
POR GERSON NOGUEIRA
A CBF não se manifesta e a FPF, para variar, nada sabe informar a respeito. O fato é que a semana termina com a forte boataria sobre extinção da Copa Verde em 2018, saindo do calendário oficial. Deficitária e sem maiores atrativos para clubes e torcedores, a competição vem se arrastando há quatro anos e só não acabou graças à presença da dupla Re-Pa.
Não é de hoje que se comenta sobre o fim do torneio, idealizado para substituir a antiga Copa Norte e para dar uma força aos dois gigantes do futebol paraense. Sem patrocínio, nasceu marcada para morrer. Em 2016, veio o beijo da morte, com a perda do acesso à Sul-Americana, seu único real encanto.
Curiosamente, as especulações sobre o futuro da CV surgem depois que a CBF sinalizou para sua transformação em competição internacional, a Green Cup, agregando times da Venezuela e dos Estados Unidos.
Na comparação com a Copa do Nordeste, a CV expõe todas as suas fragilidades. Ao contrário da competição nordestina, que é patrocinada e bancada pela iniciativa privada, sem depender da CBF, o torneio de apelo ecológico vive de pires na mão.
Quanto aos números, a CV leva uma verdadeira goleada. Enquanto a CN gratifica os clubes com R$ 600 mil na primeira fase, R$ 450 mil na segunda, R$ 550 mil na terceira e R$ 1.250.000 para o campeão, a CV trabalha com valores bem mais modestos: a primeira fase paga R$ 15 mil, a segunda premia com R$ 30 mil e a terceira com R$ 50 mil, cabendo ao time campeão a quantia de R$ 180 mil.
A essa altura, até a conotação ambiental soa esdrúxula. As únicas vinculações com a preservação do meio ambiente são a troca de ingressos por garrafas PET e o cartão verde que é aplicado como homenagem a atletas que se destacam pelo jogo limpo.
No coração da região mais visada e assolada pelos devastadores, a CV peca por timidez no marketing e ingenuidade nas ações práticas. A verdade é que o gancho ambientalista é usado como mero artifício mercadológico. Em termos práticos, nada vai além do discurso empolado dos dirigentes.
Caso venha a ser cancelado, o torneio não deixará saudades. Não arrasta torcidas, amplia o fosso entre clubes dos diversos Estados e tem no Re-Pa sua maior atração. É um torneio pobre em emoção e equilíbrio técnico.
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Papão encara o Galo em busca da forra
A derrota para o Independente no Navegantão, na primeira fase, ainda não foi esquecida pelos bicolores. A lembrança daquela noite, quando o Galo Elétrico saiu vencedor tendo um jogador a menos desde os 13 minutos, ainda martela na cabeça dos comandados de Marcelo Chamusca.
É com a disposição de devolver o revés que o Papão recebe hoje à tarde, na Curuzu, o surpreendente time de Léo Goiano. O favoritismo é bicolor, mas é bom não duvidar da audácia do visitante.
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Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 20h45, na RBATV. Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião participam dos debates, com a presença de Emerson, goleiro do Papão, e de André Luís, arqueiro do Remo.
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Primeira parcial do Troféu C13 sai na terça-feira
A primeira parcial de apuração do Troféu Camisa 13 será anunciada na próxima terça, 14. A escolha recai sobre os melhores do Campeonato Paraense até a sétima rodada, na opinião do torcedor, que é senhor absoluto da premiação mais tradicional do esporte paraense. A parcial vem acompanhada de prêmios para os votantes desta edição comemorativa do C13, que completa 25 anos de existência. A divulgação será feita por Zaire Filho no programa Camisa 13 de terça-feira, às 6h30.
(Coluna publicada no Bola deste domingo, 12)