Os insucessos deste primeiro ano sob o comando de Mano Menezes fizeram a CBF mudar drasticamente sua estratégia de preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2014. Ao invés de embates com seleções de primeira linha, o escrete voltará à antiga rotina de amistosos inúteis contra representantes do Terceiro Mundo do futebol.
Ontem mesmo foram anunciados alguns dos próximos adversários e a lista é de fazer chorar. Gabão, Egito e Suíça, já confirmados, integram o chamado quarto escalão do futebol internacional, sem qualquer tradição de competitividade. São equipes sem estofo técnico para opor resistência mínima que seja ao selecionado brasileiro.
A conseqüência óbvia dessa mudança de rota é o desperdício de tempo de treinamento para o torneio que terá o Brasil como país-sede. Temos somente três anos até lá e o cenário não podia ser mais preocupante. Como não participará das eliminatórias, a Seleção depende exclusivamente da qualidade dos sparrings em amistosos para tentar estruturar um time competitivo.
Por ora, não há time pronto e a safra atual, visivelmente fraca, não permite ter otimismo quanto à revelação de craques no curto período até a Copa. Mano Menezes, cujo trabalho já é cornetado de Norte a Sul do país, assumiu o desafio de reestruturar o escrete depois da derrocada no Mundial 2010.
Como Dunga só tinha olhos para resultados imediatos, não se preocupou em levar jovens atletas, para ganhar experiência internacional. Com isso, o fracasso em gramados sul-africanos foi duplamente nocivo. Além de não levantar a taça, ainda desperdiçou excelente oportunidade de dar maturidade a garotos como Neymar e Paulo Henrique Ganso, que agora precisam ser forjados sob a cobrança natural da torcida.
Há um ano, o discurso de Mano era o do enfrentamento com times qualificados. Avaliava, com lucidez, que só se engalfinhando contra os gigantes – Argentina, Espanha, Holanda, Alemanha e França – a nova Seleção poderia ganhar sustança necessária para entrar voando baixo na Copa.
Com os planos de vôo bruscamente alterados, Mano perde fôlego e passa à incômoda condição de interino, vivida por Dunga depois da Copa de 2006. Ao contrário do antecessor, porém, Mano não tem nem o consolo de competições que possam lhe assegurar sobrevida. Perdeu a Copa América, deixando péssima impressão, e dificilmente permanecerá no cargo até Copa das Confederações, um ano antes do mundial.
O dia é de comemoração para a nação botafoguense em todo o Brasil. Hoje, há 107 anos, o Botafogo de Futebol e Regatas era fundado, no Rio de Janeiro. A lembrança, sempre oportuna, é do ilustre alvinegro Pedro Paulo Mota, engenheiro agrônomo do quadro da Secretaria Federal da Agricultura.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 12)
Sem maior envolvimento é o clube externo que torço por simpatia. Aprendir a admirar o Botafogo desde os áureos tempos de Gerson, Zequinha, Jairzinho, Paulo Cesár Cajú, Ferreti.etc…craques e ídolos com simplicidade. Lembro do arrasador 6X0 no mengão e torci para ficar no 6, porque 7 é marca do Papão.
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Solução: Luxemburgo!
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Caro Maciel, acho que Luxemburgo, apesar de tudo, merece uma segunda chance no escrete. Até porque, visivelmente, ele sonha com isso. Fiquei puto com o Felipão em 2005/2006, quando literalmente esnobou o escrete, deixando que o Capitão do Mato seguisse na marca batida para o fracasso – como tantas vezes vaticinei aqui.
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Falou tudo Gersão!
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Seleção em voo cego, comentário em voo cego
“… oportunidade de dar maturidade a garotos como Neymar e Paulo Henrique Ganso…” , interessante, se falham, a culpa é do ex-técnico por não dar “maturidade “, se acertam são craque que nascem prontos. E as equipes adversárias não podem ter méritos? Acredito que o objetivo de ambas é a vitória, será que os adversários tentam encontrar justificativas parecidas para as falhas de seus atletas? Interessante, a coluna esta parecendo com os comentários dos “humoristas” que se dizem repórteres do CQC.
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É, camarada, o choro é livre, a crítica também. Assim como acolho os elogios, respeito as reprimendas. Vida que segue…
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É caro Pedro, nossa imprensa esportiva ainda é muito pobre. Talvez porque sejam jornalistas feitos na coxa. Pobre crônica esportiva paraense, não escapa um.
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Meu caro, coloque no seu título do blog o time que você torce e não o Remo, fica feio pra você, esqueça o Remo, seu time tá bem, então vá ao estádio e torça, não faça como seu colega de blog, o André, ele fica na porta de casa vendo quem ou não está secando o mucurão fujão de campo do Pará, ao invés de ir ao estádio torcer, a tv tá aí mesmo.
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Não adianta Ricardo, isso com certeza é uma doença na cabecinha oca das galinhas velhas(aposentados), desde o tabu 33 que tem galinha velha que nem dorme é só falar que vai ter Rexpa que eles passam mal kkkkkkk repara que tem um aposentado que só fala no Leão !
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Isso é clone! Quem será essa galinha velha ?
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Se com as derrotas da seleção o Mano fica cada vez mais prestigiado, só me resta concluir que essa Copa de 2014 não vai ser nossa, já deve ter sido negociada.
Opinião
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Discordo um pouco da coluna.
acho que ela parte de um conceito que está presente em toda a imprensa nacional: a de que o Brasil é a melhor seleção do mundo e só perde pra ela mesmo.
isso fica bem claro quando é utilizada a palavra sparring para se referir a todas as outras equipes que o brasil enfrenta.
o futebol mudou e temos que reconhecer que todas as equipes do mundo evoluiram tácnica, tática e, principalmente, fisicamente.
aqueles jogos bonitos que a seleção brasileira fazia nas copas contra aquelas carne assadas africanas não se repetirão pelo nível atual dos times. aquela moleza que os meios campistas de outrora tinham, não existem mais.
Um time em formação tem que enfrentar adversários mais fracos, é assim que todos fazem.
aqui no pará mesmo detonaram o LOP por marcar jogo contra o águia logo de cara pois o papão ainda estava no início das atividades.
Esse negócio de que o brasil é super seleção melhor que todo mundo é coisa pro galvão e pro zagalo.
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As vezes fico na dúvida sobre as convicções de Mano Menzes. Em algumas entrevistas demonstra abatimento e esse perfil não é de treinador de seleção.
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Em primeiro lugar, deixo meus votos de felicidade e sucesso ao Botafogo de Futebol e Regatas, uma das agremiações de futebol mais emblemáticas de todos os tempos, tal qual o Santos Futebol Clube. Sou flamenguista, mas admiro com profundo carinho e respeito a história e as cores da equipe da “Estrela Solitária”, vaticinada há um tempo atrás com a honraria de ser a esquadra de futebol com o escudo mais bonito, emblemático e sui generis do mundo. Para se entender o futebol brasileiro e a raízes de seu estilo de jogo é, via de regra, necessário conhecer e respeitar a história de times como o de General Severiano.
Quanto à Seleção Brasileira, é fato que não temos mais o melhor futebol do mundo. E isso desde 2005/2006, quando o Campeonato Brasileiro entrou em franco declínio técnico e tático. Um campeonato que há pouco tempo foi considerado o melhor do mundo junto ao Campeonato Italiano – que à época, entre a segunda metade dos anos 80 e por toda a década de 90 era o melhor certame nacional da Europa e que atualmente, tal qual o Campeonato Brasileiro, está em um processo de decadência sem precedentes – hoje tem um nível técnico sofrível, com times lentos, sem criatividade, com esquemas defensivos e treinadores ultrapassados. Nosso futebol, que sempre foi respeitado mundo afora por ser um futebol técnico, extremamente ofensivo (ofensividade essa que, muitas vezes, beirava a irresponsabilidade), criativo, veloz e com amplo domínio de todos os seus fundamentos e onde abundavam excelentes camisas 7, 8, 9 e principalmente camisas 10 legítimos (aliás, o conceito “camisa 10” é um legado do futebol brasileiro ao esporte bretão) está, nos dias que correm, na contramão da história. Não é
à toa que dos 4 melhores camisas 10 atuando no Brasil hoje, 2 são gringos (Montillo e D’Alessandro. E eram 3, pois Conca foi para a China). Que a dupla de ataque do Botafogo, um dos lugares onde sempre repousaram a alma e a essência do legítimo e hábil atacante brasileiro, tais como Jairzinho e Garrincha, hoje é composta por um uruguaio e um argentino (Loco Abreu e Herrera). Que a meia-cancha do Internacional, terra que já foi da dinastia de Falcão, volante visionário que não se limitava apenas em marcar, mas apoiava o ataque com extrema maestria, de muito tempo é feudo do argentino Guiñazu, ano após ano eleito o melhor volante do Brasil.
E, dentre muitos outros exemplos, o que mais intriga é que todos os jogadores estrangeiros citados não são craques fora-de-série. São, no máximo, ótimo jogadores. E como o campeonato nacional, via de regra, informa o estágio da Seleção Brasileira, fica a pergunta: há ou não há alguma coisa fora do lugar?
E para piorar, qual o grande nome brasileiro no exterior? Hulk? Pato? Robinho? Lucas Leiva? Ramires? Jadson? Luis Gustavo (quem?)? André Santos? Acredito que se o futebol brasileiro não se reinventar e rever seus conceitos “a la Muricy”, teremos a impressão de que a fonte, de fato, secou.
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