Estudantes do Nordeste dão baile em Olimpíada de História

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Os estudantes do Nordeste apresentaram um melhor desempenho no conhecimento de história que o restante do Brasil na final da 9ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), realizada nos dias 19 e 20 de agosto, na Unicamp, em Campinas (SP).

Os estudantes nordestinos levaram 52 medalhas, sendo o Ceará o melhor estado, com 26 medalhistas. Em segundo lugar ficou o Rio Grande do Norte, 16 medalhistas. Depois veio São Paulo, com 14, Bahia, 6, e Pernambuco com 4. Veja pontuação abaixo por ordem alfabética.

“Esta é nossa última vez na ONHB e posso dizer que a experiência foi muito boa. Quero voltar um dia como orientador de equipe ou até mesmo um dia como elaborador da prova”, afirmou o medalhista Felipe de Mello Souza, estudante do 3º ano do Ensino Médio.

O evento reuniu mais de 1,2 mil finalistas de todos os estados brasileiros, somando um total de 307 equipes. O Nordeste também foi a região que classificou o maior número de finalistas, o que configura uma boa base de conhecimento.

Ao longo desta semana, a organização da Olimpíada realiza um Curso de Formação gratuito para 32 professores finalistas com maior pontuação em cada estado, que permanecem em Campinas entre os dias 21 e 25 agosto. O curso tem a participação de docentes da Unicamp e inclui aulas, palestras e visitas técnicas a museus e arquivos.

Como funciona a Olimpíada
A Olimpíada Nacional em História do Brasil, projeto desenvolvido pelo Departamento de História da universidade, é composta por cinco fases de provas realizadas de forma online, com duração de uma semana cada. As questões de múltipla escolha e realização de tarefas são respondidas pelos participantes por meio de debate com os colegas, pesquisa em livros, internet e orientação do professor. O método, totalmente inovador, tem como principal objetivo incentivar o desenvolvimento da análise crítica e discussões sobre os mais variados assuntos, por meio de pesquisa, busca por informações, textos, imagens e mapas. Dessa forma, a ONHB consolida-se como uma importante ferramenta de aprendizado do ensino de História. O projeto tem apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e do Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Medalhistas por estado
Bahia: 6 medalhas (2 ouro, 4 bronze)
Ceará: 26 medalhas (6 ouro, 4 prata, 16 bronze)
Minas Gerais: 2 medalhas (1 ouro, 1 prata)
Mato Grosso do Sul: 1 medalha (1 bronze)
Mato Grosso: 1 medalha (1 prata)
Pará: 1 medalha (1 bronze)
Paraíba: 1 medalha (1 bronze)
Pernambuco: 4 medalhas (3 pratas, 1 bronze)
Rio de Janeiro: 1 medalha (1 prata)
Rio Grande do Norte: 16 medalhas (4 ouro, 7 prata, 5 bronze)
Roraima: 1 medalha (1 bronze)
Rio Grande do Sul: 1 medalha (1 ouro)
São Paulo: 14 medalhas (1 ouro, 8 prata, 5 bronze)

Ministro-candidato impõe desmoralização ao Exército no Rio

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POR FERNANDO BRITO, no Tijolaço

Há um mês, com todo espalhafato possível, tropas e blindados do Exército Brasileiro ocuparam as principais vias do Rio de Janeiro.

Desde o ínício, ficou claro que era uma operação muito mais de propaganda do que de qualquer outra coisa.

O governo ilegítimo está usando, de um lado, a angústia da população e, de outro, o respeito que se tem pelo Exército Brasileiro numa jogada que não apenas não reduziu a insegurança dos cariocas e da população de seu entorno  quanto apresentou resultados pífios, nada senão a detenção de algumas dezenas de pessoas, uma dúzia e pouco de armas leves e nenhum – NENHUM! – dos armamentos pesados que qualquer um pode encontrar em comunidades pobres do Rio de Janeiro.

O que torna claro que não apenas não houve um planejamento de inteligência – e capacidade para isso o Exército tem – como a “entrada triunfal”  como espetáculo de mídia deu ao crime todas as vantagens de que precisava para “sumir” provisoriamente como o seu poder de fogo mais aterrador.

Hoje, porém, no jornal O Globo, revela-se sem o menor pudor que a propaganda na qual se usa o exército é não apenas política como eleitoral.

Raul Jungman, um político pernambucano sem voto – ficou como suplente em 2016, com 36.866 votos – e sem nenhuma passagem pelo Rio (o único cargo que exerceu aqui foi o de membro do conselho da Light, por indicação de Aécio Neves –  quer utilizar os  generais como seus  “cabos eleitorais” numa aventura perigosa para ganhar o governo do Estado.

Qualquer um que conhece um pouco – ou conhecia, antes – o pensamento dos oficiais do Exército brasileiro sabe o quanto os repugna – ou repugnava, antes – este tipo de desvio asqueroso no papel da Força.

Como se já não bastasse o Bolsonaro, um ex-militar que não corresponde ao que um exército profissional e moderno deveria ser, agora vem um civil picareta para acentuar a deformação de uma força armada a quem não só se impôs um papel de polícia que não é seu como o de milícia eleitoral de um oportunista.

Astros do Barça solidários com Neymar

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As principais estrelas do Barcelona não hesitaram em tornar público seu apoio ao ex-companheiro Neymar, horas depois que a diretoria do clube formalizou uma ação judicial cobrando 30 milhões de euros do atacante brasileiro. Messi, Luiz Suárez e Piqué postaram fotos ao lado de Neymar no Instagram em gesto interpretado pela mídia espanhola como de desaprovação à medida tomada pelo presidente Bartomeu. A manchete do jornal As é bem expressiva: “O motim do Instagram”.

PF conclui que Dilma não cometeu crime de obstrução da Justiça

DO ESTADÃO

A Polícia Federal concluiu que não houve crime de obstrução de justiça na indicação do ministro Marcelo Ribeiro Navarro Dantas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) por parte da ex-presidente Dilma Rousseff em 2015.

A constatação faz parte do relatório final da PF sobre um inquérito que tramita em segredo de justiça no Supremo Tribunal Federal (STF) e investiga se houve, na indicação de Navarro por Dilma, algum tipo de articulação para barrar a Lava Jato, por meio da atuação do ministro no STJ. A suspeita partiu da delação de Delcídio do Amaral, do ex-líder do governo Dilma no Senado.

Segundo Delcídio, Navarro foi escolhido para o STJ com o compromisso de conceder habeas corpus e recursos favoráveis a empreiteiros como Marcelo Odebrecht, do grupo Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutiérerrez.

O relatório da PF, encaminhado nesta segunda-feira (21) ao STF, apontou que, feitas todas as diligências, não se confirmou o depoimento de Delcídio do Amaral e do seu ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira. Segundo o Broadcast apurou, o relatório também não verificou nenhum tipo de conduta criminosa por parte do ministro Francisco Falcão, do STJ, que já foi presidente da Corte. O relatório já foi encaminhado à Procuradoria-Geral da Republica (PGR), para que decida se pede o arquivamento do caso ou se faz uma denúncia.

O protagonista

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POR GERSON NOGUEIRA

Bergson tem sido uma exceção na conturbada campanha alviceleste no Brasileiro. Com faro de goleador, marcou seis vezes e participou diretamente de outros três gols, tendo ainda desperdiçado um penal – contra o Londrina. Contribuições valiosas para um time que se caracteriza por um ataque quase inofensivo, com centroavantes que não conseguiram emplacar e jogadores de lado improdutivos.

Passou várias partidas de fora no começo da competição, recuperando-se de lesão sofrida ainda na Copa Verde. Quando voltou, custou a entrar no ritmo de competição, passando em branco em vários jogos. Sem explosão, limitava-se a ficar entre os zagueiros, com pouca participação nas jogadas de definição. Aos poucos, foi retomando a melhor forma e assumiu o protagonismo da equipe.

Apesar de jovem ainda, Bergson tem experiência de passagens por equipes de torcidas exigentes, como Inter, Grêmio e Náutico. Essa bagagem tem sido de extrema valia na relação com a Fiel bicolor, sempre pronta a cobrar bom futebol e comprometimento.

Pode-se dizer hoje, sem erro, que Bergson é o destaque individual de um time que busca se consolidar no aspecto coletivo, apesar de seguidos tropeços em casa. Com ele em campo, o Papão ganha em personalidade e até em atrevimento. Seus companheiros primam por um excesso de timidez que não combina com a vibração própria da camisa alviceleste.

Até chutes de fora da área rareiam quando Bergson não está em campo. Quem arrisca, sempre está passível de errar, mas o artilheiro tem tido um aproveitamento acima da média, tanto quando arremata da intermediária – como no golaço contra o Oeste – como em jogadas combinadas dentro da área, como se viu no gol que deu a vitória ao Papão diante do Santa Cruz, no Recife.

O destemor é parte indissociável do repertório dos grandes anotadores. Como se sabe, atacante encabulado não faz gol. Bergson demonstra isso ao encarar as jogadas sem receio de vaias ou recriminações. Parte, resoluto e confiante, em direção ao gol, buscando um atalho imaginário entre a lateral do campo e o bico da área inimiga. Nem sempre chega ao objetivo, mas a tentativa é sempre válida.

Sua movimentação é benéfica também para os companheiros de ataque, pois abre espaços e ajuda a confundir a marcação. Pena que, por enquanto, essa postura não tenha se refletido em melhor desempenho dos centroavantes Marcão e Anselmo. Magno, que cai mais pelo lado esquerdo, tem sido mais produtivo, aproveitando-se dos deslocamentos de Bergson. O terceiro gol contra o Oeste prova isso.

Contra o Internacional, adversário em franca ascensão no campeonato e com uma torcida cada vez mais inflamada, Bergson terá uma dupla missão: fazer os gols necessários para uma importantíssima vitória fora de casa e transmitir confiança aos companheiros de time, evitando que o Papão venha a se amofinar no Beira-Rio.

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Semifinais da Copa BR reabrem velho debate

Definição de finalistas da Copa do Brasil concentra atenções da torcida brasileira hoje à noite. Previsão de jogos duríssimos entre Fla x Bota e Cruzeiro x Grêmio, do jeito que a galera adora, com possibilidade de decisão em penais e tudo o que vem dentro do pacote de emoções dos torneios disputados em mata-mata.

Aliás, sempre que a Copa BR chega aos momentos decisivos é imediatamente reaberta a temporada de debates sobre a forma de disputa da Série A, com críticos e opositores inflamados em relação ao sistema de pontos corridos.

De minha parte, reafirmo minha preferência por um modelo misto, com finalíssima entre os ganhadores de turnos.

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Duas armas timbiras em favor do Leão

O Remo pisará em gramado maranhense para enfrentar o Moto Clube, sábado à tarde, com trunfos de primeira grandeza em busca da sonhada vitória. Pimentinha e Edgar, atacantes timbiras de grande sucesso com a camisa tricolor do Sampaio Corrêa, rival histórico do Moto, podem fazer a diferença no confronto.

Edgar, mais mercurial e esquentado, andou trocando safanões com a zaga motense no jogo realizado em Belém na primeira fase. Pimentinha, mais diplomático e sorridente, desconversa sobre o gostinho especial de enfrentar o Moto.

O fato é que, provavelmente um em cada tempo, os dois ex-bolivianos terão uma chance única de infernizar a defesa adversária e de causar sérias dores de cabeça à torcida do Moto. A conferir.

(Coluna publicada no Bola desta quarta-feira, 23)

Vendo o futebol de olhos fechados: uma homenagem a Willy Gonser

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POR MURILO ROCHA, em O Tempo

Por muitos anos, durante a minha infância e toda a adolescência, o domingo à tarde seguia sempre o mesmo ritual no apartamento térreo, de fundo, no número 212 da rua Monte Sião, na Serra, bairro da zona Sul de Belo Horizonte, onde morei com minha família até os 20 anos. Na sala, de frente para um prateado aparelho três em um, da Sony (LP, cassete e rádio), com o dial estacionado na frequência 610 AM, eu e meu irmão, três anos mais velho, ficávamos sentados no sofá da sala “vendo”, de olhos fechados, o Galo jogar.

Todo o jogo, com suas cores, ruídos e tensão, chegava para nós através de uma voz rouca, ecoada por duas imensas e potentes caixas de som. Quando a TV calhava de transmitir a partida (não havia pay-per-view), o jeito era abaixar o volume do televisor e deixar só o rádio falando. A gente confiava era no Willy Gonser. Os olhos, às vezes, nos enganavam. O Willy, nunca.

Éder Lopes, volante do Atlético entre 1987 e 1994, media apenas 1,76 m, era lento, tinha poucos recursos. Visto friamente, um jogador medíocre. Mas, na voz do Willy, o camisa 5 do Galo era imenso, o “Gigante de Formiga”. E ganhamos muitos jogos porque acreditamos nisso. Até o Éder Lopes acreditava. Uma das minhas primeira camisas foi justamente a dele – naquela época, você comprava o número separado e sua mãe o costurava nas costas.

Outro Éder, o Aleixo, ou melhor, o “Bomba de Vespasiano”, como foi batizado pelo Willy, chutava dez vezes mais forte naquelas transmissões de domingo lá em casa. Lembro bem, a cada gol dele ecoado pelas caixas de som, meu pai vinha correndo lá de dentro, invadia a sala – era impossível escutá-lo, mas pelo movimento da boca dava para perceber a sua fúria – e voltava aquela rodela, responsável por aumentar ou diminuir o som, do 10 para o 3. Mas o estrago já estava feito. Os vidros dos vizinhos já haviam estremecido, o João, cruzeirense gente boa do segundo andar já havia telefonado, minha mãe já havia sentenciado: “doentes”. A culpa não era nossa, mãe. Era da perna canhota do Éder e, principalmente, da voz estentórica do Willy.

Não bastava ouvir a transmissão ao vivo. No dia seguinte, na reprise dos gols, gravávamos aquelas narrações históricas em fitas cassetes. (Pagaria caro para reaver aquelas fitas. Leo, elas ainda existem?) Você se lembra daquele gol de empate contra o São Paulo, no Mineirão, pela semifinal do Brasileirão de 91? “Cléberrr, Cléberrr, Cléberrr. Subiu no terceiro andar e testou de forma IN-DE-FEN-SÁ-VEL contra o goleiro Zetti…”

E como esquecer aquele golaço do esforçado lateral-direito Dinho contra o Cruzeiro, em 95.“Dinho, o homem-coração, Dinho, o homem-força, Dinho, todo entrega, todo generosa luta, Dinho, o incompreendido, Dinho, o incompleto, mas um bom jogador.” Aquilo não foi a narração de um gol. Foi uma aula de Atlético.

E o Willy era mesmo um professor. Português perfeito, noção espacial acurada, repertório amplo, dicção precisa, entendia do jogo e da alma dos jogadores; por isso, narrava tão bem. Criado no Sul, descendente de alemães, nasceu gremista, se fez atleticano. O seu gol clássico era muito bonito de ouvir. Ele dizia, inicialmente, apenas “GOL”, de forma curta, como um estampido, depois, deixava propositalmente o barulho da torcida invadir o microfone por alguns segundos junto com aquela saudosa musiquinha “é gol, que felicidade, o meu time é a alegria da cidade”, para, em seguida, finalizar de forma arrebatadora, rasgando de forma poderosa e quase interminável um longo um grito de gol. Tudo isso, sem desafinar uma nota. Ficávamos, atônitos, esperando o gol terminar, mas parecia não terminar nunca. Seu fôlego, mesmo já depois de velho, era de dar inveja a qualquer jovem locutor.

Ironicamente, as grandes conquistas do Galo dentro de campo – a Libertadores de 2013 e a Copa do Brasil de 2014, além das atuações magistrais de Ronaldinho em 2012 – não foram contadas a nós pela voz forte do Willy. Ele já havia se aposentado. Mas, mesmo assim, dentro da cabeça de cada atleticano, em algum momento, a gente parou e imaginou como seria o Willy narrando aqueles momentos. Eu ainda faço isso e o escuto perfeitamente. Sempre fomos mais atleticanos na voz de Willy Gonser, “o mais completo do Brasil”.

Incompatibilidade democrática

POR WILSON GOMES – direto do Facebook

Jair Bolsonaro está revoltado. Acha que as escolas doutrinadoras ideológicas e bolivarianas estão na linha de frente da rejeição ao seu edificante projeto eleitoral. Declarou, com muitos adjetivos, multiplicada indignação e algum desastre gramatical, que “quem está na frente de uma sala de aula e diz que Bolsonaro é nazista; não é apenas mentiroso, mas desonesto, pilantra e vagabundo!”.

É capaz de os pilantras & vagabundos terem tomados providências para assegurar aos seus alunos que Hitler não era socialista. Tem razão o Bolsonazi…, quero dizer, o Bolsonaro. Continuando as coisas nesse passo, é capaz da pilantro-vagabundabem findar por dizer que, na verdade, o nazismo é que era uma espécie de bolsonarismo.

Sinceramente, não sei nem para que ir tão longe. O problema não é Bolsonaro ser nazista ou apenas um cachorro doido. É bastante explicar que o bolsonarismo é incompatível com a democracia, o liberalismo e, a bem pensar, até mesmo com o humanismo cristão. E com inteligência. Se bem que inteligência não anda muito em alta ultimamente.

PS. Voltei de Sampa. Vocês não fazem ideia de como faz bem à alma falar muito mal de Doria e do dorianismo para grandes plateias em São Paulo. Voltei revigorado. Vocês deviam experimentar.

Privatizar Eletrobras leva a aumento de conta e apagões

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POR DILMA ROUSSEFF

A privatização da Eletrobras, um dos mais novos retrocessos anunciados pela agenda golpista, será um crime contra a soberania nacional, contra a segurança energética do país e contra o povo brasileiro, que terá uma conta de luz mais alta. Um delito dos mais graves, que deveria ser tratado como uma traição aos interesses da Nação.

Maior empresa de produção e distribuição de energia elétrica da América Latina, a Eletrobras garante o acesso à energia a um país de dimensões continentais, com uma população de mais de 200 milhões de habitantes e com uma economia diversificada, que está entre as mais complexas do mundo.

A sua privatização, e provável entrega a grupos estrangeiros, acabará com a segurança energética do Brasil. Submeterá o país a aumentos constantes e abusivos de tarifas, à desestruturação do fornecimento de energia, a riscos na distribuição e, inevitavelmente, à ameaça permanente de apagões e blecautes. Devemos todos lembrar do ano de racionamento de energia no governo FHC.

O governo tem dois motivos principais para privatizar uma grande empresa como a Eletrobras: a aplicação da pauta neoliberal, rejeitada por quatro vezes nas urnas, e que é compromisso do golpe implantar; e o desespero para fazer caixa e tentar diminuir o impacto de um dos maiores rombos fiscais da nossa história contemporânea, produzido por um governo que prometia resolver o déficit por meio de um surto de confiança que não veio e um passe de mágica que não produziu. Produziu, sim, a compra de votos por meio da distribuição de benesses e emendas.

O meu governo anunciou déficit de R$ 124 bi para 2016 e de R$ 58 bilhões para 2017, que seriam cobertos com redução de desonerações, a recriação da CPMF e corte de gastos não prioritários. O governo que assumiu por meio de um golpe parlamentar inflou a previsão de déficit para R$ 170 bi, em 2016 e R$ 139 bi, em 2017. Inventou uma folga para mostrar serviço à opinião pública, e nem isto conseguiu fazer. Agora, quer ampliar o rombo para R$ 159 bi. Mas não vai ficar nisso. Aumentará o déficit, no Congresso, para R$ 170 bi, para atender às emendas dos parlamentares de que precisa para aprovar sua pauta regressiva. Para isto, precisa dilapidar o estado e a soberania nacional. E forjar uma suposta necessidade de vender a Eletrobras é parte desta pauta.

Atribuir uma suposta necessidade de privatização da Eletrobras ao meu governo, por ter promovido uma redução das tarifas de energia, é um embuste dos usurpadores, que a a imprensa golpista difunde por pura má-fé. É a retórica mentirosa do golpismo.

As tarifas de energia deveriam mesmo ter sido reduzidas, como foram durante o meu governo,. Não porque nós entendêssemos que isto era bom para o povo – o que já seria um motivo razoável – mas porque se tratava de uma questão que estava e está prevista em todos os contratos que são firmados para a construção de hidroelétricas. Depois da população pagar por 30 anos o investimento realizado para construir as usinas, por meio de suas contas de luz, é uma questão não apenas de contrato, mas de justiça e de honestidade diminuir as tarifas, cobrando só por sua operação e manutenção. Manter as tarifas no mesmo nível em que estavam seria um roubo. Por isso reduzimos e temos orgulho de tê-lo feito. Com a privatização, será ainda um roubo.

Vou repetir a explicação, porque a Globo faz de tudo para distorcer os fatos e mentir sobre eles. Quando uma hidrelétrica é construída por uma empresa de energia – pública ou privada – quem paga pela sua construção é o consumidor. A amortização do custo da obra leva geralmente 30 anos e, durante este tempo, quem paga a conta deste gasto vultoso é o usuário da energia elétrica, por meio de suas contas de luz.

Quando a hidrelétrica está pronta, o único custo da empresa de energia passa a ser a operação e a manutenção. Daí, é justo que o povo deixe de continuar pagando por uma obra que já foi feita e, depois de 30 anos, devidamente paga. É mais do que justificado, portanto, que as tarifas que custearam a construção sejam reduzidas.

Se as empresas de energia – públicas ou privadas – mantiverem as tarifas no mesmo nível, e eventualmente até impuserem aumentos nas contas de luz, estarão tirando com mão de gato um dinheiro que não é delas. É uma forma de estelionato. Não se deve esperar que empresas unicamente privadas, cujo objetivo é principalmente a lucratividade de sua atuação, entendam que uma equação justa deveria impor modicidade tarifária quando os custos altos da construção de uma usina hidrelétrica já não existem mais.

Apenas o Estado – um estado democrático e socialmente justo – tem condições de entender esta situação e autoridade para agir em defesa dos interesses dos consumidores.

Entregar a Eletrobras e suas usinas já amortizadas para algum grupo privado, talvez estrangeiro, significa fazer o consumidor de energia pagar uma segunda vez pelo que já pagou, além de abrir mão de qualquer conceito estratégico em relação à produção, distribuição e fornecimento de energia com segurança e sem interrupções e apagões.

Privatizar a Eletrobras é um erro estratégico. Erro tão grave quanto está sendo a privatização de segmentos da Petrobras. No passado, essas privatizações já foram tentadas pelos mesmos integrantes do PSDB que hoje dividem o poder com os golpistas. Naquela época, isso só não ocorreu porque os seus trabalhadores e o povo brasileiro não permitiram. Mais uma vez devemos lutar para não permitir.

Assessoria de Neymar mostra surpresa com ação movida pelo Barcelona

A NN Consultoria, que presta assessoria ao jogador Neymar, divulgou nesta terça-feira à tarde uma nota de esclarecimento acerca de ação judicial movida na Espanha pelo Barcelona contra o atleta. Abaixo, na íntegra o comunicado da NN:

“Cumpre-nos informar que o atleta Neymar Júnior e seus advogados já estão cientes do comunicado divulgado hoje – 22/08 – pelo F.C. Barcelona, acerca da ação promovida perante a Justiça Social de Barcelona.

Vale ressaltar que tal notícia foi recebida com surpresa, vez que o Atleta cumpriu integralmente o contrato então vigente, com o depósito integral dos valores livremente pactuados com o F.C. Barcelona visando sua liberação.

Não obstante, quando da regular citação e após a análise integral da demanda promovida pelo Clube, a defesa formal do Atleta será oportunamente apresentada.

Já com relação aos bônus devidos pela assinatura do contrato de 2016, contratualmente ajustados e declaradamente não pagos pelo F.C. Barcelona, cumpre ainda informar que o Atleta já iniciou o procedimento formal de cobrança perante o foro competente”.