Por Antonio Barbosa Filho
Uma das coisas que mais me emocionaram em Coimbra foi o relato de estudantes brasileiros e portugueses, além das fotos exibidas em galerias, da premiação de Lula como Doutor Honoris Causa. A Universidade surgiu em 1290, ainda em Lisboa, sendo transferida para Coimbra em 1308. Todos sabem que os alunos usam uma capa preta, oficialmente chamada de “Traje Nacional”, mas que chamam informalmente de “capa e batina”. Pois na visita de Lula, num gesto inédito, os estudantes prostraram suas capas ao solo, para que o ex-presidente do Brasil, aquele que alguns entre nós chamam de analfabeto, caminhasse sobre elas, ao lado de sua esposa.
Para mim, esta homenagem a um conterrâneo nosso vale tanto quanto o honorável título que a ele foi concedido. Até hoje me arrepio ao relembrar essas cenas. Todos são avisados de que não se pode esbarrar a capa no chão, pois seria um desrespeito ao símbolo.
Como diz minha amiga Marina Miyazaki, se o Lula “semianalfabeto” – como muitos letrados dizem e acham que é ofensa – chegou aí (acima de qualquer diplomado brasileiro), imagina se tivesse concluído os estudos? Vish.. Se a inveja matasse, quantos intelectualóides teriam batido as botas só com essa imagem?

Cabra bom esse Lula.
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Desse Lula, desse brasileiro, não há como não ter orgulho. Mas todo político tem mil e uma faces e aí que mora o perigo.
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Lula merece algumas honrarias que recebeu. Isto é fato. Sua história de vida pode ser visualizada na história de muitos Joãos, Marias, Josés e Raimundos.
Sobre a obtenção do título de Doutor, particularmente, sou indiferente ao mesmo, por mais que adore a rotina acadêmica que vivo nos tempos atuais.
Como diz Raul: “Eu devia estar feliz por ter conseguido tudo que eu quis. Mas confesso abestalhado que estou decepcionado. Por que foi tão fácil conseguir, agora eu me pergunto: e daí? Eu tenho uma porção de coisas grandes para conquistar, eu não posso ficar aí parado”.
Minha grande questão é ficar parado. Não desejo isso. O que Lula deseja e/ou desejou ao conquistar as coisas?
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Sou petista mas o gesto não foi inédito: i) Só em ocasiões muito especiais é que se colocarão as capas estendidas no chão, para que o homenageado possa passar por cima delas. Esta é a maior homenagem académica que se poderá fazer a alguém;
http://w3.ualg.pt/~fcar/ed_bas_b/traje%20academico%202.htm
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Morra de inveja Eduardo bolsonaro!
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