POR GERSON NOGUEIRA
O Remo inicia hoje no Acre um novo esforço para conquistar a Copa Verde, que esteve a um aceno de mão em 2015, mas acabou escapando de maneira traumática para os azulinos. Apesar de ter perdido o principal chamariz, que era o direito a disputar a Copa Sul-Americana, a competição representa um desafio para o Leão, principalmente depois que foi vencida pelo maior rival no ano passado.
O fato é que está na rivalidade eterna entre os dois titãs o empenho maior em levantar a taça. Virou uma competição particular entre Leão e Papão. Até porque, depois que a CBF e a Conmebol passaram a histórica rasteira no Papão, a Copa Verde diminuiu tanto em envergadura e importância que hoje se resume a um mal ajambrado projeto de reciclagem de materiais, com uma pálida mensagem de preservação ambiental.
A vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil, espécie de cala-boca ao campeão da Copa Verde para compensar a perda de um lugar na Sul-Americana, também é de valor questionável, pois obriga o clube nortista (ou do Centro-Oeste) a enfrentar as melhores equipes do país em condições inteiramente desiguais, quanto a elenco e condições financeiras.
Pesa ainda contra a CV ainda o aspecto deficitário. Os únicos jogos que representam lucro são os clássicos nas semifinais e uma eventual final.
Para o Remo, que entra como um dos favoritos naturais ao título, o risco é desgastar seu limitado elenco em duas competições simultâneas, a CV e o Parazão. Para o confronto de hoje contra o Atlético-AC, o técnico Josué Teixeira (foto) não terá jogadores importantes, como Renan e Henrique, lesionados, além da ausência de Jaquinha, suspenso.
Pelas últimas apresentações do time, é provável que Josué mantenha Gabriel Lima como terceiro atacante, voltando para ajudar no bloqueio de meio-campo. Sem Jaquinha, Tsunami deve ser o lateral-esquerdo, o que enfraquece a marcação à frente da defesa.
Quando joga fora de casa, apesar de utilizar três atacantes, o Remo costuma priorizar a defesa e esperar a pressão do adversário, saindo em contra-ataques para buscar o gol. Diante do Atlético, a estratégia deve se repetir, com direito a alguns sustos para o torcedor.
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Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta, com Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião na bancada. Começa às 20h45, na RBATV.
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Board quer mexer no formato de penalidades
Os velhinhos da International Football Association Board, que cuida das formulações de regras para o futebol, resolveram se preocupar com a maneira como se desenrolam decisões em cobranças de penalidades. Baseada em estudo recente, a entidade considera desigual a disputa, pois os times que abrem as cobranças têm 60% de probabilidade de vitória.
Pode até ser verdadeira essa conta, mas a inquietação da IFAB a essa altura soa como falta de algo melhor a fazer. A série de penais precisa ter um cobrador inicial, não há como alterar essa realidade.
Para diminuir a suposta desigualdade, a IFAB estuda um novo formato, que seria muito parecido ao tie-break do tênis profissional. Um time começa a cobrança, mas o adversário bateria as duas penalidades seguintes, embaralhando mais a série decisiva. Caso seja necessário fazer cobranças extras, os penais também seriam alternados em dois.
Outra ideia, defendida pela direção da Associação de Futebol Escocesa, é a da aplicação de cartões amarelos. Há uma corrente que pretende abolir o cartão aplicado ao jogador que interrompe um ataque promissor do adversário, desde que o defensor tenha visado a bola.
Sigo achando que é muita ideia para pouca necessidade. O futebol só precisa continuar simples e com regras bem claras.
(Coluna publicada no Bola deste domingo, 05)