Nos 70 anos da Declaração Universal: Papa pede que direitos humanos sejam eixo das ações políticas

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“Desejo, nesta ocasião, dirigir um forte apelo a todos os que têm responsabilidades institucionais, para que coloquem os direitos humanos no centro de todas as políticas, incluindo as de cooperação para o desenvolvimento, mesmo quando isso signifique ir contracorrente”, afirmou o pontífice na mensagem que escreveu para abrir a conferência internacional sobre o tema organizada pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e que foi lida pelo cardeal Peter Appiah Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano.

No texto, Francisco afirmou que “várias contradições” são vistas diariamente e que isso gera a pergunta de que se de fato “a igual dignidade de todos os seres humanos, solenemente proclamada há 70 anos, é reconhecida, respeitada, protegida e promovida em todas as circunstâncias”.

Conforme ressaltou, existem atualmente muitas formas de injustiça, “alimentadas por visões antropológicas redutivas e por um modelo econômico baseado no lucro, que não hesita em explorar, descartar e até matar o homem”. E defendeu: “enquanto uma parte da humanidade vive em opulência, outra parte vê sua própria dignidade renegada, desprezada ou pisoteada e seus direitos fundamentais ignorados ou violados”.

O papa lembrou ainda todos os que vivem “em um clima dominado pela desconfiança e pelo desprezo, que são submetidos a atos de intolerância, discriminação e violência por causa de sua raça, etnia, nacionalidade ou religião”, enquanto alguns “enriquecem com o preço do sangue” desses indivíduos.

Novo diretor do Papão promete aproveitar 12 jogadores vindos da base

A um mês do início da pré-temporada, o novo diretor de Futebol do Paissandu, Felipe Albuquerque, anunciou que o elenco contará com 12 jogadores oriundos da base do clube. Disse, ainda, que o planejamento será seguido à risca e que o anúncio de reforços acontecerá ao longo desta semana. Ele foi apresentado à imprensa na última terça-feira (4), na Curuzu. Ao lado do presidente eleito Ricardo Gluck Paul, Albuquerque explicou como irá trabalhar na próxima temporada.

Depois de três temporadas consecutivas no Vila Nova-GO, que brigou pelo acesso à Série A do Brasileiro em 2017 e nesta temporada, Albuquerque diz ter ligações fortes com a capital paraense. “Para mim é motivo de muita honra poder estar aqui no Paissandu, retornar à cidade onde passei boa parte da minha infância, onde tenho uma ligação. Para quem não me conhece, o meu sobrenome Albuquerque, o qual eu dou tanto valor, veio da pessoa mais importante da minha vida, a minha avó, nascida em Belém. Então retornar a uma cidade onde eu tenho laços tão profundos, que tem um clube da grandiosidade do PSC, muito me honra”.

Segundo ele, a escolha pelo PSC levou em conta a grandeza do clube e o projeto apresentado por Ricardo Gluck Paul. “Quando surgiu a proposta do Paysandu, eu tive a oportunidade de ir para outro clube da Série B, mas aí não era só a divisão o fator determinante para a minha escolha, que se deu muito mais pelo projeto que me foi apresentado. Estou confortável e fui muito bem recebido por todas as pessoas que conheci. Nesse primeiro momento, a estruturação de um projeto sólido para o Paysandu foi o principal motivo da minha vinda para Belém”, disse.

Direita bovina agora prega a extinção da esquerda no Brasil

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Impedir a volta da esquerda ao poder e organizar a direita no continente latino-americano. Esse foi o tom dos discursos e painéis realizados no último sábado, 8, durante a 1ª Cúpula Conservadora das Américas. Idealizada para ser uma reação ao Foro de São Paulo, organização que reúne entidades e partidos de esquerda desde os anos 1980, a cúpula reuniu expoentes do futuro governo Jair Bolsonaro, ideólogos conservadores e integrantes de movimentos de combate à corrupção.

Durante oito horas, convidados como o filósofo Olavo de Carvalho, os irmãos Abraham e Arthur Weintraub, o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança e o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), entre outros, se revezaram nos discursos e explanações em que o mote era traçar estratégias de enfrentamento do discurso de esquerda.

O mais assediado durante o evento, Eduardo Bolsonaro mal conseguia se locomover de um lugar a outro com dezenas de pedidos de selfies, favores e apresentações. Ao longo da tarde, no entanto, o assédio arrefeceu e o parlamentar conseguiu acompanhar os discursos e debates que aconteceram no auditório de um resort em Foz do Iguaçu. Terminou a noite pedindo a noiva em casamento no fim do evento diante do público presente.

Apesar da organização do evento ter divulgado previamente que mais de 2 mil pessoas haviam feito as inscrições para participar, apenas cerca de 600 compareceram. Para a imprensa, Eduardo minimizou a cifra e disse que a cidade do extremo oeste do Paraná é de difícil acesso para moradores de outras regiões do País. Mas explicou que o local foi escolhido pelo simbolismo. Está na tríplice fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai.

A cúpula reuniu basicamente pessoas ligadas a movimentos de direita que se articulam há alguns anos e pessoas que decidiram participar por conta própria. É o caso do corretor de imóveis de Cascavel (PR), Márcio Teles e da empresária e suplente do deputado federal eleito Nelson Barbudo (PSL-MT), Gina Defanti, contaram que decidiram arcar com os custos das viagens porque querem resgatar os valores conservadores. “Hoje vemos uma gama de pessoas perdidas, achando que ser conservador é ser errado”, disse Teles.

Paula Milani, integrante do movimento Acampamento Lava Jato, de Curitiba (PR), disse ver um levante da direita no Brasil e acredita que agora é hora de organizar esse movimento. “A esquerda chegou muito bem organizada, muito bem estruturada e dominou realmente. Agora, a direita está se organizando, tanto que já elegemos um presidente”, disse. Paula levou com ela mais seis pessoas para o evento, todos uniformizados com a camiseta do movimento.

A tônica do evento foi sintetizada por Jair Bolsonaro neste domingo. Em sua conta no Twitter, o presidente eleito afirmou que “por muito tempo o pensamento conservador e os valores familiares que predominam em nossa sociedade foram marginalizados graças a um projeto de poder revolucionário tocado por lideranças de esquerda em todo o continente”. E agora, de acordo com ele, é o momento de propor novos caminhos.

O evento foi marcado problemas técnicos com as videoconferências. O guru dos participantes, o escritor Olavo de Carvalho, que mora nos Estados Unidos, foi o que mais sofreu. Com um áudio cortado, era difícil entender tudo o que ele dizia e gerou revolta de algumas pessoas da plateia, que chegaram a pedir aos gritos uma melhor qualidade na transmissão.

Quem procurou por uma rede de wi-fi dentro do auditório se deparou com o tamanho do ódio ao PT, com “petista não é gente” e “#LulaTaPresoBabaca”.

Do lado de fora do auditório, uma livraria improvisada vendia dezenas de títulos ligados ao pensamento conservador. Nenhum dos livros disponíveis ali, no entanto, eram de Olavo de Carvalho. De acordo com os vendedores, a livraria ainda não tinha fechado um acordo de venda com a editora das obras de Olavo. O livro mais vendido do dia, de acordo com eles, foi “Bandidolatria e Democídio – ensaios sobre garantismo penal e a criminalidade no Brasil”, de Leonardo Giardin de Souza e Diego Pessi.

Nem mesmo o evento foi encerrado, pessoas contratadas para organizá-lo começaram a desmontar a estrutura. Estavam com pressa porque, com quase duas horas de atraso em relação ao horário previamente estabelecido para o fim, a fome apertava. Acostumados a trabalhar em eventos com suntuosos coffee breaks, o pessoal do “staff” estranhou e reclamou. Nenhum lanchinho foi servido nas quase 8 horas de evento. Apenas um pequeno stand vendia água, sucos e pães de queijo.

Do Estadão

Temporada de safra ruim

 

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POR GERSON NOGUEIRA

O ano foi tão chinfrim que até a escolha da seleção resultou em algo mais realista, como o time dos mais ou menos da temporada. Com base no critério de importância das competições, a coluna concedeu peso maior às atuações no Campeonato Brasileiro.

Para o gol da seleção 2018, a escolha até óbvia é a de Vinícius (foto abaixo), do Remo. Seguro e regular tanto no Estadual quanto na Série C, levou a melhor sobre o bicolor Renan Rocha, de desempenho muito questionado ao longo de toda a Série B.

Na lateral direita, Maicon Silva (PSC) entra na lista por exclusão, beneficiado pela conhecida carência de bons nomes para a posição. Não foi titular absoluto no time bicolor e jamais chegou a convencer o torcedor.

Para as posições centrais da defesa, uma dupla mista: Diego Ivo (PSC) e Mimica (Remo). De estilo sério, o azulino foi aclamado e caiu no gosto da galera, consolidando o perfil de xerife da zaga.

Já o alviceleste alternou altos e baixos, como na goleada sofrida para a Ponte Preta na Curuzu, quando chegou a ser diretamente vaiado pela torcida. Ao mesmo tempo, foi um jogador decisivo em várias ocasiões, marcando gols importantes, como diante do Oeste.

A lateral esquerda teve em Guilherme Santos (PSC) o nome mais regular, apesar dos atos de indisciplina, que quase custaram um prejuízo maior ao Papão. Cabe observar que Guilherme entrou em cena já com a Série B em andamento, mas foi um dos reforços mais produtivos da leva contratada para a temporada.

No setor de marcação do meio-de-campo, Renato Augusto também é outro nome escolhido por exclusão diante da assustadora mediocridade reinante nesse setor do campo. Bom nas finalizações de longa distância, Renato nem sempre cumpriu bem a tarefa de dar proteção à defesa e iniciar as ações na meia-cancha.

Para a criação, dois nomes que em nenhum momento chegaram a ser vistos como titulares inquestionáveis, mas que tiveram utilidade nas jornadas da dupla Re-Pa. Pedro Carmona, inconstante por força de problemas físicos, marcou gols e teve participações elogiadas em algumas partidas, mas foi hostilizado em outras.

Rodriguinho, do Remo, foi peça-chave na evolução do time ao longo da Série C, acabando por assumir toda responsabilidade pela criação depois que Everton e Rafael Bastos desertaram na reta final da competição.

Gabriel Lima (Remo), Cassiano (PSC) e Felipe Marques (Remo) foram os mais destacados do ano. Gabriel não foi aproveitado suficientemente por Givanildo e Artur, mas entrou de vez na equipe sob o comando de João Neto até por força das circunstâncias, já que o Remo não tinha opções para o ataque. Saiu maior do que entrou, assinalando gols decisivos e ajudando na função tática de povoar o meio-campo.

Cassiano (foto 1) brilhou intensamente no começo da Série B, ajudando com seus gols o Papão a liderar a competição nas primeiras rodadas. Enquanto esteve na Curuzu, a ameaça de rebaixamento não chegou a constar do cardápio bicolor. Marcava muitos gols sem depender de criação no meio-campo. Sua transferência para o exterior desarmou a frágil estrutura ofensiva do PSC. Pode-se dizer que o time começou a cair para a Série C quando Cassiano pegou o avião rumo à China. Apesar dos esforços e gastos, o clube não conseguiu trazer um substituto à altura.

Na ponta-esquerda, Felipe Marques (foto abaixo) é o escolhido natural pelo que fez no Campeonato Estadual. Principalmente pelas grandes atuações nos clássicos, sendo um dos responsáveis pela série de quatro vitórias azulinas sobre o maior rival.

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O técnico do ano é João Neto, que teve participação relevante no título conquistado pelo Remo sob o comando de Givanildo Oliveira. Assumiu o time na parte final da Série C, após a saída de Artur Oliveira, quando muita gente considerava o rebaixamento inevitável. Seu trabalho foi determinante para a permanência, com um elenco empobrecido pela saída de vários jogadores.

Por razões mais ou menos óbvias, a seleção dos piores temporadas fica assim escalada: Marcão (PSC); Bruno Limão (CR), Timbó (PSC), Bruno Maia (CR) e Mateus Miller (PSC); Geandro (CR), Cáceres (PSC), Ryan Williams (PSC) e Claudinho (PSC); Walter (PSC) e Isaac (CR). Técnico: Guilherme Alves.

O melhor do ano, mesmo tendo saído no meio da Série B, foi o artilheiro Cassiano. Longe do time titular do PSC na maior parte do campeonato, Cáceres foi o destaque negativo.

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Projeto inclusivo gera aplausos nacionais ao Papão

O projeto de cadastramento de torcedores de baixa renda (menos de 1 salário mínimo) para acesso gratuito a jogos do PSC em 2019, idealizado pelo presidente Ricardo Gluck Paul, começa a ganhar aplausos e reconhecimento em outras praças esportivas. A mídia de Pernambuco, São Paulo, Minas e Rio não tem poupado elogios à iniciativa, que busca reaproximar o Papão de sua base histórica de torcedores.

Xico Sá, Victor Sérgio, André Galindo, Rodrigo Faber e Mauro Cézar foram alguns dos jornalistas que saudaram com entusiasmo o projeto para hipossuficientes, dando a Ricardo a esperança de que a ideia ganhe força e – quem sabe? – se torne um dia uma regra seguida por todos os grandes clubes brasileiros.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 10)