Sempre há uma canção de Raul Seixas para algum momento da vida. A conclusão é do jornalista Silvio Essinger, autor de “O baú do Raul revirado” (2005), uma reedição do material biográfico do músico baiano organizado por Tárik de Sousa em 1992. “Vinte anos depois de sua morte, a importância dele no cenário nacional continua forte”, diz. Gravado por bandas de rock como o De Falla (“Como vovó já dizia”) à dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó (“Tente outra vez”), Raulzito passou a fazer mais sucesso depois de morto (no dia 21 de agosto de 1989), segundo Essinger. “Poucos artistas foram gravados por esse espectro todo da música brasileira. Ele ficou muito famoso no começo dos anos 70, mas comercialmente a coisa foi ladeira abaixo. Depois de morto, ele teve um sucesso que jamais poderia imaginar.”
Para o especialista, o chamado rock brasileiro não teria essa cara hoje se não fosse por Raul Seixas. “Ele foi um dos arquitetos desse negócio. A composição dele tinha uma flexibilidade de conseguir incorporar vários estilos. O rock era sua obsessão, mas ele tinha o DNA da canção que ia desde a música brega ao baião até a canção americana. Raul usava o rock como ponto de partida para um artesanato da canção que poucos compositores brasileiros conseguiram.” (Do G1)