Para transformar protestos em levantes

Para as próximas manifestações é preciso pensá-las, não como respostas aos lunáticos de domingo, mas contra o sistema, contra a radicalização do capital. Não se trata de uma questão ideológica, de cores, mas de luta de classes

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Por Raphael Fagundes

Perante a iminência de cortes para a Educação, a esquerda vem se mobilizando para contornar essa medida draconiana do governo. “Que tempos são esses em que é preciso defender o óbvio”, disse o poeta.

Uma multidão saiu às ruas no domingo (26) para defender as medidas do governo. E por mais leviano que isso pareça, essa multidão ainda defendeu a queda do Congresso (Legislativo) e do STF (Judiciário). Com plenos poderes, o Executivo poderia abrir o Brasil para os investidores internacionais, enfraquecendo as instituições públicas e transformar o país em um quintal para um mercado lascivo, que pouco se importa para as vidas que aqui vivem.

Como alguém vai à rua defender a aliança entre o Executivo e o mercado? O fim dos poderes que podem mediar esta relação? Os cortes na Educação e o fim dos direitos trabalhistas? Perante a esses absurdos, as esquerdas passaram a defender o óbvio. Educação, os Três Poderes, uma Reforma da Previdência branda e outras pautas que fazem funcionar qualquer democracia liberal passaram a ser o objeto de luta das multidões que se dizem esquerdistas.

As pautas lembram as reivindicações de 2013. Mas, e se essa esquerda defendesse com mais clareza o socialismo? Provavelmente, todas as forças – mídia, Exército e empresariado – estariam bem mais preocupadas. Teríamos uma ditadura? Ou essas reivindicações se transformariam em movimentos realmente revolucionários capazes de derrubar o sistema? A conscientização se cristaliza através da luta, mas se não pensarmos em propostas realmente transformadoras, as manifestações podem virar uma questão de revanche, uma disputa vazia entre quem bota mais gente nas ruas. Às vezes, parece que um lado quer provar apenas que é maior que o outro, uma intriga que traz audiência para os jornais.

Será que defender o óbvio é o melhor caminho? Será que não é esse o projeto dominante: um conflito entre o óbvio e os radicais de direita?

A mídia cobre os dois lados, pois sabe que ambos não alteram o projeto de poder das forças econômicas que controlam o país. No “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, desta quarta-feira (29), chegou-se a comparar as manifestações com um grupo de capivaras que ganhou as ruas do Distrito Federal.

Uma manifestação por reforma agrária, taxação das fortunas e pela nacionalização de setores chaves para o progresso do país causaria medo às classes dominantes. A esquerda precisa voltar a ser antissistêmica e reincorporar o discurso radical, anticapitalista e por uma relativa igualdade social. Mas o que vemos é que à medida que os conservadores se radicalizam, as esquerdas tendem a se moderar, em uma linguagem popular, “nutelizar”.

Para as próximas manifestações é preciso pensá-las, não como respostas aos lunáticos de domingo, mas contra o sistema, contra a radicalização do capital. Não se trata de uma questão ideológica, de cores, mas de luta de classes. Não podemos fazer briga de torcidas, não é o povo contra Bolsonaro, mas os trabalhadores, a pedra angular do país rumo ao progresso, contra a brutalidade da acumulação capitalista. Quando seremos capazes de transformar protestos em levantes?

Inter vence Papão e garante classificação

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Atos pela educação confirmados para mais de 150 cidades nesta quinta-feira, 30

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Estudantes, professores e trabalhadores ligados à educação ocuparão as ruas do Brasil, nesta quinta-feira (30), contra corte de verbas nas universidades e institutos federais, pretendidos pelo governo Jair Bolsonaro. De acordo com um levantamento da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da CUT, são cerca de 150 cidades com manifestações marcadas, seja por secundaristas, universitários, pós-graduandos, professores e trabalhadores.

Apesar da força apresentada no último dia 15, quando 200 cidades pararam contra Bolsonaro, os estudantes afirmam que a educação ainda está sob ataque. “Estive na Câmara dos Deputados em uma audiência pública, na última semana, para tentar argumentar com o ministro da Educação contra os cortes, mas ele se recusa a nos ouvir. Então será pelas ruas que ele vai ter que entender. No dia 15 levamos mais de 2 milhões de pessoas para as ruas, e o próximo dia 30 tem tudo para repetir esse público”, disse a presidenta da UNE, Marianna Dias.

As manifestações desta quinta-feira também colocam em pauta a” reforma” da Previdência e a greve geral, marcada pelas centrais sindicais, no dia 14 de junho. A CUT e entidades filiadas, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), aderiram à mobilização.

Na capital paulista, o ato está marcado para o Largo da Batata, zona oeste, a partir das 17h. Já no Rio de Janeiro, o movimento estudantil se concentrará na Candelária, centro da cidade, a partir das 15h. Manifestações em defesa da educação também estão marcadas ao redor do mundo, como em Nova York (Estados Unidos), Genebra (Suíça), Lisboa (Portugal) e Dublin (Irlanda).

Confira aqui a lista completa da programação da UNE

A programação de todos atos nas capitais:

– Rio Branco: Praça da Revolução, centro, a partir das 11h
– Maceió: Praça do Centenário, bairro do Farol, a partir das 13h
– Macapá: Praça da Bandeira, no centro, a partir das 15h
– Manaus: Praça da Saudade, no centro, a partir das 15h
– Salvador: Praça do Campo Grande, próximo ao Teatro Castro Alves, a partir das 10h
– Fortaleza: Praça da Gentilândia, bairro Benfica, às 14h
– Brasília: Museu Nacional da República, a partir das 10h
– Vitória: Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo, na Avenida Fernando Ferrari, às 16h30
– Goiânia: Praça Universitária, Setor Leste Universitário, a partir das 15h
– São Luís: Praça Deodoro, centro, a partir das 15h
– Cuiabá: Praça Alencastro, no Centro Norte, às 14h
– Campo Grande: Praça Ary Coelho, no centro, a partir das 15h
– Belo Horizonte: Praça Afonso Arinos, no centro , às 17h
– Belém: Praça da República, no bairro Campina, às 16h
– João Pessoa: Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a partir das 15h
– Curitiba: Praça Santos Antrade, no centro, às 18h
– Recife: Rua Aurora, em Santo Amaro, a partir das 15h
– Teresina: Praça da Liberdade, no centro, às 8h
– Rio de Janeiro: Candelária, região central, a partir das 15h
– Natal: Praça Cívica, no bairro Petrópolis, às 15h
– Porto Alegre: Esquina Democrática, no centro histórico, às 18h
– Porto Velho: Universidade Federal de Rondônia (UNIR), no centro, às 16h
– Boa Vista: Centro Cívico, a partir das 16h
– Florianópolis: Praça XV de Novembro, no centro, a partir das 15h.
– São Paulo: Largo da Batata, em Pinheiros, a partir das 17h
– Aracaju: Praça General Valadão, região central, a partir das 15h
– Palmas: Universidade Federal do Tocantins (UFT), às 18h

Desgastado com a torcida, Abel deixa o Flamengo

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Abel Braga não é mais técnico do Flamengo. Sentindo-se isolado e desprestigiado pela diretoria, principalmente na decisão de escalar os reservas contra o Fortaleza, sábado, no Estádio Nilton Santos, ele decidiu entregar o cargo. Com ele, saem os auxiliares Leomir e Fabio Moreno. A expectativa é de que o time seja comandado nos próximos jogos pelo auxiliar permanente do clube Marcelo Sales.

Abel comunicou sua decisão em reunião na tarde desta quarta-feira, no Ninho do Urubu. Os jogadores foram pegos de surpresa pela informação e fizeram questão de reafirmar o carinho que têm pelo treinador. O clima foi de comoção e emoção entre as partes.

Ao término da encontro, o grupo aplaudiu Abel Braga. Já na partida contra o Athletico-PR, os atletas já tinham feito questão de demonstrar apoio ao comandante, abraçando-o tanto no gol da vitória, marcado por Rodrigo Caio, quanto ao apito final.

Abel pediu demissão na manhã desta quarta-feira em conversa com a cúpula do clube por telefone. No entanto, sua saída foi tratada como oficial apenas depois de uma conversa com o presidente Rodolfo Landim e os jogadores no Ninho do Urubu, à tarde, no horário do treinamento.

O português Jorge Jesus é o preferido da diretoria para substituí-lo. O clube já iniciou contatos com o treinador durante passagem de Marcos Braz e Bruno Spindel pela Europa e há confiança a respeito de um acerto. Três vezes campeão português, cinco da Taça da Liga e uma da Taça de Portugal pelo Benfica, ele foi eleito o melhor treinador de seu país por três anos e conquistou títulos também pelo Sporting. Seu último trabalho foi o Al Hilal, da Arábia Saudita.

Abel Braga voltou ao Flamengo no início deste ano, após passagem em 2004. Na atual temporada, são 32 partidas, 19 vitórias, oito empates e cinco derrota, 59 gols marcados e 29 sofridos. Com o treinador, o Rubro-Negro conquistou a Flórida Cup, a Taça Rio, o Campeonato Carioca, classificou às oitavas de final da Libertadores, venceu o primeiro jogo das oitavas da Copa do Brasil e está em sexto no Brasileirão.

Papa Francisco para Lula: “O Bem vencerá o mal”

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O Papa Francisco enviou uma carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político desde abril de 2018. No texto, o Pontífice manifesta solidariedade a Lula por suas recentes perdas, pede que o ex-presidente não desanime e siga confiando em Deus.

Francisco lembra ainda a morte e a ressurreição de Jesus Cristo e ressalta que, ao final, “o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação”.

Essa é a segunda vez que o Papa se comunica com o ex-presidente desde que Lula foi preso injustamente em Curitiba. Em 2018, o Pontífice enviou um rosário abençoado e uma mensagem de paz escrita na versão italiana do livro “A Verdade Vencerá”, de Lula.

No início de abril, o ex-presidente escreveu ao Pontífice e agradeceu o apoio de Francisco em pró da justiça e dos direitos dos mais pobres. Leia a íntegra das mensagens:

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A sentença eterna

“O bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação”.

Papa Francisco em carta enviada a Lula

Treino noturno encerra preparação do Papão para enfrentar o Inter

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Com treino noturno, nesta terça-feira, o elenco do Paissandu encerrou os preparativos para o jogo contra o Internacional nesta quarta-feira (29), no Mangueirão, valendo pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Leandro Niuhues, auxiliar técnico permanente, comandará interinamente a equipe na partida.

A escalação não foi divulgada pelo interino, mas é provável que o time comece com Tiago Luís no meio-campo, ao lado de Johnny Douglas e Marcos Antonio. No ataque, Nicolas deve ser o homem de referência, tendo Pimentinha e Vinícius Leite como atacantes de lado.

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O Inter, que venceu a primeira partida por 3 a 1, tem a vantagem do empate e pode perder até por um gol de diferença. O Paissandu precisa ganhar por dois gols de diferença para forçar a decisão em penalidades ou por três gols de vantagem para ficar com a vaga.

Será o primeiro jogo com utilização do árbitro de vídeo (VAR) no futebol paraense. A novidade tecnológica é obrigatória em jogos da Copa do Brasil. (Fotos: Jorge Luiz/Ascom PSC)