Coluna: A encruzilhada de Ganso

Ainda é cedo para uma avaliação mais rigorosa a respeito do futebol de Paulo Henrique Ganso, mas é visível que seu rendimento não é o mesmo desde que se contundiu durante o campeonato paulista. A recente passagem pela Seleção na Copa América ficou abaixo do esperado, apesar de não ter sido tão ruim quanto muitos avaliaram.
De volta à rotina do Campeonato Brasileiro, mostrou-se cauteloso e discretíssimo contra o Flamengo, em noite inteiramente dominada por Neymar e por outro camisa 10, o renegado Ronaldinho Gaúcho. Ontem, nova derrota do Santos – diante do Atlético-PR – e mais motivos de preocupação para os fãs do meia paraense.
Ganso teve seguidos apagões e foi pouco produtivo nos dois tempos. Em sua defesa, pode-se dizer que quase todo o time peixeiro esteve confuso, sentindo em excesso as más condições do campo. Mas, em momentos cruciais do jogo, não demonstrou a mesma agilidade de antes. Como no lance em que invadiu a área e bateu em cima do goleiro, desperdiçando a chance do terceiro gol.
O futebol vive uma era de intensa valorização financeira dos bons jogadores. Paralelamente, há toda uma indústria de marketing em torno dos ídolos. Jovens, como Neymar e PHG, são alvos preferenciais desse tipo de estratégia, a ponto de terem sido contratados para anúncios veiculados durante a última Copa do Mundo mesmo estando fora da Seleção.
Em alguns casos, porém, penso que o excesso de compromissos e responsabilidades pode conspirar contra a carreira de um atleta promissor. Na atual fase vivida por PHG, ainda em busca de melhor condicionamento e aparentemente sem confiança para jogadas mais ousadas, o bom-senso recomendaria um afastamento imediato dos gramados para voltar em plena forma no segundo turno do Brasileiro.
Ganso talvez até queira isso, mas é bem provável que os inúmeros contratos de publicidade não permitam que dê esse passo atrás para, no melhor estilo chinês, possa avançar mais lá adiante.
Posicionado na parte inferior da tabela de classificação, o Santos parece não ter interesse na perda temporária de seu principal organizador, esquecendo que a fase pouco inspirada pode vir a comprometer o futuro de PHG até mesmo para eventuais negociações com o futebol europeu.
Especialistas de diversas áreas cuidam do planejamento da carreira de grandes jogadores. Seria bom que pelo menos um deles observasse os perigos a que PHG está sujeito atuando nas condições em que se encontra e encarando jogos encarniçados toda semana. Espero estar errado, mas o craque paraense vive a fase mais delicada de sua ainda curta trajetória.    
 
 
De uma simplicidade cativante, o atacante Tiago Potiguar bateu recordes de mensagens e telefonemas no Bola na Torre (RBA TV) de ontem. Revelou as dificuldades vividas na China e admitiu que, ao contrário de Mendes, não usa o Twitter por falta de “espaço na cabeça para tanta coisa”. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 01)

23 comentários em “Coluna: A encruzilhada de Ganso

    1. Essa questão da transferência internacional pode ter até influído sobre o rendimento de Ganso, mas o problema maior é de condicionamento, amigo Valentim. Ele, visivelmente, está sem confiança para tentar jogadas individuais e dribles.

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      1. É possível que seja somente pela questão de condicionamento físico, mas o desgaste (c/ as especulações etc etc) foi grande.

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  1. Ganso é tão diferenciado ,com seus passes meio-gol e sua visão de jogo que mesmo jogando bem contra o Flamengo e pela Selleção na recente e mal -fadada Copa América que ESPERAMOS MAIS DELE E ELE TERÁ ” BALA “na agulha sim ,desculpe-me o termo haja vista que sou contrário á violencia.Ainda confio na volta do futebol ESTRATOSFÉRICO do paraense.

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  2. A parte física não é o ideal, além do rítmo de jogo, o que traz como consequência a falta de confiança e isso é fundamental para um jogador mostrar seu alto nível. Além disso, seus empresários viviam as turras com a diretoria do Santos e aquele sai não sai do jogador. A tendência é melhorar com o decorrer da competição.

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    1. Ainda mantenho minhas esperanças em PHG, amigo Edmundo. Acho apenas que está precisando de uma parada técnica, para recondicionamento pleno.

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  3. Em relação ao Thiago Potiguar, as atitudes, a simplicidade e humildade dele, deveriam ser adotada pelos nossos jogadores locais! Acho, que temos material humano, com o mesmo talento que o Potiguar, mias o problema e que os nossos não tem cabeça, ou melhor ate tem, mais so pensam em festa. barcas regadas a muita gelada, mulheres e as vezes ate drogas. Com isso, não adianta de nada, ter um enorme talento, se não se tem uma boa cabeça.
    Acho que o povo paraense, teve uma otima oportunidade de conhecer o jogador Thiago Potiguar, é o ser humano Thiago Potiguar! Um cara simples, meio tímido para se expressar, porém verdadeiro quando tem que dizer algo à alguém resumindo, um autêntico ser humano comum, um pai de familia.
    Tomará, que os jogadores mais novos do Paysandu, Remo, Tuna, e outros clubes de nosso estado, tenham visto a entrevista do excelente meia bicolor.

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    1. É verdade, André. O cara é simplório, franco e bem engraçado. Fala as coisas à sua maneira, mas diz verdades. Foi uma excelente entrevista, ontem, no Bola na Torre.

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    1. Não vejo endeusamento, camarada. Continuo admirando e enaltecendo as virtudes do melhor meia-armador surgido no país na última década. Complexo de vira-lata não é comigo e tenho orgulho dos talentos paraenses.

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    2. Não amigo, o Ganso e muito bom jogador sim! Acho que ele, deve está com algum problema, talvez seja ciumes do Neymar, ou já esteja pensando em sair do Santos, alguma coisa está acontecendo.
      – Concordo com o Gerson Nogueira, o PH. Ganso, é o melhor meia armador que saiu do nosso estado, nos últimos 10 anos, é no momento ele, é o melhor na atualidade, mais está com algum problema?????

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  4. Ganso é tão diferenciado ,com seus passes meio-gol e sua visão de jogo que mesmo jogando bem contra o Flamengo e pela Seleção na recente e mal -fadada Copa América que ESPERAMOS MAIS DELE E ELE TERÁ ” BALA “na agulha sim ,desculpe-me o termo haja vista que sou contrário á violencia.Ainda confio na volta do futebol ESTRATOSFÉRICO do paraense.

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  5. Eu fico imaginando se em vez do Lucas fosse o Ganso que perdesse aquela bola que sacramentou a vitória do Vasco.

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  6. O Ganso não acerta mais nem passes, as arrancadas sumiram e os dribles também. Depois da contusão, o Ganso aparece bombado, forte demais para o seu estilo, descutiu demais valores de contrato e com isso perdeu o carisma dos torcedores santistas. Alem disto o Santos antes jogava com 3 volantes e apenas ele na armação, hoje, o Santos joga com apenas 1 volante, e o Ganso deixou de ser o pivô das bolas de ataque, as faltas, quem bate é o Elano, enfim acho que está desprestigiado até pelo treinador, que só não o coloca na reserva para não desvalorizá-lo. Outra coisa, virou empresário de jogadores, via seu pai adotivo.

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