Por Gerson Nogueira
Quando se imagina que finalmente uma temporada de futebol no Brasil vai terminar sem confusão, eis que estoura um rolo monumental logo na última rodada da Série B. Barrações suspeitíssimas de jogadores titulares do Bragantino às vésperas do jogo com o Figueirense reacenderam velhas desconfianças, acumuladas e adormecidas ao longo dos anos.
O zagueiro e capitão Álvaro comentou com jornalistas sobre a suposta armação, asseverando que queria entrar em campo. Fontes do clube rebateram com a informação de que Álvaro e mais alguns titulares teriam se reunido com diretores do Ceará, recebendo a chamada “mala branca” como estímulo para jogar e vencer o Figueirense.
Marcos Chedid, presidente do Bragantino, alegou que os jogadores foram afastados cumprindo planejamento que havia sido desenhado ainda no começo da competição. Não colou. O técnico Marcelo Veiga confirmou as palavras do cartola, acrescentando que usaria a partida como laboratório para jovens revelados pelo clube.
Ocorre que é muito estranho que um jogo de tamanha importância para o campeonato seja tratado de maneira banal, a ponto de o time ser desmontado sem razão aparente. Além da responsabilidade dos clubes envolvidos, à CBF cabe a responsabilidade pela lisura da disputa e o respeito aos direitos de todos os competidores.
Diretamente interessados na partida, Icasa e Ceará sentem-se lesados pelo súbito desmanche do Bragantino e já denunciaram o caso ao STJD ameaçando buscar seus direitos no tapetão.
Depois das pinimbas envolvendo o Treze da Paraíba e o Rio Branco (AC) na Série C, a CBF ganha um novo motivo para ordenar a forma de disputa das divisões nacionais. O sempre problemático final das séries, com disputas acirradas por acesso e rebaixamento, já merece um cuidado maior no momento da elaboração das tabelas.
É inadmissível que o regulamento não proíba, por exemplo, que times já classificados desmanchem seus elencos antes da última rodada. E que, como medida preventiva, sejam impostas penas rigorosas para quem descumprir essa norma. Para resolver, basta disposição e pulso firme.
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Vitória do esporte paraense na TV
O Bola na Torre, programa esportivo domingueiro da RBATV, estabeleceu no domingo, 17 de novembro, um novo recorde em sua história: cravou 40,5% de audiência, com 13,62% de diferença sobre a segunda colocada (Globo), que marcou 26,8%. Em terceiro lugar, veio a Record, com 14,9%. O SBT ficou em quarto, com 7,8%. As informações constam da pesquisa semanal do Ibope.
Esses números impressionam ainda mais pelo horário em que o programa é exibido, quase sempre por volta de 00h30 de segunda-feira, concorrendo diretamente com filmes e programas nacionais de qualidade.
Os números de audiência do Bola na Torre têm evoluído bastante nos últimos dois anos, estabilizando-se na faixa de 30% nos últimos meses. No dia 17, além de ampla cobertura sobre a rodada do fim de semana e o noticiário de Remo e Paissandu, o programa recebeu como convidado o dirigente Luís Omar Pinheiro, candidato à presidência da Federação Paraense de Futebol.
Sob o comando firme e sereno de Guilherme Guerreiro, o Bola na Torre consolidou-se ao longo da década como a grande revista eletrônica do fim de semana esportivo. Tem como mandamento principal exibir todos os gols de torneios que envolvam clubes paraenses, mesmo que o jogo ocorra lá onde o vento faz a curva.
O respeito ao torcedor é o grande segredo do programa, que pontua o noticiário com análises, pitacos e papo descontraído. Neste domingo, além de abordar os acontecimentos da penúltima rodada da primeira fase do Parazão 2014 e a despedida do Papão da Série B, o programa terá a presença de Paulo Fernando Bad Boy.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 01)