Globo cria a figura do entrevistado aleatório oficial

Ele opina sobre tudo e é praticamente onipresente onde há uma transmissão ao vivo da TV Globo. Já falou a respeito de “um filme de terror de ontem”, esperou mais de uma hora um ônibus – e reclamou disso. Também foi personagem de reportagens sobre ligações perturbadoras no celular e de dívidas com o cartão de crédito e até mesmo fez as vezes de entrevistador no Globo Comunidade.

Henrique Filho, como se identifica, virou meme nas redes sociais após ganhar fama em diversas entrevistas ao vivo da Globo. “Idoneidade e transparência, sempre no padrão Globo de jornalismo. Grande Henrique, que não me deixa mentir!”, tuitou Raphael Brunello.

“Seu Henrique, o entrevistado especialista em qualquer assunto, a gente vê (eu não) na Globo”, comentou Ana Maria Muniz.

“A Globo poderia explicar… Afinal, quem é o Henrique?”, indagou o usuário Jostorquato.

As aparições sequentes renderam até o título de funcionário do ano da Globo, dado por alguns internautas, quenão se conformaram em ver o rapaz fora do Especial do Roberto Carlos, no show especial para os artistas da emissora da família Marinho.

“Covardia a Globo nunca ter levado o polivalente funcionário HENRIQUE para o Especial do Roberto Carlos. Uma das maiores injustiças de todos os tempos”, tuitou Luis Henry.

(Da revista Fórum)

Copa do Nordeste terá transmissão ao vivo no Youtube

Fundamental na recriação da Copa do Nordeste, disputada de forma ininterrupta desde 2013, o Esporte Interativo deixou de ser um canal em meados do ano passado. O que de início foi um grande baque para a “Lampions League” acabou permitindo que o torneio crescesse em visibilidade e em receitas. Em 2020, três canais vão exibir a competição, que mais uma vez estará em uma plataforma própria de pay per view.

“Foi uma perda enorme. O Esporte Interativo fazia um trabalho fantástico, mas esse ano, depois do solavanco, teve SBT batendo recorde de audiência regional, a Fox Sports liderando entre os canais de TV…. A gente ampliou a penetração no final das contas e as receitas já cresceram também”, conta Edgar Diniz, ex-sócio do Esporte Interativo e um dos donos da Live Mode, que hoje detém os direitos de comercialização da Copa do Nordeste.

Pelo segundo ano consecutivo, em 2020 o torneio será exibido no Nordeste pelo SBT. Na primeira rodada, por exemplo, 25 de janeiro, um sábado à tarde, serão transmitidos dois clássicos regionais: Santa Cruz x Bahia e Vitória x Fortaleza. No mesmo dia, às 18h, o CSA recebe o Sport com transmissão para todo o país pelo Fox Sports. Será assim em todas as oito rodadas da primeira fase, com o Youtube transmitindo uma quarta partida, também ao vivo, em um total de 12 jogos durante todo o torneio.

“Esse jogo será escolhido pela Liga do Nordeste, mas será sempre uma partida com algum clube entre os principais do Nordeste”, promete Diniz. A tabela divulgada pela CBF não detalha quais são esses jogos. O modelo é semelhante ao que vem fazendo sucesso no NBB. A liga é quem faz toda a produção e a geração de imagens, que são distribuídas para os parceiros. No basquete, Twitter e Facebook transmitem uma partida por rodada, enquanto que a Copa do Nordeste fechou com o Youtube, que pela primeira vez adquiriu os direitos de um torneio nacional de futebol.

O restante das partidas, assim como acontece no NBB (e também na Superliga de Vôlei, por exemplo), será distribuído em uma plataforma paga de streaming. No caso da Copa do Nordeste, o Live FC, que vai exibir todos os jogos do torneio, sendo quatro por rodada exclusivos. O preço da mensalidade, porém, subiu em relação ao ano passado: de R$ 14,90 para R$ 19,90. (Do Blog Olhar Olímpico)

A frase do dia

“Ministro da Justiça, o que Sérgio Moro disse sobre o atentado à sede da produtora Porta dos Fundos? E Bolsonaro, presidente da República, disse o quê? Nada disseram. Quem cala consente. É cúmplice”.

Ricardo Noblat, jornalista

A verve de JBosco

(Publicado em O Liberal)

Em guerra contra Bolsonaro, Globo aposta fichas em Moro

Por Ricardo Kotscho, no Facebook

Na guerra contra Bolsonaro, os Marinho jogam mais luz sobre Sérgio Moro e mudam o rumo das Organizações Globo.

Um dia depois do Natal a Folha de S.Paulo manchetou o que parece ser um recado do Planalto aos donos do sistema de radiodifusão, muito especialmente à Rede Globo, escolhida como a inimiga número 1 de Bolsonaro no setor: o governo quer endurecer as regras para as concessões de TVs e rádios. Mais uma vez o presidente da República revelou ignorância pétrea sobre o assunto, e de novo sou obrigado a adverti-lo: tire o cavalo da chuva, capitão, mas o senhor, que acha que pode tudo, não vai quebrar a Globo.

Não é a primeira vez que Bolsonaro ameaça esticar a corda e endurecer, senão com todo o setor, certamente com a Globo. Em outubro, quando o presidente visitava a Arábia Saudita, o Jornal Nacional pôs no ar extensa matéria sobre o porteiro que liberou a entrada, no condomínio carioca onde o presidente mantém sua residência, de um dos envolvidos no assassinato de Marielle Franco. O capitão soube da notícia quando já era madrugada em Riad, a milhares de quilômetros do Brasil. Entrou em surto, montou a tralha de filmagem e fez uma “live” de 23 minutos de duração no Facebook às quatro da manhã, hora local, para desqualificar a reportagem e se defender. Estava furioso e descontrolado: “Vocês, da TV Globo, o tempo todo infernizam minha vida, porra! Agora Marielle Franco, querem empurrar em cima de mim? Seus patifes! Canalhas! Não vai colar! Não tinha motivo pra matar ninguém no Rio de Janeiro,” vociferou. Em meio a berros palavrões e socos na mesa, jurou que a Globo teria dificuldades para renovar sua concessão de televisão e garantiu que doravante o processo terá que ser “limpo”: “Se o processo não estiver limpo e legal, não vai haver renovação das concessões”.

Mais que uma bravata juvenil, afirmar que uma concessão, qualquer concessão, só será aprovada “se tudo estiver absolutamente correto” é apenas um truísmo pedestre. É como se Bolsonaro viesse a público anunciar que a partir de agora as sextas-feiras virão antes dos sábados. No jargão jornalístico, a fala saudita de Bolsonaro era “o cachorro abanando o rabo”, a não-notícia. Se algo não estiver correto, nenhum governo pode renovar concessões do que quer que seja. Um bom cristão aconselharia a perdoá-lo, já que ele não sabe do que fala.

Um mês atrás escrevi uma nota no Nocaute/Foicebook intitulada “Por que o capitão Bolsonaro vai perder a guerra contra a TV Globo” (https://nocaute.blog.br/…/por-que-bolsonaro-vai-perder-a-…/…). Seguramente meu textinho não foi incluído no clipping de notícias que o presidente recebe de seus assessores todas as manhãs. Se tivesse perdido cinco minutos lendo o que escrevi, Bolsonaro passaria a saber que o presidente da República não concede, não renova nem cassa canais de rádio e TV. O Poder Executivo prepara o processo e o envia ao Congresso, pedindo a aprovação ou não da renovação. Ao Congresso cabe a última palavra. Ex-parlamentar com 28 anos de experiência, o presidente tinha obrigação de saber que, ao longo de sua história, não há um único, solitário exemplo de que o parlamento brasileiro tenha rejeitado uma só proposta de concessão ou de renovação. O prodígio se explica pela presença no Congresso de mais de cem senadores e deputados que são concessionários de canais de rádio e TV (diretamente ou por meio de testas-de-ferro), prática proibida pela Constituição.

Para quem precisa de exemplos basta lembrar que, pressionado pelo Ministério Público Federal, o atual senador Aécio Neves foi obrigado a “legalizar” o controle que detinha sobre a Rádio Arco Íris, de Belo Horizonte, repetidora do sinal da paulista Jovem Pan. Para não perder, por um ato do Supremo, como pedia o MPF, a concessão que controlou por seis anos, Aécio “regularizou” a situação, “vendendo” suas ações para a irmã, Andréa Neves da Cunha, pela astronômica quantia de 88 mil reais.

Agora Bolsonaro avisa que as renovações só serão aceitas “se tudo estiver regular”. E adverte que uma das principais exigências que seu governo planeja incluir, para renovação da concessão, será a inclusão de uma regra que prevê pagamento antecipado de dívidas e pendências tributárias. Ainda segundo a Folha, a ideia é exigir que as empresas, para a renovação das outorgas, paguem seus débitos fiscais antecipadamente, mesmo que a dívida com o Tesouro tenha sido parcelada. Isso criaria empecilhos para as emissoras, pois boa parte delas tem dívidas fiscais parceladas com a União. Trocando em miúdos, se a empresa tiver dívidas fiscais parceladas – seja pelo Refis ou por uma das inúmeras versões similares – só obterá renovação se pagar antecipadamente esses débitos. Em português fluente: para obter outorga ou renovação de uma concessão de rádio ou TV, o candidato deverá apresentar uma certidão negativa de débitos com a Receita Federal.

Uma exigência dura, à primeira vista. Ocorre, porém, que até as corujas que piam nas madrugadas brasilienses sabem como isso funciona. O Congresso aprova o parcelamento de débitos fiscais (o Refis é apenas o mais conhecido), o presidente da República sanciona a decisão e o contribuinte inadimplente passa a ter o direito de fatiar a dívida em prestações a perder de vista e valores geralmente ínfimos.

Para facilitar a compreensão das intenções anunciadas pelo capitão, tome-se um exemplo fictício. A empresa que detém a concessão da TV ABCD devia à União cerca de R$ 500 milhões de impostos não recolhidos. Decidiu aderir ao Refis – mecanismo destinado a regularizar débitos com o governo – e conseguiu parcelar a dívida com prazos de égua. A partir do dia em que pagar a primeira parcela, a empresa se livrará da condição de inadimplente e estará apta a obter da Receita Federal, em minutos, pela Internet, a cobiçada certidão negativa de débitos com a União. E enquanto estiver pagando as prestações em dia, poderá requerer, a qualquer momento, o nihil obstat da Receita comprovando que está quite com os cofres públicos. Se vier a prevalecer a ameaça do capitão, ao requerer a renovação da outorga da TV ABCD, a empresa proprietária do canal teria que ir à Receita e quitar, à vista, o saldo total da dívida original de R$ 500 milhões.

Mas Bolsonaro se recusa a entender – como foi dito pelo Nocaute/Foicebook e, depois, pela Folha – que a renovação ou cassação da concessão é fruto de decisão do Congresso Nacional, que de costume aprova, com rapidez e na calada da noite, todos (sim, insisto, todos) os pedido de renovações de concessões para lá encaminhados. Além disso, qualquer mudança dos muitos mecanismos de quitação dos débitos também precisa ser aprovada pelo Congresso para que possa virar realmente uma regra. E a possibilidade de o Congresso aprovar um projeto dessa natureza é absolutamente nula, igual a zero.

O Congresso Nacional, especialmente nos últimos anos, aprovou mais de uma dezena de sistemas de refinanciamento de dívidas, cada um mais generoso que o anterior. Só para se ter uma ideia da cordilheira de dinheiro que o mecanismo e seus similares movimentam, no ano de 2018 esse perdão disfarçado custou aos cofres públicos a estratosférica cifra de R$ 62 bilhões. Mesmo que isso represente um rombo no Orçamento, o que diz a lei é que após negociar um parcelamento de dívidas dentro das condições estabelecidas, o contribuinte regulariza sua vida com o fisco. O capitão deveria saber que jamais conseguirá votos suficientes para mudar esse sistema. Até as dezenas de congressistas da chamada “Bancada BBB – Bala, Boi e Bíblia”, seus fieis apoiadores, têm muito mais adeptos de parcelamentos do que de endurecimento das regras. E, por fim, se está em vigor uma lei autorizando o parcelamento, e considerando como regular a situação do contribuinte que adere a ela, mudar isso é inconstitucional e o Supremo derrubaria a ameaça em poucas sessões.

Na verdade, é pouco provável que Bolsonaro ouse enviar ao Congresso essa proposta de endurecimento das regras. E perguntar, como se sabe, não ofende: será que a Rede Globo tem dívidas fiscais parceladas pela adesão a algum desses refis? Certamente tem. E as demais empresas do setor? Com certeza, sim. Portanto, o pau que bater em Marinho também baterá em Macedo, Saad e Abravanel. Uma bravata do capitão para intimidar a Globo afetaria, em uma avaliação conservadora, mais de 90% do setor. Alguns executivos do mundo da radiodifusão ouvidos por Nocaute/Facebook acreditam que todas as grandes redes do ramo, sem exceção, estão de alguma forma penduradas em um refis. É evidente que uma proposta dessas dificilmente será enviada ao Congresso. E se for, seu destino será o eterno repouso no fundo de uma gaveta.

Saudosa do mar plácido em que navegou em seus primeiros cinquenta anos de vida, sem nunca ter sido importunada por qualquer governo, nem mesmo os dois do PT, a Globo já embicou a proa de seu transatlântico para 2022. O tratamento amistoso dado por seus telejornais ao ex-juiz Sérgio Moro mostra um jogo aparentemente sinuoso, mas que a cada dia deixa mais claras suas simpatias pelo ministro da Justiça de Bolsonaro. Sem nada de errática, a postura pró-Moro da Globo ficou evidente nos últimos dias. Após a sanção, pelo capitão, da instituição do Juízo de Garantias, Sérgio Moro manifestou-se claramente contra a medida, permanecendo indiferente a ataques pesados contra o presidente nas redes sociais (“traidor” foi a palavra mais usada). No dia seguinte à sanção, o jornal O Globo publicou editorial esculhambando a decisão do presidente. Ou seja, enquanto Bolsonaro chama a Rede Globo para a briga, os Marinho cevam aliados na cozinha do presidente.

A despeito das alterações provocadas pelo advento da TV por assinatura e, agora, pelos serviços de streaming, que fornecem filmes e shows por assinatura e podem ser acessados pela Internet, o setor de radiodifusão ainda é importante e continua com enorme peso empresarial e social no país. Em breve teremos a Internet 5G (que já é uma realidade na China), com velocidade muito maior e qualidade muito superior aos sistemas atuais, o que vai impulsionar esses serviços via Internet e causar ainda mais alterações. Todos esses serviços demandam regulação equilibrada por parte do governo, que até o momento não piou nem miou para o assunto.

Como disse no artigo anterior, a Globo, que continua inimiga do Brasil e dos brasileiros, não precisa de censura nem de intimidações. Precisa de regulação. Mas seguro morreu de velho, poderia dizer o fundador do império, Roberto Marinho, falecido em 2003 aos 98 anos. Assim, é fácil perceber, no dia a dia da TV Globo e suas associadas, que os Marinho são os únicos, em todo o setor de radiodifusão brasileiro, a já disporem de um serviço de streaming ativo e no ar, preparando-se desde já para disputar esse mercado. Então, a Globo deverá pedir e precisa muito das renovações de suas concessões. Pode ser a última vez em que isso seja tão importante para ela.

Ibra vs. CR7

Repórter: “Zlatan o que você achou da cabeçada do Cristiano Ronaldo?”.

Ztalan Ibrahimović: “De cabeça eu faço brincando na piscina, mas eu quero ver subir com o pé 3.70m!”.

Volante cobra dívida milionária e abre litígio com o Barça

O volante Vidal põe o Barcelona na Justiça e acusa o clube de não pagar R$ 11 milhões em premiações. A direção do Barça garante que está em dia e afirma que a cobrança pode ser uma forma de o volante chileno tentar forçar uma saída do time catalão.

A notícia estourou como bomba nos meios esportivos espanhóis, pois Vidal vem atuando regularmente e parecia estar bem ambientado ao clube.

Direto do Twitter

“Edir Macedo compra um banco e se lança no mercado financeiro, bem na semana que Bozo edita medida salvando os bancos. Será a mão de Deus?”.

Alcides Abdalla Neto, representante comercial

Ao combater juiz de garantia, Moro revela analfabetismo funcional

Por Joaquim de Carvalho, no DCM

Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre incapacidade técnica de Sergio Moro para assumir uma cadeira do Supremo Tribunal Federal (STF), agora não tem mais. O ex-juiz postou no Twitter um texto que revela não só a falta de conhecimento jurídico como a dificuldade que ele tem de interpretar textos e de raciocinar abstratamente.

Sem exagero, Moro é quase um analfabeto funcional.

Segue o texto que ele postou, a propósito da lei que instituiu o juiz de garantias:

“Leio na lei de criação do juiz de garantias que, nas comarcas com um juiz apenas (40 por cento do total), será feito um ‘rodízio de magistrados’ para resolver a necessidade de outro juiz. Para mim, é um mistério o que esse ‘rodízio’ significa.Tenho dúvidas se alguém sabe a resposta.”

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que atuou na Lava Jato, deu uma resposta, cruel. “Vou desenhar: comarca X tem apenas um juiz. Comarca Y, vizinha da X, tem também apenas um juiz. Nos processos do Juiz da X, o da Y será o juiz das garantias e, nos processos do juiz da Y, o das garantias será o da X”, disse.

O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, em entrevista ao DCM, afirmou que Moro demonstrou não ter saber jurídico para ocupar uma vaga no STF.

“Esta opinião do Moro é uma opinião atrasada, de quem não quer viabilizar um grande avanço processual, uma mudança no processo penal brasileiro. O argumento dele é vulgar, o argumento da falta de condições do Estado. Em primeiro lugar, é verdade que 40% das comarcas brasileiras só têm um juiz. Agora são comarcas pequenas, que representam um percentual muito pequeno dos processos no Brasil. Mas, ainda assim, o Estado tem a obrigação de viabilizar. Você não pode impedir um avanço processual, uma modernização processual. Nós estamos fazendo um tipo de estrutura jurídica que existe em todos os países do mundo pelo simples fato do Estado alegar sua inapetência econômica”, afirmou.

Diante da alegação da falta de condições orçamentárias para implantar o novo sistema, que evita que o juiz de instrução se contamine com a investigação, Kakay lembra que, recentemente, se gastou muito mais com a manutenção de um privilégio aos magistrados.

“O ministro Luiz Fux deu uma liminar para garantir o auxílio moradia a todos os juízes do Brasil, inclusive para aqueles que têm casa própria na comarca, e não levou a liminar para o pleno porque sabia que a liminar seria derrotada. Essa liminar vigeu durante cinco anos, e o Estado gastou 5 bilhões com juízes. Esses 5 bilhões viabilizariam as hipóteses das comarcas que não têm dois juízes”, observou.

Além disso, lembrou Kakay, muitas delas nem precisariam mesmo de dois juízes. “O advogado Augusto de Arruda Botelho tem toda razão. Em comarcas vizinhas, o juiz de garantia de um pode servir para juiz de instrução do outro”, afirmou.

Kakay teve participação direta na elaboração da nova lei, ao promover reuniões em sua casa, em Brasília, com a maior parte dos deputados da comissão da Câmara que aprimorou os projetos de lei anticrime apresentados por Sergio Moro e pelo hoje ministro Alexandre de Moraes, do STF — na época em que apresentou o projeto, era ministro da Justiça.

Dos 16 membros da comissão, pelo menos nove se encontraram mais de uma vez na casa do criminalista em Brasília, juntamente com outros advogados, que ajudaram na construção jurídica das mudanças introduzidas.

“O projeto foi uma grande vitória do grupo de trabalho da Câmara, que teve um grande apoio do presidente, Rodrigo Maia, que teve a coragem, a ousadia, de levar adiante a proposta”, afirmou.

Para Kakay, Moro está irritado porque seu projeto foi “desidratado”. “Moro está desesperado”, afirmou. “Ele esperava ter pelo menos o poder junto ao presidente da república de vetar esse que era, claramente, o ponto que mais o derrotava. Mas o presidente da república fez uma opção. O Moro é opositor a ele na candidatura a presidente da república. É óbvio que o Moro não será ministro do Supremo. Recentemente, o presidente da república disse que ele teria dificuldade de ter seu nome aprovado no Supremo. Mas não é só isso, não. O Moro sabe que não tem conhecimento jurídico para ser ministro do Supremo. Ele sabe que não tem notório saber jurídico”, analisou.

Então, o que Moro quer?

“Ele tem o direito de querer ser presidente da república. Nisso, faz um jogo legítimo. O que não é legítimo foi ter usado o Judiciário. Não é legítimo ter sido parcial enquanto juiz e, naquele momento em que julgava e mandava prender o principal opositor do Bolsonaro, estava conversando para ser ministro. Isso é um tapa na cara do Judiciário, isso é um escândalo”, comentou.

O deputado Paulo Teixeira, que é advogado e foi um dos membros da comissão que analisou o projeto de lei anticrime, acha que Moro quer criar dificuldades. Na opinião dele, não é difícil assegurar que os brasileiros tenham um julgamento justo com a exigência de um juiz que atue sem se deixar contaminar pela investigação. É assim que funciona, por exemplo, na Itália, que realizou a Operação Mãos Limpas, supostamente a inspiração de Moro para realizar a Lava Jato.

“Os crimes acontecem nas grandes comarcas onde já tem mais de um juiz”, afirmou Paulo Teixeira.

“Nas comarcas menores, o juiz da comarca vizinha pode ser o juiz de garantias. E com o processo eletrônico, acabou esse drama”, finalizou.

Moro quer vender caro a derrota e posar de vítima, tanto dos que estão na oposição a Bolsonaro quanto do próprio Bolsonaro.

O Brasil que pensa não cai nessa falácia, já um ato preparatório de sua campanha. Mas ele tem um aliado forte, o grupo Globo, que publica editoriais que poderiam ter sido escritos pelo próprio Moro, isto é, na hipótese em que ele soubesse escrever.

Para Zico, excesso de festas pode ter atrapalhado Fla no Mundial

“Muita gente esquece que os caras (Liverpool) estão no meio da temporada da parte física. Os times sul-americanos estão, a maioria, na ‘rabada’, na reta final. Em 1981, acho que uma coisa que foi importante é que a gente vinha de seis decisões, três da Libertadores e três do Campeonato Carioca – que era muito diferente naquela época. E nós saímos direto para o Japão. Então não teve festa, não teve entrega de taça, vibração. Isso tudo também faz relaxar. A gente se manteve ligado o tempo todo. Só relaxamos depois de fazer 3 a 0 no primeiro tempo. Depois, saímos de férias. Esse intervalo de Libertadores e Brasileiro, com todas as coisas que aconteceram, isso tirou um pouco do embalo em que o Flamengo estava”.

Zico

Fla tem marca mais valiosa, seguido de perto por Corinthians e Palmeiras

Por Rodrigo Mattos, no UOL

A marca do Palmeiras passou a valer quase o mesmo que a do Corinthians durante o ano de 2019. É o que apontou a consultoria BDO em seu estudo anual sobre a força de mercado de cada clube brasileiro. O Flamengo se mantém como líder do ranking, ultrapassando o patamar de R$ 2 bilhões, enquanto o clube alvinegro ocupa a segunda posição, e o alviverde, a terceira.

O estudo de valor de marcas feito pela BDO leva em conta o tamanho de torcida, receita obtida pela agremiação e mercado. Realizada há 12 anos, a análise usa metodologia que considera 30 variáveis entre pesquisas e dados financeiros dos clubes.

Para o ano de 2019, o Flamengo foi a primeira agremiação brasileira a ultrapassar o montante de R$ 2 bilhões como valor de marca. O número final do estudo da BDO foi de R$ 2,160 bilhões, contra R$ 1,952 bilhão ao final de 2018. Como em todos os clubes, o maior peso na análise vai para a torcida (54%), depois receitas (29%), e em seguida mercado (17%).

No ranking, estão na sequência os dois rivais paulistas com valores de marcas bem próximos: o Corinthians tem R$ 1,736 bilhão, e o Palmeiras R$ 1,717 bilhão. Isso porque a marca corintiana sofreu leve desvalorização de R$ 5 milhões, enquanto a palmeirense cresceu aproximadamente R$ 190 milhões.

É uma tendência verificada nos últimos cinco anos, o Palmeiras se valorizou perante ao mercado bem mais do que o Corinthians no período. De fato, foi o clube que mais cresceu no período, com um salto de R$ 1,066 bilhão. Enquanto isso, a agremiação corintiana avançou menos da metade disso, na casa dos R$ 500 milhões. É o período em que o Palmeiras teve um salto de receitas, ganhou títulos e passou a explorar integralmente sua nova arena.

“Não tivemos alteração no valor das marcas para os 3 primeiros colocados: Flamengo, Corinthians e Palmeiras, todavia, o Palmeiras, conforme previsto no ano anterior, praticamente alcançou o Corinthians em 2019. Em comparação com 2018, temos: Flamengo com crescimento de 11%, Corinthians com redução de 1% e Palmeiras com crescimento de 12%”, diz a BDO no estudo.

Entre os fatores que tiveram influência nas marcas nos últimos anos, a BDO cita diversificação de receitas de direitos de televisão por conta da concorrência, evolução dos programas de sócio-torcedores, as novas arenas e sua exploração e a interação dos clubes com seus torcedores em mídias sociais.

Após os três primeiros, a consultoria BDO aponta São Paulo, Grêmio, Cruzeiro, Internacional, Atlético-MG, Vasco e Santos, completando os 10 mais bem colocados no ranking. Foram avaliadas as marcas de 40 clubes no total.

Veja a lista abaixo com as 14 primeiras agremiações. Entre parênteses, o número de 2018 para comparação:

Valor de marca 2019

1º Flamengo – R$ 2,160 bilhões (2018 / R$ 1,952 bilhão)

2º Corinthians – R$ 1,736 bilhão (2018 / R$ 1,741 bilhão)

3º Palmeiras – R$ 1,717 bilhão (2018 / R$ 1,529 bilhão)

4º São Paulo – R$ 1,228 bilhão (2018 / R$ 1,197 bilhão)

5º Grêmio – R$ 695 milhões (2018  / R$ 668 milhões)

6º Cruzeiro – R$ 598 milhões (2018 / R$ 555 milhões)

7º Internacional – R$ 592 milhões (2018 / R$ 503 milhões)

8º Atlético-MG – R$ 449,4 milhões (2018 / 510 milhões)

9º Vasco – R$ 415,4 milhões (2018 / R$ 398 milhões)

10º Santos – R$ 414 milhões (2018 / R$ 423 milhões)

11º Fluminense – R$ 356 milhões (2018  / R$ 341 milhões)

12º Botafogo – R$ 329 milhões (2018 / R$ 305 milhões)

13º Athletico-PR – R$ 166 milhões (2018 / R$ 133,2 milhões)

14º Bahia  – R$ 134 milhões (2018 / R$ 109,5 milhões)