
A boa notícia para o Remo é que parte do script foi cumprida na luta para chegar à decisão do título estadual. Passou um grande susto no segundo tempo, mas conseguiu derrotar o Águia, de virada. A má notícia é que a vitória veio, mas o time repetiu os mesmíssimos erros das últimas partidas. Prejudicado pelo estado do gramado, não encaixou seu jogo e desperdiçou todo o primeiro tempo com jogadas equivocadas pelo meio da área, incapaz de articular lances em profundidade ou mesmo cruzamentos certeiros para o interior da área. A rigor, quem teve mais oportunidades nesse período foi o Águia, com Jales (2) e Bernardo.
Cabe aqui uma observação específica quanto ao aproveitamento do volante Otacílio no esquema atual do Remo. Para um time que precisava vencer, de preferência com folga, a equipe entrou excessivamente cautelosa, usando Danilo, Didão e Otacílio na proteção aos zagueiros. Quadro agravado pelo imobilismo de Otacílio, que tecnicamente está abaixo dos demais homens de meio-campo e que tem deficiências como marcador.
Sua presença durante os 45 minutos iniciais foi de uma inutilidade franciscana, produzindo uma cena curiosa: a torcida vibrou quando ele recebeu o cartão amarelo, que o exclui automaticamente da segunda partida contra o Águia. Indiferente à avaliação das arquibancadas, Giba o preservou em campo, para substituí-lo no intervalo, como tem ocorrido sempre neste segundo turno.
Foi quando Giba substituiu Otacílio por Gian e usou sua melhor formação que o Remo finalmente entrou em campo, passando a tocar a bola com objetividade e correção. Sumiram os chutões desvairados e surgiram os lançamentos para Landu e Marciano. Gian insistiu nos passes laterais e foi uma jogada desse tipo que levou ao pênalti de Alan sobre Vélber, a essa altura já atuando como atacante.
Mesmo com a perda da penalidade, o Remo continuou explorando os passes em profundidade. O gol de Aldivan, em fulminante contragolpe do Águia, chegou a abalar momentaneamente o time, mas o empate viria poucos minutos depois. Lançado por Gian, Landu foi à linha de fundo e cruzou para Vélber empatar. Três minutos depois, jogada muito parecida levaria ao gol de Gian.
Não há mistério quando o futebol é simplificado, com o uso das peças adequadas. Mas ficam duas perguntas óbvias: por que o Remo não explora o que tem de melhor – o ataque – desde o começo das partidas? Por que esperar o gol adversário para começar a jogar corretamente, usando meia-armador e três atacantes? (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
Notícia da revista Veja volta a estimular devaneios em relação à Copa 2014. Segundo a coluna Radar, o comitê organizador do mundial deve anunciar, durante a Copa da África do Sul, o nome das cidades-sede que perderão a condição de subsede. Natal é uma das duas que cairão fora. Belém e Campo Grande estão na pole-position para ocupar as vagas.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 17)