “ganhando pelo cansaço” aquelas famílias pobres e, em sua maioria negras, que perderam seus filhos dentro das dependências do clube por descaso na manutenção do alojamento da base.
No Bahia seria impensável este nível de desumanidade com a dor de parentes em caso semelhante. Nosso clube tem um programa de ajuda aos nossos ex-ídolos, bem como recentemente ajudamos a família de um ilustre torcedor vítima da COVID.
A malfadada nota ainda se pretende a falar sobre a xenofobia comprovada no próprio laudo flamenguista. E, pretensamente, querem dar aula sobre o tema. Caros antifascistas flamenguistas, vocês querem mesmo falar de xenofobia para nós nordestinos?
Aliás, estranhamente, a xenofobia nacional foi esquecida por vocês na nota. Porque será? Vocês desconhecem casos de xenofobia contra os nordestinos? Desconhecem o fato de que pra vocês somos tratados de maneira depreciativa como “Paraíbas”? Aliás, como se ser Paraíba – estado de Jackson do Pandeiro, Ariano Suassuna, Margarida Maria Alves, dentre outros – fosse alguma ofensa.
Nos jogos em que os apaixonados torcedores nordestinos vão para o RJ acompanhar seus times do coração, os relatos de ataques xenofóbicos são recorrentes. Os antifascistas flamenguistas desconhecem essa realidade? Por que não a citaram na sua nota?
Certamente que a chaga da escravidão faz com que o racismo no Brasil seja algo muito mais enraizado e estrutural, mas daí querer achar que a xenofobia pode ser usada para supostamente combater o racismo é, no mínimo, desonesto. Sugerimos que os declarados antifascistas flamenguistas qualifiquem-se mais no debate, pois é flagrante a falta de leitura sobre o tema.
Ser antifascista é ser contra a TODAS as formas de opressão! Um antifascista não pode combater um tipo de opressão e defender o uso de outra, sob pena de esvaziamento do próprio termo antifascista.
E por fim, não queiram jogar pra nós a pecha de ser um time apoiado por “figuras centrais bolsonaristas”. O uso político pelos racistas dessa situação já era esperado. Contudo, sabemos bem qual o time que o fascista Bolsonaro abraça para se promover. E sempre com o apoio irrestrito da atual diretoria do clube.
Bradamos em alto e bom som: Nem a guerra entre as torcidas, nem a paz entre as classes!
Salvador (BA), 26 de dezembro de 2020.
#BahiaAntifa #Antifascismo #Antirracismo #Antixenofobia
POR GERSON NOGUEIRA

O jogo foi sofrível, principalmente no 1º tempo, por culpa exclusiva do Remo. Depois de um começo até animador, com boas tentativas de Hélio pela direita, o time foi murchando e abrindo mão das ações ofensivas. Com o recuo, o Ypiranga cresceu e esteve perto de abrir o marcador. Na etapa final, os azulinos começaram errando nas tentativas, mas a superação prevaleceu, levando a uma virada empolgante, na raça, por 2 a 1.
Velhos problemas se repetiram ontem. A excessiva troca de passes laterais, que acentuam a vocação de jogo horizontal. Os erros de posicionamento. Os passes defeituosos. E o mais grave de todos (que tem a ver com todos os demais): a falta de transição elaborada do meio para o ataque.
O Remo ia bem até a linha central, tocando a bola ou dando combate quando é atacado, mas se dispersava quando saía em direção ao campo inimigo. A verticalização raramente é buscada, há receio ou incapacidade de romper as linhas de marcação.
No fim da primeira etapa, o time se apequenou tanto que permitiu ao Ypiranga ficar pressionando a zaga seguidamente. A defesa resistiu bem, mas o meio-campo era completamente anulado. Tanto que Felipe Gedoz, inoperante na armação, quase pôs tudo a perder ao dar o bote errado dentro da área.
Só quando o Remo sofreu o gol foi que começaram a surgir jogadas mais agressivas. Aos 15 minutos, Tarik fez o gol do Ypiranga, aproveitando o rebote de um chute na trave. Aí o espírito de superação brotou e o time se transformou por completo, partindo para o ataque.
Atordoados com a desvantagem, os azulinos se espertaram. Bonamigo fez trocas que melhoraram a movimentação ofensiva. Tirou Gedoz e Tcharlles, lançando Eduardo Ramos e Augusto. Ficou claro que o meio-campo precisa mesmo de alguém com autoridade para transitar por ali.
Em poucos minutos, mesmo abaixo do ritmo ideal, Ramos liderou a equipe, participando do lance do primeiro gol ao tocar a bola em frente à área gaúcha. Salatiel recebeu o passe e desviou para as redes, aos 23’.
Aos 31’, como consequência da intensidade ofensiva, veio o segundo gol. O escanteio cobrado por Charles foi cabeceado por Salatiel no canto direito. A virada se materializava. Méritos da ação coletiva após a mudança de peças. Capacidade de superação reafirmada, mas ficou a impressão de que a equipe poderia ter alcançado o triunfo sem passar por tanto aperreio.

Bonamigo, que comanda com serenidade a excelente campanha, vez por outra parece se conformar com o rendimento anêmico do ataque, como ocorreu na maior parte da etapa inicial, que terminou sob um cenário angustiante de quase predomínio do Ypiranga.
Outro ponto questionável é a opção técnica de descartar Hélio na metade da partida. Justamente ele, que é o atacante mais agudo e participativo. Desta vez, pelo menos, Ermel não foi escolhido para substituir o jovem ponta, mas seguiu como ameaça no banco, enquanto Ronald segue ignorado.
As vitórias, mesmo no sufoco, têm o dom de apagar falhas e críticas, mas é visível que o Remo tem condições de jogar com mais força de ataque do que normalmente mostra. A três ou quatro pontos do acesso, erros bobos não podem comprometer a brilhante trajetória. (Fotos: Samara Miranda/Ascom Remo)
De bem com os deuses, Papão mata na hora
Reza a lenda que João Tavares costumava ser letal nos instantes finais de um jogo. Era o cara que “matava na hora”, sem dar chance de reação aos adversários. Foi precisamente o que se viu, sábado, no estádio Jornalista Edgar Proença. O PSC, que não fez um grande jogo, cumpriu um roteiro digno dos filmes de suspense para sair triunfante de um duelo empedernido com o Londrina. Mateus Anderson encarnou o espírito de João.
O gol dele, o herói improvável da jornada, veio aos 49 minutos do 2º tempo, quando todo mundo já se conformava com o placar de 2 a 2, frustrante para os bicolores. Uma sucessão de erros defensivos do Londrina, culminando com o passe de cabeça que o zagueiro Marcondes deu a Mateus, levou ao triunfo alviceleste.
Grandes vitórias nascem muitas vezes de uma fagulha. Mateus pegou aquele rebote, gingou em frente aos zagueiros e optou pela finalização, mesmo estando fora da área. Não é preciso invadir a cabeça do jogador para saber que ele agiu movido pela urgência do tempo. O jogo estava acabando, não havia espaço para hesitação.
O chute, visto por trás do gol de Dalton, saiu em curva, tirando dos zagueiros e também do goleiro, que saltou quando a bola já estava a caminho do cantinho direito da trave. Belíssima jogada de Mateus, que transformou usou de perícia e fundamento para dar o único aproveitamento possível para a jogada.
A narrativa do jogo até aquele momento apontava para um outro herói bicolor. Nicolas marcou no final do 1º tempo e logo no início do 2º, sempre de cabeça, embora com construções diferentes.
A bola cruzada por Alex Maranhão no segundo pau foi testada lá do alto, com uso da excepcional impulsão do artilheiro. Já no escanteio Nicolas praticamente não saiu do chão, girando para desviar a bola para as redes. Repertório variado do melhor jogador em ação nos campos do Pará.
Ironicamente, antes de sofrer os gols, o Londrina foi senhor das ações. Perdeu um gol logo no início, reclamou (com razão) de falta na área cometida por Bruno Collaço, o mais faltoso do PSC. Botou bola na trave de Paulo Ricardo e ainda criou duas situações de perigo na área paraense.
Com 2 a 0 no placar, o Papão inverteu as perspectivas. Passou a ter o contra-ataque em seu favor. Vítor Feijão podia ter feito o terceiro antes dos 20 minutos do 2º tempo. No entanto, aos 22’, Victor Daniel entortou Tony pela esquerda do ataque e cruzou rasteiro para Carlos Henrique marcar. Animado, o Londrina insistiu mais ainda e Celsinho sofreu penal cometido por PH. O próprio meio cobrou e empatou, aos 33’.
O visitante teve chances de virar, pois o PSC recuou muito e permitiu que o adversário se estabelecesse em seu campo. Os deuses, porém, haviam decidido que o desfecho seria inteiramente bicolor. Mateus fez o gol da vitória e deixou o gramado como herói da noite.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 28)
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