Diversidade musical impera no Ziggy

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A programação desta semana do Ziggy Hostel Club vai abrir as portas da casa para os artistas paraenses Elder Effe, Arthur Espíndola e convidados, Marcelo Kahwage, Turbo, The Baudelaires, Juca Culatra e diversos DJ’s da cena belenense.

As atividades culturais começam com a Quarta de Bolso, que apresenta o Pocket Show do músico e compositor Elder Effe. Ele já fez parte de várias bandas bacanas da cena paraense, como a Suzana Flag, Johnny Rockstar e Laurentino e Os Cascudos. Atualmente ele trabalha em seu projeto solo e na Spoleta Blues, e vai apresentar o repertório de seu primeiro álbum solo, intitulado “As Crônicas do Bandido”, que busca uma pegada Folk Rock com doses de Country.

E a quinta-feira do Ziggy será marcada pela segunda edição do Samba no Quintal, evento que leva música ao vivo para a área externa da casa, com muito swing e alegria. A ocasião vai receber uma roda de samba comandada por Arthur Espíndola e seus convidados, Rebeca Lindsay e Kim Marques. A noite ainda vai contar com a discotecagem do DJ Eddie, que vai mandar muita brasilidade no Club da casa.

A programação de sexta inicia com mais uma edição do projeto Antes de Tudo, que desta vez traz o pocket show do músico paraense Marcelo Kahwage. Ele vai fazer um pocket show totalmente dedicado ao grupo britânico Oasis. O repertório vai englobar vários sucessos da banda, como: Wonderwall, Don’t Look Back In Anger, Champagne Supernova, entre outros. A entrada é gratuita.

Em seguida, após o Antes de Tudo, a Roquerági especial Festival Se Rasgum entra em cena: as bandas Turbo e The Baudelaires, dois grupos que integram o line up do festival deste ano, vão dar as caras no palco do Ziggy e mandar muito rock pra galera já ir entrando no clima do Se Rasgum. Ainda vai rolar discotecagem dos DJ’s Lux e Vandersexxx + promo de breja a noite inteira.

E o sábado começa com o segundo Drops Festival Se Rasgum, evento que vai levar vários pockets shows gratuitos para diversos pontos culturais da cidade. O músico Andro Baudelaire vai estrelar a edição desta semana com um show acústico no café do Ziggy, às 18h.

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E pra fechar com chave de ouro, a Ziggy Me Up vai botar todo mundo pra dançar aquele Reggae com a discotecagem dos DJ’s Azul e Alex Roots. Além deles, ainda vai rolar o show do Juca Culatra, que se apresenta sempre com muito bom humor e gingado.

SERVIÇO

(18.10) Happy Hour + Quarta de Bolso. Happy Hour: 17h às 20h | Chope Brahma: R$ 6,00. Pocket show: Elder Effe – 20h. Entrada gratuita

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(19.10) Samba no Quintal – Arthur Espíndola e convidados. A partir das 17h. Happy Hour: 17h às 19h | Chope Brahma: R$ 6,00. Show: Arthur Espíndola e convidados (19h – 22h). DJ: Eddie

Entrada: 17h às 20h – R$ 10 (dá direito a 2 chopes e mais a permanência pra festa) | R$ 15 a partir de 19h | R$ 20 a partir de 20h

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(20.10) Antes de Tudo – Marcelo Kahwage canta Oasis. Hora: 17h às 21h

Pocket Show: Marcelo Kahwage canta David Bowie (20h). Entrada gratuita

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(20.10) Roquerági especial Festival Se Rasgum com Turbo e The Baudelaires. A partir das 22h. Shows: Turbo e The Baudelaires. DJ’s: Lux e Vandersexxx. Entrada: R$ 15 a partir de 22h | R$ 20 a partir de 23h

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(21.10) DROPS Festival Se Rasgum: Andro Baudelaire. A partir das 17h

Pocket Show: Andro Baudelaire (18h). Entrada gratuita

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(21.10) Ziggy Me Up com Juca Culatra. A partir das 22h. Show: Juca Culatra. DJ’s: Alex Roots e Azul. Entrada: R$ 15 a partir de 22h | R$ 20 a partir de 23h

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Café Bar Ziggy Hostel Club – Funcionamento: quarta a sábado, 17h às 23h.

Ziggy Hostel Club – Trav. Benjamin Constant, 1329, entre Nazaré e Braz de Aguiar.

(by Se Rasgum Press)

Ex-bicolor é arma do Luverdense

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O atacante Alfredo é uma das esperanças de gol do Luverdense (MT) no jogo desta noite, em Lucas do Rio Verde, contra o Paissandu pela 30ª rodada da Série B. A curiosidade fica por conta da passagem pouco destacada do centroavante pela Curuzu, na temporada passada. Depois de se desligar do Papão, o jogador retornou ao clube mato-grossense, pelo qual havia atuado antes.

Além de Alfredo, o Luverdense aposta na qualidade do meia Marcos Aurélio e do atacante Rafael Silva, que disputaram a final da Copa Verde deste ano contra o Papão. A partida começa às 20h30 (horário de Belém).

Cartilha do Enem defende pena de morte e prisão perpétua

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POR FERNANDO BRITO, no Tijolaço

Recebo, chocado, via Luiz Costa Pinto, e vou verificar nCartilha do Participante – Redação no Enem 2017distribuída pelo MEC, a passagem que reproduzo acima. Numa tradução simples, não se constituem atentados aos direitos humanos aqueles que, sob a cobertura do Estado e da lei, vilipendiarem a vida de um ser humano.

Pelo estranho senso de direitos humanos dos autores (desculpem, não posso chamá-los de professores), as degolas de pessoas a cimitarras na Arábia Saudita são ” contratos sociais cujos efeitos todos devem conhecer e respeitar em uma sociedade”.

O enforcamento, com baraço e pregão, de Tiradentes, seguido do esquartejamento e salga de suas terras e a maldição de seus descendentes eram, igualmente, normais, porque as leis conferiam ” ao Estado a administração da punição ao agressor”.

A escravatura estava nos códigos imperiais e na Constituição, até a Princesa Isabel. Com direito a poste e chicote em praça pública, porque, consagra o Direito, a pena deve ter caráter pedagógico e desestimular, pela punição, o cometimento de crimes que terão castigo exemplar.

Então, o garoto ou a garota poderá escrever, sem medo do professor que lerá sua redação, um parágrafo assim:

“Diante da atual onda de violência que caracteriza um sofrimento da sociedade, é justo que ela reaja no mesmo diapasão, fazendo aprovar leis que condenem à morte e ao suplício os acusados de crime e, para que isso produza efeito, que isso se faça com transmissão pelos meios de comunicação. Leis, claro, que a todos obriguem e não mero sadismo individual, o que seria, aí sim, uma afronta aos direitos humanos.

Deve, ainda, prever legalmente que a execução se faça – dentro do espírito de uma legislação que desestimule o crime – com meios que evidenciem o castigo que a coletividade confere aos que a agridem, com a decepação progressiva de seus membros e a exposição – há o precedente legal da “Lei de Talião” – da dor e sofrimento que causaram ao desrespeitar o que deviam ” conhecer e respeitar em uma sociedade” Claro que, com a misericórdia que nos obrigam nossas tradições ocidentais e cristãs, deve haver regras legais para a duração do suplício, digamos que dez minutos, para não dispersar o interesse coletivo, até a aplicação do golpe de misericórdia’.

Dez, nota dez!

Deus do céu, regredimos não anos, milênios!

Campanha chama atenção para a importância da doação de órgãos

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No próximo dia 23 de outubro, a Fifa vai premiar, em Londres, o gol mais bonito de 2016 com o Prêmio Puskás. Entre os candidatos estão verdadeiras “pinturas” de todos os cantos do mundo. Mas para a ABTO – Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, o gol mais bonito do ano não está na lista. Ele aconteceu fora das 4 linhas em julho deste ano: para salvar a vida do seu sobrinho, o pequeno Milo, o jogador argentino Alejandro Benítez, mais conhecido como Lulo, abriu mão da própria carreira e doou parte do fígado para o garoto, na época com 9 meses.

A notícia foi divulgada pelos principais jornais da Argentina e também alguns veículos do Brasil.Lulo Benítez atuava pelo Central Larroque, que disputa do Torneio Argentino C, e resolveu parar a carreira quando descobriu que era compatível para a doação do órgão ao garoto, que nasceu com uma obstrução dos vasos que transportam bílis do fígado para a vesícula e por isso precisava do transplante.

Para não deixar uma atitude tão inspiradora passar em branco, a ABTO assina o movimento#PUSKASPARALULO (www.puskasparalulo.com) pedindo para que jogadores, torcedores, imprensa e influenciadores compartilhem a história do argentino e façam esse golaço chegar até a FIFA. Quem sabe assim, ele não concorre a uma menção no Prêmio Puskás, na maior cerimônia do futebol mundial.

Mais que ganhar ou concorrer ao prêmio, a intenção da campanha é inspirar e chamar a atenção das pessoas a serem doadoras de órgãos. Porque uma coisa é certa: não existe gol mais bonito que salvar vidas.

Vídeos da ação:

https://www.youtube.com/watch?v=r9Gp6x3VpuA

A ação #PUSKASPARALULO lançada pela ABTO chama atenção para os números no Brasil, mas principalmente para a falta de cultura da doação. O assunto ainda é tabu para muitas pessoas e esse estigma precisa ser quebrado. De acordo com o relatório anual da ABTO, que traz estatísticas sobre a doação de órgãos no Brasil, hoje, no país, existem mais de 30 mil pessoas na fila à espera de um transplante e outras centenas de milhares estão espalhadas por todo o mundo.

De 2015 para 2016, o Brasil obteve aumento de 3,5% nas doações, atingindo 14,6 doadores por milhão de população (pmp). Mas, embora este resultado seja favorável, houve leve redução na recusa familiar no país, o que mantém o índice de rejeição ainda alto. Atualmente, infelizmente ainda 43% das famílias brasileiras entrevistadas não autorizam a doação dos órgãos.

SOBRE O PRÊMIO

Lançado em outubro de 2009, o Prêmio FIFA Ferenc Puskás é realizado com o objetivo de premiar o jogador  que marcou o gol mais bonito do ano. O prêmio é uma homenagem a Ferenc Puskás Biró, capitão da seleção da Hungria que encantava o planeta com seus gols nos anos de 1950. O vencedor do Prêmio Puskás será conhecido por votação popular realizada no site da Fifa. A entrega do prêmio acontecerá na cerimônia do Fifa The Best, no dia 23 de outubro, em Londres.

Show “Acordes do Círio” reúne ícones da música paraense

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Um exímio e reconhecido violonista e dois guitarreiros, cujas trajetórias remetem à história da guitarrada paraense. Na próxima quinta-feira, 19, no Teatro do SESI, a partir das 20h, o show “Acordes do Círio” trará um momento histórico para a música paraense, reunindo Sebastião Tapajós, Mestre Solano e Mestre Vieira, no mesmo palco. Juntos, eles somam mais de 180 anos de trajetória musical.

A abertura conta com participação de Mestre Laurentino.  Os ingressos já estão à venda no teatro (Alm. Barroso, 2540) e on line: https://www.bilheteriadigital.com/show-acordes-do-cirio-19-de-outubro. Custam R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).

Eles já se conhecem há décadas. E nestes mais de 60 anos que cada um contabiliza de carreira, nunca estiveram juntos num só espetáculo, embora já tenham se frequentado de outras formas. Sebastião Tapajós fez um disco intitulado “Aos da Guitarrada”. Deu uma música de presente a Solano, “Rei Solano”, e o guitarrista retribuiu a homenagem compondo “Samba para Tião”. Amigos pessoais, eles também estreitam relações com Vieira. Sebastião Tapajós está no DVD dos 50 anos de Guitarrada, gravado, ao vivo, no Theatro da Paz, em 2012.  Solano é amigo de Vieira, o visita em Barcarena. E também de Sebastião, com quem já fez apresentações em Marabá, Santarém e Belém, Rio de Janeiro e São Paulo.

O show “Acordes do Círio” tem na banda base, os músicos MG Calibre (baixo), que também assina a direção musical do espetáculo, Igor Capela (Violão), Batista (Guitarra Base), Márcio Jardim (Percuteria), Carlos Brito Canhão (bateria e percussão), Dinho (teclados) e Daniel Delatuche (trompete). A direção de produção é de Luciana Medeiros, com Carlos Canhão Brito e Kátia Melo.  Apoio do SESI-PA e Teatro do SESI, UEPA – Universidade do Estado do Pará, Cultura Rede de Comunicação – TV, Rádio e Portal Cultura e Secom, Macieira Filmes e Holofote Virtual – Arte, Comunicação e Mídia, Doceria Amorosa, Nossa Água, ViaMix. A realização é da Central de Produção Cinema e Vídeo na Amazônia.

Sebastião Tapajós 

Sebastião Tapajós Pena Macião, Sebastião Tapajós, 74, é um dos instrumentistas brasileiros de maior prestígio no exterior e de grande popularidade na Alemanha, onde já esteve 90 vezes e lançou mais de 30 discos.  Há quase duas décadas, porém, esse violonista virtuoso, de formação erudita, optou por uma vida simples e bucólica, numa casa de frente para a praia de Pajuçara, próxima a Santarém, no Pará.

Iniciou na música aos 10 anos. Formado no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, estudou guitarra e composição com Emílio Pujol, na Espanha, e foi durante muito tempo professor de violão clássico no Conservatório Carlos Gomes, em Belém.  Ao longo da carreira, de mais de 60 anos, tocou com nomes consagrados da música brasileira e internacional, da importância de Hermeto Pascoal, Sivuca, Paulo Moura, Waldir Azevedo, Astor Piazzolla, Gerry Mulligan, Oscar Peterson e Paquito D’ Rivera. Da discografia do violonista no Brasil constam 45 títulos.

Sebastião Tapajós segue a carreira se apresentando pelo país e compondo músicas novas. No início deste mês ele se apresentou no show de Leila Pinheiro, inaugurando o Teatro do Sesi. Após esta apresentação, em Belém, em poucos dias o músico segue para Brasília para cumprir nova agenda de shows.

Mestre Solano

Mestre Solano é José Felix Solano Melo, 76 anos, um dos precursores no ritmo da guitarrada, que começou a tocar aos nove anos.  Contando a partir daí,  são 63 anos de carreira, com 18 discos gravados, inúmeros shows e passagens por diversas gravadoras do Norte e Nordeste. Mestre Solano continua apostando na renovação, temperando as suas apresentações com novos arranjos e parcerias.

Em abril de 2014 lançou seu 17º álbum, “Som da Amazônia”, patrocinado pelo Projeto Natura Musical, que é uma verdadeira viagem pela sua carreira, passando por diversos gêneros musicais da região, contando com a produção da cantora Aíla e participações especiais, como Manoel Cordeiro e Sebastião Tapajós.

Hoje, Mestre Solano percorre o País difundindo a música paraense, quebrando barreiras geográficas e culturais, com passagem por países da América Latina como Argentina, Guiana Francesa, Venezuela, Suriname e Cuba. Sua última turnê fora do Estado, ocorreu em julho do corrente ano, a qual passou pelas cidades de São Paulo, Brasília e a Vila de São Jorge na Chapada dos Veadeiros-Go.

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Mestre Vieira

Mestre Vieira completa 83 anos, no dia 29 de outubro. Ele é Joaquim de Lima Vieira, um ícone da cultura paraense, músico autodidata, que tocou o primeiro instrumento, o banjo, aos cinco anos de idade. Depois aprendeu a tocar cavaquinho, bandolim e violão, até se apaixonar pela guitarra. Reconhecido como o criador da guitarrada, ele está de volta aos palcos depois de quase um ano afastado por problemas com a saúde. Recentemente, fez shows no Rio de Janeiro, como participação especial de aniversário de cinco anos da banda carioca, Noites do Norte, com quem acaba de gravar um clipe, e no encerramento da etapa Niterói do projeto Territórios da Arte  – Interculturalidades, da UFF e Funarte.

O músico possui cerca de 20 discos lançados entre LPs inéditos, coletâneas e CDs inéditos, o último foi “Guitarreiro do Mundo”, lançado em 2015, com shows em Recife (Porto Musical), Belém (Tábuas de Maré), Rio de Janeiro (Caixa Cultural) e Brasília (Ocupação Funarte). O músico é a inspiração da série de animação “Os Dinâmicos”, projeto vencedor de edital financiado pela linha PRODAV da Ancine, com exibição prevista nas TVs públicas, Comunitárias e Universitárias.

Mestre Laurentino

O espetáculo “Acordes do Círio” terá abertura de Mestre Laurentino, 91 anos, o roqueiro mais velho do Brasil. Ele presenteará o público com três musicas, além de seu carisma, charme e sua gaita inconfundível. Paraense, nascido em 1926, em Ponta de Pedras, no Marajó, João Laurentino da Silva, ou simplesmente Mestre Laurentino, já esteve co abanda Rádio Cipó, teve banda própria no projeto Mestre Laurentino e os Cascudos.

“Acordes do Círio”

Sebastião Tapajós (violão) + Mestre Solano (guitarra solo) + Mestre Vieira (guitarra solo) + Mestre Laurentino (gaita) – Participação especial – abertura

Banda base: MG Calibre (baixo), Igor Capela (Violão), Batista (Guitarra Base), Márcio Jardim (Percuteria), Carlos Brito Canhão (bateria e percussão), Dinho (teclados) e Daniel Delatuche (trompete).

Ficha Técnica

Direção de Produção: Luciana Medeiros

Direção Musical: Mg Calibre

Produção: Kátia Melo e Carlos Canhão Brito

Iluminação: Cláudio Castro

Som: Sérgio Brito

Fotografia: Débora Flor

Art Design: Márcio Alvarenga

Realização: Central de Produção

Apoio: SESI-PA e Teatro do SESI, UEPA – Universidade do Estado do Pará, Cultura Rede de Comunicação – TV, Rádio e Portal Cultura e Secom, Macieira Filmes e Holofote Virtual – Arte, Comunicação e Mídia, Doceria Amorosa, Nossa Água, ViaMix.

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Serviço

“Acordes do Círio” – Um encontro com Sebastião Tapajós, Mestre Solano e Mestre Vieira. Nesta quinta-feira, 19 de outubro, às 20h, no Teatro do Sesi – Na Almirante Barroso, 2540 – Marco, Belém – PA. Ingressos à venda no teatro (Alm. Barroso, 2540) e on line: https://www.bilheteriadigital.com/show-acordes-do-cirio-19-de-outubro: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). Mais informações: 91 3088.5858 e 98134.7719 ou pelo e-mail: lume.com@gmail.com.

(Divulgação) 

Tragédia sem grife

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POR IVAN LONGO, na revista Forum

Dois dias após o que já considerado o maior atentado terrorista desde o 11 de setembro norte-americano foram suficientes para que as notícias sobre a Somália fossem escanteadas dos principais jornais do Brasil e do mundo. Nesta segunda-feira (16), autoridades locais informaram que já passa de 300 o número de pessoas mortas após o ataque duplo à bomba ocorrido no último sábado (14) no país africano.

Apesar da gravidade do episódio, a mídia tradicional preferiu dar mais destaque hoje a assuntos relacionados à política, aos incêndios na Europa ou mesmo à “eventos cósmicos”. Para os maiores jornais do Brasil e do mundo, o fato de morrerem 300 pessoas de forma brutal em um país africano historicamente castigado pela miséria e pelos conflitos de milícias locais não é assim tão importante. As vítimas e a localização geográfica deste tipo de tragédia, no entanto, é um fator determinante para a comoção ou a falta dela nas pessoas, de acordo com o que pauta essa mesma mídia.

Para se ter uma ideia, o último atentado antes ao do país africano, o de Las Vegas (EUA), em que 58 pessoas morreram e outras centenas ficaram feridas, causou uma comoção instantânea baseada na cobertura em tempo real dos principais jornais do mundo. A diferença de tratamento com relação às vítimas e aos lugares onde este tipo de assassinato em massa acontece começa pela escolha do termo.

Em Las Vegas, não é “atentado”, é “ataque”. O assassino, por sua vez, não é “terrorista”, é “atirador”. Na Globo, teve até o famoso “plantão”. O assunto permaneceu como capa de jornal por dias e dias e a tag #PrayForLasVegas dominou as redes sociais – ela segue, inclusive, como sendo uma das mais utilizadas do Twitter, 15 dias após o fatídico episódio.

No The New York Times, por exemplo, a notícia sobre o atentado na Somália já não aparece na capa do portal. Já a atualização do número de feridos hospitalizados em Las Vagas está lá com destaque.

Não é muito diferente do que fez o G1, um dos portais de notícias mais lidos do país. No site vinculado à Globo, não há na capa qualquer menção ao caso da Somália e assuntos como a descoberta de um “evento cósmico” ganharam mais destaque. Folha de São Paulo e Estadão, por sua vez, até deram a notícia, mas sem desque algum, quase que escondida.

Dada essa seletividade na cobertura jornalística, fica fácil entender o motivo pelo qual apenas dois dias depois as únicas menções à tag #PrayForSomalia sejam apenas de internautas reclamando da falta de destaque do assunto na mídia, mesmo o ataque tendo vitimado mais que o triplo de pessoas que o ataque de Las Vegas, que segue com destaque na mídia mundial.

O que está em jogo neste tipo de atuação da mídia não é se um ataque é mais ou menos grave que o outro, mas a capacidade deste setor de escolher por quem ou não você ou nós devemos nos comover. Se nós rezamos por Las Vegas ou somos todos Charlie Hebdo, também rezamos pela Somália e somos todos somalis.

Episódios como esses devem ser registrados e lembrados no curso da história para que não mais aconteçam. Mas no que depender da mídia tradicional, se for na África, uma nota escondida já é o suficiente.