Dilma: ‘Governo ilegítimo precisa de mecanismos ilegítimos para se manter’

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Em entrevista a jornalistas estrangeiros nesta sexta-feira (13/05), a presidente afastada do Brasil, Dilma Rousseff, comentou o governo “ilegítimo” do presidente interino, Michel Temer, que precisaria de “mecanismos ilegítimos para se manter no poder” e, por isso, teme que ele recorra a métodos violentos para conter manifestações.

“Não sei se não existe risco de reações violentas [a protestos]. Um governo ilegítimo sempre precisa de mecanismos ilegítimos para se manter no poder”, disse Dilma, ressaltando que nunca reprimiu manifestações contrárias a seu governo.

A chefe de Estado também lamentou a inexistência de mulheres e negros à frente dos ministérios de Temer. “O negro e a mulher são fundamentais se você quer um país inclusivo desde o ponto de vista social, mas também do ponto de vista cultural e dos direitos humanos”, defendeu.

Sobre o cenário econômico, a presidente disse ser “um governo bastante liberal na economia e extremamente conservador na área cultural e social”. Para ela, a solução para a crise política no Brasil seria uma reforma econômica, proposta já defendida pela mandatária em outras ocasiões.

“Poucos partidos têm uma unidade nacional em que um líder fala por todos. O Brasil tem fragmentação política, precisa de uma profunda reforma política”, explicou.

Enquanto Dilma aguarda a investigação do Senado que determinará se ela será impedida de fato, ela afirmou que irá a todos os eventos que for convidada para responder sobre as razões de seu afastamento. “Teremos que nos defender também politicamente, porque este é um juízo jurídico e político”, argumentou. (Do Opera Mundi)

Senegalesa é a primeira mulher na cúpula da Fifa

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A senegalesa Fatma Samba Diouf Samoura, uma veterana da Organização das Nações Unidas (ONU), se tornou a primeira mulher a ser nomeada secretária-geral da Fifa nesta sexta-feira. A diplomata de 52 anos, atualmente Representante Residente do Programa de Desenvolvimento da ONU na Nigéria, será responsável pelo dia a dia da administração da entidade mundial do futebol, que vem sofrendo com escândalos de corrupção nos últimos anos.

Ela substitui o francês Jérôme Valcke, que foi demitido em janeiro e desde então foi afastado por 12 anos do esporte por violações éticas, entre elas usar despesas de viagem da Fifa para passeios e destruição de provas.

A indicação de Fatma, que na prática será a segunda autoridade mais poderosa da entidade, foi anunciada no Congresso da associação pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, eleito em fevereiro para ajudar o órgão a se recuperar do pior escândalo de corrupção de sua história.

“Fatma é uma mulher com experiência e visão internacional que trabalhou com algumas das questões mais desafiadoras de nosso tempo”, disse ele em um comunicado emitido pela Fifa.

“E, o que é importante para a Fifa, ela também entende que transparência e prestação de contas estão no cerne de qualquer organização bem administrada e responsável”. (Da Reuters)

Dado ganha 5 reforços para estreia na Série B

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O técnico Dado Cavalcanti ganhou mais cinco boas alternativas para montar o time que estreia no Brasileiro da Série B neste sábado, em Fortaleza, diante do Ceará. Os jogadores Jonathan, João Lucas, o zagueiro Domingues (ex-Novorizontino-SP), o meia Rafael Costa (ex-Red Bull) e o centroavante Alexandro estão regularizados e seus nomes já constam do registro do BID. (Fotos: MÁRIO QUADROS)

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Águia, São Francisco e São Raimundo confirmados na Série D 2016

Depois de um mal-entendido nas redes sociais, a Federação Paraense de Futebol confirmou hoje que o São Raimundo será o terceiro representante do Estado na Série D deste ano, ao lado de Águia e São Francisco. Pelo próprio regulamento da CBF para a competição o Mundico conquistou a vaga pela colocação no Campeonato Paraense.

Caso Gilmar & Aécio simboliza a nova era

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POR PAULO NOGUEIRA, no DCM

Não foi necessário mais de um dia para que se confirmasse o óbvio.

Todo o alarido da plutocracia não era contra a corrupção. Era contra o PT. Contra a esquerda.

Primeiro veio a informação em que seu ministério, um verdadeiro mausoléu dos horrores, Temer incluiu sete investigados na Lava Jato.

Deu-lhes, assim, foro privilegiado.

Num dos últimos capítulos da campanha sem tréguas contra Dilma, a nomeação de Lula foi tratada pela mídia plutocrática como um escândalo. O STF contribuiu para tornar ainda pior a situação de Dilma ao suspender a indicação de Lula.

E agora?

Nada, nada, nada. E ainda nada.

É o Brasil destes tempos: a lei, as regras, os rigores, as cobranças não são para todos. A direita pode tudo.

Tão simbólica disso quanto os setes anões morais do ministério foi a atitude de Gilmar Mendes diante do pedido de novas investigações sobre o envolvimento de Aécio no caso Furnas.

Gilmar Mendes, há muito conhecido como líder do PSDB no STF, rechaçou o pedido, nascido da delação de Delcídio.

O DCM fez uma investigação especial sobre Furnas. Aécio é personagem central no esquema de assalto ao dinheiro público através desta estatal.

Veja aqui o vídeo do DCM.

Nunca ninguém – a começar por Aécio – foi punido por causa do que foi dito acima: a direita pode tudo. A imprensa fechou os olhos, em sua cumplicidade crônica. E a Justiça não se mexeu.

Furnas merece um parêntese. Em sua delação, Delcídio afirmou que foi ali que Eduardo Cunha começou a se vingar de Dilma. Dilma, segundo ele, acabou com a farra dos corruptos em Furnas. Um pau mandado de Cunha foi afastado por ela para moralizar a empresa. E então Cunha iniciou o que culminaria na aceitação do infame pedido de impeachment: a retaliação.

Esta é República dos Plutocratas, inaugurada na quinta por Michel Temer. O usurpador disse que já é hora de a imprensa parar de falar em crise. Na mesma linha, Moro pediu calma à sociedade. Tolerância diante da corrupção.

Pausa para gargalhar.

Como se Temer e Moro tivessem que pedir este tipo de coisa. A mídia plutocrática vai transformar prontamente o inferno artificial que era o Brasil sob o PT num paraíso ainda mais fajuto que será o Brasil sob o amigo Temer.

A corrupção vai sumir do noticiário. A Lava Jato nunca mais merecerá as coberturas estrepitosas da era Dilma e PT. E os midiotas, ou analfabetos políticos, não se sentirão empurrados a ir para as ruas gritar contra a corrupção e nem a bater panelas caras.

Bem-vindos à República dos Plutocratas.

Direita, volver

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POR BERNARDO MELLO VILHENA

A posse de Michel Temer deve marcar a mais brusca guinada ideológica na Presidência da República desde que o general Castello Branco vestiu a faixa, em abril de 1964. Após 13 anos de governos reformistas do PT, o país passa ao comando de uma aliança com discurso liberal na economia e conservador em todo o resto. O eleitor não foi consultado sobre as mudanças.

O cavalo de pau fica claro na escalação do ministério, que sugere desprezo à representação política das minorias. Ao substituir a primeira presidente mulher, Temer montou uma equipe só de homens, o que não acontecia desde a era Geisel. Os negros também foram barrados na Esplanada.

O Ministério da Educação foi entregue ao DEM, partido que entrou no Supremo contra as ações afirmativas. A pasta do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, acabou nas mãos de um deputado do PMDB que já se referiu ao benefício como uma “coleira política”.

Para a Justiça, Temer escolheu o secretário de Segurança de São Paulo. Ele assume com explicações a dar sobre violência policial e maquiagem de estatísticas de criminalidade.
A fauna do Planalto também mudou radicalmente em poucas horas. Além dos políticos que restaram ao seu lado, Dilma Rousseff se despediu cercada por gente de esquerda, como sindicalistas, ex-presos políticos e militantes de movimentos sociais.

A chegada de Temer encheu o palácio de representantes da direita brucutu do Congresso, como os deputados Alberto Fraga e Laerte Bessa, da bancada da bala, e o ruralista Luis Carlos Heinze, que já se referiu a quilombolas, índios e homossexuais como “tudo que não presta”.

Depois do pronunciamento de estreia, o presidente interino se reuniu a portas fechadas com líderes religiosos e parlamentares evangélicos. Estavam presentes os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano, que defendem ideias como o projeto da “cura gay”. Eles voltaram para casa entusiasmados com o novo regime.