Paissandu 1 x 1 Remo

Campeonato Paraense 2013 – decisão do turno.

Local/horário – Estádio estadual Edgar Proença (Mangueirão), às 16h.

Paissandu – Zé Carlos; Pikachu,Tiago Costa, Diego Bispo e Rodrigo Alvim; Vanderson (Esdras), Ricardo Capanema, Djalma e Eduardo Ramos (Gaibu); Rafael (Iarley) e João Neto. Técnico: Lecheva.

Remo – Fabiano; Carlinho Rech, Zé Antonio e Mauro; Wálber, Gerônimo, Jonathan, Tiago Galhardo (Ramon) e Berg; Fábio Paulista (Branco) e Cearense (Val Barreto). Técnico: Flávio Araújo.

Gols – João Neto, aos 34 do primeiro tempo; e Zé Antonio, aos 46 do segundo.

Árbitro – Heber Roberto Lopes (SC/Fifa)

A cega paixão pelo futebol

Por Walter Ferreira dos Anjos Junior

Esta crônica sobre a paixão pelo futebol no Brasil, em especial na nossa Capital têm um certo ar de nostalgia, explico o porquê.

No ano de 2004, a situação do “Mais Querido”, como é conhecido o Clube do Remo no final do campeonato brasileiro, não era nada confortável, precisávamos vencer todos os jogos em Belém e pelo menos um fora de casa.

No nosso último jogo em casa, fizemos uma vitória espetacular, contra o Náutico (3 x 2), de virada, com um gol no final da partida. Entretanto, o objetivo principal deste relato não é o jogo em si, que se diga de passagem foi emocionante. Mas, o que ocorreu após a partida e presenciada por mim.

Estava eu, tomando uma cerveja na Antônio Baena (em um camelô) e aguardando a saída daquela massa azulina em estado de êxtase pela vitória e de esperança, já que permanência na série B, seria possível, caso vencêssemos o Brasiliense na última rodada. Eis que então no meio da multidão avistei dois garotos pulando e cantando alegremente a marcha “Atletas azulinos somos nós…”.

Curioso e preocupado perguntei a eles:

– Com quem vocês estão?

Um dos garotos respondeu:

– Estou com o meu pai!

Indaguei novamente. Mas, aonde ele está?

O garoto respondeu e apontou:

– Ele está ali!

E no meio da multidão, surgiu, então, uma das figuras mais interessantes que já conheci. Um deficiente visual: alegre e sorridente, com o seu guia visivelmente embriagado (lembrei da música: O bêbado e o equilibrista). Mas, ele nem aí, pulava, cantava (acompanhado de seus filhos), levantava a sua bengala como se fosse uma taça de campeão.

Naquele momento, depois de abordado com cumprimentos também efusivos, conversei por uns cinco minutos com ele. E foram os minutos mais entusiásticos já vividos por mim. Pois, cheguei a seguinte conclusão: existem pessoas mais apaixonadas por futebol do que eu. E ainda emocionado com a cena, o presenteei com o meu chapéu do Clube do Remo, dizendo a seguinte frase: – Você é o maior dos remistas que encontrei!

Infelizmente nosso time não conseguiu permanecer na Segundona. Fomos para o abismo futebolístico – a terceira divisão. E fico pensando o que terá sentido esse nobre torcedor  (que com certeza absoluta somava-se ao fenômeno azul) na gloriosa campanha do Leão do Norte na Terceira Divisão em 2005.

Tudo bem! Na vida e no jogo é assim, as vezes se ganha e as vezes se perde (por isso o ar de nostalgia).