O Brasil deve desculpas a Anderson Silva

Por Ricardo Melo 

Para defender os espetáculos de pancadaria como esporte legítimo, o pessoal das lutas de vale tudo provavelmente usará a célebre foto de Domício Pinheiro. Era novembro de 1974, interior paulista. Naquele instantâneo memorável, Domício flagra o momento quando, numa disputa de bola, o atacante Mirandinha, então no São Paulo, quebra a perna esquerda ao se chocar com o zagueiro Baldini, do América de Rio Preto.

A imagem deve estar estampada nos jornais de hoje, pela incrível semelhança plástica com os registros do momento em que, ao tentar atingir o adversário, Anderson Silva espatifa a própria canela em Las Vegas. Vai servir, com certeza, para alimentar a ladainha que todo esporte tem sua dose de violência, ou que imprevistos acontecem em qualquer atividade. A comparação soa tão verdadeira quanto usar fotos de dois corpos estatelados no chão para dizer que ambos são iguais -não importa se um deles caiu por acidente do décimo-andar e o outro foi arremessado por algum meliante durante um assalto.

A polêmica, de todo modo, não é propriamente nova, mas ferve a cada drama como o de Anderson Silva. De minha parte, mantenho a convicção de que os embates de vale tudo, mesmo repaginados como MMA, UFC ou o que o valha, são um dos eventos mais repulsivos oferecidos sob a chancela de “esportivo”. A começar do objetivo maior, quando não único e exclusivo: destruir fisicamente o adversário na base da porradaria desenfreada, com chutes, pontapés, socos e outros golpes igualmente “refinados”.

Muitos dirão que o boxe também é assim. É mesmo bastante parecido, talvez um pouco mais asséptico. Por isso nunca tive especial interesse pelo que acontece nos ringues, exceto quando seus personagens ficam notórios pelas sequelas da troca de murros ou ganham destaque em seções diferentes dos jornais. Geralmente trata-se de gente humilde e socialmente injustiçada –logo presa fácil de mafiosos sedentos de lucros bilionários derivados da exploração dos “instintos mais primitivos”. Que o digam nomes como Cassius Clay, hoje confinado a uma cadeira de rodas de tanto bater e apanhar, e Mike Tyson, cujo prontuário dispensa apresentações.

Mesmo com toda a corrupção, ganância e tapetaços desacreditando atividades como o futebol, há, por enquanto, uma distinção fundamental. Dentro das quatro linhas, o desempenho não se mede pela aniquilação física do oponente. Nos octógonos de vale tudo, a conversa é outra. Quanto mais um lutador destroçar o outro, mais prestígio, dinheiro e “reconhecimento” ele terá -até o momento em que se tornar imprestável como um galo estropiado incapaz de abater rivais nos ringues clandestinos. Chamar isso de esporte ultrapassa o cinismo. É empulhação pura e simples.

Detalhe: no Brasil, os galos são bem mais protegidos. Por ilegais, rinhas podem dar cadeia a quem as promover. Nada que um bom advogado não resolva, mas o constrangimento pelo menos fica. No caso do MMA, a vida é bem mais mansa. Os organizadores apenas correm o risco de enriquecer, virar celebridades e festejar índices de audiência. Tudo embrulhado num discurso de “trabalho social” que salva jovens sem futuro e fadados ao crime.

Anderson Silva não tem que pedir desculpas ao Brasil, como fez depois da derrota.

O país é que tem que pedir desculpas a Anderson Silva.

O passado é uma parada…

1496641_577232242346445_1617673316_n

Erasmo, Wanderléa e Roberto Carlos. O trio de ouro da Jovem Guarda, nos idos de 1968.

Vigília e corrente pelo campeão

schumacher1-hospital-coletiva-afp

O gravíssimo acidente de esqui em Méribel, França, sofrido por Michael Schumacher no último domingo comoveu o circo da Fórmula 1. Maior vencedor da história da categoria, o heptacampeãoestá em estado crítico no Centro Hospitalar Universitário de Grénoble e, segundo os médicos, “luta pela vida” e, caso não estivesse de capacete ao se chocar com uma rocha, não teria resistido aos ferimentos. Chefe de Schumi na Benneton e na Ferrari, Ross Brawn foi ao local passar força para o piloto de 44 anos e sua família, a esposa Corinna e os dois filhos do casal, Gina-Marie, de 16 anos, e Mick, de 14. Seu compatriota, o tetracampeão Sebastian Vettel – um dos poucos pilotos da atualidade que não usa as redes sociais -, disse à TV alemã que torce que Schumi “melhore o mais rápido possível e que sua família tenha muita força para superar este momento”. Enquanto isso, pela internet, pilotos e equipes mandam energias positivas para o alemão:

Mercedes, última equipe do piloto: “Após as lesões graves sofridas por Schumacher, os pensamentos e simpatia de todos da Mercedes está com Michael, sua família e amigos. Estamos chocados ao saber que ele está em estado crítico. Sabemos a profundidade do espírito de luta de Michael e mandamos toda nossa força nessa importante batalha. Esperamos, sinceramente, que ele tenha uma recuperação completa e esteja conosco novamente em breve”.

Ferrari, equipe pela qual Schumacher venceu cinco de seus sete títulos: “Todos na Ferrari estão em estado de ansiedade desde que ouvimos sobre o acidente de Schumacher. Isso incluir o presidente Luca di Montezemolo que, através do chefe do time, Stefano Domenicali, está em constante contato com a família e as pessoas próximas ao campeão. Montezemolo ofereceu seu incentivo e apoio neste momento tão difícil, com a esperança de que uma notícia melhor virá em breve”.

Equipe Williams: “Nossos pensamentos e orações estão com Michael, sua família, amigos e fãs neste momento”.

Equipe Sauber: “Nossos pensamentos estão com Michael Schumacher e sua família. Desejamos a eles muita força nesse momento difícil”.

Felipe Massa, companheiro de Schumacher na Ferrari em 2006: “Estou rezando para Deus te proteger, irmão!! E que você tenha uma rápida recuperação, Michael”.

Rubens Barrichello, companheiro de Schumacher na Ferrari de 2000 a 2005: “- O que importa na vida é lembrar dos bons momentos e das boas risadas. Tô rezando por você”.

Nigel Mansell, campeão mundial de 1992: “Muito chocado sobre o que aconteceu com Michael Schumacher. Meus pensamentos estão com ele, sua esposa Corinna e seus dois filhos nesse momento terrível”.

Emerson Fittipaldi, campeão mundial de 1972 e 1974: “Meus pensamentos e orações estão com Michael Schumacher e sua família”.

Nico Rosberg, companheiro de Schumacher na Mercedes de 2010 a 2012: “Meus pensamentos para Michael e sua família. Se alguém encontra um caminho, este é Schumi. Esperamos que em breve haverá boas notícias”.

Fernando Alonso, espanhol da Ferrari: “Fique bem logo, Michael” Espero ouvir notícias positivas em breve. #homemforte”.

Nico Hulkenberg, alemão da Force India em 2014: “Meus pensamentos estão com Michael e sua família. Espero ouvir notícias boas logo”.

Esteban Gutiérrez, mexicano da Sauber: “Nossos pensamentos e orações estão contigo e tua família. Desejamos a você uma pronta recuperação #VamosMichael”.

Pastor Maldonado, venezuelano da Lotus em 2014: “Lamentável notícia para toda a família do automobilismo e da F-1. Oremos pela saúde de nosso companheiro. Schumi, estamos contigo.

Romain Grosjean, francês da Lotus: “Todos os nossos pensamentos para Schumi e sua família! Espero que você se recupere logo”

Jean-Eric Vergne, francês da STR: “Desejando tudo de melhor para Michael. Espero que tudo fique bem”

Adrian Sutil, alemão da Force India: “Espero que Michael Schumacher se recupere logo! Tudo de melhor para ele e sua família”.

(Do Globoesporte.com) 

Charles diante do tabuleiro

Por Gerson Nogueira

unnamed (18)O Remo contratou tanto jogador credenciado que Charles Guerreiro se vê diante do que normalmente se chama de belo problema. Na verdade, só há beleza para quem está de fora, pois a responsabilidade aumenta na mesma proporção em que o elenco é reforçado.

A rigor, ninguém sabe ainda como será armado o novo Remo. Talvez nem o próprio Charles saiba, apesar de todo mundo saber que o time terá na temporada jogador sobrando em todas as posições. A fartura começa pelo gol, onde Fabiano terá Jader e Maicke Douglas como reservas imediatos.

Nas demais posições, o quebra-cabeça deve começar a ser montado a partir da curtíssima pré-temporada marcada para a primeira semana de janeiro, em Salinópolis. Ainda assim, com previsíveis dificuldades geradas pelo atraso na chegada de algumas peças importantes.

Com as jubas de molho desde a experiência fracassada com o técnico Flávio Araújo neste ano, a diretoria foi mais contida na quantidade de contratações, preferindo investir em nomes carimbados. Está trazendo Eduardo Ramos, Athos, Zé Soares, Max, Rogélio, Rodrigo Fernandes, Leandrão, Potiguar e – talvez – Mael.

São nomes que, em situação normal de temperatura e pressão, chegam para entrar no time. O problema de Charles será desenhar o meio-de-campo, tendo dois meias de qualidade, Ramos e Athos, que não marcam. André (ou Mael) e Jonathan devem ser alternativas naturais para o trabalho de proteção à defesa.

No Parazão, com adversários medianos, o Remo poderá utilizar um quadrado mais ofensivo, sem grandes preocupações com a marcação, mas na Copa Verde a história será outra. Rodadas eliminatórias exigem bons sistemas defensivos.

Pelas características dos jogadores contratados, o Remo deve estrear no Parazão contra o Cametá, dia 13 de janeiro, com Fabiano; Diogo Silva, Max, Rogélio e Alex Ruan; André, Jonathan, Athos e Eduardo Ramos; Leandrão e Zé Soares.

Potiguar e Rodrigo Fernandes também brigam por posição no time, com boas chances. Serão certamente utilizados e, em certos casos, podem entrar de cara. Com competições disputadas simultaneamente, todos terão chance, incluindo figuras que já estavam por aqui, como Val Barreto, Leandro Cearense, Ted, Ratinho, Rodrigo, Levy, Nadson e Guilherme.

Aí entra em cena a necessidade de uma eficiente gerência de vestiário para que os egos não se agitem, vindo a prejudicar o clube, como tantas vezes ocorre em futebol. Para evitar sobressaltos, além de contar com Charles, o Remo precisará de diretores capazes de administrar uma companhia cheia de estrelas, tarefa que exige vivência e manha.

———————————————————–

Mazola e as lembranças de 2002

No Bola na Torre de ontem, o técnico Mazola Junior fez algumas revelações surpreendentes. Contou sobre sua presença nas arquibancadas do Mangueirão na vitória do Paissandu sobre o Palmeiras, válida pela Copa dos Campeões. Apesar de olheiro do Cruzeiro, admite que o calor da torcida o contagiou. O efeito foi tão impactante que admitiu a amigos a vontade de um dia trabalhar na Curuzu.

Em 2002, Mazola era auxiliar técnico de Marco Aurélio no Cruzeiro. Ajudava a tomar conta de um elenco literalmente estrelado, que tinha Cris, Maicon, Jussiê, Ricardinho, Joãozinho, Fábio Junior. A conversa com ele revelou algumas particularidades da decisão do torneio.

A derrota na final, em Fortaleza, foi esboçada desde a sexta-feira que antecedeu o jogo. Enquanto o Papão, mesmo depois de escapar por milagre de uma derrota mais larga em Belém, se mostrava confiante na reversão, o Cruzeiro se entregava aos prazeres traiçoeiros do favoritismo.

Uma delegação de conselheiros, cartolas e torcedores desembarcou no mesmo hotel do clube, gerando um clima de desassossego e euforia que acabou por contagiar o elenco também, apesar dos cuidados que a comissão técnica tomava.

Em campo, o time não rendeu o esperado e foi superado pela disposição e o arrojo do Paissandu. Falhas individuais graves (como a do jovem goleiro Jefferson, que vacilou em pelo menos dois gols) ajudaram a entornar o caldo cruzeirense. Nos penais, os batedores mais habilitados declinaram antes da cobrança. Mas, acima de tudo, Mazola reconhece que o Papão foi o time que fez por merecer a conquista, entregando-se à disputa com indômita coragem.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 30)

Bancrévea e Imprensa Show ficam no empate

unnamed (20)

O Imprensa Show, sob o comando do técnico Paulo Caxiado, recuperou-se parcialmente da peia sofrida diante dos Masters do Remo empatando com o Bancrévea, na tarde de sábado (28). O placar ficou em 2 a 2, marcando Antonio Carlos Neto e Edgar para o clube social e Jorge Anderson assinalando os gols do Imprensa Show. Pelo Bancrévea, brilhou em campo o jogador mais experiente do amistoso, Pedro Holanda, de 70 anos. Pelo time bancreveano atuaram Joaquim (Marquinho), Pedro Holanda (Khevisson), Raul (Jóia), Marajó, Cristovão (Soni), Clébio, Carlinho, Evaldo (Antonio Carlos), Petkovick (Edgar), Fabio Bala e Neto. No Imprensa Show, os principais destaques foram Jorge Espigão Anderson, Saulo Zaire, Carlos Gaia e Laulito Miranda. 

unnamed (19)

Força, campeão!

201211251345988_GP BRASIL DOM 0009_II
Os médicos responsáveis pelo tratamento de Michael Schumacher no Centro Hospitalar Universitário de Grénoble, na França, concederam uma entrevista coletiva no início da manhã desta segunda-feira (30) para explicar a condição do heptacampeão da F1.
De acordo com os médicos, Schumacher está e será mantido em coma induzido em uma tentativa de ganhar tempo e reduzir a pressão no crânio do ex-piloto. Cerca de 24 horas após o acidente na estação de esqui de Méribel, em Saboia, na França, os responsáveis pelo atendimento ao piloto afirmaram que é cedo para prognósticos.
“No momento, nós não podemos falar sobre sequelas”, explicou Jean François Payen, anestesista-chefe do CHU de Grénoble. “Nós estamos falando em tratamentos e trabalhando de hora em hora”, explicou.
“Nós vamos tentar ganhar tempo e tentar nos dar algum tempo”, comentou. “Nós sabemos o que esperamos com os tratamentos que serão introduzidos”, justificou. 
“Mas, no momento, não posso dar mais informações a vocês, não posso dizer em que direção estamos indo ou que prognóstico teremos”, continuou. 
Ainda, o anestesista-chefe do CHU explicou que os médicos estão trabalhando para manter a temperatura de Schumacher estável. Além disso, o objetivo com o coma induzido é reduzir os estímulos externos e garantir uma boa oxigenação ao cérebro do germânico. 
“Sua temperatura está sendo mantida entre 34ºC e 35ºC, de acordo com as recomendações médicas”, explicou Payen. “Neste tipo de queda, de grave acidente, ele está sob um coma induzido por medicação para reduzir ao máximo o estímulo do seu cérebro”, seguiu. 
“O nosso objetivo é reduzir ao máximo qualquer estímulo externo e garantir uma boa oxigenação do seu cérebro”, sublinhou. 
Por fim, Payen afirmou que por respeito à família do ex-piloto de 44 anos, não pode fornecer mais detalhes sobre a condição de Michael. “Por respeito à família, não posso entrar em muitos detalhes. É uma situação difícil, mas não posso entrar em todos esses detalhes”, completou. (Do site Grande Prêmio) 

Schumacher sofre trauma cerebral e está em coma

Por Fábio Seixas

O Hospital Universitário de Grenoble divulgou, pouco antes das 20h de Brasília, nota oficial sobre o estado de Schumacher. Com informações preocupantes.
Segundo o boletim médico, o alemão “sofreu traumatismo craniano, com coma, o que exigiu uma cirurgia neurológica”. A nota, curta, só informa ainda que sua condição é “crítica”. Não sou especialista no assunto, longe disso. Mas sabemos que toda lesão cerebral requer cuidado.
Schumacher está num hospital especializado em traumas e sendo atendido por um mestre da matéria, Gérard Saillant. Só nos resta aguardar mais informações.

Sobre o direito de recomeçar

Por Xavi Sancho, do El País

Um enorme carro preto, desses que nunca são comprados por unidades, só como frota, cruza o gradil que dá acesso ao Alma Sclosshotel, em Berlim, um palacete construído em 1911 e que é um pedaço da história da capital alemã – aqui se casou Romy Schneider, e a seleção alemã de futebol se hospedou na Copa de 2006 –, e estaciona em frente à escadaria que conduz ao interior do edifício. Desce o chofer com um terno que combina com o veículo. Abre a porta traseira e surge alguém que não chamamos para esta reportagem. É Juliette Binoche. O homem acompanha a atriz até o saguão, lhe arruma uma cadeira, sussurra-lhe algo, a que ela responde com um gesto de assentimento, e então se dirige ao recepcionista para lhe informar de que a estrela francesa chegou. Este está um pouco aflito tentando convencer a assessora de Kristen Stewart – ambas as atrizes se encontram no mesmo hotel que nós, rodando sob as ordens de Olivier Assayas – de que a água de Berlim é potável. “Certeza? Não acredito.Miss Stewart não pode ficar doente, como você imagina…”, insiste a mulher, com forte sotaque americano, num tom entre o imperativo e o de suspeita, enquanto o empregado do hotel negocia com a pouca paciência que lhe resta. E então aparece um senhor nem alto nem baixo, nem bonito nem feio. Chega sozinho. Veste jeans e casaco cinza, e leva uma mochila. Discretamente, aproxima-se de uma funcionária e pergunta pelo pessoal da revista espanhola. Sobe as escadas e, chegando ao primeiro andar, se apresenta: “Olá, sou o Michael”.

1388153938_885524_1388156550_noticia_normal

O fotógrafo informa ao ex-vocalista do R.E.M. que convém se sentir um felizardo: nesta suíte onde ele será retratado já dormiram Jay-Z e Beyoncé. O autor de Losing My Religion fica olhando o teto e responde algo a respeito da década de 1940, quando, ao que parece, os quartos de hotel começaram a ser pintados desse jeito. “Foi durante a entrega do MTV Awards na cidade”, insiste o fotógrafo. Stipe se aproxima agora de outra parede, decorada com um papel cuja estampa requer certo esforço para ser apreciada. “Minha casa em Berlim tinha um igual”, afirma o vocalista, que hoje divide seu tempo entre Nova York e a capital germânica. “Precisei derrubar a parede.” Não teria sido mais fácil arrancá-lo?, perguntamos. Silêncio. “Karl Lagerfeld desenhou parte deste hotel”, informamos. Mais silêncio. Muito.

O R.E.M. terminou em 2011, com uma nota em que o grupo de Athens, na Geórgia (EUA), anunciava o fim da mais bem sucedida banda de rock com origem independente, com três décadas de parceria e 85 milhões de discos vendidos. Nove anos antes, em 2002, uma revista norte-americana publicou uma longuíssima reportagem tendo Michael Stipe como protagonista. Era a época de Reveal, o mais regular em uma série de discos, entre bons e ruins, que a banda lançou entre sua última obra-prima, Automatic for the People (1992), e seu álbum de despedida,Collapse Into Now (2011). A reportagem o acompanhava durante vários dias em Los Angeles e retratava uma estrela excêntrica, caprichosa, volúvel e obcecada em agradar todo mundo. Num trecho do artigo, Stipe exigia ao jornalista que descesse da sua limusine (cada um viajava num veículo) e desse seu guarda-chuva a um sujeito que estava parado numa esquina, tomando chuva. Aquele personagem e esta pessoa que há meia hora era retratada na piscina – e que ao sair dela, vestido e empapado, em vez de chamar seu assistente para que deportasse alguém simplesmente sussurrou: “Estava mais fria do que vocês me disseram” – parecem ter pouca coisa em comum.

1388153938_885524_1388155974_sumario_normalUma vez terminada a sessão de fotos, secos e sentados no estufa que ocupa parte do jardim traseiro do hotel, observamos isso a ele. “Mas você acreditou nessa reportagem?”, pergunta esse homem de 53 anos, que hoje dedica seu tempo à escultura e a dizer sim apenas às ofertas que embutem algum desafio ou, no mínimo, alguma novidade. Isso inclui conceder esta entrevista – não fala com a imprensa praticamente desde a dissolução do R.E.M. – e falar em público, algo que o aterroriza e que fez duas vezes neste ano (em Dubai e Londres). “Aquele artigo foi uma piada terrível, perpetrada por um autor terrível. Eles queriam dizer algo sobre como as estrelas são guiadas e cuidadas até o limite por outras pessoas. Eu não sou assim. Escolheram a pessoa errada. O jornalista é um romancista fracassado, e o editor, um sujeito frustrado. E, bom, decidiram rir de mim.”

– Até que ponto o incomodou?

– Ninguém gosta de ser insultado, mas para entender bem o ofício de astro pop é preciso supor que nem todo mundo irá lhe amar. Muitos acham que sou simplesmente um esquisito e um idiota. Isso já aconteceu com muita gente antes. Você não é especial por nada disso. É simplesmente um espelho, é parte do seu papel, e muita gente se olha nesse espelho e não gosta. Então culpam você por isso.

– Às vezes isso é uma carga pesada demais?

– Há milhões de pessoas que jamais suportaram o som da minha voz, um contingente enorme de pessoas que nos valorizava como compositores, mas que sempre achou que com outro vocalista a banda teria sido melhor. Com isso, sim, você se acostuma rápido. Por isso recomendo a qualquer um que se mude para Nova York, porque lá qualquer um diz o que acha a seu respeito no primeiro minuto. Não há filtros. Muitas vezes, cruzam com você na rua, lhe dão uma cacetada e continuam andando. É muito saudável.

– Sente que lhe custou muito se fazer entender?

– Muito. Como letrista sofria, mas não só porque me parecesse difícil escrever, mas sim porque sou uma pessoa a quem custa horrores se comunicar com os outros. Sou muito tímido. Meu trabalho me obrigava a falar com as pessoas, e eu odiava. Não sou um narcisista, mas posso me virar sendo um artista sobre o palco, não sou mau. Mas sofro. E agora já não estou mais a fim de sofrer. Não haverá disco solo, embora eu não descarte voltar quando tiver 70 anos, como Leonard Cohen.

Michael Stipe se levanta sem dizer nada e agarra uma cadeira da mesa do lado. Deixa-a ao lado da sua. Pega aquela onde estava sentado, move-a delicadamente até situá-la exatamente onde se encontrava a que acaba de trazer. Coloca a nova no lugar onde ele estava sentado. Insatisfeito com o resultado da operação, repete-a com outra cadeira de outra mesa próxima. Tudo sem dizer palavra. Não fica claro se tudo isso é um sinal de que está encarando esta entrevista com comodidade, de forma natural, de que ele é simplesmente assim, ou justamente o contrário, ou seja, uma forma de impor certa distância por intermédio de uma dose da excentricidade que se supõe existir num homem que durante algum tempo subia ao palco com uma faixa azul que praticamente lhe rodeava o crânio. Mantém-se em silêncio por cinco segundos. Então diz: “Sempre vivi com ruído ao redor. As pessoas antes me diziam: ‘Isso não é uma música, isso não é pop’. Agora dizem que isso não é uma escultura. Acusavam-me: ‘Não entendo suas letras, não sei do que você está falando’; agora me comentam: ‘Não entendo por que você faz isso’. Nada disso importa. Confio no meu instinto. Se sentir que devo fazer, faço, e depois avalio se tem valor suficiente para mostrar ao mundo. Há peças nas quais trabalhei durante um ano até concluir que não são boas. Fiz coisas muito belas que não significam nada, por isso não são válidas”, comenta. Desde 2005, ele registra suas experiências fotográficos no Tumblr Futurepicenter, pratica escultura, sobretudo em bronze, apresentando desde raposas até reproduções de suas fitas cassete preferidas, ou câmaras Lomo. Já quis ser Patti Smith, hoje volta a querer ser Brancusi, porque, antes de desejar ser membro de um grupo de rock, aspirou a ser artista plástico. Aferra-se à cronologia da sua vida para explicar que não se trata de um capricho: “Comecei a escola de arte antes da banda. Tinha 13 anos quando comecei a fazer fotos, e 15 quando descobri o punk rock através do CBGB e de Patti Smith. Agora tenho 53 anos e não quero subir num palco e me comportar como se tivesse 28. Quando fazia música só encontrava soluções de vez em quando. Hoje sinto que a cada manhã me levanto encontrando soluções para algum problema. Isso é genial para começar o dia”.

– Foi muito difícil para você explicar tudo isso sem que parecesse que o R.E.M. foi simplesmente um parêntesis de três décadas em sua carreira como artista?

– Foi entendido assim? Não, não é certo. Minha vida mudou, sim. Para o bem, mas isso não quer dizer que eu tenha algo de ruim a dizer do R.E.M.. Fizemos o que fizemos, bastante bem e durante muito mais tempo de que pensávamos. Em alguns momentos fomos felizes, em outros nem tanto.

– Acha que duraram tanto porque, quando triunfaram, em vez de comprar um Porsche arranjaram um bom advogado?

– [Risos] É verdade! Fomos inteligentes, sem dúvida. Mas não fui eu, os espertos eram os outros três. Duramos muito pela paixão, não pelos advogados, que conste.

– O que teria acontecido com você se o sucesso lhe tivesse chegado aos 19 anos?

– Eu teria morrido. É preciso ser muito forte para sobreviver a isso, e eu não sou.

– Foi complicado acordar um dia e ver que a maioria das pessoas para as quais você cantava eram as mesmas que votavam no candidato que você desprezava, as mesmos que teriam batido em você no colégio, as que representavam aquilo contra o que você queria se rebelar?

– Foi horroroso. Até que descobri que sou um artista populista. Hoje estou convencido de que apresentar algo subversivo no seio da arte popular é o que melhor eu posso fazer. Agora, a verdade é que isso é algo que falo com tranquilidade hoje em dia, mas quando, depois de sete ou oito anos negociando a falta de popularidade, de repente você se vê por aí fazendo sucesso diante de milhões de seres humanos que muito provavelmente em qualquer outra conjuntura o massacrariam, a primeira coisa que você pensa é que isso vai dar errado.

A transição do rock alternativo para o rock de grandes estádios não foi fácil para Stipe. Se por um lado ele gostava de aparecer em cena batendo numa cadeira perante dezenas de milhares de pessoas, num ato inspirado na banda de pós-punk esquerdista Gang Of Four (“Ainda conservo aquela cadeira, está perfeita, e olhe que eu batia forte”), por outro sofria na imprensa o escrutínio constante a respeito da sua sexualidade. Passou a década de 1980 quase inteira convencido de que tinha Aids, mas não se atrevia a fazer os exames, porque existia uma lista pública com os nomes de quem se submetia ao teste. Até 1994 não falou abertamente sobre sua orientação sexual, aquela que durante anos o levou a achar que iria morrer cada vez que pegava um resfriado (“Deixei claro na época e não quero voltar a falar disso; só penso em dizer que desde que o mundo deixou de ser sexualmente binário eu me sinto muito mais à vontade”). Àquela altura, o R.E.M. já era a banda que servia para moldar as carreiras de todos os grupos alternativos que aspiravam a triunfar comercialmente. Sem Stipe, jamais teria existido Kurt Cobain, mas logo começou a parecer que, sem Elton John, tampouco haveria Michael Stipe. Kurt era o destino do jovem Michael (ansiedade, êxito fugaz e suicídio), e Elton John, a realidade do Stipe maduro (festas milionárias, amigos famosos e ramalhetes de flores). O homem que antes batia em cadeiras se distraía agora dividindo mesa com meia Hollywood, explicando as letras do Radiohead a Patti Smith (“‘De que porra eles estão falando? Eu deveria gostar?’, me perguntou ela na primeira vez que escutou Thom Yorke”), sendo o padrinho de Frances Bean Cobain, filha do líder do Nirvana e de Courtney Love, e percorrendo a Espanha a bordo de uma Bentley junto com Gwyneth Paltrow e o chef Mario Batali, o mesmo que desenhou a cozinha do loft nova-iorquino que ele colocou à venda no ano passado por quase 11 milhões de dólares, e que antes havia pertencido a Gus Van Sant. Estava vivendo a vida à qual aspiravam aqueles que lhe batiam no colégio, e que era desprezada pelos compradores dos seus primeiros discos. “Há vezes em que é preciso dar um passo atrás e ver que não é um sonho, que você está realmente dentro desse mundo que você antes entendia como uma pura abstração”, afirma ele, sem questionar em momento algum sua relação com a fama. “Há algumas semanas fui a um show beneficente em Nova York. Na minha mesa estavam sentados David Byrne, Laurie Anderson e Brian Eno. Percebi que, se tivesse 17 anos e me olhasse de fora, não acreditaria jamais que essa seria uma mesa em que eu seria não só aceito como inclusive recebido de braços abertos. No final, essa gente é gente. Hoje estamos em um hotel de Berlim com Kristen Stewart, e não acontece nada. Eu lhe lancei antes um olhar furtivo, e me parece incrível. Abstratamente, posso acreditar que ela mede 1,80 e que é um ser distante, uma criatura perfeita, mas, na atual conjuntura e com o que aprendi a respeito de como me relacionar com as pessoas que admiro, posso me aproximar dela, lhe dizer ‘Olá, me chamo Michael’ e lhe informar que minha amiga Patti Smith a considera maravilhosa.”

– Sente que muita gente acredita que você deixou de ser um dos nossos para se tornar em uma dessas distantes megaestrelas?

– Quais são essas megaestrelas?

– Bono, Michael Jackson…

– Poxa, não sei… Não posso lhe contradizer, se você me cita esses. Mas entendo o que você diz… Se você olha a história do rock, sempre encontra essa gente que é esquisita e inabarcável, mas vieram o punk e o hip hop, e ambos mudaram o mundo para melhor. Hoje não posso pensar em ninguém que não seja próximo. Para mim, Kristen Stewart é só uma garota, e P.J. Harvey, uma criatura estranha, poderosa, inteligente… Mas também muito próxima. O R.E.M. sempre foi um grupo de pessoas que não iriam mudar, e não mudaram. Jamais fomos uma banda cool.

– Sente falta de ser um dos nossos?

– Se eu lhe disser que voltarei para casa de metrô, isso responde à sua pergunta?

Rinha humana

Por Laurez Cerqueira (*)

Até agora a luta UFC produziu lesões corporais graves, como a fratura de Anderson Silva e de outros lutadores. O que farão as autoridades quando ocorrer um assassinato diante dos olhos da plateia e dos telespectadores? O assassino será preso em flagrante?

A Constituição Federal e o Código Penal são claros. Essa de que entra no ringue quem quer, de que as pessoas são livres, é uma hipocrisia. Quer dizer que esse mesmo princípio vale para o aborto, a eutanásia, o suicídio e o uso de drogas? A tarefa está com o Supremo Tribunal Federal, o guardião da Constituição.

Tomando como base esse princípio do livre arbítrio, esse “esporte” pode entender que deve evoluir para o uso de facas ou sabres, como no tempo dos gladiadores, tudo bem? Guardadas as devidas exceções, quem assiste quer ver sangue, mais sangue, como nos Coliseus. Isso não seria medieval, uma barbárie?

Classificaram essa luta sanguinária como esporte para regulamentar a rinha humana. Rinha de galo, de cães e de outros animais são proibidas por lei e a rinha humana não? A sociedade do espetáculo está indo por caminhos sombrios.

images-cms-image-000350009

Tem um culto à violência por aí que está levando gente às academias e às lojas de tatuagem para ficar cada vez mais parecida com os lutadores de UFC. Junto com isso tem uns joguinhos eletrônicos de extrema violência que ajudam a turbinar a performance. O que têm a dizer os estudiosos da Psicologia, da Sociologia, da Filosofia, da Antropologia? Não vão se pronunciar? Só depois do primeiro cadáver nas telas de TV?

É incrível! Pessoas que assistem a esse espetáculo se dizem, às vezes, ecologistas, protetoras dos animais, até apoiaram, por exemplo, ações como a da libertação de cachorrinhos da raça Beagle, dos laboratórios de pesquisa em São Paulo. Não é raro ver rapazes musculosos e tatuados com seus Poodles numa coleirinha passeando por aí, mas não perdem sequer uma luta. Esquisito, não?

Pode estar vindo nesse movimento algo de intolerância, de violência extrema, que não combina com a harmonia, a paz e a solidariedade que desejamos, particularmente, todos os finais de ano, para a sociedade dos nossos sonhos. Neste final de ano fomos “brindados”com uma fratura exposta do lutador Anderson Silva.

Ao Greenpeace, ao WWF e tantas ONGs que atuam na busca da paz, do fim das guerras, na preservação da natureza, na proteção dos animais, peço que “vão ao Ártico” e continuem nos seus propósitos, como fizeram os 26 militantes do Greenpeace, entre eles a brasileira, Ana Paula Maciel, mas não ignorem o que está acontecendo aqui. Um ser humano pode matar outro diante dos nossos olhos, nas telas de TV.

O UFC está sendo tolerado por que é movido por milhões em negócios. Não só as empresas patrocinadoras ganham; as empresas de comunicação também engordam seus caixas.

Perguntar não ofende: será que alguma ONG pacifista, ambientalista recebe contribuição de alguma dessas empresas? Aos jornalistas “investigativos” de plantão vale conferir e informar quem ganha e quanto com a rinha humana. Mas, se as empresas patrocinadoras dessa barbárie forem clientes da TV, do rádio, do jornal ou da revista, duvido que ninguém fique sabendo, por razões óbvias.

O que diriam Mahatma Gandhi, Dalai Lama, John Lennon, Nelson Mandela, os Prêmios Nobel da Paz, enfim, todos os pacifistas do mundo, sobre as rinhas humanas?

Um 2014 de paz, harmonia, solidariedade, e felicidade para toda a humanidade!

(*) Laurez Cerqueira é autor, entre outros trabalhos, de O Outro Lado do Real, Florestan Fernandes – um mestre radical; e Florestan Fernandes – vida e obra.

Entre a culpa e a suspeita

Por Mauro Ventura, do Rio

Chego de São Paulo e atravesso a passarela para pegar um táxi longe do Aeroporto Santos Dumont. Caminho distraído quando ouço uma voz:

– O senhor me pagaria duas fotos 3×4? Eles exigem para se inscrever como faxineiro.

Mal esperei a frase terminar e já respondi, sem nem olhar para o rosto:

– Não vai dar, não.

Já vi muito golpe, de gente dizendo que foi roubada e precisa de dinheiro para a passagem, e achei que fosse uma variante. Mas logo fiquei culpado: “E se for verdade?” Arrependido, fiquei observando o homem a uma distância prudente, de forma que ele não pudesse me ver. Estava com um envelope nas mãos. Podia bem conter algum documento. E eu nunca tinha ouvido falar de alguém pedir dinheiro para foto. Aproximei-me e perguntei:

– Que história é essa de foto?

Ele abriu o envelope, mostrou-me uma ficha de inscrição e disse que havia se candidatado a uma vaga de faxineiro. Mas faltavam as fotos. Tinha ido tirar no aeroporto, e viu que custavam R$ 12,50. Como não tinha dinheiro, a atendente disse que não podia fazer nada. Ele saiu em busca de ajuda. Um homem se dispôs a pagar, mas, como já estavam longe do aeroporto, foram a uma outra loja, mais perto. Só que o estabelecimento já não fazia mais o serviço, e o senhor que o acompanhava teve que ir embora. Recomendaram-lhe outro lugar, a umas quadras dali. Eu disse que iria com ele.

No caminho, conversamos. Ele explicou que tinha um ônibus pirata, que fazia a ligação entre Queimados e a Central do Brasil, mas que o veículo fora apreendido pela prefeitura e que seria preciso pagar R$ 6.800 pela liberação. Como ele não tinha esse valor, deixara para lá. Comentei que tinham feito muito bem em confiscar o ônibus, que não se podia dirigir um veículo irregular, que era arriscado e ilegal. Aos ouvidos dele, deve ter soado como um grande blá-blá-blá.

Ele disse que agora quer um trabalho honesto. Mas vinha levando várias negativas, seja porque morava muito longe, seja por ter mais de 50. Tinha 53 anos, mas se me dissessem que eram 70 eu acreditaria. Ele explicou que emagrecera e envelhecera demais nos últimos tempos. Tinha diabetes, a Santa Casa estava fechada e com isso ele não podia pegar seus remédios gratuitos. Sentia tonturas frequentes. Mostrou-me a receita do médico para provar. Enfim chegamos à papelaria.

– Não tiramos mais fotos – disse o dono.

– Tem algum outro lugar que tire? – perguntei.

– No caminho da Cinelândia tem.

Já andávamos há algum tempo pelo Centro e ainda teríamos que andar mais. O sol queimava, eu puxava uma mala e estava atrasado para o jornal. Abri a carteira, dei-lhe R$ 10 e perguntei se ele se importava de procurar a loja sozinho. Ele disse que não e contou que voltaria ao aeroporto. A distância era longa, pensei, mas pelo menos eu sabia que lá ele teria um local garantido para tirar a foto. O homem agradeceu e falou que pediria os R$ 2,50 restantes no caminho.

Disse-lhe tchau, virei as costas, parti e só aí me dei conta de algo: “Por que não dei logo os R$ 12,50, poupando-lhe de ter que ficar convencendo outra pessoa de que não era golpe?” Segui em frente pensando em como o Rio deixa a gente culpado.

O passado é uma parada…

1469804_10151778231933247_1492113285_n

O diretor Stanley Kubrick ao lado de Jack Nicholson no set de filmagem de O Iluminado, filme de 1980.