Pipocam reações contraditórias ao anúncio do amistoso Brasil x Argentina para o próximo dia 21 de setembro, no estádio Edgard Proença. Nas manifestações via Twitter, é possível observar que a maioria da torcida ficou entusiasmada com a perspectiva de ver o escrete brazuca novamente em cancha paraense, tendo como maestro o nosso Paulo Henrique Ganso.
Ao mesmo tempo, floresce ruidosa rejeição ao prêmio de consolação dado pela CBF a Belém, depois da exclusão do rol de sub-sedes da Copa de 2014, que ninguém engoliu até hoje. O tal espírito cabano, açulado pelos ventos do plebiscito de dezembro, embala protestos contra o que seria apenas “uma esmola” de Ricardo Teixeira aos paraenses.
Nem oito, nem oitenta. Penso que a chance de sediar um clássico da grandeza de Brasil x Argentina, nessa reedição da velha Copa Rocca, é sempre interessante, do ponto de vista meramente esportivo. Quase nada interessa mais ao torcedor brasileiro do que a rivalidade com os argentinos, mesmo que se trate de um simples amistoso.
Duvido, por exemplo, que a Copa conceda aos vizinhos amazonenses a oportunidade de assistir um jogo de igual porte. Como se sabe, pelo critério de distribuição dos grupos, Manaus deve receber três ou quatro jogos de seleções medianas – Bélgica, Noruega, Austrália, Egito ou algo do gênero.
A lamentar apenas o fato de que alguns dos que mais lutaram por esse amistoso da Seleção, concedido pelo manda-chuva do futebol tupiniquim, tenham demonstrado tão pouco apetite na hora de cerrar fileiras em torno da candidatura de Belém à sede do Mundial.
O anúncio do jogo entre Brasil e Argentina deixou pensativo o ex-jogador Mesquita, hoje administrador do Mangueirão. Ele não esquece a última vez que um time de hermanos jogou em Belém. Foi o velho e cascudo Boca Juniors, base da seleção portenha na época, e que veio aqui bater o Paissandu na melhor fase dos bicolores, em plena Libertadores de 2003. Mesquita, craque indiscutível nos anos 70/80, recomenda desde já muito cuidado nessa hora de enfrentar a Argentina.
“Os argentinos são atletas sempre prontos para jogar em qualquer lugar, sob qualquer tempo”, impressionou-se o ex-meia-atacante do Remo. “Naquele jogo contra o Paissandu eles pareciam um exército indo para a guerra. Chegaram, não falaram, foram direto pro gramado. Nem aqueceram. Nem beberam água!”, lembrou. O Azougue sabe o que diz.
A Tuna perdeu as estribeiras com a Seel. Há quatro meses sem receber a verba (R$ 20 mil) referente ao projeto “Vida Ativa”, o presidente Fabiano Bastos decidiu ontem suspender as atividades esportivas realizadas no parque aquático do clube e que beneficiam a turma da melhor idade.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 4)