Por Gerson Nogueira
A gente se ilude, acredita que as coisas evoluíram, mas certos fatos demonstram que o estágio de profissionalização do futebol paraense ainda está engatinhando. Alguns clubes até buscam ficar em sintonia com as novidades administrativas executadas no Sul e Sudeste. Outros, porém, incorrem em erros primários, denunciando essa sinistra vocação pelo atraso.
Funcionários do Paissandu admitiam, ontem, que vários jogadores escalados para o amistoso de sexta-feira contra o Nacional (AM) estavam sem qualquer vínculo contratual com o clube. Uma forma perigosa e até irresponsável de lidar com um problema que há muito tempo é fonte de pesados prejuízos financeiros aos grandes (ainda) da capital.
Ao contrário do que imaginam alguns dirigentes, a legislação trabalhista resguarda os direitos do profissional mesmo quando este não assinou carteira funcional ou está sem contrato. O vínculo se estabelece quando fica provado que o atleta representava o Paissandu e disputou jogos com a camisa do time.
Não é a primeira ocorrência dessa natureza e, certamente, não será a última, mas os clubes já deveriam ter se cercado de cuidados para fugir a esse tipo de descuido. Além dos diretores que cuidam especificamente das finanças, da segurança e da manutenção do estádio, deveria haver um profissional habilitado a responder pelas questões trabalhistas, justamente para evitar desatenções desse tipo, que não derivam de má fé ou desonestidade, mas de pura desinformação.
Ao mesmo tempo, os atletas também contribuem para a perpetuação dessa triste realidade. Muitos ainda desconhecem seus direitos e não zelam pela própria integridade, arriscando-se a disputar jogos sem qualquer respaldo contratual ou seguro.
E há casos mais alarmantes, como a incrível participação do atacante Rafael Oliveira, há duas semanas, no amistoso entre Remo e Comercial, em Ananindeua. O artilheiro do Paissandu, negociado com investidores e a caminho da Portuguesa de Desportos, teve a coragem de pôr em perigo as canelas (e a própria carreira) defendendo briosamente seu ex-time de pelada.
É preciso sempre levar em conta que a profissão de boleiro é das mais curtas, com prazo de validade que raramente extrapola 15 anos – ainda assim, quando o jogador tem a sorte de escapar das lesões próprias do esporte. Prevenir, no futebol como na vida, é sempre melhor que remediar.
Os oito clubes que disputam a fase principal do Parazão têm encontro marcado hoje, às 15h, com representantes da Funtelpa para sacramentar o contrato de transmissão dos jogos do campeonato. Apesar da insatisfação com a exibição para as praças onde acontecem os jogos, as agremiações não podem fazer beicinho porque é essa grana que vai assegurar a sobrevivência, principalmente para os seis clubes de porte médio. Se o acordo não é maravilhoso (embora seja muito bom), pior seria sem ele.
O Imperador, que só brilhou mesmo nas temporadas de 2004 e 2005, continua a pontificar nas manchetes pelos motivos errados. Depois dos maus antecedentes – farras monumentais na Itália, episódios envolvendo traficantes no Rio e até denúncia de surra em namorada –, eis que o parrudo atacante corintiano rompe o Natal arranjando logo uma nova bronca, com direito a tiro de pistola na acompanhante do momento. Para o Corinthians, foi “uma fatalidade”. Adriano deveria dar graças a Deus por tanta compreensão que desperta e tamanha “$orte” para escapar de enrascadas.
(Coluna publicada no Bola/DIÁRIO, edição desta terça-feira, 27)
Perfeita coluna, amigo Gerson. Quanto ao patrocínio da FUNTELPA, penso que é uma mina de ouro principalmente para Remo e Paysandu, em menos de 3 meses, ganharem 700 mil reais, mais de 200 mil/mês. Se dependerem das rendas, nunca ganharão isso. Agora, a FUNTELPA, não é boba, ela não daria todo esse dinheiro, se não fosse para mostrar para todo Pará, isso é lógico. Com 700mil, amigos dá pra fazer um time com uma folha de 200 mil e, ainda sobra dinheiro e, os demais patrocínios, cobre o resto, mas isso só vai perceber, quem entende de administração de um clube e, consequentemente, trabalha corretamente, o que é difícil se ver, por aqui.
– Placas de publicidade nos estádios, não vendem; Aumento de Patrocínio nas camisas com empresas locais, já que será mostrado para o Pará todo, não tem…. , logo, penso que se o governo desse 1 milhão nas mãos do LOP e do Cabeça, de uma vez, eles ainda estariam pedindo para não passar os jogos para Belém e, no final, ainda estariam endividados. O grande problema aí, amigos, e de Administração, só isso.
– Sem esse patrocínio do Governo, via FUNTELPA, o campeonato Paraense, estaria falido, como já estava para ficar, quando esse patrocínio apareceu. Lembram?
– É a minha opinião.
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Aliás, estou fazendo um levantamento, para saber, onde, após uma temporada, só se fala em jogadores de base e pratas da casa, para formar o time profissional. Até agora, só consegui ver isso, no Amazonas, Rondônia, Maranhão e no Piauí. Seria mera coincidência?
– Vale ressaltar que em lugares que tem times, que um dia foram equivalentes a Remo e Paysandu, eles nunca pensam assim, exemplos: Pernambuco(Náutico, Sport e Santa), Ceará( Fortaleza e Ceará), Goiás( Goiás, Vila e Atlético), No Paraná( Coritiba, Atlético e Paraná), na Bahia( Vitória e Bahia), No Rio Grande do Norte( América, ABC), em Alagoas(CRB). Vale lembrar que a algum tempo atrás, Remo e Paysandu, estavam acima e em relação a outros, bem acima desses clubes, citados e, hoje, estão no mesmo patamar ou bem abaixo e, no caso do Remo mais abaixo, ainda. É só pra refletir….
– Vou continuar pesquisando…
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Já está se tornando cansativo falar sobre a mediocridade dos dirigentes de Remo e Paysandu. Entra ano, sai ano, e tudo se repete. Se eu fosse jornalista não sei se teria tanta paciência e elegância. Sobre o patrocínio da Funtelpa, penso que esses dirigentes deveriam agradecer este verdadeiro prêmio que recebem do poder público, e se não fossem tão despreparados poderiam negociar com a empresa para que nos jogos onde houvesse coincidência de horários, com um jogando na capital e o outro no interior, houvesse também inversão na transmissão, isto é, o jogo de Belém transmitido somente para o interior e o do interior somente para a capital. Desta forma, certamente haveria mais público nos estádios e não haveria prejuízo para a Funtelpa. Difícil acreditar que eles não tenham pensado numa coisa tão óbvia.
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Gerson, hoje, Rermo e Paysandú fazem parte da “gostosa Belém de outrora e que levarão algum tempo para voltarem aos seus melhores dias.
Quanto as ajudas, não fossem elas os dois “grandes ” estariam falimentares e reconheçamos que os dois foram bem aquinhoados no governo da Ana Julia (não há sentimento politco nesta assertiva).
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Ao falar na gostosa Belém de outrora, o amigo naturalmente remete minhas lembranças a um belíssimo livro do grande De Campos Ribeiro, versando exatamente sobre esse gostoso saudosismo de nossa hoje maltratada capital.
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Perfeita análise quanto aos aspectos dos direitos trabalhistas. Trata-se de uma situação inconcebível diante de tantos processos na Justiça do Trabalho. Parece coisa de time de pelada!
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Apesar de invejosos não quererem elogiar e nem gostam de que se elogie o escriba foi CERTEIRO COMO FLEXA QUE ACERTA O ALVO.Principalmente na questão que envolve a desatenção e ingenuidade sobre a legislação trabalhista.Geralmente os leigos e desavisados que nunca abriram um livro da CF/88 não sabem a responsabilidade de certos atos / fatos sociais que se transformam em FATOS juridicos.Assim como foi muito bem explicado a RESPONSABILIDADE de se vestir uma camisa de um time profissional, assim tbm é na vida social.
Um exemplo, se vc é solteiro ou casado, saiu com a moça jantou em um restaurante,lanchou em uma lanchonete, pessoas viram , podem testemunhar isso é um fato social e juridico.Ou seja vc pode se dar mal, muito mal.
Assim é com os jogadores.Mais incrível mesmo foi o Rafael Oliveira.De uma ingenuidade e desconhecimento profundo sob todos os aspectos.Poderia ter acabado ali sua carreira.Lembro que quando li essa not´cia comentei com um amigo sobre essa possibilidade.Já aconteceu com muitos jogadores.O Futebol paraense continua com um pé no amadorismo porque as pessoas pensam amadoramente.Claro não são todas.
Mas faz pensar.
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Obrigado, meu caro pastor. E já li por aqui, talvez até numa dessas mensagens do dito clone, que a atitude de Rafael Oliveira só interessaria a ele. Ora, ora, analisar a coisa sob esse prisma já nem é ingenuidade, mas profunda desinformação. Ao se arriscar num jogo amistoso em campo de várzea (as imagens atestam isso), o atacante poderia ter comprometido um negócio financeiramente interessante para o Paissandu e para os seus agentes. Portanto, não é questão que diga respeito exclusivamente ao atleta.
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quem seriam os jogadores sem contrato?
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Lembro de ter lido essa frase tbm baionense ilustre.Mas o que mais amedronta é que é um comportamento cultural, ninguém faz nada de diferente para dar o bom exemplo.Lembro de encontrar várias vezes pelas ruas de BELÉM UM EX-JOGADOR DA TUNA.Pedia dinheiro e dizia que era pra comprar , beber um ” tatuzinho”.Dizia que era bom de bola mas sofreu a desgraça de ter quebrado a perna e outras contusões sérias NAS PELADAS e aí foi mandado embora.Não sei se os amigos do blogue se recordam de um jogador da Tuna chamado Vicente, dos anos 80.Esse é o nome.
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Penso diferente quanto ao “patrocínio” do Governo, pro PSC não é vantagem, pois a Funelpa também transmitiria os jogos da série C, pro outros clubes pode até ser compensador, mas pro PSC é roubada. Por exemplo o PSC teria no mínimo 4 jogos a mais do que o Remo, caso este não vier a disputar a série D, então receber o mesmo que o Remo, e ter mais jogos transmitidos. Em 2011 foram 8 jogos a mais e “bancando” um elenco por mais um semestre, com os memos valores que o rival. O PSC não deve cometer os memos êrros. Agora, se o governo comprar só o Paraense, aí sim, passa a ser vantagem.
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Claudio, concordo plenamente com seu comentário n°2. Fazer futebol dessa maneira é querer ficar marcando passo.
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Vale lembrar, amigo Otávio que, para o brasileiro, o Paysandu recebe outra ajuda, esse ano, foi de quase 200 mil, para custear passagens e hospedágens e, Águia e Galo, também receberam, os outros não e, nem foram mostrados todos os jogos do Paysandu. As séries C e D, são bancadas pelos clubes, mas o Governo do Estado, banca essas despesas.
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