Leão supera PFC e assegura vantagem na final

Por Gerson Nogueira

Com gols marcados no segundo tempo, o Remo derrotou o PFC por 2 a 0 e se classificou com vantagem para a decisão do primeiro turno do Parazão 2013. Val Barreto e Fábio Paulista marcaram os gols remistas, confirmando a superioridade da equipe ao longo da partida. Ao contrário do primeiro jogo em Paragominas, quando o PFC foi mais agressivo e criou várias chances de gol, desta vez o Remo mostrou organização no meio-de-campo e não permitiu ao adversário levar maior perigo à sua defesa.

REMOXPFC Parazao 2013-Mario Quadros (61)A rigor, o time de Paragominas só rondou a área azulina em cobranças de falta e escanteios. O atacante Aleílson, destaque e artilheiro do PFC, foi vigiado de perto e não acertou um chute em gol. O Remo controlava as ações na meia cancha e saía em velocidade pelo lado direito com Galhardo e Leandro Cearense, além de chegar pela esquerda com Fábio Paulista e Berg. Para isso, foi fundamental o bom trabalho dos volantes Jonathan e Gerônimo, tanto no desarme quanto na reposição de bola. Com o entrosamento da dupla de volantes, a defesa teve mais segurança, apesar da ausência do zagueiro e capitão Carlinho Rech.

Apesar de ter desfrutado de bons momentos ofensivos com Fábio Paulista, Jonathan e Leandro Cearense, o Remo não conseguia acertar nas finalizações e o primeiro tempo terminou empatado. Para a segunda metade, o técnico Charles Guerreiro tirou Paulo de Tarso e lançou Bené, buscando dar mais agressividade ao meio-de-campo. Em seguida, substituiu Marquinhos por Rondinelli. As modificações não mudaram o panorama em campo. O Remo tornou-se ainda mais presente no ataque, perdendo excelente oportunidade com Paulista, que bateu forte para firme defesa de André Luís, aos 6 minutos.

Aos 10 minutos, Galhardo lançou Paulista pela direita e este mandou um chute forte. A bola estourou no poste e saiu por trás de André Luís. Animada com o bom momento, a torcida pediu e Flávio Araújo atendeu, lançando Val Barreto no lugar de Leandro Cearense, que já demonstrava cansaço. Logo na primeira arrancada, Barreto recebeu passe de Paulista e chegou à frente do zagueiro Cristovão para fuzilar em direção ao gol. A bola ainda resvalou na perna de André Luís antes de ir para as redes, aos 24 minutos.

Logo em seguida, Barreto entrou na área, trombou com Cristovão e cruzou para o centro da área. A bola resvalou no braço de Rubran, mas o árbitro mandou seguir. Aos 35 minutos, Jonathan recuperou bola no meio-campo e lançou Fábio Paulista, que avançou e disparou no canto direito, sem defesa para André Luís. Remo 2 a 0. O Remo se tranquilizou ainda mais e controlou a partida, sem sustos, até o apito final.

ESCALAÇÕES

Remo – Fabiano; Zé Antônio, Henrique e Mauro; Válber, Jonnathan, Gerônimo, Tiago Galhardo (Ramon) e Berg; Leandro Cearense (Val Barreto) e Fábio Paulista (Branco). Técnico: Flávio Araújo.

PFC – André Luís; Magno, Rubran, Cristóvão e Devan; Dudu, Ilaílson, Paulo de Tarso (Bené) e Marquinhos (Rondinelli); Aleílson e Adriano Miranda (Tony Love). Técnico: Charles Guerreiro.

Árbitro – Cláuber José Miranda. Assistentes: Heronildo Sebastião Freitas e João Paulo Loiola de Sousa.

Cartões amarelos: Cristóvão e Ilaílson (PFC); Fábio Paulista e Válber (Remo).

A renda foi de R$ 211.754,00, com 11.891 pagantes. Descontado o valor de R$ 95.720,00, referentes às muitas despesas (destaque para os 10% da FPF, R$ 21.175,40; aluguel de campo, R$ 8 mil; lances e aluguel de equipamentos, R$ 12.310,00), restou ao Remo a importância líquida de R$ 116.033,48).

À procura de afinação

Por Gerson Nogueira

coluna (1)Até o instante em que finalizo a coluna (4h da madruga de sábado), persiste a expectativa quanto a alterações no Remo para enfrentar o PFC. A princípio, entrariam Tiago Galhardo, Henrique e Berg. Há a possibilidade, ainda, da escalação de Leandro Cearense e Válber. A perspectiva de mudanças prova que o técnico Flávio Araújo também não está satisfeito com a produção de seu invicto time.

O futebol tem lá suas ironias e contradições. O Remo joga feio, provoca arritmia cardíaca em seus torcedores e exibe resultados excelentes. É o único time sem derrota, liderou a fase classificatória e decide a vaga de finalista em vantagem justamente pela acumulação de pontos.

No entanto, apesar de todos os números favoráveis, ninguém arrisca afirmar que o time é o melhor do torneio. A explicação para essa avaliação desfavorável é simples: o conceito de qualidade tem a ver com futebol bem jogado, bola de pé em pé, dribles e disposição ofensiva.

Remo Flavio Araujo-Mario Quadros (2)O Remo de Flávio Araújo inverte essa lógica. Não cultiva o toque de bola, joga praticamente sem armadores e prefere chutões a lançamentos em profundidade. Até aqui essa opção mais rústica vem dando certo, mas não é garantia de êxito no final.

A estatística da defesa – que sofreu 80% dos gols nas últimas quatro rodadas – revela essa possibilidade. Sólida nos primeiros jogos, a zaga se fragilizou ao longo da disputa. Hoje só é menos vazada que a do Cametá e a do Santa Cruz.

Tudo porque os três zagueiros sofrem com o bombardeio dos ataques adversários. Sem vida inteligente no meio-de-campo, a proteção dos volantes também não funciona, o que provoca um bate-volta danado, que cansa e não permite recuperação aos defensores.

A rigor, todo o time sofre os efeitos dessa obsessão pela tática do contra-ataque. Sem criadores na meia cancha, todos os setores ficam sobrecarregados. O desgaste se alastra pelas laterais e afeta os atacantes, também obrigados a voltar para marcar. Assim não há pulmão que resista. O sufoco que o time sofre nos minutos finais é sintoma claro desse desgaste físico.

Contra o perigoso PFC, cujo trunfo maior é a velocidade de jogadores como Aleílson e Adriano Miranda, o Remo mais do que nunca precisará valorizar a posse da bola, a fim de não ser dominado, como ocorreu em todos os jogos do turno. A opção por Galhardo, Berg e Leandro Cearense pode servir para arrumar a casa.

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Justiça chega aos estádios

Na presença da presidente Luiza Nadja Nascimento, o Tribunal de Justiça do Estado reuniu com órgãos ligados ao Sistema de Segurança Pública, na última quinta-feira, e estabeleceu uma providência que pode ajudar a coibir a violência nos estádios paraense: a instalação de três Juizados Especiais do Torcedor em todos os clássicos Re-Pa e jogos com estimativa de público acima de 20 mil pessoas. Um juizado itinerante funcionará dentro do Mangueirão e outros dois às proximidades do Detran.

Cada Juizado Especial do Torcedor terá um juiz, auxiliado por servidores do TJE. Como já ocorre na Europa e em algumas capitais brasileiras, a ideia é prestar atendimento jurisdicional às demandas cíveis e criminais ocorridas antes, durante e depois do jogo. A área de abrangência será o entorno do estádio num raio de 5 quilômetros e o juizado cuidará de litígios que tenham relação direta com o evento.

Amanhã, 18, haverá visita técnica de representantes do tribunal, Polícia Militar e Polícia Civil ao Mangueirão para inspecionar a área do estádio e definir a localização dos Juizados Especiais do Torcedor.

A oportuna criação do juizado itinerante integra o projeto “Futebol com Justiça”, que está sendo proposto pela Coordenadoria dos Juizados Especiais do TJE, órgão criado pela Lei Estadual nº 6.459/2002 para organizar e estruturar os Juizados Especiais no Pará.

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Sandro rompe o silêncio

Silente desde que foi acusado de tumultuar o ambiente no Paissandu em 2011, atrapalhando a busca pelo acesso à Série B naquele ano, o ex-volante Sandro reapareceu na sexta-feira, para assumir a gerência de futebol do América de São José do Rio Preto. Deu até entrevista.

Ao lado do principal cartola do clube, Sandro falou grosso, cara amarrada. Explicou que vai impor na nova carreira a característica mais marcante de seus tempos de jogador: a raça.

A dúvida é saber se, agora na pele de executivo, Sandro vai ser determinado e incansável como nos tempos de ídolo da Fiel ou se repetirá o estilo “chinelinho” da fase crepuscular da carreira. A conferir.

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Um Rei na arquibancada

O Remo tem um motivo a mais para fazer as pazes com o bom futebol hoje à tarde. O jogo será assistido por um torcedor/observador ilustre. Artur Oliveira, um dos últimos ídolos do clube, veio a Belém especialmente para ver o time enfrentar o PFC. Rei Artur, como se sabe, foi um craque de bola.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 17) 

Papão massacra São Francisco na Curuzu

PSCXSao Francisco Parazao 2013-Mario Quadros (17)

Por Gerson Nogueira

Com atuação arrasadora nos primeiros minutos, o Paissandu goleou o São Francisco por 6 a 1 na noite deste sábado no estádio da Curuzu, no jogo de volta da semifinal do primeiro turno do Parazão 2013. Antes dos 10 minutos, o placar já apontava 3 a 0 para os bicolores, que faziam jogadas em velocidade e contaram com um incrível apagão da defesa santarena. Rafael Oliveira abriu o placar aos 2 minutos, depois de levar vantagem sobre dois marcadores e chutar rasteiro no canto direito do goleiro Jader, que pulou atrasado.

PSCXSao Francisco Parazao 2013-Mario Quadros (40)

Aos 7 minutos, veio o segundo, marcado por João Neto, depois de boa jogada de Djalma e Rafael Oliveira. Logo aos 9 minutos, Rafael fez o terceiro, aproveitando-se de um cruzamento de Rodrigo Alvim que atravessou a área do São Francisco sem que os zagueiros interceptassem. Como encontrava campo livre para avançar, o Paissandu continuou em cima e marcou o quarto gol aos 19 minutos, através de João Neto. Logo em seguida, Rafael marcaria o quarto depois de saída em falso do goleiro, mas o árbitro anulou, apontando uma falta inexistente.

O Paysandu seguiu pressionando e aos 19 minutos fez o quarto gol com João Neto. O atacante bicolor recebeu lançamento na área e tocou na saída do goleiro Jader. Confuso e ainda atordoado pela surra inesperada, o São Francisco tinha dificuldades para se articular. Mesmo assim, aos 39 minutos, Rodrigão caiu na área e o árbitro assinalou pênalti, que Caçula converteu, aos 40 minutos.

PSCXSao Francisco Parazao 2013-Mario Quadros (29)No segundo tempo, o Paissandu manteve o ritmo inicial e, logo aos 2 minutos, Rafael desperdiçou grande chance, cabeceando para fora. Aos 10 minutos, a goleada foi ampliada com um belo arremate de Djalma, que chutou de fora da área no canto esquerdo do gol de Jader. O domínio do jogo continuou com o Papão, que ditava o ritmo e tinha total controle da posse de bola, principalmente pelos pés de Eduardo Ramos, novamente com atuação impecável. O sexto e último gol da noite veio aos 28 minutos. Rafael recebeu pelo lado esquerdo da área, driblou o goleiro e tocou para as redes.

O ritmo do jogo caiu e o São Francisco passou a insistir, tentando diminuir o tamanho do vexame. Mas a melhor chance coube ao Paissandu que, aos 40 minutos, perdeu mais uma grande oportunidade. Em escanteio, a zaga voltou a cochilar e Rafael recebeu livre. Chutou, o goleiro espalmou e o atacante disparou por cima da trave. A arrecadação chegou a R$ 136.390, com 6.869 pagantes (1.308 credenciados).

Destaques, pelo Paissandu: Eduardo Ramos, Rafael Oliveira, João Neto e Djalma. O São Francisco realizou sua pior apresentação no campeonato, com atuação desastrosa do setor de defesa, à frente o goleiro Jader, que falhou em pelo menos dois gols. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

PSCXSao Francisco Parazao 2013-Mario Quadros (24)