Por Carlos Eduardo Lira da Silva
Sobre a polêmica do Campeonato Brasileiro ser de pontos corridos ou não, faço as seguintes considerações. O Brasil é um país continental (igual aos EUA), logo, não se trata de um País com as dimensões de Alemanha, Itália, Espanha e Inglaterra, para citar locais com campeonatos (de pontos corridos) importantes a nível mundial. Por ser um país continental, no Brasil, este tipo de campeonato é um grande problema, já que não tem a legitimidade de um Campeonato Brasileiro de verdade, visto que, nem todas as regiões estão representadas, ou seja, o Campeonato é praticamente um Sul – Sudeste (sonho da Globo e CBF).
Outro aspecto a ser destacado é o declínio do futebol brasileiro, se analisarmos friamente, a consumação do campeonato de pontos corridos coincide com a decadência do futebol nacional (tanto em termos de times como produção de talentos). O Brasil e lógico os times brasileiros tornaram-se times de resultados, por consequência, estes times abrirão mão de produzir novos talentos, como o time endiabrado do Santos de Robinho e Diego que surpreendeu o Brasil. Em síntese, arrisco-me a dizer que, talvez nos dias de hoje, o Brasil tenha os times de futebol mais maquiavélicos do futebol mundial, já que não interessam os meios, pois importantes são os fins.
É em virtude disso que defendo um Campeonato brasileiro dividido em 4 Conferências (as conferências seriam Norte-Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste).
As regras, para mim, seriam estas:
1) conferências jogariam em turno e returno (pontos corridos) sendo os classificados para as fases de Mata-Mata:
1.1) Campeão e Vice da Conferência Norte – Centro-Oeste;
1.2) Do 1º ao 6º colocado da Conferência Sudeste;
1.3) Do 1º ao 4º colocado da Conferência Sul;
1.4) Do 1º ao 4º colocado da Conferência Nordeste;
2) Os mata-mata seriam definidos em melhor de 3 jogos, com vantagem dos primeiros colocados jogar dois jogos em casa.
3) Cada mata-mata definiria a vantagem de jogar os dois jogos em casa, ou seja, o time que tiver o melhor retrospecto no mata-mata vigente ganha o direito de jogar os dois jogos em casa.
4) A cláusula 3 vale para as definições dos mata-mata até a decisão do campeonato;
5) Cruzamento de conferências seria definido através de sorteio
Penso que esta seria a fórmula mais justa de um Campeonato Brasileiro, mais justa que um campeonato de pontos corridos, já que desenvolveria o futebol em todo o país. Como disse (e por isso sou tão contra os pontos corridos) o Brasil não tem o tamanho da Espanha, da Alemanha e da Inglaterra. O Brasil é do tamanho dos EUA. Talvez tenhamos que aprender com os americanos, afinal são eles que têm finais com recorde de audiência e sucesso financeiro, vide as finais do SuperBowl (?), do basquete e beisebol, que dão mais audiência que uma final de Copa do Mundo.
ok Carlos Eduardo,
Qualquer formula de disputa que seja viável para substituir essa chatice da formula de pontos corridos é interessante e deve ser olhada com carinho. O que não dá para e continuar essa formula do jeito que está, afastando cada vez mais o torcedor dos estádios. Ja basta a violência e a falta de craques no nosso futebol para afastar os torcedores.
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Com todo respeito ao amigo Carlos Lira, mas não concordo não… Uma coisa é certa, quem não se planejar corretamente, não brigará pelo título… Elementar..
O Campeonato brasileiro, é justíssimo. A única mudança que poderia ser feita, e que até defendo, era uma final em um jogo apenas, num campo neutro, entre o ganhador do 1º turno e o ganhador do 2º turno, sem vantagem alguma para qualquer um dos dois times.
É a minha opinião..
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Cláudio, como se planejar com diferenças orçamentárias de ordem astronômica. Flamengo e Corinthians recebem juntos quase 200 milhões somente da Globo.
Não é planejamento é diferença orçamentária que faz com que alguns sempre vençam e outros sempre lutem contra o rebaixamento… O pontos corridos reforça essa prática de concentrar dinheiro em alguns…
Minha preocupação é ver o futebol brasileiro semelhante ao espanhol em termos de concentração de títulos (Real Madrid – 32 vezes; F.C. Barcelona – 21; Atlético de Madrid – 9; Athletic Club de Bilbao (Atlético de Bilbao) – 8; Valencia CF – 6 seis; Real Sociedad de Fútbol – 2, Real Betis Balompié, Sevilla Fútbol Club e Deportivo La Coruña uma vez cada).
O dia que o Brasil for assim podemos acompanhar outro esporte…
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Concordo plenamente!
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O cara pegou a formula do basketball americano achando que e futebol. Te dizer.
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Mas Carlos, o publico da era mata-mata nao fica distante da era pontos corridos e perceba que naqueles distantes anos os grandes dos Países Baixos (Sul e sudeste) tinham craques aos montes.
Veja outro exemplo: – a copa do Brasil e os estaduais sao todos mata-mata e nem por isso se tornam tão atraentes.
A Globo que hj se tornou dona da bola .também quer os pontos corridos. E pq nao muda? Pelos clubes? Nao muda pq sabe que a maioria dos adeptos preferem os pontos corridos.
Mas pq somente no fim da temporada, o tema mata-mata volta a tona.? Pelo bendito espetáculo ou pelo choro tão repetitivo dos perdedores de sempre..
O tema rende e entre mesas e generosas geladas com certeza fica melhor. Sim ou nao?
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Outro fator importante para queda da qualidade do futebol brasileiro foi a Lei Pelé, que beneficiou os atletas e empresários, mas prejudicou clubes formadores, principalmente aqueles sem grandes torcidas, como a Tuna Luso. Acho que a lei deve ser reformada para proteger esses times no sentido de que o clube jamais perca o direito sobre os atletas que formou, mesmo que este ganhe na justiça o direito de sair para outro clube. Acho que 70% dos seus direitos federativos devam ficar com o time de origem.
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Caro Jaime, não peguei a fórmula do Basquete americano, que particularmente não acompanho nos canais fechados, apenas sugeri eles como referência de organização de campeonato em países com proporções continentais…
A Copa dos Campeões, vencida pela última vez pelo PSC tinha basicamente este formato que sou partidário…
Outra coisa meu caro, fórmula de competição não está diretamente relacionada ao esporte em questão… Logo, por que não pegar os exemplos de sucesso comprovado, principalmente, como disse, em países com características continentais…
Abraços e Saudações Bicolor!
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Meu Caro Haroldo (?),
Não falo de público apenas, falo de desenvolvimento do futebol em todas regiões do Brasil. Ora, a fórmula vigente perpetua: os clubes mais abastardo financeiramente (patrocinado pela toda poderosa Vênus de platina) e clube de empresários (concentram-se no sudeste). Proporcionalmente inverso, extermina clubes (regionais) tradicionais… Veja o caso da maior rival que encontra-se sem divisão… Além do fato que, com este formato, priorizando uma minoria, clubes como Sport, Nautico, e Bahia jamais serão campeões novamente, pois não tem o poderio financeiro dos clubes do eixo-sudeste (ja que até o sul não consegue ganhar título no atual modelo vigente)…
Cara, não é choro de perdedor, pois nem acompanha a série A, já que meu clube estava disputando a série C, mas é um “grito” em defesa do futebol nacional de verdade, não um futebol daqueles times que somos condicionados a torcer (flamengo, fluminense, botafogo – com todo respeito ao Gerson, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos)… Quero um futebol para os brasileiros, não para os sulistas…
Bem mais é apenas a minha opinião, creio que a CBF nem de orelha quente está… hahahah!
Abraços!
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Concordo, além do mais, essa formula é seguida por todos os esportes nos EUA, não somente o basquete, seria até mais justo e teriamos sim um verdadeiro campeonato brasileiro, com times de todos os estados participando, seria muito bem vinda, infelizmente, isto só será possivel em sonhos regados a muito lsd, infelismente, a relaidade brasileiro, de segregação de regiões não permite, ams se todos sonharem e lutarem, pode ser possivel sim.
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Também não gosto do campeonato por pontos corridos.
E essa formula que diminuiu os números de participantes também estar servindo para muitos times de tradição ficarem ameaçados de extinção.
Principalmente no Norte e Nordeste do Brasil. A questão é que aqui no Norte há uma omissão covarde.
Foi realizado uma copa Brasil sub-20 e conseguiram fazer sem que sequer houvesse 1 representante da nossa região.
O futebol no Norte ainda não acabou e nunca acabará por conta das duas forças que tem esta região, chamadas Paysandu e Remo.
Mas se dependesse desta federação de meia tigela, que diz amém pra tudo, coitado do Pará.
Mas p/ não fugir do tema, esses pontos corridos é a formula da roubalheira.
Já que nunca, nem com planejamento e nem com nada, um time que ganha uma cota de 2 milhões vai ser campeão contra um que ganha 20 milhões.
Os “grandes” podem até cair, mas os “pequenos” não serão campeão jamais.
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“Não serão campeões”
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A idéia é boa, mas dificil de ser executada no Brasil, visto a desigualdade econômico-financeira entre as regiões, menos sensível nos EUA. Pra Globo, o que interessa é a venda dos pacotes dos canais fechados, onde a maioria está concentrado no Sul/ Suldeste, a qualidade do futebol pouco interessa, até porque qualidade ela vende com campeonatos europeus, os brasileiros que se lixem. E ainda tem o tal do preconceito com o Norte/Nordeste, terra de índios e caipiras.
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Falou td loboJr véi o que tem de gente me perguntando se é verdade que no Pará as pessoas andam de facão e 44 na cinta é d+ véis , té doidooooooo.Os caras pensam q é mesmo o fim do mundo , eu fico p da vida e dou cada resposta kkkkkkkk
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Quero ler a opinião do PR pastor Carlos , pessoalmente ele me fala suas idéias + queria ler aqui a opinião dele.Veís vlw a partcipação , nessa forte abraço paraenses já
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Prezado lobojr é apenas uma ideia, mas se juntos (norte, nordeste e centro-oeste) poderiamos diminuir essa discrepância… O problema desta união é que Pernambuco e Bahia (principalmente este último) pensam que compõe o eixo sudeste do Brasil…
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Harold e Claudio, concordo com suas opinioes em relação aos pontos corridos…e Harold, realmente o assunto é ”requentado”…só vem a tona ao termino do campeonato…é um choro danado até de quem nao torce pra clube da primeira divisao…he he he ..o interessante é que quando era mata mata e o oitavo tirava o primeiro mtos diziam q era injusto isso e aquilo…..agora que é mais justa a classificacao…rs rs rs …
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Caro Edmundo, ja havia postado coisas desse tipo antes do final do campeonato (na verdade ainda no início), Gerson, se acompanha minhas postagens, é prova disso… Minha questão não é com pontos corridos ou etc e tal… Meu ponto de vista é sobre: a falta de legitimidade de um campeonato se dizer brasileiro sem ter a representividade do futebol brasileiro, o declínio do futebol brasileiro está relacionado a consolidação do futebol de pontos corridos, a falta de novos talentos e valorização das velhas raposas (Thiago Neves e companhia como exemplo) e, acima de tudo, a extinção de marcas regionais (Remo e PSC por exemplo) em favor das grandes marcas…
Não é choro… Faz muito tempo que somente torço para o PSC, mesmo respeitando quem torce para outros times…
Abraços!
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Gerson,
Já tem um mico da Semana, alias não é muito dificil quando se veem do cabeça de bagre.
Li no concorrente que o Remo contratou um zagueiro Hallyson e já dispensou. O mesmo vai acionar a justiça.
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Pontos corridos é melhor. Cada um joga contra todos duas vezes e o melhor conquista mais pontos. Infelizmente, se não somos de primeira em aspecto nenhum, também não podemos querer ser campeões do Brasil no futebol, simples. E vale pra todos os esportes e pra todos os campos da vida. A verdade é que somos de região pouco desenvolvida e pronto. Vamos dar graças a Deus por ter voltado pra segunda e vamos fazer tudo pra nela nos mantermos. Ou na Europa não tem segunda, terceira e quarta divisões? Cada um na sua conforme suas possibilidades e competência.
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Maurício, respeito que goste e ache justo ponto corridos, mas conformismo nunca… Achar que seremos sempre de sengunda, terceira ou quarta é difícil de engolir… Pior é agradecer a Deus por isso…
Cara nunca pensei que o PSC fosse jogar a Libertadores… Jogamos e fizemos bonito, representamos o futebol brasileiro melhor do que o Corinthians que perdeu para o Tolima (que clube é esse?).
Colega, entendo que devemos lutar por espaço, talvez com uma união (como escrevi anteriormente) entre o norte – nordeste – centro-oeste, possamos pensar em desenolver o futebol do Brasil…
Sobre este estado… É uma pena que somos explorados, pois neste país, em termos de riquezas, não existe igual…
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Para haver mudança é preciso primeiro haver união entre os times do Norte-Nordeste, algo impossível quando se trata de futebol, basta lembrar a resteira que os times maranhenses levaram na Copa do Nordeste. Os clubes grandes destas duas regiões deveriam criar uma entidade tipo o Clube dos Treze para defender seus próprios interesses, tais como tabelas de campeonatos, cotas de TV e patrocínios, pois somente assim teriam força para enfrentar a Globo e a CBF. Mas isso só seria possível com aderência de todos, infelizmente Sport, Náutico, Bahia e Vitória já foram cooptados pela Globo e preferem a gangorra do acesso e descenço a ser solidários com os demais times da região.
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Lógico, Carlos, vamos evoluir sempre! Apenas acho que ainda estamos longe da série A e que a segundona é onde devemos nos manter nas atuais circunstâncias. A participação na Libertadores foi surpresa, muito mais a ótima campanha, algo episódico, circunstancial, que carece de muita coisa pra se repetir um dia. E de tão ruins nossos dirigentes, o Paysandu não deu um passinho se quer adiante depois daqueles anos maravilhosos.
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Luis, é como eu disse mais acima, Bahia e Pernambuco (mais o primeiro) pensam que são do eixo sudeste deste Brasil…
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Maurício, minha questão é um campeonato diferente, daí que minha proposta (que nunca será realizada) prioriza os times do eixo sul e sudeste, pois tem mais títulos e história, mas abre espaço para o desenvolvimento do futebol em todo o país…
Acho o Campeonato de hoje um campeonato do eixo sudeste… Vale dizer que, a segunda divisão não é muito diferente, nesse sentido, da primeira…
Abraços!
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Carlos Lira, entendo o seu ponto de vista, mas penso que pelo menos a Série B deveria mudar, pois se a Série A de pontos corridos já é insossa, imaginem a Série B sem os tradicionais clássicos regionais. Não concordo que times como Santa Cruz, Fortaleza, Sampaio Correa e Remo não disputem ao menos a Série B, mas os dirigentes destes times não pensam no coletivo, só vêem os próprios interesses.
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Luis, pode ser esse o caminho para no futuro mudar a primeira…
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Em sua coluna de hoje no caderno Bola do Diário do Pará, o Gerson aborda a chatice que foi o Campeonato Brasileiro de ponta a ponta. Concordo que, de fato, o campeonato foi enfadonho. No entanto, creio que o tédio não pode ser relacionado apenas à fórmula de disputa da competição.
O campeonato foi chato pelo fato de os times serem ruins, pelas transmissões serem péssimas (e os melhores jogos, ou os menos piores, passam em canal fechado, priorizando-se a audiência (?) em detrimento da rivalidade e do bom futebol como ontem), e pela divisão do faturamento vindo das tvs reafirmarem o abismo entre o “Eixo” e os clubes do resto do Brasil, inviabilizando uma competitividade entre os times minimamente satisfatória. Isso é mais do que factível.
Não partilho a tese de que o resgate do mata-mata salvaria o nosso futebol. Pelo contrário, entendo que a volta das fases eliminatórias ao nosso campeonto, sob o meu ponto de vista, reafirmaria nosso anacronismo futebolístico em tempos de futebol globalizado, competitivo, ofensivo, bem jogado e com cifras astronômicas pagas aos clubes pelos direitos de televisionamento dos jogos, o que já ocorre no Velho Mundo, outrora o berço do futebol “cintura-dura”, pragmático e “apenas rico e organizado” fora das quatro, mas que vem subvertendo esta lógica há pelo menos uns 8 anos.
Quanto ao afastamento do torcedor dos estádios, ele já era identificado mesmo antes da fómula a la européia dos pontos corridos. Se a fórmula fosse o maior problema, os Campeonatos Estaduais (pelo menos os grandes estaduais do sudeste, também anacrônicos e desinteressantes ao torcedor), praticamente preservados em suas fórmulas e que há mais de 50 anos têm os mesmos campeões (inclusive no Pará, pois Independente e Cametá serão meros hiatos à hegemonia da dupla Re-Pa), não estariam esvaziados, com jogos pouco emocionantes, mesmo estes priorizando em seus regulamentos e fórmulas de disputa as fases em mata-mata e as finais.
Sendo assim, qual seria o problema da monotonia de nossos certames?
O primeiro ponto a ser destacado é que nossos torcedores, diferentemente dos europeus (sobretudo ingleses e alemães) e mesmo dos argentinos, não costumam ir aos estádios acompanhar seus times. A média de público dos times brasileiros, inclusive os de grande torcida em nível nacional, tem surtos de pico quando as equipes vão bem e fazem grandes campanhas. Não à toa, as médias de público de Paysandu, Santa Cruz , Bahia e Remo sempre são destacadas com uma certa ponta de inveja e surpresa pela imprensa do eixo sul-sudeste. O Fluminense, por exemplo, mesmo fazendo campanha irrepreensível e que o coroou campeão nacional de 2012, teve a pior média de público entre os campeões brasileiros em toda a história pós 1971. Aliás, a média de público de nossas competições já era baixa mesmo antes de 2003, ano em que se instaurou o campeonato com turno e returno. As razões do afastamento dos torcedores é notória: violência, acessibilidade às praças esportivas, o horário impróprio das nos meios de semana, espetáculos de baixíssimo nível técnico, instalações precárias e uma relação custo benefício que torna o ingresso dos jogos no Brasil um dos mais “caros” do mundo por aquilo que, em troca, é ofertado ao torcedor. Enquanto anglo-saxões e germânicos têm a certeza de se divertirem nos estádios, nós temos a convicção de que chegar aos mesmos é uma verdadeira Odisséia digna de Ulisses e seus asseclas, tamanha as dificuldades e contratempos para adentrar em nossas arenas.
A qualidade técnica do nosso campeonato é sofrível há pelo menos uns 7 ou 6 anos. Ou seja, o nível não caiu imediatamente à implantação dos pontos corridos. Cruzeiro em 2003, Santos em 2004 e Corinthians em 2005 foram bons times que não jogavam esse futebol insípido de chuveirinhos, botinadas e bola parada. Até mesmo o Paysandu montou bons times (sobretudo em 2003), embora lutasse via de regra contra o rebaixamento, o que indica que o nível técnico era consideravelmente melhor e a competição era nivelada em degraus mais acima.
As razões de tanta indigência técnica reside ainda no conservadorismo dos técnicos e seus medos de perder (inclusive o emprego), na retranca, no pouco número de técnicos ex-meias e ex-atacantes em um meio dominado por ex-zagueiros medíocres e ex-volantões porradeiros, na péssima formação tática e técnica de nossos jogadores vindos das divisões de base (Conca, Montillo, D’Alessandro e agora Martinuccio comandam as meiúcas de nossos times mesmo não sendo espetaculares enquanto apenas Ganso, embora em recuperação, ao lado de Lucas são os únicos jogadores de meio acima da média nascidos no Brasil). Ademais, o sistema de divisão imoral de cotas de televisionameto afeta a capitalização dos clubes que se assentam na ante sala dos privilegiados. E a equação é simples: enquanto o Flamengo com 25 milhões pode contratar o “Zidane”, o Náutico com 2 milhões mal paga a folha anual de um elenco cheio de refugos ou jogadores medianos. Não há competição que resista a uma desigualdade como essa. Pode se alegar que há muito tempo, desde a fundação do extinto Clube dos 13 a divisão é desigual, mas o contexto era outro, os talentos e os bons jogadores formados aqui no Pará ou em Pernambuco, por exemplo, compensavam a diferenciação técnica advinda do aporte de recursos oriundos dos direitos de transmissão. E agora, sem a formação de jogadores mesmo nos grandes clubes do “sul maravilha”, a divisão desigual faz uma diferença enorme na montagem de elencos. E aliada às ações administrativas perdulárias dos dirigentes, tem sido decisiva nas pretensões das equipes ao iniciarem a disputa do nosso certame maior .
Creio que uma decisão entre o primeiro e o segundo colocados do campeonato pode até acrescentar um molho à disputa, mas o retorno do mata-mata pra mim seria um retrocesso. Para isso existe a Copa do Brasil. A fórmula de disputa, como vemos, é o menor dos problemas. Ela é mais assolada pelos efeitos de nosso marasmo futebolístico atual e pelos rumos adminsitrativos e técnicos do esporte praticado no país do que a causa principal deste. A bolha do amontoado de problemas do futebol brasileiro, com seus remendos, arranjos e rearranjos crescia e um dia iria estourar não é mesmo? Só não tínhamos como saber, de forma precisa, quando a fatura chegaria. Por ironia, chegou próxima da maior festa do futebol mundial, organizada justamente em nosso quintal.
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Daniel, minha questão é 20 clubes represetam o futebol brasileiro? Minha questão é que o ponto corridos não permite um futebol do Brasil… Mais do sul e sudeste (pricipalmente deste último)… Ainda bem que os Americanos não pensam assim o esporte… Enquanto fazemos migalhas de dinheiro com este campeonatozinho… Eles fazem bilhões… Como disse, minha proposta era para um futebol nacional e não local… Não adianta achar que reetruturando faremos nosso futebol grande… Brasil é um país segregado em todos os sentidos em todos os setores… Mudança exige rebeldia…
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Carlos, entendo sua preoupação no que diz respeito à representatividade. Mas temos que entender o nosso futebol em todas as suas articulações internas e externas, no aspecto técnico, tático, administrativo e sócio-econômico. As desigualdades são reflexo somente da fórmula de disputa, do número de participantes ou é tributária de questões de ordem sócio-econômica e política (esta no que diz respeito à administração dos clubes, das federações estaduais e à “dona” do futebol nacional e suas cotas aviltantes)? De nada vale incluir clubes como Paysandu, Remo, Tuna Luso, Santa Cruz, Vitória, Santos de Macapá e Moto Club se estes clubes não querem se fazer incluir. Concordo que falta rebeldia, uma concepção de que os clubes serão fortes se estiverem unidos, mas a maioria dos dirigentes são personalistas, e como tais têm uma visão mesquinha de suas próprias administrações internas. Não têm visão de futuro, arrojada, e coletivista. Temos exemplos aqui mesmo do quão danosas são certas figuras aos próprios clubes que presidem. Acho que 24 clubes seria interessante, mas se se quer e se predente melhorar o nível técnico do certame, inchado ele não pode ficar. Ademais, um campeonato nacional por regiões integrariam os clubes… ou aumentariam a segregação, numa espécie de “inclusão sem incluir”? Haveria interesse numa transmissão para todo o país de uma Re-Pa decisivo ou de um Vitória x Santa Cruz para todo o Brasil como é feito lá fora, onde não se transmite, inclusive para o mundo, apenas os jogos dos “grandes” times? As marcas dos times nordestinos e nortistas se fortaleceria? Em 1993 a Série A teve 32 clubes, onde apenas os jogos das chaves A e B (com os 16 maiores clubes do Brasil) eram transmitidos, a impressão que se tinha era que apenas 16 times jogavam o certame e pouco se sabia das chaves C e D, onde pontificavam os clubes do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e até mesmo do Paraná e Santa Catarina. Foram todos integrados, mas foram fortalecidos? Eis a questão.
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Não torço para os times do Sul-Sudeste, portanto não ligo muito para a fórmula da Série A, mas acho que uma Série B com duas conferências (Norte e Sul) com grandes clássicos regionais (Remo x Paysandu, Sampaio x Moto, Ceará x Fortaleza, ABC X América, Sport x Nático x Santacruz, CSA x CRB) na conferência norte, deixaria os nossos times mais fortes e desenvolveria mais o futebol do Norte-Nordeste. Mas para isso, os clubes teriam que negociar as transmissões com outro canal, pois a Globo não tem interesse que torçamos para os nossos times, somente para protegidos dela. Na transmissão da Série B a Band só exibe os jogos dos times paulistas, enquanto que os times do Norte-Nordeste só passam na TV fechada. Em 2013 a Band só mostrará os jogos do Palmeiras assim como só mostrou os do Corinthians em 2008.
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É isso que estou dizendo Mariano. Não basta incluir, é preciso se fazer incluir. Para isso os clubes devem se profissionalizar, se modernizar, tornarem-se dinâmicos. Não basta participarem, devem competir. Mas para que o futebol brasileiro possa se desenvolver em todas as sua regiões, ainda compreendo que ele deva ser integrado, e não regionalizado. As experiências devem ser partilhadas, não particularizadas. E como se faz isso, com o contato e conhecimento de outras plagas. E a união é a saída, pois como você bem disse, a Globo faz pouco caso dos times e torcidas daqui. Vide 1993.
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Não, só dos nossos times Daniel, a globo faz pouco caso da nossa cultura também. Norte e Nordeste juntos somam quase setenta milhões de habitantes e não nos vemos representados na grande mídia, Jorge Amado, Ariano Suassuna e Chico Anísio foram exceções. É preciso termos a nossa própria mídia para contarmos nossa própria história apartir do nossos ponto de vista, inclusive o nosso futebol.
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Penso diferente de você Daniel, apesar de entender seu ponto de vista…Creio que a integração na fase final seria o suficiente para mostrar um futebol nacional… Dando chance de desenvolver centro menos desenvolvidos e revelando mais valores para o futebol nacional… Vale dizer que teriamos bastante jogos entre os participantes das conferências ns cruzamentos…
O conceito de integração, que você projeta, não é para todos… Diz nas linhas que todos podem ser da séria A, ganhar o título da série A e disputar a libertadores… Basta se estruturar para isso… Ser profissional (diz o discurso)… Se você não consegue, a culpa é da sua administração…
Ora, como se estruturar se um clube ganha 100 milhões de tv e o outro ganha 5 milhões? Vide o Palmeiras na série B que irá ganhar algo em torno de 80 milhões, enquanto o PSC ganhará 2 milhões… Esta é disputa que integra? Esta é a disputa que possibilita o futebol desenvolver nos quatro cantos do país? Creio que não…
Por isso, entendo que transformar em conferência proporcionaria que os clubes daqui (por exemplo) procurassem outras estratégias de dinheiro e outros canais de tv… Vale dizer que o nordeste ja transmiti seus jogos… Isso só nao acontece com a tv dos maioranas que não tem moral nenhuma com a Globo…
Além disso, as conferências seriam chance reais de surpresas… Como foi o PSC na Copa dos Campeões (que foi encerrada devido a vitória do bicolor, ou será que o Narrador Global pensava que fosse dar PSC?).
Daniel, ti entendo, como disse… Mas acredito queConferência não é segregação, o exemplo das atividades esportivas dos EUA são exemplo… Somente no Brasil que o esporte em todas as categorias (inclusive o Basquete) prioriza determinados eixos do País…
Abraços Companheiro torcendo pela melhora do nosso futebol sempre…
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Luis, buscar meios para romper (incluindo a TV) é isso que temos que nós temos que fazer para nos incluir… Romper com a Vênus Platinada e com a dona CBF, mas para isso, precisariamos de Nautico, Sport, Bahia e Vitória… Eles querem isso?
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Carlos, se você percebeu bem, pontuei este senão (as cotas de tv) ao processo de integração e desenvolvimento do nosso futebol. As cotas aviltantes da “Vênus” privilegiam poucos e marginalizam muitos; precisam ser revistas caso queiramos um futebol brasileiro forte dentro e fora de campo. Mas também compreendo que ações afirmativas devem ser tomadas em vários planos, desde a organização interna dos clubes às negociações de cotas, por exemplo. Isso não traria equanimidade total às disputas, pois em todos os lugares do planeta, o futebol reflete desigualdades sócio-econômicos e níveis de desenvolvimento históricos que fazem parte da formação de todos os países (na Itália, os ricos clubes da rica região norte contra os pobres clubes do desvalidos sul; os clubes fortes das cidades de Manchester e Liverpool, pioneiras da industrialização inglesa, frente aos tradicionais clubes londrinos e etc; a concentração de riquezas e indústrias do centro-sul brasileiro ante o norte-nordeste exportador de matérias-primas e mão-de-obra e etc, etc, etc…). Logo o Brasil não ficaria a par dessa inescapável condição, que é própria do desenvolvimento capitalista em escala regional (como nos exemplos citados acima) e global (como o “subdesenvolvimento” da periférica Copa Libertadores na interface de uma globalizada e rica UEFA Champions League, por exemplo). Mesmo assim, é preciso avançar. Saudações amigo. E gostei do debate em alto nível.
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Concordo inteiramente, meu caro Daniel. As verbas destinadas aos grandes clubes tornam praticamente inviável qualquer tentativa de nivelamento a médio prazo entre emergentes e o grupo de elite do futebol nacional. Pelo sistema atual, penso que Estados como o Pará e alguns do Nordeste estão limitados
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Senhor Carlos Lira,concordo em gênero ,número e grau ,com suas ideias expostas sobre um futebol brasileiro mais justo e menos desigual… E falta ,evidentemente,união entre os Clubes das regiõoes Norte,Nordeste ,e até, Centro-Oeste,face esse desnível VERGONHOSO de cotas televisivas aos times do Sul e Sudeste,principalmente,aos de Rio-Sp. Mas,ao mesmo tempo,que nossos dirigentes se atualizem,profissionalizem a fim de fazer com que nossas agremiações cresçam estrutaral e ,consequentemente,economicamente,claro.
Vale ressaltar que outras formas de patrocínio obtidas por quaisuqr clubes,não são incluídas ao caso,porque vai da competência administrativa de conseguí-los,obviamente.
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Ops,Estrutural e quaisquer….kkk
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Fiquei a pensar, se por aqui, o Governo do estado resolver adotar essa política e reduzir mais ainda, as cotas de Remo e Paysandu, para praticamente, igualar com as cotas dos clubes médios do futebol Paraense…
Nenhum time, é grande e dá mais visibilidade à TV, por acaso..
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As conferencias ianques existem porque sao fortes. Aqui fortes so sul e sudeste. Papao e leao nao dao mais audiencia que Santos, Palmeiras, Flu e Bota.
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Deixa montar me comentario: pelo q vi das discussões, todos estao certos em algum ponto, então não seria melhor integrar os pontos de vista: precisamos sim integrar o país atarves do futebol, para isso deveria ter uma união com os times do norte e nordeste, hj é impossivel, mas e se pusermos na mesa esat possibilidade e construirmos em longo prazo uma formula q integre as regiões do páis? concordo q esta formula só privilegia o sul-sudeste, mas para se ter esta integração, os clubes devem mudar seu pensmento, e estrutura tb, ai vem os torcedores lutarem por um estatuto mais profissional, q acaba com este ranço de personalismo, é isso q ocorre nos EUA, a estrutura do esporte americano é privilegiar o esporte como um todo, por isso tem regras q visam o equilibrio de forças na competição, tem limite de salarios, tem o draft no qual se compra jogadores com a seguinte logica: o pior time é o primeiro a contratar, ou seja, leva o melhor jogador indicado, com isso, o time q foi pior em um ano, pode ser campeão no ano seguinte, ou chegar mais longe no campeonato, e isso tem q ter uma estrutura da direção do esporte, para assim tornar um campeonato competitivo.
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Cláudio,
Não se trata de questionar a grandeza dos clubes, mas de se privilegiar o esporte como um todo, aumentando o nível de competitividade. Na Premier League, por exemplo, o Manchester United foi campeão em 2010 e abocanhou 60 milhões de libras da tv. O West Ham, lanterna do certame no referido ano, abocanhou 40 milhões de libras. Ou seja, as negociações (que lá são coletivas) dos direitos levam em conta a grandeza dos times (níveis de audiência) e a campanha das equipes (o mérito esportivo), independentemente se o time é de Londres, Manchester, Liverpool ou de “algum lugar City”. É um modelo interessante. Agora é claro, a Premier League é gerenciada pelos clubes, lá não tem as malditos federações estaduais e tampouco a Vênus Platinada com suas indefectíveis novelas…
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Daniel,
Sua colocação sobre cotas é pertinente, lembro que quando a Globo passou a conversar clube por clube (em virtude da disputa com a Record) um comentarista do UOL esporte escreveu um texto sobre a falta de visão do esporte dos clubes nacionais ao topar este tipo de acordo que cria abismos…
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Precisamos considerar que a era dos pontos corridos finalmente deu ao futebol brasileiro o “status” de profissional, obrigando os clubes a se planejarem a longo prazo, dando regularidade e fazendo justiça aos clubes com maior investimento. Desde sua primeira edição, o Brasileirão vinha alternando fórmulas esdrúxulas, pitorescas, com direito a viradas de mesa antológicas, campeões com campanhas pífias (como o Coritiba em 1985) e dirigentes gatunos se beneficiando dessa bagunça. Alguns times mal planejados chegavam á fase do tal “mata-mata” caindo aos pedaços, eliminavam os mais bem planejados em dois jogos e conseguiam a proeza de se tornarem campeões, fazendo a torcida esquecer a má gestão de seus dirigentes, que por conta do titulo acabavam se perpetuando no cargo.A volta da cultura do “mata-mata” não deveria nunca mais ser cogitada no melhor futebol do mundo. deixemos essa fórmula enterrada no passado ou apenas para os torneios de várzea e vamos curtir a Era do profissionalismo.
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pontos corridos é uma bosta.
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