
POR GERSON NOGUEIRA
A dupla Re-Pa tem sérios desafios pela frente neste domingo. A essa altura da fase de classificação, a Série C começa a definir os times que irão mesmo disputar a classificação à próxima fase. É quando os mais capazes começam a mostrar que têm força e musculatura para chegar longe na competição. Leão e Papão estão no G4 do grupo B, separados por um ponto, mas precisam pontuar para não permitir que Volta Redonda e Juventude, nas duas primeiras colocações, se distanciem.
O Remo, que jogará no estádio Jornalista Edgar Proença, tem como adversário o Atlético-AC, que não repete a surpreendente campanha do ano passado, mas é um time bem montado, que gosta de trocar passes e controlar a posse de bola.
Pelo que se viu nos treinos da semana, Márcio Fernandes só deverá fazer mudanças na defesa, forçado pelas circunstâncias. Deverá ter improvisações na defesa, mas no meio-campo e no ataque vai repetir o time que tropeçou no Ypiranga-RS na segunda-feira.
O Remo tem 8 pontos, dividindo a ponta com Volta Redonda e Juventude, mas inferiorizado pelos critérios de empate. Não pode nem sonhar em perder pontos em casa. Tinha dois jogos a cumprir em Belém, com possibilidade de marcar seis pontos, mas o empate com o Ypiranga reduziu a possibilidade de lucro.
A equipe tem se comportado bem defensivamente, mas enfrenta dificuldades para marcar gols. Fez três até agora, um deles marcado por um zagueiro (Fredson), e sofre com o desperdício de chances. O meio-campo, mesmo sem atuações portentosas, tem criado condições para que os atacantes marquem, mas os gols são raros.
Gustavo Ramos, titular pelo lado esquerdo, comporta-se mais como um quinto meio-campista, destacando-se como aplicado marcador e pouquíssimas vezes aparecendo em condições de definir jogadas.
Emerson Carioca, que foi utilíssimo na campanha do bicampeonato estadual, tem limitações que não permitem que aproveite as manobras com bola no chão. Pelo alto, não consegue disputar com as altas defesas que o Remo tem enfrentado.
Fernandes não tem muitas alternativas para tornar a equipe mais eficiente no ataque, mas poderia optar por uma aproximação mais qualificada, que permitisse arremates de média distância. Alex Sandro, Douglas Packer, Garré, Ramires e Carlos Alberto são opções que não devem ser subestimadas.
Contra o Boa Esporte, em Varginha (MG), o Papão tem a oportunidade de fechar o giro fora de casa com um resultado satisfatório. Empatou com o Volta Redonda no domingo passado, jogando com excessiva cautela e pragmatismo.
Na partida desta noite, terá que sair mais de seu campo e utilizar os jogadores de lado. Léo Condé tem Pimentinha e Vinícius Leite para executar ações de contra-ataque. Pode corrigir o erro cometido contra o Internacional, pela Copa do Brasil, quando preferiu Paulo Henrique a Pimentinha no ataque.
Com Nicolas centralizado e dois jogadores rápidos pelas extremas, o PSC passa a ter chances de envolver a marcação do Boa Esporte, cuja defesa é talhada para o jogo aéreo, mas mostra embaraços para enfrentar trocas de passe e tabelinhas.
O fato é que os dois gigantes não podem correr o risco de ficar para trás na classificação e precisam fazer valer o maior investimento em relação aos adversários de hoje. É de conhecimento até do reino mineral que Atlético e Boa Esporte têm elencos bem mais modestos e ambições menores que os dois representantes paraenses.
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Bola na Torre
Giuseppe Tommaso comanda a atração, a partir da 22h, na RBATV. O programa terá a participação de Paula Marrocos e deste escriba de Baião.
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Direto do blog campeão
“Gerson, você é bondoso ao dizer que o Paysandú não jogou na retranca. Foi uma reprise do jogo contra o Volta Redonda; ataque contra defesa. Se já não bastassem no elenco os inúteis Tiago Primão, Paulo Rangel e Paulo Henrique, agora mais dois – Anderson Uchoa e Diego Rosa – são candidatíssimos aos postos de pescadas brancas. Com esse ataque cardíaco, gastar dinheiro para ir ao Mangueirão, na próxima semana, nem pensar!”.
George Carvalho, um bicolor descrente de milagres.
(Coluna publicada no Bola deste domingo, 26)