Novidade nas duas últimas edições do Campeonato Brasileiro, os clássicos nas rodadas finais dos turnos deixam de existir na tabela da competição em 2013. Em reunião com representantes dos clubes, nesta terça-feira, a CBF definiu pelo fim do sistema. Onze clubes votaram contra os clássicos de encerramento, cuja finalidade era reduzir o risco de armações nos jogos decisivos. O campeonato será aberto no dia 26 de maio.
Dia: 26 de fevereiro, 2013
Madri desbanca Barça no Camp Nou
A sentença eterna
Desabituado a punições, Corinthians esperneia
“Se levar o regulamento ao pé da letra não tínhamos que ter jogado em Oruro. Não existe aeroporto em um raio de 210 km da cidade e tivemos que pegar um avião fretado até um aeroporto com palafita, esgoto a céu aberto, cachorro atravessando a pista. Paciência, todos viram o que aconteceu. O Corinthians foi punido, não fugimos disso, o regulamento é claro: torcedores entraram em campo com sinalizadores. Mas o estádio inteiro estava com sinalizadores. Por que as autoridades não tomaram as providências que deveriam ser tomadas? Tudo o que aconteceu foi em cima do regulamento, não pela morte. A morte foi a conseqüência da causa.”
“O que queremos daqui para frente é exigir que a Conmebol cumpra o regulamento. Tem que valer para todos, começando pelo estádio do San José. Não pode haver jogo no estádio do Millonarios, teve sinalizador, pilha na cabeça do bandeirinha, mas só vai mudar se o bandeirinha morrer? Atlético-MG e São Paulo a mesma coisa, estádio inteiro com sinalizador. E se tivesse morrido alguém? Fluminense e Grêmio a mesma coisa. Foi tomada alguma medida? Até quando vamos suportar essas coisas acontecerem e ficar quieto?”
“Talvez se o Corinthians não tivesse sido punido eu não estaria aqui. Mas a partir de agora o Corinthians trará tudo que estiver errado à tona, se for preciso parar o jogo porque algo está em desacordo, vamos parar.”
O advogado Luiz Felipe Santoro afirmou que o Corinthians denunciará ao Comitê Disciplinar da Conmebol todos os casos de irregularidade que já aconteceram desde a última quarta-feira, quando um garoto de 14 anos foi atingido por um sinalizador atingido por um torcedor corintiano. (Da ESPN)
Os campos minados
Por Janio de Freitas
Para os governadores em geral, a morte do jovem boliviano, por obra de torcedores brasileiros, não lhes disse nada, ou nem existiu. O assunto, no entanto, tem relação direta com responsabilidades dos governadores, ou não cumpridas ou cumpridas insuficientemente.
O Brasil é o atual recordista mundial de mortes por incidentes com torcedores. São 44 –23 delas com inquérito policial, conforme citação em bom programa de Carlos Eduardo Eboli, na rádio CBN, com estudiosos da violência nos estádios. Ao menos uma das mortes, há alguns anos, decorrente também de um rojão (ou foguete), em Belém.
A segurança nos estádios é de responsabilidade dos governadores. Aos clubes, federações e confederações competem outros elementos da organização, como regulamentos e eventuais punições. Não faz sentido cobrar a essas entidades, como está ocorrendo em referência ao incidente na Bolívia e já ocorria aqui, o que é atribuído por lei à função das forças estaduais.
Estas são as detentoras do poder de revistar, apreender objetos, excluir, reprimir e prender. De assegurar, portanto, a integridade, a tranquilidade e todos os demais direitos das pessoas não envolvidas em irregularidades ou ilegalidades.
Como orientação adicional para o respeito devido aos torcedores e suas famílias, foi criado o Estatuto do Torcedor. Mas boa parte dele não está sendo cumprida. Inclusive, ou sobretudo, quanto à segurança dos torcedores.
A vulgarização dos rojões para recepção à entrada dos times é um exemplo. Não é só uma manifestação bárbara, pela agressividade auditiva e respiratória. É, acima de tudo, um risco imenso para a integridade física de torcedores, com frequência atingidos pelos borrões de fogo. As clareiras que se abrem velozes nas torcidas dão testemunho do perigo produzido pelos rojões. Pois a essa ameaça boçal vieram somar-se os sinalizadores, cuja idêntica agressividade potencial dispensa palavras, nesta altura.
Os governos não se fazem presentes nos estádios na medida necessária ao cumprimento de sua responsabilidade. A começar da sua escassa capacidade numérica de reprimir a entrada de rojões, sinalizadores e do que mais viole a segurança pública. Nem estão presentes em número bastante para introduzir-se nas torcidas e reprimir os baderneiros de sempre.
Mas por trás das transgressões ao Estatuto do Torcedor não está só a omissão dos governantes, igualmente comprometedora se total ou parcial. Muito do que torna a ida aos estádios um esporte de risco é patrocinado por clubes. As entradas e camisas que dão para as torcidas venderem e se financiarem, além de outras ajudas, não têm fiscalização alguma. Seja oficial ou dos doadores. Os clubes não sabem a quem estão mandando para os estádios, nem o que esses beneficiados levam e vão fazer em meio aos torcedores. Essa falta total de regras e de seriedade é o caminho para as conivências, à espera das responsabilizações penais.
Mas sabe por que isso tudo? Não é só por que as mal denominadas “torcidas organizadas” são úteis para a politicagem interna nos clubes. É que também a imposição de condutas civilizadas nos estádios, por parte dos governantes, exige mexer com grandes contingentes de torcedores. Quer dizer, eleitores.
Tribuna do torcedor
Fui ao estádio no último domingo (24/02/2013), por sinal fui com meu pai (amigo e companheiro destas jornadas), tivemos que enfrentar uma longa fila (para mim umas das desgraças deste país), porém esperamos. Ao chegarmos perto de entrar, havia um cidadão (com crachá da FPF) atrapalhando a fila, por isso da demora, fora que nem todas as entradas estavam funcionando, ao invés do “inteligente” (com crachá da FPF) avisar aos PM’s do lado de fora para interditarem a entrada, ele preferiu continuar atrapalhando a fila, senhor jornalista, não acredito que seja necessária muita inteligência para perceber que ali se está lidando com CONSUMIDORES, pessoas que pagam para estar lá.
Por que o Re-Pa sai tão caro?
Por Gerson Nogueira
Pela enésima vez, os números financeiros do Re-Pa caem na boca do povo, despertando uma polêmica antiga e reabrindo oportunamente o debate sobre as despesas estratosféricas em torno do clássico. Soa esquisito, a qualquer pessoa sensata, que os dois clubes dividam a renda com um terceiro sócio, de rosto indefinido.
No clássico da fase classificatória, as despesas chegaram a R$ 291 mil. Desta vez, com renda maior, o valor subiu para R$ 301 mil, rivalizando com as cotas (de R$ 304 mil, cada) destinadas a Remo e Paissandu.
Um olhar mais acurado sobre o borderô do jogo deixa claro que os gargalos não são assim tão difíceis de conter. É preciso, porém, que as diretorias dos clubes tenham a disposição concreta de enfrentar o problema.
É até ingênuo imaginar que Remo e Paissandu desconheçam o ralo existente na confecção de ingressos, que hoje se tornou o segundo item mais salgado da despesa – logo abaixo dos sagrados 10% que cabem à Federação Paraense de Futebol, outra sócia juramentada do evento.
O próprio valor que é sacado (da renda bruta) para alimentar os cofres da FPF é um ponto que merece discussão mais criteriosa. Afinal, qual a verdadeira destinação desse subsídio que Remo e Paissandu garantem à entidade, que não tem fins lucrativos, mas lucra como nenhuma outra do gênero?
Com valor tão polpudo a cada clássico, a FPF recebe muito acima do que precisaria para ajudar a bancar competições amadoras ou contribuir para o estímulo às boas práticas desportivas, como teoricamente são definidas suas atribuições.
Na prática, os 10% poderiam muito bem ser extraídos da renda líquida dos jogos, deixando a situação em nível bem mais paritário em relação aos clubes, verdadeiros responsáveis pelo espetáculo e pela atração de tantos clientes/torcedores ao estádio Mangueirão.
Além da mordida da FPF, a renda do Re-Pa sofre uma série de outros pequenos achaques. É o caso, por exemplo, dos custos com “quadro móvel” tanto do próprio clube mandante quanto da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer. Já é tempo de rever a natureza dessa despesa, assim como rediscutir os gastos com “lanche/aluguel de equipamentos de rádio”. Se houver vontade política, passando por cima de velhos privilégios, os lucros gerados pela paixão popular irão certamente ser revertidos na quantidade justa aos dois clubes.
As diretorias demonstram, pelo menos no discurso, a intenção de enfrentar a situação. Resta saber se, mais à frente, irão afrouxar diante de interesses poderosos. O momento é oportuno, contando com a clara boa vontade das próprias torcidas para que a justiça dos números finalmente se materialize.
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O enigma Potiguar
A possível contratação de Tiago Potiguar, cogitada pela diretoria do Remo por encomenda do técnico Flávio Araújo, pode dar ao time a opção de um meia-atacante ofensivo para revezar com Tiago Galhardo no meio-campo ou até mesmo com Fábio Paulista no ataque. A opção por Potiguar ganhou força diante do baixo rendimento técnico de Ramon.
Algumas fontes davam como certa a aquisição desde sábado, apostando num suposto acordo entre Potiguar e o Remo. Faltaria somente sacramentar com o empresário que detém os direitos federativos do atleta.
Atualmente no Corinthians-AL, Potiguar vem marcando gols, fato que chamou atenção do técnico azulino, preocupado com as poucas opções disponíveis para o setor criativo do time. Nem mesmo as referências negativas da passagem pelo Paissandu na Série C 2012, com problemas disciplinares sérios, diminuiu o interesse do Remo.
Diante dos argumentos contrários, Araújo teria garantido aos dirigentes que se responsabiliza pelo jogador. Apesar disso, ainda existem resistências na diretoria. A conferir os próximos capítulos da novela.
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Direto do blog:
“Espero que os árbitros paraenses tenham tirado alguma lição ao assistir a arbitragem do Heber Roberto Lopes. Estamos precisando de árbitros assim que não marcam pênaltis a cada cai-cai na grande área. Alguns torcedores do PSC estão tão mal acostumados com a marcação de pênaltis a favor do seu time que já estão pedindo arbitragem local para o segundo Re-Pa, pode? Sinceramente, com esta arbitragem local em todos os jogos do Remo que eu assisto o que mais me preocupa nem é o adversário, mas sim o árbitro marcar pênaltis inexistentes. O Iarley, por exemplo, parece que entra em campo programado para cair, não sei se é pelo peso da idade ou se ele faz de propósito mesmo. Mas podem reparar: encostou, ele cai”.
De Agenor Filho, aplaudindo a arbitragem de fora.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 26)
Capa do Bola, edição de terça-feira, 26
A arte de Atorres
Capa do DIÁRIO, edição de terça-feira, 26
O fim do refrigerante no litrão – em Nova York
Por Márcio Beck
A imbatível combinação de pizza grande e refrigerante 2 litros está com os dias contados na cidade de Nova York. A partir de 12 de março, restaurantes e lanchonetes nova-iorquinas não poderão vender refrigerantes e outras bebidas adoçadas em vasilhames maiores do que 16 onças – o equivalente a 473 ml, sob pena de multa de US$ 200. Apenas água e sucos de fruta 100% naturais estarão isentos. A proibição foi proposta pelo prefeito Michael Bloomberg e aprovada em setembro, por unanimidade, pelo Conselho de Saúde da cidade.
Lutar contra a obesidade e os altos índices de incidência de diabetes são os principais motivos de Bloomberg. Mas, no país em que surgiram a Coca-Cola e a Pepsi, as duas maiores gigantes do setor, a limitação soa quase como heresia – para não dizer uma afronta à liberdade de escolha dos consumidores. Uma pesquisa feita pelo jornal “The New York Times” mostrou que 60% dos nova-iorquinos consideram a mudança uma “má ideia”.
A prefeitura argumenta que problemas relacionados à obesidade matam cerca de 6 mil pessoas por ano em Nova York, e que são mais comuns nas comunidades de baixa renda Um estudo feito em 2011 aponta que cerca de 70% da população negra e 66% da população hispânica da cidade é obesa, contra 52% dos residentes brancos.
A American Beverage Association, associação de fabricantes de bebidas, recorreu à Justiça em outubro para tentar barrar a legislação, com uma argumentação que se estende por 61 páginas. O caso está tramitando na Corte Federal de Manhattan. A associação também detonou uma campanha, em rádio e TV, no fim do ano passado, exaltando o direito dos consumidores à escolha.
A medida pode aliviar os riscos à saúde, mas vai doer no bolso dos moradores da cidade. O jornal “New York Post” fez as contas: uma pizzaria cobra, normalmente, US$ 3 por uma garrafa de 2 litros de Coca-Cola, mas, com a restrição, os clientes terão que comprar seis latas de 12 onças (355 ml), a US$ 1,50 cada, ou seja, US$ 7,50, para ter a mesma quantidade. A restrição também afetará os pitchers, jarras de 60 onças (1,75 litros) comumente vendidos em restaurantes voltados para o público infantil.



