Vivemos um novo ciclo político, podemos mesmo afirmar um novo período histórico: a coalizão de centro-direita, a Aliança Democrática – que elegeu Tancredo, governou o país, sobreviveu a Collor, reorganizada depois sob a hegemonia do PSDB nas vitórias e nos governos FHC –, não existe mais.
Ela foi derrotada quatro vezes pelo PT, apoiado e aliado aos partidos de esquerda, no sentido amplo, e na eleição e na reeleição de Dilma ao PMDB, força política hegemônica no governo Sarney e parceira também de FHC.
Essa coalizão de centro-direita não existe mais, foi substituída pela aliança entre Bolsonaro, representando a extrema-direita, Moro e a Lava Jato, Guedes e o capital financeiro bancário, sob tutela e vigilância dos militares. Não vê quem não quer.
Mais do que uma coalizão eleitoral ou de governo, representa uma aliança da nova força que emerge no país, o conservadorismo fundamentalista com as forças tradicionais e modernas das elites empresariais e de classe média brasileiras, já que o PSDB perdeu seu eleitorado para o PSL e o bolsonarismo.
Bolsonaro e o conservadorismo, aliado ao fundamentalismo religioso, apesar de ser a principal força social e eleitoral, representam uma ruptura histórica com a forma da hegemonia burguesa e das elites, daí a total concordância de todas forças políticas e sociais que apoiam Bolsonaro com o programa ultraliberal de Guedes, mas com dissensão praticamente em todos os demais temas, seja a política externa e o alinhamento total com Trump, o meio ambiente, a cultura, as terras e os indígenas, a escola sem partido, as mulheres, LGBTs e uma política de segurança que reprime e tem licença para matar nas periferias uma juventude em sua maioria desempregada e negra. Setores do chamado centrão e a oposição liberal, seja no parlamento ou em parte importante da mídia, se opõem abertamente à agenda de costumes do presidente, e no Congresso, no Judiciário, no STF, o governo soma derrotas. Mas atenção: não em seu programa econômico.
A questão principal é que essa aliança agora hegemônica conta com apoio não só eleitoral, mas inclusive social, para levar adiante seu programa ultraliberal mesmo por meios autoritários, como tem ameaçado e encontrado resistência não apenas na esquerda, mas no centro, no STF e em parte da mídia.
O ator, escritor e humorista Gregório Duvivier esteve recentemente em Portugal para apresentar Sísifo, o seu monólogo dirigido por Vinícius Calderoni. Antes de percorrer os teatros do país, aproveitamos a oportunidade para bater um papo com Duvivier acerca de como enfrentar a crescente do autoritarismo mundo afora através da arte.
“Qualquer artista que não se posicionou contra o Bolsonaro nas eleições eu, a princípio, sinto um desprezo profundo por ele, porque ele é artista, caralho! Assim, é o mínimo que se espera. Tem um governo que é claramente contra a sua identidade, a sua profissão. Ele é contra a função da sua profissão no mundo, ele despreza o que você faz, certo? Se você for, ainda por cima, homossexual ou negro, duplamente ele te despreza!”, afirmou, durante entrevista concedida ao canal Hedflow.
Gregório também contou quais são as suas preferências musicais, falou sobre como educar uma filha mulher vivendo numa sociedade patriarcal e deixou claro o que ele acha sobre a legalização da maconha no Brasil:
“A maconha hoje é a commodity agrícola mais cara do mundo. Um grama de maconha custa mais do que um grama de qualquer outra erva, semente, planta, né? Então, é claro que interessa e deveria estar interessado há muito tempo, mas em algum momento isso vai falar mais alto. Tomara que isso venha no Brasil junto com uma reparação aos grupos que mais sofreram com a proibição. Hoje em dia nós temos que batalhar, não só pela legalização, mas também para que o comércio da maconha beneficie àqueles que sofreram com a proibição”, completou.
Gregório Duvivier acaba de ganhar, ao lado dos colegas do canal Porta dos Fundos, o prêmio Emmy Internacional na categoria ‘Melhor Série de Comédia’ pelo especial ‘Se Beber, Não Ceie’, produzido pela Netflix, além de estrear nos cinemas com o filme ‘A vida invisível’, obra dirigida por Karim Aïnouz e que representará o Brasil na próxima edição do Oscar.
O mercado da bola do Cruzeiro deve ser agitado neste final de ano. Com dificuldades financeiras e precisando se adaptar à nova realidade de 2020, o clube deverá se desfazer de alguns medalhões. Os altos salários são o principal motivo para uma reformulação no elenco. Além disso, o futebol aquém do apresentado pela maioria deles também dificulta a permanência de alguns nomes bastante conhecidos do futebol brasileiro. Veja abaixo alguns jogadores que podem deixar a Raposa a partir de agora.
Thiago Neves: o meia encabeça a lista de prováveis saídas. Mesmo com contrato até 2020, Thiago foi afastado no final desta temporada e acabou virando o jogador símbolo do rebaixamento, despertando a ira da torcida e entrando em rota de colisão com o gestor de futebol, Zezé Perrella. O camisa 10 revelou que foi procurado pela diretoria para fazer o último jogo do ano e disse que aceitaria reduzir seu salário para jogar a Série B, mas a tendência é que Thiago seja negociado com algum clube ou que faça um acordo amigável para deixar o Cruzeiro.
Fred: o atacante tem mais um ano de contrato, mas encerrou sua segunda temporada de forma decepcionante. Artilheiro no início do ano, com média de quase um gol por jogo, Fred terminou 2019 na reserva e entre os primeiros na lista de mais criticados pela torcida. Apesar da queda brusca de rendimento, o principal entrave para manter o atacante é o salário que supera R$ 1 milhão.
Edilson: o lateral é um dos jogadores mais bem remunerados em sua posição, mas passou o segundo ano sem render o esperado no lado direito. Em relação ao ano passado, Edilson teve um 2019 ainda pior, já que perdeu a titularidade no meio do ano e deverá seguir na reserva, se o colombiano Orejuela permanecer na equipe. Ao lado dos companheiros já citados, Edilson também está entre os atletas mais criticados do elenco e teve seu nome citado como um dos apontados pela saída de Rogério Ceni do clube, episódio que marcou muito a trajetória do Cruzeiro na Série A.
Pedro Rocha: emprestado pelo Spartak Moscou até o final do ano, o atacante deverá voltar para a Rússia ou encontrar outro clube. Sem dinheiro, o Cruzeiro não exercerá sua prioridade de compra.
Dedé: o zagueiro é outro com contrato longo (até 2021) e salário alto. Ídolo da torcida nos últimos anos, ficou com sua imagem arranhada no episódio que culminou a saída de Rogério Ceni. Cobiçado no início do ano, tem chance de se despedir do clube se pintar novas propostas.
Marquinhos Gabriel e Sassá: a dupla também não pode ser descartada em uma eventual lista de jogadores negociáveis do Cruzeiro. Nenhum deles foi titular absoluto no ano, e correm o risco de deixar a equipe, novamente pela necessidade de enxugar os gastos.
Medalhões que podem ficar: apesar da intenção de fazer a limpa, alguns nomes conhecidos devem ficar e formar a espinha dorsal do novo Cruzeiro. O goleiro Fábio (39 anos), o zagueiro Léo (31) e o volante e capitão Henrique (34) são considerados homens de confiança de Adilson Batista. O problema é que a alta idade do trio pode interferir no futuro de outros atletas.
Fábio tem a opção de pendurar as chuteiras, mas uma eventual permanência pode fazer com que o reserva Rafael, de 30 anos, procure um novo destino para jogar. Além disso, o clube também terá que contar com dois jogadores tarimbados por motivos diferentes. Rodriguinho chegou ao Cruzeiro neste ano, mas passou grande parte do segundo semestre machucado, e está sendo preparado para voltar em 2020. Outro que deve ficar é Robinho. Apesar de ser um dos mais criticados do elenco, o meia está lesionado e tem previsão de retorno entre abril e junho, o que dificultaria qualquer assédio de outra equipe.
No jogo Vasco 1 x 1 Chapecoense, que estabeleceu recorde de público (mais de 70 mil pagantes) no Maracanã no Campeonato Brasileiro, os paraenses Rossi e Yago Pikachu comemoram o gol marcado pelo segundo – em cobrança de pênalti. Diante das câmeras, Rossi mostra a bandeira do Pará por baixo do uniforme. (Foto: Rafael Ribeiro)
Caetano Scannavino havia acabado de receber a notícia de que a residência de seu irmão, Eugênio, foi arrombada na terça-feira, 3, quando concedeu entrevista à reportagem do ‘Estado’ sobre o inquérito da Polícia Civil que envolve a ONG Saúde & Alegria, coordenada pela família. Antes, havia dito que as investigações levaram a ameaças e ofensas nas redes sociais. Foi a primeira vez que as hostilidades deixaram o plano virtual para o real.
Criada em 1987 por Eugênio Scannavino, a instituição era e continua voltada ao atendimento médico a populações ribeirinhas e de difícil acesso. De lá para cá, a Saúde & Alegria ampliou sua atuação, focando também no meio ambiente.
Após a deflagração da Operação Fogo do Sairé, que investiga incêndios em Alter do Chão (PA), a ONG se viu no meio de uma investigação sobre suposta ação de brigadistas para desviar recursos de preservação da Amazônia.(…)
“É uma coisa absurda. Eu quero crer que houve uma falha grave de interpretação, uma leitura extremamente subjetiva”, afirma Caetano Scannavino. Ele questiona o tratamento dado aos brigadistas presos. “Você já viu algum grileiro, com provas cabais de grilagem, ter a cabeça raspada e ser jogado para a imprensa com roupa de presidiário?”