Maniçoba derruba goleador extraterrestre

O atacante Marciano, artilheiro do Remo no Parazinho com 10 gols, ficou fora dos treinos de ontem e hoje no Evandro Almeida por culpa de uma forte indisposição gástrica – isto é, rebordosa de uma inocente e suculenta maniçoba mal digerida.

Segundo o departamento médico do clube, deve estar em condições de treinar nesta sexta-feira, a tempo de ser escalado para o jogo de domingo contra o Águia, no Mangueirão, às 16h.

É o que digo sempre: cabôcu precisa estar devidamente preparado para bater de frente com uma maniçoba adubada com toucinho, pé de porco, chouriço e torresmo. Não é pra qualquer um…

Seleção meia-sola

Por Francisco Sidou (*) (chicosidou@bol.com.br)

A era Dunga na Seleção nos faz lembrar alguns cenários cinzentos dos anos de chumbo da ditadura militar. Naquela época sombria, o talento, a inteligência, a criatividade, a imaginação e arte eram considerados valores subversivos e terríveis ameaças à ordem e ao progresso. A sentença, nos anos 70, era Brasil, ame-o ou deixe-o. Logo, nada de liberdades, nada de controvérsias, nada de contestações.

“Todos juntos, vamos, pra frente Brasil, Brasil, salve a Seleção!”

Era a época do pensamento único e da obediência imposta pela força das armas, pelas limitações intelectuais da “linha burra” no governo, que ditava a disciplina e os costumes, à imagem e semelhança dos quartéis, onde “ordem não se discute: cumpre-se”. Dunga parece a reencarnação acabada e fora de época daquele espírito do atraso, em que disciplina se confunde com ordem unida e com sisudez. 

O discurso de amor à Pátria, de doação ilimitada, da superação, do resgate e da paixão de vestir a camisa da seleção lembra o fanatismo de doutrinas fascistas de triste memória.  Trata-se de um patriotismo tosco, que costuma servir de válvula de escape para pendores autoritários. Lembrai-vos da seleção de 1970, que conquistou o tri, mas serviu de “mote” para que os “pais da pátria” mantivessem a mordaça sobre a Nação brasileira.

Ao convocar a Seleção Brasileira para a Copa de 2010, Dunga, em nome da “disciplina,  da ordem e do progresso”,  deixou de fora a alegria e o talento de  promissores atletas como Paulo Henrique Ganso e  Neymar, os  meninos do Santos, sob a alegação  de que ainda são “muito verdes” para a Seleção.

Já se sabe que na era Dunga jamais teremos revelações de craques geniais como Pelé e Maradona, ambos descobertos, revelados e convocados para a seleção de seus países ainda em tenra idade. Sim, porque o talento não tem idade. Nem se adquire com mais anos vividos nem com repetitivas experiências burocráticas.

Até os argentinos, como Maradona e Messi, que  também são artistas, lamentaram  a ausência  dos “meninos do Santos” na Copa do Mundo, onde, com certeza, seriam  consagrados  pelo seu talento e alegria de jogar.

Nelson Rodrigues e João Saldanha, dois geniais cronistas do futebol-arte, com certeza, tremeram no túmulo com a heresia de Dunga. De raiva, quem sabe até não consigam reencarnar no “Sobrenatural de Almeida” para vir dar uns puxões de orelha no “birrento” treinador da Seleção… Seleção que, à imagem e semelhança de seu timoneiro, pode até ganhar a Copa na África do Sul, com um futebol burocrático e sofrido. Mas, deixará muito a desejar em termos de futebol-arte, que também pode vencer, sem prejuízo da alegria e do talento, marcas registradas do futebol brasileiro.

Perdendo tais características, a Seleção acaba também perdendo o respeito que conquistou justamente por causa dessas qualidades que fazem o seu diferencial. Sem talento, alegria e arte, fica tudo muito igual e previsível na seleção, que irá praticar um futebol burocratizado e anão, no estilo Dunga de ser. Para gáudio dos adversários, que não mais irão temer o talento do futebol brasileiro. E para tristeza de seu povo alegre e festeiro, que irá sofrer “horrores” a cada novo jogo-suplício do Brasil na Copa da África do Sul. Só nos resta esperar que “os deuses do futebol” possam agir a tempo de evitar o pior, quem sabe “promovendo” o Ganso da lista reserva, com o possível impedimento natural de algum “soldado de chumbo” da linha burra mediana de Dunga…

(*) Francisco Sidou é jornalista

Dirigente fulmina tese da marmelada

Do presidente Luiz Omar Pinheiro, do Paissandu, sobre a tese da marmelada no último Re-Pa:

“Quem levanta uma hipótese dessa é um imbecil. Queria que aparecesse uma pessoa aqui para mostrar um benefício que o Paissandu tiraria dessa marmelada, quando na verdade só houve prejuízo. Guardar segredo entre duas pessoas é difícil, imagine entre 50”.

 

 

Pensata: Todos contra e felizes

Por Sírio Possenti (De Campinas, SP)

No dia seguinte à eliminação do Corinthians, pipocaram e-mails com materiais humorísticos. Todos se divertindo com a derrota do projeto de timão. Houve belas sacadas. Mas também muita grosseria, já que o estereótipo do corintiano é o pobre e/ou bandido. Aliás, o fato deve ser motivo de reflexão dos sociólogos (na verdade, já foi). Há uma sequência fortemente ideológica nos estereótipos: o time de massa passa a ser time de pobre, o time de pobre passa a time de bandido (assim como o São Paulo passa de time de rico a time de gente fina (basta ver as falas do presidente sobre o perfil de seu técnico), e de time de bacanas a time de “bambis”.

O interessante, no caso do Corinthians, é que os torcedores de todos os outros times se divertem com seu fracasso. Nada semelhante acontece quando quem perde é o Palmeiras ou o São Paulo.

Acho que Freud explica. Ocorrem fenômenos semelhantes na política. O partido mais criticado é o partido do qual se acabou de sair (aquele no qual se gostaria de ter ficado?). Foi abandonado ou porque não se conseguiu espaço para uma candidatura ou porque não foi mais possível exercer nele um papel ideológico relevante. Esse partido torna-se uma espécie de Outro, e esse Outro é o que o Eu não pode ser, mas gostaria de ser, se não fosse o que é.

Acho que o que acontece se deve ao fato de que todos os torcedores dos ouros times, se não torcessem por eles, torceriam pelo Corinthians.

(Sírio Possenti é professor associado do Departamento de Linguística da Unicamp e autor de Por que (não) ensinar gramática na escola, Os humores da língua, Os limites do discurso, Questões para analistas de discurso e Língua na Mídia)

Será? Há controvérsias.

Seneme vai apitar Remo x Águia

O árbitro paulista Wilson Luiz Seneme apitará o primeiro jogo da decisão do segundo turno entre Remo e Águia, domingo, às 16h, no estádio Edgar Proença. O sorteio foi realizado ontem à tarde na sede da Federação Paraense de Futebol. Seneme é árbitro do quadro da Fifa e é o 3° colocado no ranking da arbitragem da Federação Paulista de Futebol. Seus auxiliares serão Ednilson Corona e Émerson Augusto de Carvalho, também paulistas. O quarto árbitro será o paraense Andrey da Silva e Silva (regra três: Cláudio Lima). Seneme já atuou duas vezes neste Parazinho: no dia 28/2, pela sétima rodada do primeiro turno, no jogo São Raimundo 3 x 2 Paissandu, no estádio Barbalhão, em Santarém; e no dia 6/3, pela semifinal do primeiro turno, Independente 1 x 2 Paysandu, no estádio Navengatão, em Tucuruí. (Com informações de Rodrigo Godinho de Souza/Rádio Clube)

Depois do jogo, volante anuncia aposentadoria

Após a derrota para o São Paulo por 2 a 0, nesta quarta-feira, no estádio do Mineirão, na primeira partida das quartas de final da Taça Libertadores da América, o volante Fábio Santos, do Cruzeiro, surpreendeu a todos e anunciou a aposentadoria. “Estou encerrando a carreira no jogo de hoje. Venho lutando contra a lesão, jogando no sacrifício. Estou cansado de ser vaiado”, afirmou o jogador, que foi contratado pelo Cruzeiro há menos de 20 dias.

“Estou com a cabeça tranquila e sei o que estou fazendo. Hoje é a minha última partida pelo Cruzeiro. É difícil estar lutando todo dia”, declarou Fábio Santos, que entrou aos 16min do segundo tempo no lugar do também volante Fabrício. Com passagens por Lyon, São Paulo e Fluminense, o jogador havia assinado contrato com o Cruzeiro até 31 de dezembro de 2010. (Com informações do Folhaonline)

Inter encara o campeão Estudiantes

Zanata La Bruja Arnos

Adversário do Internacional, nesta quinta-feira, o Estudiantes de La Plata alterna esquemas e titulares, dependendo do adversário e também devido ao momento importante que o clube atravessa em seu campeonato nacional. Mesmo assim, o Estudiantes tem demonstrado ser uma equipe valiosa individualmente e com uma sólida sintonia coletiva na execução das variantes táticas, propostas pelo treinador. O Pincha, em minha opinião, possui uma frieza catedrática para manejar e valorizar a pelota, ao unir, técnica, competitividade e principalmente, confiança na ótima leitura de jogo de Alejandro Sabella. Solidez habitual no sistema defensivo, um meio-campo combativo, mas ao mesmo tempo de toque de bola e troca de passes precisos. Um ataque ágil, técnico e letal. Assim tem sido o vencedor da última Libertadores.

Em que pese as atuações irregulares de seu atual goleiro, Agustín Orión, e do lateral direito Marcos Angeleri, que retornou de longo período inativo por problemas físicos, o sistema defensivo parece ter reencontrado a solidez. Tal característica foi peculiar durante a vitoriosa campanha de 2009. A defesa Pincha já alcançou nesta Libertadores 2010 a marca de 415 minutos sem tomar gols. Desde o dia 9 de Março, em um total de cinco partidas, o Estudiantes ficou sem sentir o gosto amargo de um tento sofrido.

Dois dos principais responsáveis por estes números, Leandro Desábato e Christian El Samurai Cellay, formam entrosada dupla de zaga. E são peças importantes ofensivamente em jogadas de tiro livre a partir dos pés de Leandro Benitez e principalmente, de La Brujita Verón. O Estudiantes não perde desde o dia 3 de março, quando foi derrotado pelo Argentinos Juniors por 1 a 0 , na sérima rodada do torneio Clausura. Passados dois meses, em um total de 17 partidas, o Estudiantes atingiu a marca de 13 vitórias, quatro empates e nenhuma derrota.