Categoria sub-40 em alta

Por Gerson Nogueira

Em plena era do marketing e do futebol como negócio, a mania de contratar por impulso se consolida como prática dos grandes clubes paraenses. Previsíveis em tudo e sempre na contramão dos bons exemplos, Remo e Paissandu vivem repetindo vícios do passado.
Depois de trazer em 2011 um veterano centroavante (Finazzi), com fissuras na costela, decidiu neste ano acertar com um meia-armador (Edu Chiquita) baseando-se unicamente na boa apresentação do mesmo em confronto com o rival, há três anos. Nos dois casos, uma coincidência: ambos jogaram menos de 90 minutos com a camisa do clube. 
Não satisfeito, o Remo resolveu radicalizar. Depois de insistir e esperar dias por Adriano Magrão, artilheiro que se notabilizou por não fazer um golzinho sequer nas zagas molambentas do nosso Parazão, a diretoria estaria em vias de contratar outro ex-bicolor para completar o projeto de formar um fortíssimo sub-40 para o Brasileiro da Série D.
Adrianinho, meia que defendeu o Paissandu há alguns anos sem maior brilho, é a bola da vez. Antes e depois de passar pelo Papão, rodou por vários outros clubes, sendo que sua participação mais marcante foi no Brasiliense. Conta com fortíssimo lobby junto à crônica esportiva paraense, talvez pelo fato de ter raízes familiares aqui no Estado.
O problema é que, a essa altura, o Remo precisa menos de gente simpática e mais de bons jogadores, que possam resolver o crônico problema de criação no meio-de-campo. Caso seja confirmada sua contratação, Adrianinho, 33 anos, irá se juntar a um elenco cuja principal marca é alta média de idade.
Só no time titular, mais da metade dos jogadores já ultrapassou a faixa dos 30 anos (Adriano, Ávalos, Edinho, Dida, Fábio Oliveira, Ratinho e Cassiano). No banco de reservas, mais trintões: Juan Sosa, Diego Barros, Santiago, Aldivan.
Para um time que experimentou seus (poucos) melhores momentos no campeonato quando havia juventude em posições estratégicas – Tiago Cametá na lateral-direita, Jhonnatan como volante, Betinho e Reis como meias –, a mudança de perfil etário pode significar um problema.
Ninguém deve menosprezar a experiência desses atletas, muito menos advogar a opção radical pela garotada, mas é fato comprovado que uma boa equipe se caracteriza pela mescla de atletas maduros e jovens.
O Remo, que também estaria interessado no centroavante Bruno Rangel (ex-Paissandu), corre o risco de disputar a Série D com um time excessivamente envelhecido para encarar as dificuldades naturais da competição.
 
 
A primeira fase da Euro acabou ontem com vitória da Suécia sobre a França, resultado justíssimo, e da Inglaterra contra a Ucrânia, pura maldade dos deuses da bola. Só pela comovente disposição do velho Schevchenko e a bola que o árbitro não viu entrar, os ucranianos mereciam sorte melhor.
A partir de amanhã, a Euro ingressa na fase de mata-mata, a chamada briga de cachorro grande e a mais empolgante para todo mundo, até para quem nada tem a ver com as seleções disputantes. Alemanha e Espanha são as favoritas, mas italianos e portugueses podem surpreender.
 
 
Quando deixou o campo depois da derrota de quarta-feira, Neymar lamentou que o jogo tivesse sido de um time só, querendo dizer que o Santos teve amplo domínio. Apesar de maior volume de jogo, o Peixe pecou demais nas finalizações e o próprio craque parecia abaixo de seus reais possibilidades.
Houve quem alegasse que estava cansado e o presidente santista reclamou dos amistosos da Seleção Brasileira, mas pareceu mera desculpa.
Na verdade, a prova dos nove será hoje na esperada decisão. Precisando reverter a desvantagem, Neymar tem a chance (e o grande desafio) de confirmar a condição de principal protagonista do futebol brazuca na atualidade.   
 
 
Por ora, a coisa está no terreno especulativo, mas a dupla Loco Abreu/Herrera pode estar vivendo seus últimos momentos no Botafogo. Não são craques, longe disso. Mas, inegavelmente, são jogadores de grande fibra e notória entrega pela Estrela Solitária.
Há muito tempo não via o manto alvinegro ser tão honrado em campo. Loco, pela personalidade carismática, encantou a torcida e tornou-se ídolo, o primeiro depois da era Túlio. Não é pouca coisa para uma torcida tão apaixonada e exigente.
Ainda acho que os dirigentes cometerão um terrível equívoco se preferirem descartar Loco para manter o técnico Oswaldo Oliveira. Ídolos não surgem todo dia, por isso são inegociáveis.  

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 20)

17 comentários em “Categoria sub-40 em alta

  1. Gerson e amigos, penso que é por isso que Remo e Paysandu precisam ter bons técnicos em seus comandos. Pode ter certeza que o Adrianinho só não está no Baenão, por o F.Lopes ter vetado sua contratação(deve estar colhendo informações sobre o jogador). E se fosse um local ou de procedência duvidosa, que os dirigentes fazem o que querem? Por isso, sempre falo que os dirigentes são os principais culpados, quando fazem essas contratações mal feitas, tanto de técnicos como de jogadores.
    – Penso que, se deixarem Flávio Lopes e o Davino contratarem, esses clubes não terão prejuizos.
    – Penso que o Remo, faz uma mescla, perfeita. Vale salientar que o Líder da série B, o América-MG, treinado pelo competente Givanildo OLiveira, possui em seu time titular, 6 jogadores entre 30 e 36 anos + 1 de 29 anos + 1 de 28 anos + 1 de 26 anos + 1 de 25 anos e 1 de 20 anos = 11. Víram só?
    – O que manda nesse caso, é o técnico que determinada equipe possui e, Remo e Paysandu, como nunca visto, nos últimos 10 anos, hoje possuem bons técnicos em seus comandos.
    -Com esse tempo de preparação, que caiu do Céu, segura, porque os Titãs, Voltaram.
    – Quanto a dispensar um bom técnico e ficar com jogador, penso que eu ficaria, sempe, com um bom técnico. Agora, em se tratando de Botafogo, não tem pessoa melhor pra falar dele do que o amigo Gerson, por isso, nesse caso, prefiro deixar as coisas acontecerem.
    – Quanto ao sub 40, essa foi boa. Só podia ser o amigo Gerson, mesmo…rsrs
    É a minha opinião.

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  2. Caro Gerson, divirjo em alguns pontos sobre sua ótica de mundo e mesmo esportiva, porém divergências comuns, onde sempre haverá respeito pela opinião expressada. Digo isto porque sei, por acompanhar o futebol de nosso estado e portanto, seus comentários, que quando erras em uma previsão, não te refutas em reconhecer a falha. Isso é digno.

    Por quê disse isso? Porque se o REMO, mesmo com o sub-40, lograr êxito em sua demanda, sei que vais reconhecer que errou.

    Eu, como apaixonado pelas cores azulinas que sou, vou acreditar sempre em meu CLUBE DO REMO. Mesmo que dispute com o sub-50. Penso que é papel do torcedor sempre empurrar o time (e isso significa admitir falhas de planejamento, não se pode fechar os olhos).

    Concluindo, infiro que mesmo que o Clube do Remo aponte uma direção divergente ao desejo do Fenômeno Azul, futebol nem sempre é retilíneo, traçado pela lógica. Futebol é o contra-senso, o imponderável.

    Torçamos para que sejamos vitoriosos, mesmo com a diretoria trabalhando contra.

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    1. Caso o Remo seja vitorioso com o atual planejamento, meu caro, não estará desmentindo minha tese. Não previ a derrota ou o fracasso, apenas observei que as dificuldades serão maiores, pelas razões ali expostas. Todos queremos o melhor para o nosso futebol, amigo Siqueira. Se o sub-40 do Remo for campeão ou pelo menos conseguir o acesso, ótimo.

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  3. Cláudio. ontem assisti o América jogar no bonito e remodelado Estádio Independência e sinceramente achei o Coelho um líder meia-boca. O Neneca falhou num dos gols do Braga e o Fábio Jr. jogou uma partida horrorosa, tanto que foi substituído. Enfim, não vi a experiência pesar a favor e sim contra.

    Outra, vi um tal de Victor Ferraz na lateral do Bragantino. Esse cara já não passou por aqui pelo Pará.
    E o Moisés que estava no banco, é aquele que fugiu daqui como aspirante a sucessor do Neimar?

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    1. Também vi um pedaço dessa partida, amigo Acácio, e tive a mesma impressão. Descontado o fato de que os times da Série B são quase todos fracos tecnicamente, o América de Givanildo anda mal das pernas nas últimas partidas, errando muitos passes e dependendo excessivamente de bolas paradas.

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  4. Isso sem falar no público de um aspirante a lider da série, segundo divulgaram 2200, e aqui se reclama quando dá 12000, principalmente o aLOPirado.

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  5. Há muito que o público deixou de ser parâmetro para se avaliar a grandeza de uma equipe. Os clubes lá fora têm outras fontes de receita e bilheteria virou “troco” para eles, enquanto que por aqui ainda é a principal receita. Um exemplo claro foi o último re x pa amistoso: apesar de ter apanhado 12 mil pessoas, deu prejuízo aos clubes, tanto que o segundo jogo, que estava previsto, foi cancelado. Lá fora os times têm públicos pequenos, mas elevadas receitas com patrocínio, cotas de TV e sócio-torcedor, fatores que não existem por aqui. Aqui, temos elevada presença de público, em algumas ocasições, mas isso não livra nossos times da situação falimentar, nem de sermos derrotados em nossos próprios domínios por equipes inexpressivas no cenário nacional.

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  6. Bom dia caro amigo Gérson! Gostaria de sugerir uma solução para acabar com o impasse das séries C e D: A CBF cumpre a liminar do Treze/PB e começa a série C com 21 clubes. Só que as equipes do grupo boicotam as partidas marcadas contra o Treze/PB, deixando que eles entrem em campo sozinhos e ganhem por W.O. até que a liminar seja caçada e esses jogos sejam anulados. E assim que caçarem a liminar, a CBF suspende o Treze/PB por 02 anos de qualquer competição pra aprender a respeitar hierarquia. Abraço. Murilo Costa

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  7. segundo um jornalista do stjd ele disse que pelo regulamento da serie d o mirasol foi o melhor da 3 fase ou seja o 5 colocado e nao o 13 que teve a maior pontuaçao de todas as fase isso significa que o treze ta errado em todos os sentidos.

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