Coluna: O fenômeno Max Jari

Ninguém discute a evolução do futebol como negócio, tornando-se cada vez mais uma atividade profissionalizada e complexa. A lucratividade, aparentemente fácil, depende do nível de organização dos clubes, investidores e empresários. Apesar de todo esse inegável avanço, percebe-se que ainda há espaço para a improvisação – e o erro.

É o que se depreende, por exemplo, dessa competição particular que Remo e Paissandu travam pela aquisição de um jogador semi-desconhecido, que poucos viram jogar e cuja primeira competição de maior envergadura é a fase regionalizada do Brasileiro da Série D?

Bastou, porém, Max Jari marcar três gols decisivos no confronto entre seu clube, o Cristal do Amapá, e o Nacional de Manaus, para atrair toda a cobiça dos rivais paraenses. A partir desse jogo, Max tornou-se artilheiro reconhecido e, de incógnita e promessa duvidosa, passou imediatamente a sonho de consumo da dupla Re-Pa.

Depois de marcar duas vezes contra o S. Raimundo, no último domingo, tornou-se ainda mais assediado. De concreto, sabe-se apenas que o interesse surgiu durante os amistosos disputados por Paissandu e Remo contra o Cristal, em Macapá. A desenvoltura do atacante, de boa presença na área, impressionou o técnico Sinomar Naves e os dirigentes remistas.

Foi feito um contato inicial, sem pré-contrato ou garantia de preferência. Apesar disso, em Belém, os dirigentes trataram de alardear que Max seria incorporado ao elenco tão logo o Cristal encerrasse participação na Série D.

Nos últimos dias, porém, o atacante amapaense entrou também na alça de mira de Paissandu, Icasa do Ceará e até de um clube do futebol árabe. Max ganha cerca de R$ 2.500,00 mensais e tem contrato até dezembro de 2010, mas o clube não admite disposição de negociá-lo de imediato.

Comenta-se que sua multa rescisória seria de R$ 500 mil, mas, como quase tudo que envolve o atleta, a informação carece de confirmação segura. O presidente do Paissandu, Luiz Omar Pinheiro, a exemplo dos cartolas azulinos, chegou a anunciar um acerto para ter o jogador no Campeonato Paraense. De imediato, o Cristal desmentiu.

Diante do cerco crescente, o clube criou um cinturão protetor em volta do jogador, a fim de não afetar seu rendimento na Série D. Tratamento adequado à grande jóia do combalido futebol amapaense. O certo é que, em função do assédio dos paraenses, Max já está com o preço inflacionado. E pensar que fez apenas sete gols até agora.  

 

 

Como a história às vezes se repete, cabe lembrar que a grande contratação do futebol amapaense por clubes do Pará envolveu o atacante Bira. Cobiçado pela dupla Re-Pa, o jogador veio inicialmente para a Curuzu e acabou sendo negociado – num arranjo confuso, que envolveu a disputa judicial pelo título estadual de 1971 – com o Remo, onde se transformou num dos maiores artilheiros da história do clube. Talvez a força dessa lembrança, mais que o ainda incerto futuro de Max, esteja por trás de toda a mobilização em torno do atacante.   

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 18)

9 comentários em “Coluna: O fenômeno Max Jari

  1. É bom lembrar que antes de MAX JARI ser um JOGADOR DE FUTEBOL, ele é um SER HUMANO. Logo, o LIVRE ARBÍTRIO do Ser Humano MAX JARI deverá ser RESPEITADO por TUDO e por TODOS.

    Em RESPEITO ao DIVINO DETALHE acima citado, o CLUBE DO REMO já se MANIFESTOU que JAMAIS participará de LEILÕES que os ABUTRES de PLANTÃO tentam enquadrar o Humilde JOGADOR DE FUTEBOL.

    Desejo BOA SORTE ao MAX JARI.

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  2. Gerson gostei da comparação com o caso do Bira.

    Ocorre que os tempos são outros, dificilmente esse Max Jarí se vieir para um dos grandes repetirá o sucesso do Bira.

    Hoje em dia as torcidas tanto de Remo como de Paysandu estão mais exigentes e se o cara não marcar logo muitos gols, com certeza será pressionado com aquela história de que só joga em time pequeno etc.

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  3. Olha! Fui goleiro em Laranjal do Jari em vários times e eu já joguei contra ele e realmente o Max Jarí é um atacante nato. Tem uma arrancada impressionante e se o zagueiro for fraco se prepare se não vai ficar para tráz. Esperem e veram um novo talento do futebol brasileiro surgido em Laranjal do Jari -AP.

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  4. Max Jarí é matador. Se os clubes do Pará estão interessados que paguem por isso, até por quê, não entendo que o futebol do Amapá esteja “combalido”, como comentou o nobre colunista, mas, sim, em franca ascensão. Combalido, sim, está o futebol do Pará, que já teve clubes na elite do futebol nacional e hoje carece de ídolos. Max Jarí seria um bom investimento e, como todo investimento, tem seus riscos.

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  5. Senhores hoje nos amapaense temos muito orgulho e confiança nesse jogador que e o terro de zagueiro e goleiro. devido suas arrancadas, chute e cabeçadas forte, assim e MAX JARÍ, os senhores sabem mas que niguem que para ser artilheiro de uma competição como serie “D” não e facio. Max sempre foi artilheiro dos Inter-municipais onde a seleção de Laranjal e 7x campeão graça a esse matador que Max Jarí.

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