Para provocar o Galo, meia do Cruzeiro brinca com tragédia de Brumadinho

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O meia Thiago Neves, do Cruzeiro, usou a função Stories de seu Instagram nesta segunda-feira para provocar o rival Atlético-MG. No entanto, sua brincadeira acabou causando muito mal estar em Minas Gerais. O camisa 10 postou uma foto do muro do centro de treinamento do Galo e colocou a seguinte legenda: “Atenção aí, pessoal. Barragem que já caiu uma vez assusta moradores de Vespasiano e região”, escreveu, em referência ao rebaixamento dos alvinegros, em 2005.

No entanto, o atleta passou a ser alvo de uma chuva de críticas de milhares de internautas, que o acusaram de total insensibilidade quanto à recente tragédia de Brumadinho. Por conta do rompimento de uma barragem da Vale, já são 114 mortos em razão da lama que varreu a cidade próxima a Belo Horizonte.

Ainda há 205 desaparecidos que estão sendo buscados pelos bombeiros na maior tragédia ambiental da história do Brasil.

Após alguns minutos, Thiago Neves apagou a postagem. Procurada, a diretoria do Atlético-MG inicialmente não fez nenhum pronunciamento oficial.

“Diante de tamanha infelicidade, não há o que falar. Só lamentar”, disse um cartola alvinegro, à ESPN. Minutos depois, porém, o Galo usou seu Twitter para responder: “Aqui não brincamos com tragédia. Estamos preocupados em ajudar”.

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Depois de forte reação nas redes sociais, Thiago Neves apagou a postagem. Mais tarde, publicou um pedido de desculpas. “Galera, peço sinceras desculpas pela infelicidade do último Story que fiz. Na intenção de brincar com o rival, não percebi naquele momento que estava excedendo os limites e que isso poderia chatear tanta gente”, escreveu.

“Quando tudo aconteceu, nos sensibilizamos imensamente com a tragédia e buscamos todas as formas de ajudar para minimizar os danos irreparáveis causados em Brumadinho. Hoje errei, e fica aqui o meu pedido de perdão pela postagem de mau gosto”, completou.

A frase do dia

“Moro lança pacote ‘anticrime’ que possibilita zerar a pena de policiais que matarem em serviço e comprovarem ‘medo, surpresa ou violenta emoção’. É a legalização da pena de morte, sem julgamento, praticada por agentes públicos”.

Guilherme Boulos, líder do MTST

Pacote de Moro radicaliza o conceito de ‘licença para matar’

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Por Gil Alessi, no El País

Nesta segunda-feira, o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, apresentou seu projeto de lei anticrime, um pacote de iniciativas que alteram o código penal e outras legislações com o objetivo de “estabelecer medidas contra a corrupção, o crime organizado e os crimes praticados com grave violência à pessoa”. Alguns dos pontos do documento de 34 páginas ampliam a definição e o escopo do que passa a ser considerado legitima defesa no que tange a agentes estatais, e abrem o caminho para que maus policiais sigam impunes, afirma Ivan Marques, diretor executivo do Instituto Sou da Paz.

O projeto de Moro afirma que “o juiz poderá reduzir a pena até a metade ou deixar de aplicá-la se o excesso [cometido pelo policial] decorrer de escusável medo, surpresa ou violenta emoção”. Na prática, o testemunho de um policial envolvido em ocorrência com morte muitas vezes já serve como prova para inocentá-lo em casos de suposto confronto. Agora, este agente poderá alegar “medo, surpresa ou violenta emoção” para justificar um assassinato. Caberá ao juiz acatar ou não a justificativa. Moro negou que as alterações criem “licença para matar”. Mas estas mudanças têm potencial para levar a um aumento ainda maior no número de civis mortos pela tropa. Em 2017, as polícias brasileiras foram responsáveis por 5.144 mortes no país, uma média de 14 por dia. O número corresponde a um aumento de 20% com relação a 2016. Os dados, os mais recentes disponíveis sobre letalidade de agentes estatais, são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Neste mesmo período foram 367 policiais mortos, 5% a menos do que no ano anterior.

“Entendemos que este tipo de acréscimo ao código penal é um não critério: qualquer troca de tiro entre policiais e criminosos poderá ser caracterizada como um lugar onde os agentes envolvidos estarão sob efeito de medo, ou forte emoção”, afirma Marques, do Sou da Paz. “Isso alimenta a lógica do confronto: policial que matar em serviço e elencar alguma destas características não irá sofrer consequência”. Segundo ele, “a letalidade policial no Brasil já é alta, e tende a aumentar caso o projeto seja aprovado”.

Não se sabe quantos destes 5.144 mortos nas mãos das polícias foram vítimas de excessos, tampouco quantos policiais foram punidos por homicídios dolosos. Mas o país tem um histórico sangrento de abusos por parte das forças públicas. Como os Crimes de Maio de 2006, nos quais mais de 500 pessoas foram mortas em retaliação por ataques do Primeiro Comando da Capital a policiais – 59 eram agentes policiais. Relatórios independentes apontaram para sinais de execução em várias ações da polícia. O episódio levou à criação do Movimento Independente Mães de Maio, organizado por familiares das vítimas.

EXTERMÍNIO

Um policial que matar uma pessoa e alegar que agiu sob “escusável medo, surpresa ou violenta emoção” pode ficar sem nenhuma punição, caso um projeto de lei proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, seja aprovado pelo Congresso Nacional. É o chamado excludente de ilicitude, que foi tão propalado pela campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Por dia, 14 pessoas são assassinadas após intervenção policial no país, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No total, o pacote anticrime de Moro, primeiro ato de destaque apresentado pelo ministro, altera 14 legislações e endurece o combate à corrupção, ao crime organizado e a crimes praticados com violência. As propostas ainda precisam ser analisadas pelos deputados e senadores. A expectativa no Governo é que o pacote anticrime seja enviado ainda neste mês ao Legislativo.

As propostas dividem a opinião de especialistas. Há os que o consideram uma “licença para matar”. Outros que entendem que elas dão um primeiro passo para combater a corrupção, mas é superficial em temas como segurança pública e a questão prisional. “A proposta do ministro legitima execuções e extermínios praticados por policiais. Uma verdadeira lei do abate de jovens pobres”, afirmou o advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo.

Leão completa 114 anos hoje

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Fundado a 5 de fevereiro de 1905 (e reorganizado em 15 de agosto de 1911), o Clube do Remo comemora hoje 114 anos de existência. A história do clube teve início do século XX, época em que o remo era um dos principais esportes praticados no Brasil. Em uma competição ocorrida em 1905, atletas vinculados ao Sport Club do Pará decidiram se desligar do clube devido a desentendimentos com outros companheiros de equipe momentos antes de uma regata. O grupo dissidente era formado por Victor Engelhard, Raul Engelhard, Eugênio Soares, Narciso Borges, José Henrique Danin, Vasco Abreu e Jean Marechal (Eduardo Cruz).

Esses sete atletas logo tiveram a ideia de criar um outro clube. A eles se juntaram desportistas de Belém que tinham o mesmo interesse e assim surgiu o Grupo do Remo. O Estatuto Social foi divulgado no Diário Oficial do Estado, ano XV, nº 4.049, de sexta-feira, 9 de junho de 1905. O 15º artigo do estatuto descrevia a bandeira azulina como um “retângulo azul-marinho, tendo ao centro uma âncora branca, em sentido oblíquo, circulada por 13 estrelas da mesma cor”.

No dia 1º de outubro de 1905, foi inaugurada a sua sede náutica, que funcionava em um prédio alugado da Intendência Municipal, à Rua Siqueira Mendes. Foi o ponto de partida para uma das mais populares agremiações do país, que depois iria priorizar o futebol como atividade esportiva.

Brasil, um pesadelo a cada click

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“Eu vivi pra ver um negro vestindo uma camisa com o rosto da Magareth Thatcher. Será que ele sabe que ela foi a maior financiadora da política de segregação racial da África do Sul, conhecida popularmente como Apartheid? Brasil, um pesadelo a cada click.” (Via Herbert Cordeiro, no Facebook)