
Imagem da manifestação #EleNão no centro do Rio de Janeiro, neste sábado. Organizados por mulheres contra a candidatura de Jair Bolsonaro, os atos de protesto tomaram conta de ruas e praças de todo o Brasil.

Imagem da manifestação #EleNão no centro do Rio de Janeiro, neste sábado. Organizados por mulheres contra a candidatura de Jair Bolsonaro, os atos de protesto tomaram conta de ruas e praças de todo o Brasil.




(Fotos: Guilherme Barra)

O Instituto MDA realizou pesquisa por encomenda da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em que o candidato do PT, Fernando Haddad, chega ao empate técnico com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. O levantamento confirma a elevação diária de Haddad em direção aos índices de avaliação que foram registrados anteriormente por Lula e Dilma, na medida em o petista se torna conhecido em todo Brasil como o indicado do ex-presidente Lula. Veja os índices.
Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais para mais e para menos, o candidato Fernando Haddad está tecnicamente empatado com Bolsonaro, já no primeiro turno. No segundo turno, Haddad já vence Bolsonaro por uma diferença compatível com o levantamento do Ibope e do Datafolha – ambas apresentam a vitória do petista por 6%.
Haddad já empata com Ciro Gomes no segundo turno. O MDA também levantou a hipótese de um segundo turno entra Haddad e Alckmin. O petista também vence o tucano no segundo turno. Veja:
Por Marcos Rolim (*)
A expressão fascismo retornou ao debate político nacional com determinada ênfase. O mesmo tem ocorrido em outras nações onde grupos políticos de extrema-direita reivindicam valores e símbolos do fascismo e do nazismo. Na Grécia, o porta voz do Partido Aurora Dourada, Ilias Kasidiaris, é um confesso admirador de Hitler; na Alemanha, grupos neonazistas já produziram atentados com vítimas fatais e, no mês passado, em Chemnitz, na Saxônia, centenas de neonazistas saíram às ruas para protestar contra a morte de um alemão (veja aqui: https://goo.gl/SCaU1H). Cenas semelhantes ocorrem na França onde o fascismo é representado politicamente pela Frente Nacional; na Áustria com o Partido Liberal e em quase toda a Europa, inclusive nos países nórdicos onde há movimentos que promovem atos violentos contra imigrantes e refugiados. Nos EUA, organizações em favor da supremacia branca como Nação Ariana,White Power, Skinheads e Ku Klux Klan protestam contra negros, homossexuais, imigrantes e judeus, assumindo inclusive as saudações nazistas, como ocorreu em 2017 em Charlottesville, na Virgínia (veja o discurso dos neonazistas americanos aqui: https://goo.gl/sXigcG).

Tais movimentos possuem características comuns que, de fato, autorizam defini-los a partir do conceito de fascismo? Em caso positivo, que características seriam essas?
As perguntas remetem para uma definição a respeito do fascismo, algo que parece ainda mais relevante no Brasil onde surgiu nas redes sociais a ideia de que o fascismo e o nazismo seriam movimentos “de esquerda”. Recentemente, a embaixada da Alemanha divulgou em sua página no Facebook um vídeo sobre o nazismo, mostrando que as escolas alemãs ensinam seus alunos desde muito cedo o que foi o nazismo (veja aqui: https://goo.gl/ZG9t2w) e que há, por todo o país, muitos museus e referências históricas orientados pelo objetivo de “conhecer e preservar a história para não repeti-la”. O vídeo caracteriza o nazismo como um movimento de extrema-direita e reproduz declaração do ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, que diz: “Devemos nos opor aos extremistas de direita, não devemos ignorar, temos que mostrar nossa cara contra neonazistas e antissemitas”. Foi o que bastou para que vários internautas brasileiros passassem a questionar a embaixada alemã. Alguns negando o Holocausto, outros sustentando que o nazismo havia sido um movimento “de esquerda”. Uma reação que envergonha o Brasil diante do mundo e que revela o fenômeno relativamente recente de uma ignorância militante para quem as noções compartilhadas em suas bolhas digitais são mais verdadeiras do que a experiência e a elaboração cultural da nação Alemã sobre o nazismo.
Nas Ciências Sociais não há um conceito universal sobre o fascismo. O fenômeno tem sido tratado em sua dimensão histórica a partir de teorias singularizantes ou generalizantes. O primeiro tipo destaca as características do fascismo italiano, sustentando que as diferenças com as demais experiências, a começar pelo nazismo são diversas o suficiente para desaconselhar o emprego de um conceito unificador.
As teorias generalistas, por seu turno, sustentam que, por sobre as características específicas de cada experiência, há determinados elementos que autorizam o emprego do conceito para descrever um conjunto homogêneo de fatores. Nessa linha, se compreende o fascismo como um movimento autoritário, nacionalista e militarista, inimigo da democracia e dos Direitos Humanos, centrado na figura central de um chefe carismático, a quem se atribui qualidades mitológicas, vocacionado à dominação política através de um partido de massa, proponente de uma ideologia que destaca os valores da ordem e da disciplina e disposto à aniquilação física de seus opositores pela violência e pelo terror. O fascismo costuma se vincular a uma ideia de supremacia racial ou de segmento e é comum que persiga minorias étnicas, além de grupos como os gays e os comunistas.
Vários desses elementos estiveram presentes no ideário da Ação Integralista Brasileira, partido político criado nos anos 30 por Plínio Salgado e que foi inspirado fortemente pelo nazismo. Algumas lideranças políticas nacionais foram fascistas, mas, nunca na história brasileira, um movimento com clara adesão ao ideário fascista encontrou expressão política tão ampla como com o bolsonarismo.
Na tradição marxista, o fascismo foi definido como “a ditadura aberta da burguesia”. A expressão, tornada conhecida pelas resoluções da III Internacional Comunista, reproduz a vulgata reducionista que retira da política sua autonomia e a transforma em um apêndice dos interesses econômicos. No caso, essa definição impede que se diferencie o fascismo das formas de dominação autoritárias tradicionais. Os movimentos fascistas possuem uma vocação totalitária, o que pode ser traduzido pela tendência de operar a fusão entre a estrutura do partido e do Estado, assegurando uma espécie de dirigismo estatal absoluto, capaz de se imiscuir em todos os temas, inclusive aqueles que dizem respeito à vida privada. Nesse particular, as experiências históricas do fascismo e do comunismo se encontraram, criando regimes cuja essência foram os campos de extermínio.
(*) Doutor e mestre em Sociologia e jornalista. Presidente do Instituto Cidade Segura. Autor, entre outros, de “A Formação de Jovens Violentos: estudo sobre a etiologia da violência extrema” (Appris, 2016)

Por Gil Alessi e Flávia Marreiro, no El País
“Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição”, disse Jair Bolsonaro, candidato de extrema direita do PSL, em entrevista ao programa policial de José Luis Datena, na TV Bandeirantes, nesta sexta-feira. O desafio explícito à autoridade eleitoral brasileira não tem precedentes desde a redemocratização. Nunca, desde a volta às eleições diretas, um competidor com chances de vitória fez ameaça antecipada e explícita de que não reconhecerá os resultados. “O PT só ganha na fraude”, disse o deputado federal, sem apresentar qualquer prova. Não há registro de fraudes de monta no sistema eletrônico de votação em 22 anos de instalação no país. As pesquisas eleitorais, no momento, indicam que o candidato, que lidera no primeiro turno, mas é rejeitado 46% da população, perde em todos os cenários de segundo turno.
O apresentador perguntou a Bolsonaro, capitão reformado do Exército e cujo vice é um general, se os militares reagiriam no caso de uma vitória eleitoral do petista Fernando Haddad. Bolsonaro respondeu: “Sobre as instituições militares aceitarem o resultado, eu não posso falar pelos comandantes militares. Eu, pelo que eu vejo nas ruas, eu não aceito resultado das eleições diferente da minha eleição. Isso é um ponto de visto fechado”, disse ele no Hospital Israelita Albert Einstein, onde segue internado após um atentado a faca em 6 de setembro. Datena, então, pergunta se a declaração não é antidemocrática e Bolsonaro responde dizendo que não aceita um sistema apenas eletrônico, sem ao menos parte do voto em papel. O candidato conseguiu passar uma lei no Congresso para impor uma cota de votos impressos, mas a exigência acabou barrada pelo Supremo Tribunal Federal em junho.
Adversários de Bolsonaro reagiram. “Bolsonaro diz que não vai aceitar a derrota. Mostra mais uma vez que não está preparado para a democracia, quer manter o país dividido. Respeite a decisão popular, candidato”, disse, pelo Twitter, o tucano Geraldo Alckmin.
Em outro momento da entrevista, Bolsonaro disse ainda que, em caso de um eventual Governo Haddad, as Forças Armadas poderiam atuar “na primeira falta” que o petista ou seu partido cometessem. “Poderia acontecer com o PT errando, sim. Nós, das Formas Armadas, somos avalistas da Constituição.” Não existe na Constituição brasileira, feita depois que o país deixou para trás 20 anos de ditadura, nenhum dispositivo que preveja a atuação das Forças Armadas em caso de “erros” do Executivo. Os militares devem obediência hierárquica ao poder civil.
Tour pela TV aberta
A entrevista no programa popular de TV é um encerramento com potencial positivo de exposição em uma semana ruim para a campanha de Bolsonaro. Além do Datena, ele falou ainda na Rede TV, no tour pela TV aberta pouco usual, já que a lei eleitoral brasileira fala em não tratamento privilegiado a nenhum candidato em mídia de concessão pública.
A série de reveses dos últimos dias teve um dos pontos altos na quinta-feira, quando a revista Veja revelou que a ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle, o havia acusado de ocultação de patrimônio, recebimento de pagamentos não declarados e do furto de um cofre – além de ter dito que o candidato tem um comportamento “agressivo” – durante o processo de separação do casal.
Segundo a Veja, as acusações constam em um processo judicial que foi aberto por Valle em 2008 na 1ª Vara de Família do Rio de Janeiro. À época ela e Bolsonaro estavam em meio a uma separação litigiosa. A ex-mulher do candidato à presidência afirmou nos autos que ele recebia “remuneração de militar da reserva, de deputado federal e outros proventos que ultrapassam mais de 100.000 reais mensais”, valor incompatível com a renda do casal. Valle não explica o que seriam estes “outros proventos”, responsáveis por triplicar a renda do parlamentar – cujos vencimentos oficiais somariam 35.300 reais.
Bolsonaro também não explicou. Ele usou sua conta no twitter para reagir à matéria. “Estamos na reta final para as eleições. Mais uma vez parte da mídia de sempre lança seus últimos ataques na vã tentativa de me desconstruir. O sistema agoniza, vamos vencê-lo”, escreveu, sem comentar nenhuma das acusações. “Há anos tentam nos parar com rótulos criminosos falsos e com meias verdades distorcidas”, concluiu. Ao Datena, ele disse: “A minha própria ex-mulher diz que ali mente muita coisa.” Ana Cristina Siqueira Valle, que agora usa o sobrenome Bolsonaro e é candidata a deputada, minimizou as acusações que fez em conversa com a revista.
Ainda segundo informações do documento obtido pela Veja, Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral em 2006, quando disputou vaga na Câmara federal, um patrimônio de 433.934 reais – apenas 10% do valor dos bens informados por Valle no processo com base na declaração do imposto de renda do militar. Ele teria deixado de fora três casas, cinco lotes, uma sala comercial e um apartamento. O professor de direito Eleitoral do Instituto Brasiliense de Direito Público Daniel Falcão afirmou que a prática não constitui crime. “Alguns afirmam que o que o Bolsonaro fez poderia ser enquadrado como falsidade ideológica eleitoral, mas o Tribunal Superior Eleitoral não tem uma jurisprudência consolidada neste sentido”, diz. Na prática, não há uma exigência de que a declaração de bens à Justiça Eleitoral seja condizente com a do imposto de renda.
E a última estocada da ex-mulher no capitão veio na forma de uma acusação de furto: ele teria se apropriado do conteúdo de um cofre onde ela guardava joias e dinheiro em espécie em uma agência do Banco do Brasil, que somava 1,6 milhão de reais em valores atualizados. Valle, que disputa uma vaga de deputada federal pelo Podemos – e usa o nome do ex em seu material de campanha – relativizou as acusações, que segundo ela seriam fruto de “excessos retóricos”. O caso do furto foi arquivado pela polícia no ano passado, uma vez que Valle foi convocada a depor duas vezes, mas não compareceu.
Nas redes sociais os defensores de Bolsonaro se voltaram contra a Veja. Um vídeo gravado pela jornalista e candidata a deputada federal pelo PSL Joice Hasselmann no qual ela fala que um veículo da imprensa teria recebido 600 milhões de reais para prejudicar o capitão na reta final da campanha viralizou. A hashtag Veja600Milhões entrou no trending topics do twitter. Em tempo, Hasselmann não apresentou prova alguma de suas acusações, tampouco falou que a Veja seria a beneficiária.

Como era esperado, o Datafolha divulgado agorinha dá resultados coma tendência que mais cedo se apontara aqui. Bolsonaro para de crescer e ficando em 28 %. A pesquisa, ainda que tenha sido finalizada hoje, não captou, senão de forma incipiente, as trapalhadas atuais da campanha do ex-capitão.
Haddad supera o patamar dos 20% e chega a 22 %, se aproximando de um empate estatístico com Bolsonaro e se isolando de Ciro Gomes, que fica em terceiro, com 11%.
A tendência está definida e não é improvável que Haddad vença o primeiro turno.
No segundo turno, as projeções ampliam a vitória de Haddad sobre Bolsonaro.
O candidato do PT teria, segundo o Ibope, 45% contra 39% de Bolsonaro.
Bolsonaro perde para todos.

Texto de Luiz Vassallo, Ricardo Brandt e Fausto Macedo no Estado de S.Paulo informa que a força-tarefa da Operação Lava Jato defendeu, nesta sexta, 28, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conceda uma entrevista coletiva a órgãos de imprensa interessados. O requerimento foi enviado ao juiz federal Sérgio Moro após os jornais Folha de S. Paulo e El País obterem autorização do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, para entrevistar o petista, preso em Sala Especial da Polícia Federal, em Curitiba. Doze procuradores da República, que compõem a força-tarefa da Lava Jato, inclusive Deltan Dalagnoll, subscrevem a petição a Moro.
De acordo com a publicação, o ministro do Supremo atendeu a reclamação movida pelos jornalistas Mônica Bergamo e Florestan Fernandes. Eles recorreram contra decisão da juíza Carolina Moura Lebbos, da 12.ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelo processo da execução penal do ex-presidente – condenado a 12 anos e um mês de reclusão na ação penal do caso triplex, por corrupção e lavagem de dinheiro. Após a decisão de Lewandowski, a força-tarefa da Lava Jato encaminhou requerimento a Moro afirmando haver diversos outros veículos de comunicação que solicitaram entrevista a Lula. “Em vista das duas liminares já concedidas, bem como considerando que os demais requerentes encontram-se nas mesmas condições dos reclamantes, tem-se que se mostra razoável estender tal direito a todos os jornalistas, ou empresas de jornalismo, que fizeram perante esse MM. Juízo pedido semelhante”.
Para a força-tarefa, ‘devem ser revistas as decisões lançadas nos autos que impediram por qualquer fundamento os órgãos de imprensa citados no item precedente, sob pena de, segundo o comando da decisão preferida, perdurar violação ao comando constitucional’, completa o Estadão.

Por Fernando Brito, no Tijolaço
O que devem dizer os que acham justo condenar Lula por suspeitas de ter “atribuído” a si um apartamento que não está em nome dele ou de parentes e que lotam, agora, revoltados contra o “comunismo” do jornal as seções de comentários de O Globo na matéria que detalha, com os registros de cartório, que Jair Bolsonário prestou falsa declaração à Justiça Eleitoral deixando de declarar a propriedade de duas casas, avaliadas em R$ 2,6 milhões?
Sim, duas.
A primeira, a da Rua Maurice Assuf, na Barra da Tijuca,no Rio, avaliada em R$ 1,6 milhão, no processo da partilha de bens com Ana Cristina revelado pela “Veja”. Foi comprada em novembro de 2002 e nunca declarada na Justiça Eleitoral, como é obrigatório.
A segunda, a de número 58 do Condomínio Vivendas da Barra, à beira-mar, comprada com um valor escritural abaixo da metade do valor de mercado usado no cálculo do ITBI, em janeiro de 2009 e omitida na declaração apresentada em julho de 2010, quando de seu registro como candidato a deputado federal.
O assunto, portanto, não é mais “barraco conjugal”, mas o de falsidade ideológica para a ocultação de patrimônio.
E não é “convicção”, é prova, documentos de cartório, assinados por ele próprio.

Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão – 29ª rodada
Paissandu x Goiás – estádio da Curuzu, 19h15

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