Jogo comum ganha status de “espetáculo”

cru

Acabo de ver os comentários de PVC, na ESPN, e do Alberto Helena e André Rizek, no Sportv, sobre o jogo Cruzeiro x Palmeiras. Os caras (que respeito e admiro) estavam empolgados, bestificados, elogiando o “show de bola”, a qualidade do “espetáculo”. Pera lá, como diria o Papudinho. Ou esses caras estão de brincadeira ou eu vi outro jogo. Sem falar dos erros de arbitragem, considerei a peleja tecnicamente fraca, chinfrim mesmo, com muitos erros de passe e finalização, além de diversas faltas desclassificantes. Sobressaiu a disposição, a força e as jogadas ensaiadas do Palmeiras, bem no estilo que Muricy consagrou nos últimos três anos à frente do S. Paulo.

De resto, nenhuma novidade tática, nem um craque sobrando na turma. Só transpiração. Não consigo ficar empolgado com jogos decididos na bola na dividida, com gol de bico e no contra-ataque. Espero sempre mais. Devo estar ficando velho.

13 comentários em “Jogo comum ganha status de “espetáculo”

  1. Gerson, o futebol brasileiro embruteceu depois daquel conquista do Cruzeiro em 2003. Aquele time tinha não apenas um craque(o injustiçado camisa 10 Alex), mas outros craques em outras posições. Era um time forte na marcação, mas refinado no trato com a bola quando dos ataques e contra-golpes contra times adversários. O próprio Paysandu de 2003 era melhor no trato com abola do que muito time que hoje desponta no Brasileirão – à época o time bicolor foi até elogiado por Luxemburgo entre os times com o melhor desenvolvimento do jogo no campeonato, ao lado do próprio Cruzeiro e do Santos.
    E como é irônico… o que tínhamos de melhor hoje desponta nos times europeus (como o Barcelona, o Real Madrid, os times ingleses e até alemães, quem diria…). E o que de pior os o futebol europeu tinha nós absorvemos (o chuveirinho, a trombada…) e a crônica esportiva fica a incensar os técnicos responsáveis por tal estilo de jogo.

    Curtir

  2. Caro Gerson,
    Talvez, hoje, o futebol não prescinda das duas formas de jogar. Tem que dar bico pro mato e tem que fingir que vai dar bico e aplicar o drible.
    Hoje, nossos zagueiros que jogam na Europa são infinitamente melhores do que eram Bellini, Mauro, Brito, Piazza e outros porque aprenderam a arte de bem defender.

    Curtir

  3. Para o Neto, foi uma epopéia. Rsrsrs. O melhor do jogo foi ver os ex-árbitros dublês de comentaristas se atrapalharem na Globo e na Band. Foi tanto pênalty desmarcado que os dois pouco se entendiam. Pareciam estar recitando “os sapos” do Mário de Andrade. Gérsom, é impressionante o mal que o Muricy faz o futebol. Antes dele, o Palmeiras já estava na liderança e até apresentando um futebol normal. Muricy surfou na liderança conquistada pelos antecessores e teve a façanha de regredir o que já era razoável. Cacete! Está reproduzindo o mesmo esquema que transformou o São Paulo em papa títulos do brasileirão, mas um fracasso nos mata-mata. Observe, o Ricardo Gomes que não é lá essas “cocas” (epa), com obviedade e educação, liberou os alas, ressuscitou o Richarlysson (não sei escrever corretamente o diabo desse nome) e manteve o esquema de marcação anterior, além de ter resolvido os problemas de relacionamento no ataque, e, principalmente, conseguiu abolir o monopólio do chuveirinho. Em pouco tempo, tirou o tricolor da quase zona de rebaixamento deixado pelo Muricy colocando-o em condições de disputar o hexa, o que me parece uma tarefa mais difícil agora, mas pelo menos termina o campeonato no G4 e retorna à Libertadores em 2010 (facililita também a vida de nosso Leão, rs.). O Palmeiras é o virtual campeão, mas espero que dessa vez a imprensa não repita o erro do ano passado, dando prêmio de melhor técnico ao Ramalhão (que até parece ser uma pessoa de caráter e personalidade) . Seria um desrespeito aos antecessores do Verdão e ao futebol. Talvez eu concorde com você, Gérson. Pelo fato de ter assistido o futebol de boas equipes nos anos 80 (Mengão de Zico, São Paulo dos “menudos de Cilinho”, Fluminense de Edinho, Vasco do Roberto, Corinthians da “democracia”, Atlético de Reinaldo, Inter de Falcão, Botafogo de Dé, Grêmio de Reinaldo, Palmeiras de Jorge Mendonça, Cruzeiro de Joãozinho, Guarani de Careca, Santos dos “meninos da Vila”, Ponte Preta de Dicá, Grêmio de Renato e a própria Seleção de 82 do Mestre Telê), acho que ando exigente demais. Mas, custava destravar um pouco esses esquemas brucutus globalizados dos anos 90?

    Curtir

  4. Também achei o jogo o “ó” do Borogodó… Gerson, não acho que seja velhice. Diria que é seletividade. Ficamos mal acostumados pelas oportunidades vividas nos 70’s, 80’s…

    Curtir

  5. GERSON,ISSO QUE VIMOS HOJE NOS PROGRAMAS ESPORTIVOS É O FAMOSO BAIRRISMOS DA CRÔNICA PAULISTA..NÃO ESTRANHE ESSA FALTA DE VERGONHA E CARÁTER.POIS É NORMAL PARTINDO DA BAND,GLOBO E CIA.

    Curtir

  6. Não se preocupe, Gerson. Todos nós estamos ficando velhos. Mas gostar ou não de jogo chifrim não tem a ver com velhice. É uma questão de gosto, apenas.

    Curtir

  7. Pois é Cássio. Comecei a frequentar nos 70’s. Estou bastante, muito usado. Você sabia que a inauguração do gramado do Mangueirão foi um Re x Pa infanto-juvenil, às 10:00h da manhã, e o Paissandu venceu por 1×0, gol do ponta direita Passarinho. Eu jogava pelo Remo. Lá se vão 36 anos…

    Curtir

  8. E eu que achava que a inauguração do gramado tinha sido o jogo Remo x Operário em 1978. Aliás, no jogo anterior disputado no Baenão quando caiu o alambrado, meu irmão quase perdeu um dedo naquele episódio. Agora, Soeiro, por que não meteste a baladeira nesse “Passarinho” fdp? Rs.

    Curtir

Deixar mensagem para Cássio de Andrade Cancelar resposta