Por Gerson Nogueira
Em tempo de valorização da prata-da-casa, repercutiu mal a reprimenda do técnico Flávio Lopes no jovem Jhonnatan durante treino do Remo na última terça-feira. As câmeras de TV captaram o tom áspero da bronca de Lopes sobre o volante, logo depois que este errou uma tentativa de passe de calcanhar. Aos gritos, o treinador exigiu que o jogador parasse com as firulas, acrescentando que teria sido assim que o Remo perdeu o campeonato estadual.
Além do exagero na admoestação verbal, Lopes incorreu numa inverdade. O Remo perdeu o campeonato mais ganho dos últimos tempos por uma combinação de erros. Várias dessas falhas devem ser atribuídas aos jogadores, como a expulsão do atacante Fábio Oliveira em momento crucial do jogo.
Mas, por justiça, cabe observar que Lopes tem seu quinhão no insucesso. O time cedeu o empate ao Cametá num espaço de cinco minutos em função da armação defensiva e da fragilidade na cobertura do meio-de-campo. Por coincidência, Jhonnatan estava fora da equipe nas duas partidas da decisão e fez uma falta brutal à armação e ao equilíbrio tático do Remo.
O volante foi considerado, por unanimidade, o melhor jogador remista no Parazão 2012, presente em todas as listas de destaques da competição. Aí, por sinal, reside um dos grandes méritos de Lopes na recuperação do time remista após o fiasco no primeiro turno. Foi dele a louvável iniciativa de aproveitar Jhonnatan na equipe titular. Até então, era mais um jogador das divisões de base esquecido entre os demais profissionais.
O incidente teria passado em brancas nuvens se repórteres, fotógrafos e cinegrafistas não estivessem ali, acompanhando o treinamento. Como sabia que a cena era filmada, Jhonnatan ficou visivelmente sem jeito diante dos demais jogadores.
A saia-justa surpreendeu pelo perfil tranqüilo que Lopes sempre exibiu. Talvez tenha sido uma situação inusitada, sem qualquer ligação com o fato de que tudo ali era filmado. Ficou no ar, porém, a suspeita de que o técnico aproveitou o ensejo para mandar recados à torcida, usando um erro comum em treinos coletivos.
Mais que isso: passou a idéia de que tenta se justificar pela perda do título estadual, atribuindo às firulas dos jogadores todos os pecados pelo insucesso. Bobagem. Derrota tão dramática não pode ser atribuída apenas ao time – e o torcedor sabe disso.
Soou como bravata infantil a anunciada disposição do Paissandu de pedir a paralisação das séries A e B do Campeonato Brasileiro enquanto as séries C e D estiverem suspensas. O objetivo seria fazer com que todas as divisões do futebol nacional tivessem suas competições alinhadas. Além do disparate de tentar travar as duas principais divisões, o clube paraense parece haver esquecido os altos interesses da CBF em fazer a bola rolar na primeira e segunda divisões.
Afinal, são os torneios brasileiros mais rentáveis e que têm contrato regular de transmissão pela televisão, fonte de recursos para os clubes e para os cofres da insaciável entidade. Por fim, há a histórica ausência de força política dos nossos clubes para enfrentar os mais poderosos interesses do mundo da bola. Parece mais falta de coisa melhor para fazer.
Um balanço oportuno do clássico Remo e Paissandu na era Mangueirão, organizado pelos produtores Sérgio Wilson Japonês e Rodrigo Sousa, da Rádio Clube, mostra números interessantes. Ao todo, foram 179 jogos realizados, com 61 vitórias azulinas, 49 triunfos alvicelestes e 69 empates. O Leão marcou 184 gols, contra 159 do Papão.
Pelo Campeonato Paraense, foram 48 vitórias do Remo, 38 do Paissandu e 58 empates. Em jogos válidos pela Segundona, a vantagem é bicolor, com 5 vitórias contra 3 do maior rival. Na Copa Norte, equilíbrio: duas vitórias para cada lado.
Curiosamente, pela Série A, houve apenas uma vitória do Remo e três empates. Situação mais ou menos igual à Copa João Havelange, com vitória do Leão e dois empates.
Torneios oficiais apontam vantagem azulina (5 vitórias). O Paissandu venceu uma vez e ocorreram três empates. Em amistosos, o Papão levou a melhor – 3 triunfos. Uma vitória remista e um empate.
O levantamento registra ainda o único W.O. da história recente do futebol paraense, acontecido no dia 13 de novembro de 1988, quando o Paissandu não entrou em campo para enfrentar o velho oponente.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 07)
A Coluna de hoje está, por assim dizer, bem sortida e por isso mesmo instigante. Todavia, face o adiantado da hora vou me concentrar exclusivamente no primeiro tema nela abordado, o assédio moral ao Jhonnatan. E o faço para manifestar minha adesão a quase tudo que ali foi sustentado, máxime quanto àquela habitual pretensão do FL de atribuir as derrotas exclusivamente aos jogadores. Péssimo hábito que várias vezes eu registrei aqui no blog que ele tem. Minha única ressalva é porque acredito piamente que o Jhonnatan foi guindado ao time de cima do Clube do Remo não por mérito do FL, pelo seu olho clínico. Mas, sim, pela mais absoluta necessidade do Clube que andava à míngua de jogadores. E esta bronca que a Coluna tão apropriadamente censura, me parece sintomática de que o FL se dispuser de outro jogador, prontamente irá encostar o Jhonnatan e qualquer outro oriundo da base.
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– O torcedor do Remo, precisa estar preparado para o bombardeio que Flávio Lopes sofrerá, por ter resistido um pouco mais ao Re x Pa. Se perder para o Paysandu, então…
– Algumas pessoas da mídia(excluo o Gerson e outros), não gostam de ver, suas análises, contestadas por técnicos renomados. Vou dar um exemplo, de muitos que existem:
– No jogo Remo x São Francisco, sem poder contar com o Aldivan, FL tinha 3 possibilidades(2º a mídia): Alex Ruan, Juan Sosa e até o Adenísio. Um comentarista falou: Qualquer um, menos o Juan Sosa. O Comentarista do qual me refiro, disse: Alex Ruan. Conhecendo o FL, sabia que ele ía entrar com o Juan Sosa, visando não dar penetração. No jogo, ele entra com o Sosa e, o Comentarista(me falaram, pois não ouvi, só comentei aqui, o jogo) dizia a todo momento que o Sosa estava destoando dos demais, quando ao meu ver, ele estava muito bem no jogo, não dando espaços ao Balão Marabá, sendo este, inclusive, retirado de campo, pela pouca produção, aos 15 min do 2º tempo(No início do 2º). Ao final do jogo, depois de postar, peguei meu radinho e fui escutar os comentários, como sempre faço e, pra minha surpresa, nesse dia, foi escolhido o Craque do Jogo e o Pior do jogo e, ele com raiva(dava pra perceber isso em seus comentários) escolheu o Balão Marabá como Craque e,o pior do jogo,Juan Sosa, mesmo antes, em uma entrevista, FL ter feito os melhores elogios à atuação do Juan Sosa. Pode?
– Amigos, qualquer um dos técnicos que sair, agora, no início dos trabalhos, se preparem para novo fracasso. Anotem
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Amigo Cláudio, só não interprete crítica normal e válida como bombardeio a técnico. Entendo que os profissionais se estabelecem pela competência, basicamente.
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Quanto ao Jhonatan, se falava a mesma coisa do comportamento do Edson Gaúcho com os jogadores “pratas da casa” Mael e Dadá e nas entrevistas, eles sempre agradecem ao Gaúcho por tudo. Aliás, algumas pessoas deveriam assistir os treinos do Luxa, do Muricy, do Felipão…. Te dizer…
– Esses garotos, como falava a quando da contratação do Flávio Lopes, tem que ser substituidos, para entrarem aos poucos, se valorizarem, e vendidos para dar lucro ao seu time formador. Aliás, bem que a mídia poderia sempre ligar os microfones em todos os treinos, para ver se é só o F.Lopes e o Davino que gritam. Uma coisa que sempre falo aos amigos: Quando você recebe um grito de um técnico renomado, considere como elogio e ouça o que ele diz, pois vai servir para que sua carreira tenha sucesso. Agora,quando você receber um grito, do Mariozinho, pr exemplo, melhor procurar outra profissão.
Te dizer….
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Essa questão da paralisação das séries A e B parece bobagem, mas tem um fundo de razão. Como fica a questão do acesso e descenso? De uma forma ou de outra, pelo menos a série B vai ser afetada e sendo esta atingida, pelo menos indiretamente alcança a série A, se o raciocínio for pelo estatuto do torcedor.
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Não há qualquer necessidade de paralisar as séries A e B. Se ambas estão sendo disputadas normalmente não tem porque interromper nenhuma delas. A indefinição que fica quanto aos rebaixados não interfere em nada no andamento da competição. Soa como uma medida desesperada dos times da C e D. Já que LOP não consegue ganhar títulos, busca aparecer com essas macaquices sem sentido.
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Na verdade o FL usou o Jonathas para dar bronca em todos e lembrar, por exemplo, o Reis, que ele nao é o Neymar.
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O FL. É UM TÉCNJICO DE FORA QUE NÃO GANHOU O CAMPEONATO E GANHOU UM PREMIO EM FICAR NO REMO
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Faz algum sentido a análise do Rosivan, no post-6. Fiquei um pouco surpreso com a vantagem do número de vitórias do CR no número total de clássicos. Pensei que fosse uma vantagem menor. Gerson, o fim da coluna suscitou que fosse mencionado o motivo pelo qual
o Papão não entrou em campo em 1988. Fiquei curioso.
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Claúdio, quais seriam as tuas escalações de Papão e CR ?
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Opa, corrigindo: Cláudio.
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ATENÇAO GERSON NOGUEIRA ,
Essa estística acima esta incorreta porque na serie A da era Mangueirão o Paysandu possui 02 vitórias no Brasileirão de1985 3×0 e 1×0 com golaços do Chico spina nos 02 jogos e Mangueirão com 60 mil torcedores ja esqueceste////////////
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Amigo Heleno, não sei pra esse jogo, mas para a série C, acredito que sejam:
Paysandu: Dalton, Marcus Vinícius, Tiago Costa(era pra ser o Sidraílson) e Fábio Sancres. Yago, Leandrinho, Fabinho, Alex William, Tiago Potiguar e Régis. Kiros
Remo: Adriano, Dida, Ávalos, Edinho e Paulinho; André, Marcus Pinguim, Ratinho e Reis. Fábio Oliveira e Marcelo Maciel.
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O amigo tá a fim de polêmica, camarada Cláudio rsss… Você barra Paulo Rafael, lamenta pelo Sidra e saca o Jhonnatan no Remo… te contar. Acho que jamais vou entender cabeça de técnico.
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Quase não tenho lido cadernos esportivos depois que viajei a Belém.Seedorf no Botafogo?Seria verdade nobre blogueiro-roqueiro ?.Inclusive acho que ele q é casado com uma brasileira e fala bem portugues não teria problema em se adaptar rapidamente.Não é um brasileiro em decadência voltando ao país , é um fora-de-série querendo cumprir promessa à esposa de jogar em um time do Brasil.Será?
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Aliás, Gerson e amigos, vocês já víram que dois jogadores do Paysandu estão querendo apostar? Por coincidência, dois jogadores ameaçados de barração pelo Davino: Rafael e Harisson. Essa tática, amigos, é velha, para que ganhem moral com a torcida e a mídia e pressione o técnico, mas é bom eles lembrarem que, hoje, o técnico do Papão, é o Davino. Te dizer, mas é cada um artista….Agora, com quem conhece jogador de futebol, essa estratégia, não cola.
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Típica armação de boleiro pra iludir torcedor ingênuo, amigo Cláudio. Só acho que, ao contrário do que você pensa, às vezes ainda cola rss…
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Essa do Lop é digna daquela vinheta da Clube que diz assim, “não te mete nisso”, por outro lado se o Sidincato de jogadores do Brasil fosse unido, pelo menos anunciáva uma possível paralisação em consideração aos quase 200 jpagdores profissionais que estão sendo prejudicados com esta bagunça dos dois campeonatos.
O Flávio está sofrendo de TPC, em mulher seria TPM.
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Com técnico local ou de procedência duvidosa, cola, amigo Gerson…hehe
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Aliás, Gerson e amigos, segundo um jornalista, Paysandu está perdendo seus dois Laterais esquerdos, de hoje para amanhã: Guina, por estar se sentindo mal, aqui e, Régis, por problemas familiares. Te dizer, mas tudo acontece para arapalhar o trabalho do Davino.
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Atrapalhar.
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Qualquer estatística que não envolva quantidade de títulos, não tem valor. O Remo ganha jogo,o Paysandu títulos.
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Caro Cláudio, fiquei surpreso também por não ver na tua escalação o P. Rafael. É que não vejo o Dalton tão mais rodado ou experiente que o P. Rafael. Para mim, o P. Rafael é titular absoluto. Não conheço esse Fabinho e Alex William, mas será que eles barram o Neto, por exemplo ?
Caro Gerson, um pouco sobre a confusão que marcou o campeonato paraense de 1988. Não me lembrava dessa confusão. O Papão perdeu vários jogos por WO e vejam a origem disso:
http://memoriatunante.blogspot.com.br/2011/07/campeonato-paraense-1988.html
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Cláudio, tu te lembravas dessa confusão de 1988 ?! Eu tinha 15 anos. rs No link que postei acima, relembrei que havia, para a final, uma bonificação de 3 pontos ao time que vencesse um turno. Interessante que a Tuna tinha bons jogadores. O artilheiro Cabinho estava lá, depois de ter passado pelo Papão.
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Esse artigo do Sr. Gerson só confirma o que é voz corrente: o Remo
para fazer a alegria da sua torcida só falta ganhar títulos (que o Paysandu já os tem bastantes)
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Amigos, não tenho duvidas que o Remo tem que melhorar o entrosamento e, principalmente, treinar fundamentos. Os jogadores não sabem chutar a gol em média distancia, nem fazer lançamentos e cruzamentos de qualidade. O FL deveria fazer treinos específicos pra isso. Caso contrário, só a sorte para nos defender.
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Tenho uma pequena lembrança desse episódio, amigo Heleno. Lendo agora, acabei por lembrar. Agora, um quadrangular com três times como fala na matéria do link… Te dizer…rsrs
– Paulo Rafael, não estou dizendo e nem o Davino pensa, não ser um bom goleiro. Acontece, que um campeonato de pontos corridos, quando vai afunilando, vai aparecendo aqueles times que se prepararam melhor, lá no início dos trabalhos e, nesse momento, você precisa de jogadores mais rodados. Sabe aquele ditado, que jogadores novos ganham partidas, jogadores rodados, ganham títulos? Pois é.
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