Por Rodrigo Mattos
Desde o caso Sandro Hiroshi, em 1999, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) passou a influir ativamente na tabela do Brasileiro com punições por perda de pontos ou anulações de partidas. Levantamento do blog desde aquele ano mostra que os times pequenos sofrem muito mais do que os grandes com retirada de pontos, e também são menos favorecidos com pontos.
Agora, novamente uma retirada de pontos da Portuguesa pode alterar o rebaixamento e salvar o Fluminense da Série B. O julgamento da irregularidade do caso Heverton será realizado nesta segunda-feira, na 1a comissão disciplinar do STJD. O Flamengo também está ameaçado de perder pontos.
Houve duas razões principais para a Justiça Desportiva modificar a tabela no Nacional após resultados em campo: jogador irregular e anulação de partidas por suspeita de armação. Essas modificações influenciaram em título (2005), em rebaixamento (1999) e em briga por Libertadores (2004).
No total, em 15 anos, o tribunal retirou 65 pontos das equipes, o suficiente para levar um time à Libertadores no Brasileiro sem jogar. Em compensação, os times obtiveram 35 pontos, alguns deles ganhos no campo como os replays de partidas.
Para efeito de comparação, foram considerados grandes os quatro de São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, os quatro do Rio, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, os dois de Minas Gerais, Cruzeiro e Atlético-MG, e dois gaúchos, Grêmio e Internacional.
Seis equipes que não estão entre as maiores do país perderam 44 pontos. São elas: Paysandu (8), Ponte Preta (4), Figueirense (2), Juventude (3), Grêmio Prudente (3) e São Caetano (24), caso da morte do zagueiro Serginho.
Entre os grandes, também foram seis punidos, mas quase todos no caso de anulação de partida de 2005. Ou seja, muitas vezes perderam pontos para outros grandes. Apenas o São Paulo já foi punido por jogador irregular, justamente Sandro Hiroshi. O time do Morumbi soma seis pontos perdidos, o maior número entre os grandes.
Já no quesito pontos ganhos no tapetão – em 2005 replays em campo – os grandes superam os pequenos. Somaram 20 pontos obtidos com a repetição de jogo ou com pontos obtidos por irregularidade do rival. Neste caso, destacam-se o Corinthians, com seis pontos ganhos, e o Fluminense, com cinco. Ressalte-se que o tricolor carioca também já perdeu dois pontos.
Foram seis equipes pequenas que ganharam pontos, mas só levaram 15 pontos, a maioria foi obtido no caso da repetição de partidas. Por sua vez, houve quatro desses times que perderam pontos com jogadores irregulares. Além disso, nenhum time pequeno deixou de ser rebaixado ou brigou por uma vaga na Libertadores e um título por causa de decisões do STJD, o que já ocorreu com equipes grandes.
No tapetão:
– PORTUGUESA PODE PERDER 4 PONTOS: O meia Héverton foi punido pelo STJD com dois jogos de suspensão, cumpriu apenas um e entrou em campo contra o Grêmio pela última rodada do Brasileirão. A Lusa alega que só tinha conhecimento da suspensão de um jogo para o armador.
– FLAMENGO PODE PERDER 4 PONTOS: O lateral André Santos deveria cumprir um jogo de gancho por conta da expulsão na final da Copa do Brasil. Ele ficou fora do jogo contra o Vitória, antes do clube ser notificado oficialmente da suspensão. Mesmo após o clube ser avisado pelo STJD, ele entrou em campo normalmente contra o Cruzeiro.
– VASCO PODE TOMAR 3 PONTOS DO ATLÉTICO-PR: O Atlético-PR ganhou do Vasco por 5 a 1, mas a partida precisou ser interrompida por 73 minutos por conta de uma briga de torcedores. Como o regulamento da CBF prevê paralisação de apenas 60 minutos em um jogo, a equipe carioca quer ser declarada vencedora nos tribunais.
– CRUZEIRO PODE PERDER 3 PONTOS: O campeão brasileiro levou para o banco de reservas contra o Vasco o goleiro Elisson, que não teria um contrato vigente com a equipe mineira.

CBF = Como Beneficiar o Fluminense.
CurtirCurtir
Este comentário do Rodrigos Mattos é muito oportuno, apesar dele estar querendo livrar a barra da Portuguesa, a qual não tem razão, e mais oportuno ainda foi a postagem aqui no blog pelo Gerson, porque o Paysandu é citado acima com 8 pontos perdidos, como um dos pequenos que já tiveram muitos pontos ganhos dentro de campo, subtraídos no STJD da CBF. Na verdade dos fatos esse epísódio está vivo demais na minha mémoria como se tivesse ocorrido ontem, e acho que jamais vou esquecer desse fato a não ser que o Paysandu volte um dia para a Taça Libertadores e consiga uma vaga também sa sulamericana. O motivo de pensar assim é que essa “subtração” de 8 pontos do Paysandu ocorreu em 2004, quando o Paysandu ainda possuía um time muito forte, com alguns atletas remanscentes de 2003. Notem que coloquei subtração entre aspas porque na verdade, essa foi uma das maiores roubalheiras ocorridos no futebol. E quem afirma ou afirmou isso não fui eu, foram alguns dos maiores juristas do futebol brasileiro e muitas pessoas de bagagem na imprensa nacional, as aquais afirmaram, escreveram antes do julgamento, que se o Paysandu perdesse os 8 pontos, seria a maior roubalheira no futebol. E o Paysandu perdeu. Antes da perda dos pontos, o Paysandu era o 9º colocado na tabela, estava em pleno crescimento, dentro das vaga de classificação para a Copa Sularicana, sério candidato a uma das vagas na Libertadores pelo segundo ano, dando peia em tudo que era adversário no segundo turno ( 2×1 no Corinthians, 2×1, no Inter, 2×0 no Botafogo,1×0 no Vasco fora, 3×1 no figueira, 1×1 gremio fora, 3×1 cruzeiro). Após a roubalheira, o Paysandu despencou na tabela, passou várias rodadas sem ganhar ninguém, tomou de 7 de São Paulo. E quando não tinha mais o que tirarem do Paysandu, cinicamente o STJD através de ordem verbal do ZVEITER, permitiu que os jogadores que tinham sido considerados irregulares no Papão, jogassem o resto da competição normalmente, Aí o Paysandu voltou a ganhar, e a campanha era tão boa e o time tão forte, que terminamos a competição em 14º lugar, uma das melhores de todos os tempos, mesmo com toda a roubalheira dos 8 pontos pelo do STJD. Os fatos curiosíssimos em torno dessa episódio, além dos que já foram comentados, foi que por debaixo dos panos estava envolvido o Clube dos 13, pressionado a CBF, para que o Papão não corresse perigo de tirar novamente a vaga de um dos seus filiados da Taça Libertadores, igual em 2003. Outro fato curioso foi aqui em Belém, quando o São caetano, Ponte Preta, Inter, Cruzeiro, Flu, analisaram muito mas desistiram de entrar com recurso no STJD porque achavam que seria tempo perdido. Porém, pasmen, o Corinthians entrou firme com recurso pedindo os pontos porque, seu dirigente afirmou na radio clube em entrevista, que ja tinha a prova da assinatura do Tourinho, porque alguém aqui de Belém do Pará alguém da imprensa e da FPF já tinha lhe entregado. Isso deu o maior buxixo inicial, e ninguém até hoje sabe quem foi, o “x 9” até porque foi tudo abafado, o Papão não foi rebaixado e temia-se pela integridade física de quem fosse apontado. Viram? muito coisa ocorreu nessa primeirona de 2004.
CurtirCurtir
Por que não se avisou ao Fluminense que o regulamento não estava valendo? O Fluminense jogou desfalcado por diversas vezes dos zagueiros Gum e Leandro Euzébio e laterais por motivo de suspensão e cumpriram rigorosamente suas suspensões determinadas pelo regulamento. Se os dirigentes soubessem que poderia escalá-los e não teriam problemas o Fluminense poderia estar em melhores condições no campeonato. Portanto, se há realmente em vigor este regulamento que se cumpra. O problema todo é que na mexida da tabela, o Fluminense será beneficiado, poderia ser qualquer outro clube. A situação desta vez foi pura coincidência nada mais. O Fluminense não pode ser responsabilizado pelas irresponsabilidades dos clubes envolvidos. O Fluminense cumpriu fielmente o regulamento e chegou onde está. Fala-se em punição para o próximo campeonato, se for assim, bem que o fluminense poderia ter escalado os jogadores e se arriscando numa situação melhor neste campeonato e pagar punição no campeonato de 2014. Isso gereraria Jurisprudência em outras competições. Cumpra-se o regulamento, esqueça que o Fluminense será o beneficiado. As coisas estão repercutindo muito, porque o mesmo Fluminense já fora rebaixado, e houve virada de mesa, mas desta vez a história é diferente, houve vacilação dos clubes envolvidos.
CurtirCurtir
Que culpa tem o Fluminense pelas irresponsabilidades dos clubes envolvidos?
A CBF detectou o problema e saiu divulgando pela imprensa. Arranjou sarna para se coçar.
E agora STJD? Este foi um campeonato confiável ou não?
Já temos o problema envolvendo Cruzeiro x Vasco, ainda bem que o Vasco desceu.
CurtirCurtir
Olha aí Dr. Gerson. Lembra disso? Vale um post específico.
Juiz acusa Mendes de ter determinado ajuda à Lusa
Por Sergio Torres e Mário Magalhães 08/05/97 19h07
Agência Folha
Do Rio de Janeiro
O juiz Valter Senra acusou nesta quinta-feira Ivens Mendes, recém-demitido da presidência da Conaf, de tê-lo orientado a prejudicar o Remo em partida contra a Portuguesa de Desportos, a Lusa, em 1993.
Senra afirmou que, por não concordar com a orientação, sofreu retaliações por parte do então presidente da Conaf.
”Ele me tirou da lista de árbitros aspirantes à Fifa e, desde então, não me escalou mais para os campeonatos brasileiros”, afirmou Senra, 35.
Segundo o juiz, Mendes teria exigido que ele beneficiasse a Portuguesa em um jogo decisivo contra o Remo, pelo Brasileiro.
”Ele me disse que a Portuguesa tinha que eliminar o Remo. Respondi que não me prestaria a isso, que ele colocasse outro árbitro”, disse Senra.
Mendes, de acordo com Senra, não aceitou escalar outro juiz. A Portuguesa ganhou o jogo por 2 a 0, mas não se classificou porque precisava vencer por mais de dois gols de diferença.
”Estou à disposição dos tribunais esportivos e da Justiça Comum. Fui vítima desse mau caráter desonesto que por dez anos usou a arbitragem em proveito próprio”, afirmou Senra.
Na época, a arbitragem de Senra na partida foi bastante criticada. Nove jogadores do Remo receberam cartão amarelo e um foi expulso. Apenas um jogador da Portuguesa foi punido com cartão amarelo. O juiz deu ainda quase 15 minutos de descontos.
CurtirCurtir