Coluna: Tudo em paz, até prova em contrário

Depois de todo o parangolé entre o presidente e o técnico, o Paissandu terá quatro dias para baixar a poeira, botar a cabeça em ordem e treinar para o confronto com o Águia, em Marabá. De toda a confusão, o time parece ter sido o único prejudicado, principalmente quanto à preparação. As outras partes, cada uma à sua maneira, saíram ganhando. O presidente pode festejar ter conseguido impor seu estilo, mostrando quem manda e fazendo média com parte da torcida que adora esses rompantes autoritários. Por seu turno, o técnico tem ainda mais motivos para comemorar, pois fez valer sua autonomia ao comando do elenco e ainda saiu fortalecido pela recusa a uma proposta (supostamente tentadora) para trocar de emprego.
O problema dessas pinimbas fora de hora é que sempre deixam sequelas, quando não terminam por sabotar um bom trabalho. De todos esses cinco anos que o Paissandu amarga na Série C, este é, seguramente, o que mereceu mais cuidados e preocupações com organização. Tudo ia mais ou menos bem até agora, sem solavancos internos e com campanha satisfatória dentro de campo. Sob a direção de Roberto Fernandes, o time tem evoluído, ganhando aos poucos a consistência necessária para se habilitar ao acesso à Série B. Depois do tropeço desanimador dentro de casa, frente ao Rio Branco, a equipe se reergueu diante do Águia com um gol salvador aos 48 minutos e escapou de uma derrota para o bem arrumado Luverdense, no último sábado.
Ainda traumatizado pelo episódio Salgueiraço, o presidente aproveitou o empate em Lucas do Rio Verde para demarcar território. Chegou junto aos jogadores, cobrou empenho e compromisso, alertando para os erros do passado. O próprio LOP admite que pode ter passado do ponto na cobrança aos atletas, mas segue achando que tem o direito de meter o pé na porta sempre que o resultado for abaixo do esperado. Roberto Fernandes não é técnico de aceitar esse tipo de interferência. Altivo, costuma blindar seus jogadores, no que faz muito bem. E, no caso específico do Paissandu, mais da metade do novo time é formada por contratações referendadas pessoalmente pelo treinador. 
As dúvidas sobre o armistício firmado entre LOP e Fernandes decorrem justamente dos pontos de vista contrários sobre o mesmo tema. O cartola deixa claro que compreendeu a insatisfação do treinador, mas não mudará seu jeito de peitar o time e mandar no Paissandu. O técnico, mesmo medindo as palavras, diz ter decidido permanecer por acreditar que seu papel será respeitado e não haverá mais intervenções alopradas no futebol do clube. Só o tempo (e um eventual placar adverso) dirá se a paz será duradoura e se o imbróglio está realmente superado.  
 
 
O Águia, que fez um campeonato estadual sofrível e quase foi rebaixado, dá sinais de que pode se reerguer na hora certa. Os bons resultados obtidos na Série D sinalizam para essa possibilidade. Conversa de bastidores com João Galvão, há duas semanas, depois do “Bola na Torre” (RBATV), evidenciou um alto grau de confiança do técnico no novo elenco. Normalmente entusiasmado, Galvão admitiu que o clube teve dificuldades para se reforçar no Parazão, mas procurou concentrar esforços e recursos na preparação para buscar o acesso à Segunda Divisão nesta temporada.
Caso consiga vencer todos os seus jogos no Zinho Oliveira, é quase certo que o Águia conseguirá seu intento. O problema é que o próximo embate, decisivo para a classificação à etapa seguinte, é contra o Paissandu, o melhor time da chave. Nada, contudo, que amedronte Galvão, que valoriza ao máximo sua condição de franco-atirador com um time barato – no bom sentido, pois sua folha salarial é modestíssima (cerca de R$ 110 mil) em relação aos maiores gastadores da competição – Fortaleza e Paissandu, cujas despesas mensais giram em torno de R$ 600 mil, cada. 

 
Atraídas pela visibilidade e pelo preço de publicidade mais vantajoso, várias empresas brasileiras estão atravessando a fronteira e se tornado patrocinadoras de times e seleções de outros países. Penalty, Tramontina, Petrobras e Centauro estão entre essas companhias. Reportagem da revista AméricaEconomia, o maior foco das marcas brazucas é a América Latina, principalmente o Chile e a Argentina. Porém, aos poucos, as brasileiras também começam a invadir mercados da América do Norte e Europa.
O quadro atual indica que Petrobras e Tramontina estampam suas marcas na camisa do River Plate. A companhia petrolífera investe cerca de US$ 2,5 milhões no tradicional clube argentino. No inflacionado campeonato brasileiro, teria que desembolsar pelo menos cinco vezes mais para ter a mesma exposição.
No Chile, o certame nacional mudou de nome. Virou Campeonato Nacional Petrobras. A Penalty fornece material esportivo para o Defensor, campeão uruguaio de 2010, e patrocina times na Argentina e Chile, além de pontificar na camisa dos árbitros durante a recente Copa América. Até 2014, a Penalty quer ampliar sua atuação para a Inglaterra, Itália, França e Alemanha.
Já a A Centauro também esteve no uniforme dos juízes e assistentes na última Copa América. Também participa de todos os torneios organizados pela Conmebol (Libertadores, Sul-Americana, etc.).

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 16) 

24 comentários em “Coluna: Tudo em paz, até prova em contrário

  1. Enquanto isso, no lado miserável da Av. Almirante Barroso, comemoração pelos “SEM” anos de reorganização? do clube SEM divisão. E o “ilustre” presidente, Sergio Cabeça, pedindo arrego ao Luiz Omar para que em 2012 eles possam conseguir uma vaguinha para a poderosa serie D.

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    1. Com a falta doque, dar de comer para os seus jogadores, o presidente azulino Sergio Cabeça de boi, fez homenagens ao dia dos pais, é homenagiou o então colaborador, Antônio Milleo (este que e empresário daqui de Belém) mais precisamente, dono de uma grande lanchonete, localizada a próximidades, da Av. Doca de Souza Franco. Com intuito, do mesmo abastecer as empoeiradas prateleiras que antes armazenavam os alimentos dos funcionários e jogadores do Remo.
      É triste, mais e a atual realidade azulina.

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    2. Tem uma galinha velha aqui no blog que já acorda com o Leão na cabeça kkkkk deve ser o efeito tabu 33 que ainda martela a cabecinha oca dele kkkkk adivinha quem é ? Um quilo de milho pra quem acertar !

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  2. Sobre o Águia: é mesmo um time bom e barato. Nesses últimos anos o time sempre bateu na trave para o acesso e ano passado eliminou o Fortaleza que tinha e tem uma folha salarial enorme e milionaria para os padrões da Série C. Tenho certeza que o time do João Galvão esse ano sobe.
    Sobre as empresas brasileiras: Estamos começando a aumentar nosso imperialismo na América Latina que aos poucos vai se tornando nosso quintal. Daqui a pouco estamos montando bases militares na costa do Pacífico ou do Caribe no mesmo estilo da base americana de Guantánamo em Cuba.

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    1. Amigo Saulo

      Não se iluda. Já existem nos states planos de domínio da Amazonia.
      Já começou. Sob pretexto de combate às drogas os iankes já estão na Colômbia.

      Nas escolas dos EUA a Amazonia não consta do mapa do Brasil.

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  3. Sobre a negativa do presidente da luverdense em não querer transmitir o jogo pra Belém,ele não tem razão pois a um contrato assinado do paissandu com a funtelpa,e como o jogo é em Belém,ele não pode opinar nada,o grande exemplo foi o jogo transmitido lá para lucas do rio verde,mesmo sem a permissão dele,ele quer processar a tv que passou o jogo,quer um milhão,agora,se vai ganhar é outros além.

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  4. Gerson, pelo que escutei não foi o Roberto Fernandes que recusou a “proposta tentadora” do Americana, e sim o contrario, foi o Presidente do time Paulista que voltou atras quando soube que o RF tinha sido punido com 4 jogos de suspensão, ele não quis esperar pois queria um tecnico para asumir imediatamente e desistiu de contrata-lo

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  5. Gérson, é uma pena que mais uma vez o meu Paysandu não vai conseguir subir graças ao presidente aLOPrado. Vestiário no pós jogo imediato é e sempre deve ser dos atletas, com tolerância as vezes ao treinador. Dirigentes, especialmente os descompensados, devem esperar um pouco e conversar depois com o equilíbrio emocional restabelecido. Esse presidente mais uma vez será o unico responsável. Deu passo além das pernas, sem planejamento e já está novamente querendo culpar os jogadores, como faz sempre! Salários atrasados há 2 meses e depois quer cobrar. Ora , como diria minha vó, “vá pentear macacos”! Como você mesmo diz aí acima, vão ficarr sequelas, mesmo que o discurso sejam de paz. Não se invade vestiário pós jogo para fazer cobranças, inapropriadas. Inapropriadas, porque esses jogadores estão dando tudo de si em campo, isso é inegável! E não venham com história de que quem paga tem direito de berrar, gritar, ofender e cobrar exageradamente. Isso no mundo trabalhista é Assédio Moral e dá direito até para ações na justiça do trabalho em dano moral. É lei. O empregador deve tratar seus empregados com respeito. Se acha que está com corpo mole ou é tecnicamente incompetente, mande-o passar no setor de pessoal e dê suas contas. Berro, gritos e cobrança exagerada não cabem na relação empregador X empregados.

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  6. Não é questão de autoritarismo ou loucura,o Luiz Omar esteve certíssimo em suas colocações… O time do paysandu está mal escalado e precisa evoluir,mas apesar de tudo está na liderança,mas deve e tem obrigação de jogar melhor ,até porque o presidente está dando todas as condições ao plantel e comisão técnica… Ele quem manda na curuzu e tem de cobrar do time,pois há qualidade,se ele deixar frouxo ,pode haver acomodação… Andréia,pela notÍcia vinculada no site da clube,extraÍda do site futebol interior,foram os dirigentes do americana que não quiseram mais o Roberto Fernandes,você tem razão nesta afirmativa >>> Temos que apoiar o presidente,pois queiram ou não é ele quem está ao comando do paysandu,eu não torcerei jamais contra o paysandu ,só para ver o Luiz Omar cair,sou papão acima de tudo !!!

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    1. Charles,

      Apesar de concordar em parte com o que você pensa, existem momentos em que há necessidade de se pensar seriamente no que se pretende fazer.

      Já pensou no que aconteceria se o Americana não desiste e leva o RF? Nós teriamos de novo boicote, que por sinal a grande maioria da imprensa só agora aceita porque eles acham que aconteceu com o Remo.

      Agora corremos o risco de passar mais um ano nessa malfadada terceirona

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  7. Essa personalidade do presidente, alimentada por sua paixão ao clube, as vezes o trai. É evidente que a postura dele após o empate em LRV foi totalmente impulsionada por essa paixão. Acontece que um líder não se pode deixar levar totalmente por suas emoções, o cuidado na comuniação assertiva é imprescindivel em qualquer segmento. E olha que nem se tratava de um caso estremo, afinal o PSC é líder do seu grupo, mostrando um futebol em evolução e acredito que muito mais confiável que o time do ano passado. A mesma mensagem podeira ser colocada hoje, de maneira serena (mas firme) na reapresentação do grupo, após uma conversa com o treinador.

    Não tenho dúvidas também que o grupo sentiu e vai ficar a cargo do treinador desfazer a bobagem feita pelo presidente. Gosto do presidente, mas nessa ele errou, e errou feio.

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  8. Alguêm sabe me dizer por onde anda o Pedro 14 de novembro de 2001?

    * Acho indecente arbitros de futebol terem patrocinios.
    Os mesmos são pagos para apitar e não tem objetivos claros como os clubes, ao não ser serem bem sucedidos no seu trabalho.

    Quero ver o dia que o patrocinador de um arbitro seja o mesmo de um time em que ele esteja atuando.

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  9. Eu torço muitíssimo para que o trabalho do LOP dê certo e ele consiga levar o papão à elite do futebol brasleiro, pq que acho que embora seja meio doido tem dado mostras de que é um cara honesto e realmente preocupado com a sucesso do papão em todos os seus aspectos.
    E ele está aprendendo e evoluindo muito com o passar do tempo basta observar a preparação para o brasileiro que, apesar de ainda conter falhas graves, vem melhorando muito ao longo dos anos.
    Quero que ele tenha sucesso também pq assim afasta-se de vez a risco da volta do tourinho e sua gangue ao nosso querido papão, o que, penso eu, seria catastrófico para a saude patrimonial de nosso clube.
    temos o exemplo do outro lado da avenida em que sucessivas gestões regadas a roubalheira e incompetência levaram o remo à se tornar essa carniça imunda que todos vemos, apodrecendo dia após dia.

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    1. Carlos Jr , o LOP vem aprendendo e evoluindo? todo ano ele fala que o planejamento será diferente, aprendeu com os erros do passado etc… e o que nos vemos? os mesmos erros de sempre, desde a derrota para o Salgueiro já era pra começar o planejamento para a serie C 2011, mas o cara monta o time faltando 10 dias para o início da competição, contrata varios jogadores sem critério , mantem o Cosme até o finalzinho do Parazão etc…o cara é totalmente doido, resta a gente torcer muito pelo time, apesar das lanbanças do LOP acredito que nesse ano subiremos

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      1. Nobre Andréia,
        veja que eu postei que a atual preparação contém falhas graves, com as que vc citou, mas é inegável que essa está sendo a melhor preparação que tivemos para o brasileiros.
        todos nós reconhecemos que temos um bom técnico e uma bom plantel de jogadores e grandes chances de subir esse ano.
        e penso ser essa a obrigação do LOP, contratar um bom técnico, montar um bom plantel, manter os pagamentos em dia e dar boas condiçoes de trabalho para o grupo.

        e isso ele vem fazendo, pelo menos vinha até ele cometer mais uma das suas loucuras.

        não disse que ele está pronto, mas que vem evoluindo vem. e só vc lembrar do grupo que ele montou no primeiro ano de sua gestão ecomparar com esse.

        gostaria de lembrar que a nossa torcida tá deixando a desejar pois penso que deveria comparecer mais aos estádios pra garantir o pagamento da folha salarial. tomara que a cultura não consiga transmitir o jogo da luverdense. ajudará bastante.

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  10. Carlos Jr, a torcida do papão não quer saber de jogo contra Luverdense, Araguaina, Rio Branco, essa é a realidade, a torcida deles é que tem que aproveitar a presença do Campeão dos Campeões na cidade deles. Certamente teremos um pouco mais de gente no estádio se cruzarmos com Fortaleza, América de Natal ou até Campinense, por exemplo, times de maior tradição. Parece que a galera ficou mal acostumada com aqueles tempos e vive esperando uma volta à série A, mas uma B já tá de bom tamanho. Situação muito diferente vive a torcida do nosso segundo maior rival no momento, que não tem nada de bom pra se lembrar e tudo que vier é festa.

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