O homem que sabia demais

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Por Raymundo Gomes, no DCM

Durante mais de uma década, nenhum homem tinha mais conhecimento sobre o jogo sujo da luta pelos direitos comerciais de torneios da CBF, da Conmebol e da FIFA. Com sua morte, vão para o túmulo segredos muito incômodos para a Globo.

Felizmente, cinco anos antes de morrer, J. Hawilla resolveu falar. Capturado pelo FBI, já sofrendo do câncer que o matou, o empresário contou bastante coisa – infelizmente, não tudo.

A Globo fez uma competente operação de “controle de danos”, dando destaque a alguns pontos da confissão e não a outros. Ficaram várias pontas soltas, porém, à espera de algum procurador com vontade de puxá-las.

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Em novembro passado, o portal R7 (da Record) divulgou grampos e documentos da Justiça americana que descrevem em detalhes os esquemas de propina em troca de direitos de transmissão, envolvendo cartolas, intermediários como Hawilla e emissoras de televisão.

Como o esquema funciona é bem sabido. Os cartolas detêm um produto altamente rentável – competições como a Copa do Mundo, a Copa América, a Copa do Brasil etc.

As emissoras lutam pela compra desses direitos. As emissoras com mais cacife podem perfeitamente molhar a mão desses cartolas, para assegurar o monopólio. Quem sai perdendo é o consumidor, pois a livre concorrência fica prejudicada.

Quando a Record publicou as denúncias, a Globo se defendeu de maneira débil, jogando debaixo do ônibus seu ex-diretorMarcelo Campos Pinto.

Disse que, se houve propina em troca de direitos, não foi com anuência da empresa: “O Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos.

Como dizia Paulo Nogueira, quem acredita nisso, acredita em tudo.

A perigosa miragem de uma solução militar para a crise do Brasil

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Por Juan Arias, no El País

Embora não exista o perigo de querer solucionar a crise política e social do Brasil com a intervenção militar, negada pelo exército, é verdade que essa tentação começa a aparecer em alguns círculos como uma perigosa miragem capaz de condicionar as próximas eleições presidenciais. Acabamos de ver isso no momento mais agudo da greve dos caminhoneiros, na qual se ouviram vivas ao ditador chileno Pinochet e apelos por um governo militar.

Qualquer brasileiro medianamente informado sobre a história deveria, no entanto, saber que, com todos os seus defeitos, ninguém ainda encontrou uma fórmula melhor do que a democracia para que uma sociedade viva em harmonia no tocante a suas liberdades e direitos. Custa-me, por isso, imaginar que um intelectual ou artista, qualquer que seja sua tendência política, possa apostar nos militares para tirar o país da crise, porque se sabe que nenhuma solução autoritária produz bem-estar, convivência e respeito às diferenças. E, no entanto, essas mesmas pessoas que consideramos iluminadas e formadoras de opinião parecem cair na armadilha de apoiar ou alimentar movimentos populares de protesto que, ainda que possam parecer uma forma legítima de pressionar o poder e defender os direitos dos trabalhadores, podem se transformar em um bumerangue em momentos históricos de confusão ideológica como o que o Brasil está vivendo.

A história ensina que, em muitas experiências de cunho fascista, não poucos intelectuais e artistas acabaram colaborando explícita ou implicitamente sob pretexto de defender os oprimidos. A miragem das soluções totalitárias contra as arbitrariedades dos governantes das democracias acabou apoiando totalitarismos e regimes militares que chegaram ao poder não com o voto, mas pela imposição das armas. Já tivemos isso na Alemanha de Hitler, na Itália de Mussolini e na Espanha de Franco, para falar apenas da Europa.

No momento em que escrevo esta coluna ainda não é possível fazer um balanço do que representou, politicamente, a greve dos caminhoneiros no Brasil, à qual parece querer seguir a dos petroleiros e, quem sabe, também a de outras categorias que poderiam sair às ruas “contra tudo e contra todos”, que é a fórmula mais perigosa para impedir uma solução dialogada que faça justiça aos abusos que podem ter sido o estopim das manifestações.

Quem viveu e sofreu por muitos anos um regime totalitário sabe que, com todas as suas limitações, a democracia ainda é a única possibilidade para que um povo possa conviver com o melhor de seus valores. Quem, por exemplo, hoje pode gritar nas estradas contra o governo para defender o que considera seus direitos, ignora que não poderia fazê-lo sob nenhum regime totalitário sem pôr em perigo sua própria vida.

Na política, na família ou em qualquer relacionamento humano, nada é capaz de substituir o diálogo se não se quiser viver no inferno da incomunicabilidade.

Nunca a força imposta pelas armas fez a Humanidade crescer no melhor que possui, como sua possibilidade de viver em liberdade sem a tirania dos muros, nem os de Berlim nem os do México, emblema, ambos, dos crimes contra a liberdade e a convivência democrática.

Vox Populi: com 39% das intenções de voto, Lula vence no primeiro turno

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No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, Lula alcançou 39% das intenções de voto contra 30% das soma dos adversários, mostra pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 19 a 23 de maio e divulgada nesta segunda-feira (28).

O diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, chama a atenção para o desempenho dos candidatos ligados a Michel Temer. “Apesar do proselitismo de parte da imprensa brasileira, eles patinam em índices muito baixos. Entre eles, o que mais chama a atenção é o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que está aquém do que alcançaram outros candidatos tucanos no passado”.

“Parece que a opinião pública não perdoa o comportamento do partido de 2014 para cá”, diz Coimbra.

Na pesquisa estimulada, o segundo colocado, com praticamente um terço das intenções de voto de Lula, está o deputado Jair Bolsonaro (PSL), com 12%; seguido de Marina Silva (Rede), com 6%; Ciro Gomes (PDT), com 4%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 3% e Álvaro Dias (Podemos), com 2%.

Henrique Meirelles (MDB-GO), Manuela D’Ávila (PC do B) e João Amoedo (Novo-RJ) têm cada um 1% das intenções de votos. Já Flávio Rocha (PRB-RN), Guilherme Boulos (Psol-SP), João Vicente Goulart (PPL), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Paulo Rabelo de Castro (PSC) não pontuaram. O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos totalizou 21% e não sabem ou não responderam, 9%.

No Nordeste, Lula tem 56% das intenções de votos, contra 7% de Bolsonaro e Ciro, que empatam na Região; Marina tem 6% e Alckmin apenas 1%. Os demais não pontuaram. No Sul, 31% dos entrevistados votariam em Lula, 18% em Bolsonaro e 10% em Álvaro Dias; Marina e Ciro empatam, com 4% cada e Alckmin aumenta para 2%, empatando com João Amoedo. Meirelles, Manuela e outros têm 1%.

No cenário espontâneo, Lula também está bem na frente dos demais candidatos.

O ex-presidente tem 34% das intenções de votos, Bolsonaro surge em segundo lugar, com 10%; Ciro e Alckmin voltam a empatar, com 3% cada; Marina e Joaquim Barbosa, que desistiu da candidatura, surgem com 2% cada; e Álvaro Dias, com 1%. E 5% dos entrevistados disseram que vão votar em outros, 25% ninguém, brancos e nulos, e 16% não sabem ou não responderam.

Nas simulações de segundo turno, Lula venceria todos os adversários com larga vantagem. Venceria Marina com 45% contra 14% da candidata da Rede; Já contra Alckmin e Bolsonaro, Lula alcançaria 47% dos votos contra 11% e 16%, respectivamente.

A pesquisa CUT/Vox Populi foi realizada com brasileiros de mais de 16 anos, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, de todos os estratos socioeconômicos. Foram ouvidas 2.000, em entrevistas feitas em 121 municípios. Estratificação por cotas de sexo, idade, escolaridade e renda.

A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

Rei Artur é o novo técnico do Leão

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Artur Oliveira, o Rei Artur, é o novo técnico do Clube do Remo e já vai dirigir o time na partida de domingo contra o Salgueiro, no estádio Jornalista Edgar Proença. A reunião que definiu a contratação aconteceu na tarde desta segunda-feira, depois que a diretoria azulina descartou outros nomes. Artur jogou pelo Remo e é um ídolo da torcida remista, incluído em todas as seleções de melhores jogadores do Leão em todos os tempos. Como técnico, dirigiu o Remo em duas oportunidades.

Cotado para assumir o Remo desde a saída de Ney da Matta, Artur fez um trabalho muito elogiado no comando do Bragantino no Campeonato Paraense deste ano. O time interiorano terminou em terceiro lugar, classificado para a Série D e Copa do Brasil. Artur deve ser apresentado oficialmente pela diretoria nesta terça-feira.

Artur Duarte de Oliveira é natural do Acre e tem 48 anos. Como jogador, defendeu o Remo em 1991, 1992 e 2004. Jogou pelo Boavista e Porto (Portugal), Vitória e Botafogo, Depois de encerrar a carreira, começou a trabalhar como técnico. Dirigiu o Remo em 2007 e 2008.

Leão está à procura de um técnico

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O Remo continua à procura de um técnico para o lugar de Givanildo Oliveira. Vários nomes foram sondados e já descartados. Dirigentes tentaram contratar Antonio Carlos Zago, que agradeceu dizendo que não quer trabalhar na Série C. Lisca chegou a ser especulado, mas as conversas também não avançaram.

Ao longo da manhã desta segunda-feira o nome mais cotado era o do carioca Marcelo Martelotte (foto), com passagens por clubes como o Santos, Santa Cruz, Náutico e que recentemente dirigiu o Taubaté (SP). Além da pedida salarial considerada alta, ainda exigiu trazer comissão técnica completa, o que tornaria a contratação ainda mais onerosa.

Os diretores de Futebol do clube continuam a buscar um técnico e já teriam contatado Artur Oliveira, ídolo do clube como jogador e que dirigiu o Bragantino no recente Campeonato Estadual, alcançando a terceira colocação.