Vi umas três vezes, mas já não suporto. O comercial do filme Os Normais-2, com Luís Fernando Guimarães e Fernanda Torres, é tão chato que desaconselha a ida ao cinema. É a chamada anti-propaganda em seu esplendor.
Dia: 13 de agosto de 2009
Somos racistas
Por Leandro Fortes
Enquanto interessava às elites brasileiras que a negrada se esfolasse nos canaviais e, tempos depois, fosse relegada ao elevador de serviço, o conceito de raça era, por assim dizer, claríssimo no Brasil. Tudo que era ruim, cafona, sujo ou desbocado era “coisa de preto”. Nos anos 1970 e 1980, na Bahia, quando eu era menino grande, as mulheres negras só entravam nos clubes sociais de Salvador caso se sujeitassem a usar uniforme de babá. Duvido que isso tenha mudado muito por lá. Na cidade mais negra do país, na faculdade onde me formei, pública e federal, era possível contar a quantidade de estudantes e professores negros na palma de uma única mão.
Pois bem, bastou o governo Lula arriscar-se numa política de ações afirmativas para a high society tupiniquim berrar para o mundo que no Brasil não há racismo, a escrever que não somos racistas. Pior: a dizer que no Brasil, na verdade, não há negros.
Antes de continuar, é preciso dizer que muita gente boa, e de boa fé, acha que cota de negros nas universidades é um equívoco político e uma disfunção de política pública de inserção social. O melhor seria, dizem, que as cotas fossem para pobres de todas as raças. Bom, primeiro vamos combinar o seguinte: isso é uma falácia que os de boa fé replicam baseados num raciocínio perigosamente simplista. Na outra ponta, é um discurso adotado por quem tem vergonha de ter o próprio racismo exposto e colocado em discussão. Ninguém vê isso escrito em lugar nenhum, mas duvido que não tenha ouvido falar – no trabalho, na rua, em casa ou em mesas de bares – da tese do perigo do rebaixamento do nível acadêmico por conta da presença dos negros nos redutos antes destinados quase que exclusivamente aos brancos da classe média para cima – paradoxalmente, os bancos das universidades públicas.
Há duas razões essenciais que me fazem apoiar, sem restrições, as cotas exclusivamente para negros. A primeira delas, e mais simples de ser defendida, é a de que há um resgate histórico, sim, a ser feito em relação aos quatro milhões de negros escravizados no Brasil, entre os séculos XVI e XIX , e seus descendentes. A escravidão gerou um trauma social jamais sequer tocado pelo poder público, até que veio essa decisão, do governo do PT, de lançar mão de ações afirmativas relacionadas à questão racial brasileira – que existe e é seríssima. Essa preocupação tardia das elites e dos “formadores de opinião” (que não formam nada, muito menos opinião) com os pobres, justamente quando são os negros a entrar nas faculdades (e lá estão a tirar boas notas) é mais um traço da boçalidade com a qual os crimes sociais são minimizados pela hipocrisia nativa. Até porque há um outro programa de inserção universitária, o Prouni, que cumpre rigorosamente essa função. O que incomoda a essa gente não é a questão da pobreza, mas da negritude. Há contra os negros brasileiros um preconceito social, econômico, político e estético nunca superado. O sistema de cotas foi a primeira ação do Estado a enfrentar, de fato, essa situação. Por isso incomoda tanto.
A segunda razão que me leva a apoiar o sistema de cotas raciais é vinculado diretamente à nossa realidade política, cínica, nepotista e fisiológica. Caso consigam transformar a cota racial em cota “para pobres”, as transações eleitoreiras realizadas em torno dos bens públicos irão ganhar um novo componente. Porque, como se sabe, para fazer parte do sistema, é preciso se reconhecer como negro. É preciso dizer, na cara da autoridade: eu sou negro. Alguém consegue imaginar esses filhinhos de papai da caricata aristocracia nacional, mesmo os mulatinhos disfarçados, assumindo o papel de negro, formalmente? Nunca. Preferem a morte. Mas se a cota for para “pobres”, vai ter muito vagabundo botando roupa velha para se matricular. Basta fraudar o sistema burocrático e encher as faculdades públicas de falsos pobrezinhos. Ou de pobrezinhos de verdade, mas selecionados nas fileiras de cabos eleitorais. Ou pobrezinhos apadrinhados por reitores. Pobrezinhos brancos, de preferência.
Só um idiota não percebe a diferença entre ser pobre branco e pobre negro no Brasil. Ou como os negros são pressionados e adotam um discurso branco, assim que assumem melhores posições na escala social. Lembro do jogador Ronaldo, dito “Fenômeno”, ao comentar sobre as reações racistas das torcidas nos estádios europeus. Questionado sobre o tema, saiu-se com essa: “Eu, que sou branco, sofro com tamanha ignorância”. Fosse um perna-de-pau e tivesse que estudar, tenho dúvidas se essa seria a impressão que Ronaldo teria da própria cor, embora seja fácil compreender os fundamentos de tal raciocínio em um país onde o negro não se vê como elemento positivo, seja na televisão, seja na publicidade – muito menos nas universidades.
O fato é que somos um país cheio de racistas. Até eu, que sou branco, sou capaz de perceber.
Nunca fui muito favorável a imposições de governos, mas é indiscutível que a questão racial no Brasil necessita de um olhar mais atento – e providências práticas.
As cotações espanholas
Às vésperas da abertura do campeonato espanhol, torcedores e imprensa se dividem nas avaliações sobre o favoritismo para a conquista do título. O galáctico Real Madri (foto), com as milionárias aquisições de Cristiano Ronaldo, Kaká, Alonso e Benzema, salta como mais cotado na preferência geral. Mas o Barcelona, que trouxe Ibrahimovic para reforçar um ataque que já tem Messi, não pode ser subestimado.
O Mozart que desafina
Por Cosme Rímoli
Palmeiras é líder do Brasileiro. Muita festa e animação no clube. Os jogadores, empolgados. Muricy, orgulhoso. Só que no meio de toda essa euforia há alguém muito triste. Deslocado.
Atende pelo nome de Mozart. Ele foi um pedido explícito de Vanderlei Luxemburgo. Convenceu os dirigentes que era um negócio de ocasião. O treinador foi tão veemente que o Palmeiras comprou 60% dos seus direitos federativos. De nada adiantou o protesto de várias pessoas influentes e até de empresários que negociam com o futebol russo.
Mozart estava longe de passar por uma boa fase. Foi dispensado do Spartak Moscou. Ficou oito anos no Exterior e retornava com 29 anos. O Palmeiras já tinha Pierre, Edmílson e Souza, que não estava sendo aproveitado, mas sempre foi um dos melhores nos treinamentos.
Com a demissão de Luxemburgo, Mozart não senta nem no banco de reservas. Ele tem treinado muito forte, tratado as pessoas como um ‘gentleman’, na definição do presidente Belluzzo. Porém, o futebol está muito abaixo dos concorrentes de posição. O pior para o Palmeiras é que ele assinou contrato por dois anos.
Recebe um dos maiores salários do clube, cerca de R$ 140 mil. O Náutico foi um dos únicos clubes a se interessarem por seu empréstimo. Bastava bancar o salário. Os dirigentes pernambucanos desistiram. Acharam caro demais.
Para sair desta situação estranha, ganha bem mas não joga, Mozart terá de ceder. Aceitar a redução dos seus salários para um clube médio o colocar para jogar. Ou então continuará a dar boa sorte e parabéns para os seus companheiros de time que lutam no Brasileirão…
Pantera ganha reforço
O meio-campo Rafael Oliveira, que foi revelado nas divisões de base do Paissandu e foi liberado durante a passagem do técnico Edson Gaúcho pela Curuzu, se apresentou na manhã de quarta-feira no São Raimundo para tentar dar juventude e velocidade à meia-cancha do time. Os veteranos Luís Carlos Trindade e Ciro são os titulares do Pantera no setor.
Escalação já definida
Valter Lima praticamente já definiu os 11 guerreiros para a batalha do Cariri, domingo. No 4-4-2: Rafael Córdova; Alax, Rogério, Bernardo e Aldivan; Mael, Lê, Paulo de Tárcio e Zeziel; Torrô e Vélber. Na hipótese de utilizar o 3-5-2, a escalação seria: Córdova; Rogério, Bernardo e Roni; Alax, Mael, Lê, Vélber e Zeziel; Balão e Torrô.
O adeus do pai da guitarra elétrica
O músico Les Paul, um dos criadores da guitarra elétrica, morreu nesta quarta-feira (12) aos 94 anos em Nova York, informou a edição americana da revista “Rolling Stone”. De acordo com o empresário do músico, Les Paul morreu devido a complicações de uma pneumonia.
Um dos pioneiros da técnica de gravação em múltiplos canais, o que revolucionaria os métodos de produção musical, Les Paul assinou uma das mais célebre linhas de guitarra. Como músico, emplacou canções de sucesso como “How High The Moon” e “The World Is Waiting For The Sunrise” ao lado da mulher, a cantora Mary Ford, durante as décadas de 50 e 60.
Dezenas de artistas como Paul McCartney, The Edge, Neil Young, Billie Joe Armstrong, Jeff Beck e Jimmy Page costumam utilizar diversos modelos de Les Paul. O nome de Les Paul está incluído no Hall da Fama do Rock & Roll e no Hall da Fama do Grammy. (Da Folha de S. Paulo)
Sem o velhinho simpático da foto talvez o rock não fosse como hoje o conhecemos.
Nocauteado pelo Velox
Peço a compreensão dos amigos do blog pela demora em postar. O Velox, particularmente hoje, está se empenhando em travar a vida do blogueiro aqui. A todo instante a conexão cai. Estou, cada vez mais, propenso a buscar outra opção.
Muricy sonha com Vagner Love
O Palmeiras já abriu as portas para o retorno de Vágner Love, que quer voltar ao Brasil para ter mais chances de jogar a Copa do Mundo de 2010. Em meio à tentativa de convencer os dirigentes do CSKA a liberá-lo por empréstimo de um ano, o atacante ouve um apelo importante para desembarcar no Palestra Itália: o de Muricy Ramalho, seu futuro técnico caso os planos alviverdes deem certo. “Se ele está pensando em voltar para o Palmeiras, está correto, porque agora o caminho para ir à Seleção é o inverso. Lá, ele não é convocado e perdeu algum tempo. A chance de voltar à Seleção é pelo Palmeiras”, indicou o treinador, torcendo pela chegada do goleador da Série B do Brasileiro de 2003. “O Vágner Love é um jogador interessante, diferenciado. Vive uma grande fase na Europa. Como a torcida sonha, eu também sonho.”
Por essas e outras é que tenho minhas restrições a Muricy. Adora uma boa retranca, manda baixar o sarrafo e agora vem com essa babação de ovo pelo Vagner Love. Jogador diferenciado? Grande fase na Europa? Realmente, o novo técnico palmeirense não anda olhando os mesmos jogos que eu vejo.
Olimpíada de 2016 terá golfe e rúgbi
Favoritos para assumirem as vagas deixadas por beisebol e softbol no programa dos Jogos Olímpicos, o golfe e o rúgbi deram um importante passo para voltarem à competição nesta quinta-feira. Após uma reunião em Berlim, a cúpula do COI (Comitê Olímpico Internacional) selecionou as duas modalidades, que agora esperam por uma ratificação em outubro para cumprirem o objetivo visando a 2016.
Nesta quinta, além dos dois escolhidos, mais cinco esportes tentaram o ingresso na Olimpíada. São eles squash, karatê, patins, beisebol e softbol, sendo que os dois últimos procuravam retornar após serem excluídos de Londres-2012. Ao final, o golfe, apoiado publicamente durante a semana por Tiger Woods, e o rúgbi, que conta com o apoio do presidente do COI Jaques Rogge, ex-praticante da modalidade, levaram a melhor.
Quer dizer que rúgbi pode, golfe também, squash quase – e o futebol de salão como fica??
O herdeiro de Senna
Uma das três equipes novatas da Fórmula 1 a partir de 2010, a Campos pode ser a porta de entrada para que Bruno Senna (na foto, ao lado da mãe, Viviane Senna) cumpra seu sonho de se juntar à categoria que consagrou seu tio. Nesta quinta-feira, o chefe da escuderia europeia admitiu que o brasileiro é prioridade para o ano de estreia de seus comandados. Ex-piloto e atualmente dono do time que leva seu sobrenome, Adrián Campos construiu uma reputação respeitável na GP2, da qual foi campeã em 2008, e agora parte para a empreitada na Fórmula 1.
Segundo afirmou à ‘Rádio Cadena SER’, ele quer abrir sua participação na elite do automobilismo mundial mesclando um piloto experiente, que pode ser um entre os espanhóis Pedro de la Rosa e Marc Gene, e um jovem. Esta última vaga, assim, pode ficar com Bruno Senna, cujo nome foi elogiado pelo dirigente na entrevista.
Pode não ser um gênio das pistas, mas o garoto – como o tio – é muito bom de marketing. Vai logo estrear usando aquela bandeirinha do Brasil no bolso do macacão, para acenar no fim das corridas.