Santos, Galo e Grêmios, os novos campeões

Por Mauro Cezar Pereira

Foi mais difícil do que a maioria das pessoas esperava.
A arbitragem foi muito ruim. Mas errou contra os dois lados.
Neymar é genial, jovem craque, mas se atira demais, não precisa ser cai-cai, mas é.
Ganso deu mais uma desmontração de talento e maturidade.
O Santo André é (ou era) muito bom time, mas deve se desmanchar a partir de agora.
Robinho deu passe fantástico no primeiro gol e roubou a bola e iniciou a jogada do segundo.

GALO CAMPEÃO
No primeiro tempo o Ipatinga não finalizou uma vez sequer.
O Atlético marcou e bloqueou o adversário para não correr o menor risco no Mineirão.
Diego Tardelli, para manter a boa fase, marcou seu quarto gol em em dois jogos.
A festa ficou completa com Marques reaparecendo e fazendo 2 a 0.
Que passe de Ricardinho no segundo gol do Galo!
Mas o grande desafio da semana é outro: eliminar o Santos da Copa do Brasil.

GRÊMIO
No primeiro tempo o Internacional fez 1 a 0, Giuliano. Falha do ótimo goleiro Victor.
Ao final do cotejo, era 16 finalizações do Grêmio (oito certas) e seis do Inter (uma correta).
O triunfo justíssimo na primeira partida justifica inteiramente o título tricolor.
Jorge Fossati voltou a poupar titulares pensando na Libertadores. E quase chega ao que precisava.
Com reservas, o Banfield venceu o Huracán (1 a 0). Mais uma vez o Inter precisará vencer por 2 a 0.
Se não conseguir, a festa gremista será completa.

Classificação do returno e pontuação geral

CLASSIFICAÇÃO DO 2º TURNO – TAÇA ESTADO DO PARÁ
POS TIMES PG J V E D GP GC SG AP 
ÁGUIA 16 7  5  1 1  10 9  1  76%
REMO 14 7  4  2  1  14 11  3  67%
PAYSANDU 13 7  4  1  2  20 11  9  62%
CAMETÁ 13 7  4  1  2  15 10   5   62%
SÃO RAIMUNDO  8  7  2  2  3  10 13  -3  38%
INDEPENDENTE  7  7 1  4  2  13  15 -2  33%
ANANINDEUA  6  7  2  0  5  12  17  -5   29%
SANTA ROSA  1  7  0   1  6  8  16 -8   5%

 

CLASSIFICAÇÃO GERAL
POS TIMES PG J V E D GP GC SG AP 
 REMO  33  17 9  6  2 42  29  13  65%
 PAYSANDU  30  17 8  6  3 39  26  13  59%
 ÁGUIA  22  14  6  4  4 25  25  0  52%
CAMETÁ  20  14  5  5  4 21 17  4  48%
 INDEPENDENTE  20  15  5 5  5  29  28  1  44%
SÃO RAIMUNDO  17  15  4  5 6  20  24  -4  38%
 ANANINDEUA  12  14  4  0  10  22  37  -15  29%
 SANTA ROSA  8  14  2  3  9  13  25  -12  21%
O Paissandu de Tiago segue na disputa do returno, mas o S. Raimundo (vice-
campeão de 2009) de Beto, Filho e Michel  ficou pelo caminho (TARSO SARRAF)

Adriano some, de novo, por “problemas com a mãe”

O atacante Adriano não tocou na bola neste sábado, mas foi o personagem do dia no Flamengo. Ele não foi ao treino do clube e ficou sem dar notícias para a direção. O sumiço causou preocupação entre os dirigentes da equipe carioca – o gerente de futebol Isaías Tinoco chegou a ir à casa do atleta para tentar encontrá-lo. Apenas no início da noite o mistério foi desfeito, e nem assim Adriano apareceu. Em nota oficial, a assessoria do jogador disse que ele estava incomunicável devido a um ‘problema grave com a mãe’.

Entenda, passo a passo, o que aconteceu no tumultuado sábado no Flamengo:

15h30 – Começa o treino do Flamengo no Ninho do Urubu. Adriano não aparece.

15h35 – O gerente de futebol do clube, Isaías Tinoco, começa a procurar o atacante, ligando para familiares, asessores e pessoas próximas ao atleta. Não consegue encontrá-lo.

17h10 – Ao final do treino, Tinoco diz que a situação é ‘preocupante’. Jorginho, auxiliar da seleção brasileira e que estava presente ao treino, prefere não comentar sobre a ausência de Adriano.

18h30 – Em contato com o ESPN.com.br, o assessor de imprensa de Adriano afirma que não falou com o jogador no sábado

19h20 – Isaías Tinoco diz que está a caminho da casa do atacante. “Ninguém sabe onde ele está, a situação é muito estranha. Ele sempre avisa quando não vai treinar”, diz.

20h15 – Assessoria de imprensa de Adriano divulga nota oficial em que explica o sumiço do atacante. Depois de passar o dia incomunicável e preocupar a diretoria do Flamengo, o atacante Adriano justificou o sumiço. A assessoria do jogador divulgou uma nota oficial dizendo que ele teve problemas com a mãe, e por isso teve de se ausentar do treino do clube.

Ainda de acordo com a nota da assessoria, Adriano voltará às atividades normalmente, e vai participar dos treinos de domingo no clube. “O atleta Adriano não pôde comparecer hoje ao treinamento do Flamengo devido a um problema grave com sua mãe. Por isso, o atleta ficou incomunicável durante toda a tarde. Amanhã, o atleta estará presente no treino de 9h no Ninho do Urubu e dará explicações ao técnico Rogério Lourenço e a toda a diretoria do clube”, disse a nota da assessoria. (Da ESPN)

Coluna: Jóbson e a segunda chance

O tema é espinhoso, desperta discussões acaloradas e posicionamentos apaixonados, mas a decisão que o STJD tomou nesta semana respeitou a lei e estabeleceu justiça. Jóbson, o paraense de 22 anos, apanhado no exame antidoping depois de defender o Botafogo contra Coritiba e Palmeiras no Brasileiro do ano passado, teve a suspensão de dois anos reduzida para seis meses. Com isso, está apto a voltar aos gramados a partir de 20 de julho.
O atacante veloz, de drible fácil e boa finalização, que encantou na reta final do campeonato nacional, quase foi banido do futebol, conforme as regras internacionais para doping. O STJD, que já havia tomado a temerária decisão de praticamente perdoar o Coritiba pela batalha insana no estádio Couto Pereira, teve inesperado acesso de lucidez. Foi, acima de tudo, um tribunal preocupado com a recuperação de um atleta.
Jóbson, desiludido e abandonado por quase todos, admitiu a intenção de abandonar o futebol. Ao lado da mãe, que comoveu nos apelos de clemência para o drama do filho, assumiu o vício. A decisão final do tribunal recoloca as coisas em seus devidos lugares. Jóbson, mais que réu confesso, é vítima das drogas. Esse argumento foi acertadamente esgrimido pela defesa no julgamento e os auditores acataram a tese. 
A punição inicial de dois anos, por excessivamente draconiana, satisfazia a fúria punitiva dos críticos de plantão – alguns defendendo até que a sanção se estendesse ao clube, na forma da perda de pontos –, mas menosprezava o lado humano. Que sentido há no castigo que ignora a reabilitação? Nem criminosos contumazes estão privados desse direito.
Jóbson manifestou problemas que afetam a vida de muitos outros profissionais do futebol. Alguns, espertamente, driblam as zonas de risco e se mantêm a salvo do temido exame antidoping. Prospera, no futebol do eixo Sul-Sudeste, a desconfiança quanto ao súbito veto à escalação de alguns craques às vésperas de jogos importantes. Seria o último recurso para escapar a um flagrante por uso de substâncias proibidas.
Como no futebol o antidoping é por sorteio, ao contrário de esportes olímpicos como a natação, que examinam periodicamente seus atletas, muitos se safam por absoluta sorte. Não foi o caso de Jóbson, que, reincidente no vício, acabou flagrado e execrado. Já pagou a pena da exposição pública, preparando-se agora para dar a volta por cima, a partir do zero. Torço para que reencontre o caminho certo, na bola e na vida. 
Aliás, cabe observar que a decisão da justiça isentou o Botafogo porque o crack não é uma droga estimulante e, portanto, não altera o rendimento do atleta. Não potencializa a performance esportiva, como esteróides e outras substâncias do gênero. Ao contrário, provoca letargia e submete o usuário a riscos, inclusive cardíacos. Jóbson, acima de tudo, precisa de estímulo, apoio e oportunidade para voltar a jogar. E de acompanhamento especializado para não recair no vício. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 2)