Em declarações ao repórter Dinho Menezes, da Rádio Clube, no programa Cartaz Esportivo desta quinta-feira, o presidente do Paissandu Luiz Omar Pinheiro pediu que este escriba se retratasse (“e se informasse melhor”) sobre o imbróglio Marcelinho Paraíba. Alegou que o valor do pacote fechado com o jogador é inferior a R$ 60 mil e que não houve aperreio para juntar o dinheiro, conforme exigia o atleta para assinatura do contrato. Garantiu que o acordo foi inviabilizado por força do regulamento da CBF, que impede um jogador de participar de três competições diferentes na temporada – no caso, Copa do Brasil, Brasileiro da Série B e, agora, da Série C. Além de Paraíba, o meia Índio também não assinou contrato, pelas mesmas razões.
Vamos, como Jack, por partes. Em primeiro lugar, o acordo pelo pacote de sete jogos foi fechado em R$ 60 mil, mais moradia (em hotel) e carro durante o período de vigência do contrato. Seria o mais bem pago jogador de futebol da história do futebol paraense. A diretoria do Paissandu se comprometeu a pagar em espécie o valor combinado logo depois da chegada de Marcelinho, na quarta-feira à tarde, antes de sua apresentação oficial. Como o dinheiro não foi pago, o atleta aceitou ir à Curuzu, vestiu o uniforme, mas se recusou a dar entrevistas como contratado. A situação inesperada foi justificada pelo dirigente Antonio Cláudio Louro pelo atraso no voo do jogador. Em nenhum momento, foi dito que havia algum tipo de embaraço legal para que o acordo fosse firmado.
A história do impedimento surgiu no começo da tarde desta quinta-feira, quando o próprio presidente do Paissandu convocou a imprensa para dizer que o negócio tinha sido desfeito. Não explicou, porém, como a contratação foi encaminhada durante uma semana sem que o setor jurídico do clube tivesse o cuidado de verificar a situação legal do jogador. Também não deu qualquer explicação para os custos da pirotecnia envolvendo Marcelinho e sua vinda até Belém. LOP também não disse que parte da diretoria se mostrou, desde o início, contrária à aposta num jogador de 37 anos, que não vinha bem nas últimas equipes que defendeu. Houve um conselheiro que chegou a desaconselhar, na quarta-feira, a contratação do veterano meia. Quis o destino que, por força do posicionamento da CBF, a situação se resolvesse sem que o Paissandu tivesse que gastar R$ 60 mil de uma tacada só.


