Ser jornalista é…

…desagradar a gregos e troianos.

Palmeirenses e corintianos.

Cariocas e paulistas.

Nortistas e sulistas.

Católicos e evangélicos.

Árabes e judeus.

São-paulinos e santistas.

Petistas e tucanos.

Lulistas e serristas.

Tricolores e rubronegros.

Gremistas e colorados.

Ser jornalista é não querer agradar ninguém.

Os do Galo e os do Cruzeiro.

Ser jornalista é ser solitário.

Ser jornalista é ser oposição, porque o resto é armazém de secos e molhados, como já ensinou mestre Millôr Fernandes.

Que ensinou, também: “Quem se curva diante dos poderosos, mostra o traseiro aos oprimidos”.

Ser jornalista é discutir tudo, até, e, hoje em dia, principalmente, sentenças judiciais, tamanhos são os absurdos.

Ser jornalista é não querer agradar ninguém e não se curvar ao dinheirismo.

Ser jornalista é querer melhorar a esquina de sua rua, sua cidade, seu país, o mundo!

Profissãozinha desgraçada, hein?

Por Juca Kfouri

14 comentários em “Ser jornalista é…

  1. Você me deixou confuso, caro Gerson.
    “Ser jornalista é ser oposição, porque o resto é armazém de secos e molhados, como já ensinou mestre Millôr Fernandes.
    Que ensinou, também: “Quem se curva diante dos poderosos, mostra o traseiro aos oprimidos”.
    Mas você endossa uma opinião oposta a isso: quem discorda do Governo Federal, ou seja, Lula, faz parte do PIG. Em muitos pontos você concorda com PHA (não direi que em tudo por não ser verdade). E para o PHA, todos que não rezam na sua cartilha, são uns crápulas. É isso que não engulo.
    Entre Millor e PHA, fico com o primeiro.
    Tudo “beeeeeeeeeim”?
    Hehehehe

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    1. Matheus,
      Claro que aprecio os chistes inspirados de Millôr (que já foram melhores), mas seu posicionamento político – sempre próximo da visão puramente anárquica e escapista – nunca me agradou. Desde os tempos de Pasquim, onde, segundo Tarso de Castro, era o mais conservador do time. Quanto ao PHA, é uma outra questão. Considero-o no mínimo corajoso de desafiar a forte corrente anti-Lula da grande mídia nacional. Há coisas dele que não aprovo, mas sempre que fustiga a hipocrisia de certos setores da elite brasileira eu assino embaixo. Ah, não acho que todos que criticam o governo Lula pertençam ao PIG, não. Existem bons profissionais em posições independentes, com críticas consequentes e desapaixonadas – como Kennedy Alencar, Clóvis Rossi, Juca Kfouri, Jânio de Freitas e o próprio Veríssimo.

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      1. Gerson, isso da minha parte, não passa de provocação. Hehehehe
        Não esquente…
        Na verdade, acho que o (bom) debate começa com uma boa provocação… Sempre na paz, claro.
        * Sei que o texto é do Juca.
        ** Fico feliz que tudo o que a gente fala (escreve) aqui, sai na íntegra.
        *** Acho que vou maneirar no abuso. Hehehehe
        Qualquer hora dessa você se invoca.

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  2. Deveria simplificar esse blá, blá, blá todo:

    Ser jornalista é falar ou escrever a verdade, mediante apuração rigorosa dos fatos.

    Logo, para ser jornalista de verdade, o sujeito tem que estudar, aprender e, claro, ser livre.

    Conclusão: Há poucos jornalistas no mundo.

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  3. A oração de um jornalista

    “Café nosso que estás envelhecido,
    mas que nos permite trabalhar
    apesar do maldito cansaço,
    ajude-me a ter forças na redação
    e a não atrasar a entrega da matéria.
    A pauta nossa de cada dia nos dai hoje,
    dai-me algum assunto legal para escrever,
    assim como nós gostamos de dar
    coisas bacanas para nossos leitores
    Não nos deixai cair em apelação,
    mas livrai-nos do sensacionalismo.
    Amém.”

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  4. O mundo da comunicação é complexo e, tal complexidade exige que, ser jornalista, é ser capaz de selecionar e organizar a gama crescente de informação, mantendo e defendendo o que há de mais essencial primado da verdade. Portanto, o jornalista terá que sempre buscar a verdade camuflada sob a verdade aparente e não se inclinar exclusivamente aos fatos bombásticos, já que, o imediatismo sempre presente, gera um jornalismo frívolo, cuja sustentação está na desgraça e nas banalidades do cotidiano.

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  5. Gerson, gostei muito da sua resposta ao Matheus. Pelo fato do Millôr ser tão endeusado, cheguei até a me questionar sobre a avaliação que eu fazia dele. Do mesma forma que nunca engoli Nelson Rodrigues, Paulo Francis e Ziraldo, sempre achei a posição dele muito “confortável”: bate em todo mundo, indistintamente, mas nunca se posiciona. Como diria o caboclo: Mas assim, sumano, até eu!

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    1. Cara, na verdade gosto do Millor. Apenas isso. Não chega no nível do endeusamento. Talvez só tenha isso com minha senhora… Hehehehe
      Tenho uma opinião muito pessoal que é de achar que a crítica é sempre mais louvável do que o elogio. Até acho que isso faz de mim um homem sem tantas virtudes mas é mais forte, não dá pra resistir. Hehehe

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  6. Deveria também dizer: Ser jornalista é não ser arrogante e não se candidatar a “dono da verdade, acima do bem e do mal”, muito menos “paladino da ética”.

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