Bota dispensa Ney Franco

Por Cícero Melo, da ESPN

Ney Franco já não é mais o técnico do Botafogo. Apesar de o anúncio oficial ainda não ter sido feito, uma reunião neste domingo da diretoria do clube já definiu a demissão. Após uma boa sequência de jogos no Brasileiro, o Botafogo acabou perdendo duas partidas seguidas: para o São Paulo e para o Atlético-PR, ontem, em pleno Engenhão. Ney Franco deixará a equipe na 15ª colocação na tabela, com 19 pontos ganhos, fora da zona de rebaixamento. A diretoria botafoguense já havia marcado para a tarde desta segunda-feira uma reunião com o elenco. A intenção é já anunciar o novo técnico – três nomes são cogitados, mas não há nenhuma pista em relação a quem seriam estes profissionais. Estão descartados os nomes de Paulo César Gusmão, Cuca e Waldemar Lemos.

Problema do Botafogo, como o do Paissandu, não é técnico. Falta é time.

Valtinho errou, mas não foi o único

É natural que a torcida esteja frustrada e preocupada com o futuro do Paissandu na Série C. A classificação, que parecia plenamente possível, agora ficou mais distante – embora não impossível. Concordo com os internautas que avaliam como ruim a postura do técnico Valter Lima na condução da equipe no jogo deste domingo. A escalação era a mais coerente, mas o time não rendeu, pouco criou e excedeu-se nos erros de passe e finalização. A meu ver, o maior erro do técnico – que sempre apoiei, por considerá-lo competente e sério – foi a demora em fazer mexidas na equipe. Ainda no fim do primeiro tempo era possível observar a extrema dificuldade que o Paissandu tinha para criar jogadas rápidas no meio-campo. 

Não apenas Dadá jogava mal. Zeziel também não foi bem. Uma opção possível (não sei se treinada) seria a entrada de Balão para ajudar no meio-campo e adiantar Vélber para funcionar como segundo atacante. Apesar dos gols perdidos, não tiraria Zé Carlos, única referência para o jogo aéreo. E o jogo aéreo, como se sabe, é o último bastião de qualquer time na hora do sufoco. Além disso, Torrô também perdeu um caminhão de gols. Depois que ele saiu, o ataque murchou ainda mais.  

Por fim, em favor de Valter Lima, tão crucificado, é importante observar que um time depende de individualidades – e, em casos extremos, recorre a elas. Contra o Icasa, poucos jogadores atuaram bem. Vélber, a principal peça, foi apenas regular, alternando alguns lances inspirados e outros de total omissão. Zeziel também foi irregular. Jucemar voltou aos piores dias e Aldivan parece ter esquecido o bom futebol do Parazão. Até mesmo os volantes Dadá e Mael estiveram mal. Balão e Zé Augusto, que entraram no segundo tempo, nada acrescentaram ao time. É improvável que um técnico (qualquer um) resolva tantas pendências.

Tribuna do torcedor

Por Carlos Eduardo Lira Silva

Como torcedor, tenho que acreditar, afinal só peru morre de véspera, mas é inegável que o PSC deu um passo atrás ao perder tantos gols, mesmo não jogando bem. Eu, diferentemente de muitos torcedores, acredito mais em Valter Lima do que no plantel. O que quero dizer com isso? Valter é um bom estrategista, capaz de criar um esquema para vencer o Icasa, mas os jogadores, com a qualidade que têm, serão capazes de executar o plano tático?

Ao assistir o jogo, ficou evidente que o Icasa tem problemas com jogadas pelo meio, tanto que as principais jogadas do PSC foram por lá, inclusive o lance que gerou escanteio do primeiro gol. Nesse sentido, o que fazer? Se eu fosse Valtinho, tiraria o Zé Carlos (que para mim é peça nula no ataque do PSC) e começaria o jogo com o seguinte ataque Zé Augusto, Torrô e (surpresa) Moisés.

Por que Moisés? Pela velocidade e capacidade de driblar desse jogador, coisa que hoje nenhum jogador tem coragem. Minha defesa seria: Rógério, Luciano e Bernardo. O meio eu escalaria com Paulo de Tarcio, Mael, Vélber e Michel. O esquema seria no 3-2-2-3. O que isso significaria? Eu deixaria os dois volantes plantados na frente da defesa, liberaria Vélber e Michel para a criação pelo meio e laterais (ou seja, não teria lateral de origem) dando a eles também a responsabilidade de fechar no meio e abriria Moisés pela esquerda e Torrô pela direita e Zé para fazer o pivô que marcariam no campo do adversário.

Pode parecer locura, mas vejamos: Jucemar não está fazendo nada. Aldivan está muito mal e Zeziel não está conseguindo jogar a mesma bola do paraense.

Tricolor já sonha com o tetra

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A sequência de cinco vitórias colocou o São Paulo no pelotão de frente do Campeonato Brasileiro. Empolgado com a quarta colocação, o atacante Borges deixou a turbulência no passado e avisou que o Tricolor está agora na briga pelo título.

Com o triunfo por 3 a 1 sobre o Goiás, na noite deste domingo, o São Paulo chegou aos 30 pontos na classificação, apenas cinco abaixo do líder Palmeiras, que ainda tem um jogo a menos na competição. Além disso, Borges lembrou a importância de um triunfo sobre concorrente direto, pois o Goiás é o segundo colocado, com 32.

Ficha técnica: Paissandu 1, Icasa 1

Paissandu 1 x 1 Icasa
        
Local: Curuzu
Árbitro: Pericles Bassols Cortez – RJ
Renda: R$ 277.500,00. Público: 12.400 (pagantes), 1.080 credenciados; total: 13.480 torcedores.
Cartões amarelos: Velber, Zé Augusto e Lê (Paysandu); Pantico, Alan, Marcos Vinicius e Alan (Icasa)
Gols: Luciano a 1’/1T (PSC); Marciano aos 12’/2T (Icasa)
        
Paissandu
Paulo Wanzeller; Jucemar (Balão), Luciano, Rogério Corrêa e Aldivan; Mael, Velber, Dada (Lê) e Zeziel; Zé Carlos (Zé Augusto) e Torrô. Técnico: Válter Lima.

Icasa
Aloísio; Alan, Tiago e Everaldo; Marcos Vinícius (Felipe Almeida), Dodô (Serginho), Ricardo Baiano, Júnior Xuxa e Panda; Pantico (Joelson) e Marciano. Técnico: Flávio Araújo.