Homenagem especial a nossas heroínas

10455185_376729502520714_8612680313810788644_n

Com a foto acima, datada de 15 anos atrás, presto uma homenagem à minha amada mãe Benedita e a todas as mães, incluindo as dos baluartes e amigos de blog. Que o domingo seja especial para todas as nossas heroínas, indistintamente. É um tributo simples, mas do fundo do coração, por tudo que fazem por nós. Sem elas, afinal, nada seríamos. 

Feliz Dia das Mães!

Desafio em João Pessoa

 

dp20180508-ws-4175-2-11-05-2018-08-04-34-696x1044

POR GERSON NOGUEIRA

Isac será o titular do comando do ataque, hoje à noite, contra o Botafogo-PB, em João Pessoa. Com sete pontos na tabela, o anfitrião vai receber um Remo cuja principal característica na Série C tem sido a instabilidade. Com Eliandro já regularizado, soa esquisito que não entre jogando logo de cara, visto que o mau rendimento de Isac é uma das causas da má campanha remista até agora.

Para superar o Botafogo, adversário tradicionalmente tinhoso dentro de seus domínios, o Remo precisará ser mais destemido, organizado e certeiro do que foi até agora na competição, especialmente nas duas partidas que fez como visitante na Série C. Em ambas, diante de Atlético-ES e Juazeirense, acabou derrotado.

Outro problema na escalação é a entrada de Jaime para substituir Felipe Marques, que rescindiu contrato nesta semana. Jaime ficou ausente de várias partidas durante o Parazão e, quando voltou, não mostrou o mesmo aproveitamento de antes. Tem sido escalado em algumas partidas da Série C e mostra-se tão apagado quanto Isac.

Pela movimentação nos treinos, Gabriel Lima já merece vez no ataque, talvez ao lado de Eliandro e Elielton. Sempre foi jogador aguerrido e rápido, aparecendo bem em jogos fora de casa. De todo modo, seu aproveitamento no decorrer da partida pode dar ao ataque uma intensidade que fez a diferença no Estadual.

Jefferson Recife, que novamente é relacionado entre os reservas, pode ser uma alternativa para qualificar o meio-campo ao lado de Everton ou em lugar deste na etapa final. Dedeco, que ainda não estreou, é outro nome que pode tirar a meia-cancha do marasmo em que se encontra hoje. Duvido que jogue menos que Leandro Brasília.

——————————————————————————————–

Papão deixa escapar vitória, mas fatura ponto precioso

Foi melhor que a encomenda. Sem seus principais jogadores, o PSC arrancou um empate altamente satisfatório em Caxias do Sul, na sexta-feira. O jogo mostrou um time bicolor completamente diferente, a começar pela composição da defesa. O meio-campo, também modificado, ganhou em qualidade, com a presença de Thomaz com organizador.

O próprio meia-armador se encarregou de abrir o placar, no final do primeiro tempo com um chute bem colocado, próprio de quem conhece, deixando o PSC em situação privilegiada na partida, pois o Juventude se atrapalhava nas próprias pernas e visivelmente se deixou alquebrar pelo gol sofrido e a abundância de chances perdidas.

Na etapa final, com absoluto controle da partida, o Papão esteve muito perto de consolidar a vitória, mas pecou pelo baixo aproveitamento nos contragolpes. Para piorar, perdeu Alan (expulso) e teve que se fechar em seu próprio campo para segurar a vantagem. Não deu certo.

O Juventude teve em Caio Rangel um grande organizador. Depois, com a entrada de Leandro Lima, o time gaúcho evoluiu ainda mais, imprensando os bicolores. Quase ao final, após intensa pressão, a defesa deu mole e Yuri Mamute empatou.

No fim das contas, o resultado pode ser considerado bom, pois Dado Cavalcanti mandou a campo uma equipe completamente diferente do que vinha utilizando na Série B e o desempenho foi razoável. A invencibilidade foi preservada e o adversário não teve tantas facilidades no jogo.

A lamentar a ausência do britânico Ryan Williams, que, pelo visto não estreará nunca. Se não teve chance no mistão que jogou em Caxias do Sul, dificilmente terá oportunidade no restante do torneio. O papo de internacionalização da marca cada vez mais soa a conversa pra boi dormir.

O certo é que o Remo corre riscos sérios de cair para a zona de rebaixamento em caso de novo revés. Por outro lado, uma vitória terá o condão de fazer com que o time finalmente acorde na competição.

——————————————————————————————-

Ausência de Daniel resolve um problema na Seleção

A notícia de que Daniel Alves está fora da Copa, por lesão no joelho, foi o assunto do fim de semana em relação à Seleção Brasileira. Nada que vá abalar nem de longe as chances brasileiras na Rússia, pelo contrário até. A exclusão do lateral confirma apenas que Tite é um sujeito de muita sorte.

E é simples entender isso: aos 35 anos, Daniel Alves é um lateral que joga hoje graças ao currículo vitorioso ou, como diz o torcedor, joga com o nome. Com sua saída, a Seleção perde um pouco em ofensividade, mas ganha em segurança, fechando a avenida pelo lado direito da defesa.

O presente não honra o passado de Daniel. Lento, pouco combativo, vive de espasmos. Um cruzamento perfeito aqui, uma arrancada de vez em quando, um drible de efeito a cada seis meses e gols cada vez mais raros na carreira de um lateral que sempre foi excelente finalizador.

A transferência para o PSG confirmou a fase descendente. Aliás, a presença no time do parça Neymar é, possivelmente, sua última escala em clubes de primeira linha, sendo que a situação tende a piorar com a provável ida de Neymar para o Real Madri.

Em 2014, na Copa do Mundo realizada no Brasil, todo mundo viu Daniel jogando na baba do quiabo contra Chile e México. Mal aguentava os dois tempos. Dá para imaginar qual seria seu rendimento agora, quatro anos depois, em gramados russos. Nos jogos do PSG na Champions, foi peça destoante, deixando espaços a cada tentativa de subir ao ataque.

O substituto dificilmente terá o mesmo nível técnico do Daniel Alves de oito ou dez anos atrás, mas é certo que será um atleta mais participativo e bem condicionado que o Daniel de hoje. Seja quem for – Danilo (City), Fabinho (Monaco), Fagner (Corinthians) ou Rafinha (Bayern) – dará conta do recado e deixará a equipe bem menos vulnerável.

—————————————————————————————–

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 21h, na RBATV. Além dos gols da rodada, sorteios de brindes e participação do telespectador via WhatsApp. Na bancada, Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 13)

Lateral chega para brigar pela titularidade no Leão

whatsapp-image-2018-05-10-at-11.59.51 (1)

O lateral direito Nininho é o novo reforço do Remo para a Série C do Brasileiro. Apresentado no começo da semana, já participou de treinamentos sob o comando do técnico Givanildo Oliveira. Aos 26 anos, estava no RB Brasil, mas aceitou o desafio de defender o Remo estimulado pela chance de voltar a trabalhar com Givanildo.

Da primeira vez, Nininho e Givanildo trabalharam no Santa Cruz. A comissão técnica azulina acredita que o jogador se encaixará no esquema utilizado atualmente, disputando posição com o titular Levy.

“Eu sei do jeito do Givanildo, o jeito que ele quer que o time jogue e se comporte. Todo mundo sabe que ele é um vencedor na vida, por isso que eu vim pra cá também, por causa dele, a camisa do Remo é muito pesada. Ele é um treinador muito exigente. Quer que você se doe ao máximo, brigue bastante, não desista. Como a Série C é um campeonato muito aguerrido, tem que estar preparado para todos os jogos, tem que estar ligado o tempo todo. Esse é o principal motivo da minha vinda”, disse.

Nininho ainda não está registrado no BID. Por isso, não foi relacionado para o jogo deste domingo contra o Botafogo-PB em João Pessoa.

STF disse não à revisão da Lei da Anistia, que permitiria julgar torturadores e assassinos

DQyLeM_UEAENeOx

Por Tereza Cruvinel

Quem viveu a ditadura sempre esperou pela confirmação desta verdade, a de que a cúpula do regime, inclusive os generais-presidente, conheciam e autorizavam os crimes hediondos cometidos pelo aparato repressivo. Ela vem neste documento secreto do Departamento de Estado dos EUA, revelado pelo jornalista e pesquisador Matias Spektor, e explica muitos aspectos da transição brasileira, inclusive o fato de a anistia aprovada em 1979 ter sido recíproca, vale dizer, ter vedado a punição dos responsáveis por torturas, desaparecimentos e assassinatos.  Do contrário, não só torturadores, mas também ex-presidentes poderiam ser presos e punidos, como aconteceu na Argentina com o sanguinário Videla.

O documento que Spektor chamou de “perturbador” ilumina a História mas deve servir também ao nosso presente tumultuado, em que jovens nascidos na democracia pedem a volta dos militares por não saberem o que foi a ditadura. Em que uma extrema-direita sai do armário espalhando ódio e praticando violências, toleradas e naturalizadas como consequência da polarização política, como se viessem de dois polos, e não apenas do extremo intolerante.

Falo dos tiros contra a caravana de Lula e contra seus apoiadores acampados em Curitiba, onde um delegado federal histérico também destruiu estes dias o equipamento de som. Há um assanhamento político perigoso nos quartéis, um general pretende disputar a presidência e mais de 60 serão candidatos a cargos legislativos. Observando as regras democráticas, eles podem participar do processo político, mas não pregando golpes.  O problemas do Brasil são muitos e não são fáceis, mas se não forem resolvidos na democracia, na ditadura é que não serão.

O documento revela que o ex-presidente Geisel, logo depois de empossado, foi informado sobre a “política” de execuções  que já havia eliminado 104 “subversivos e terroristas”.  Depois de uma reflexão ele comunicou a seus generais que ela  deveria prosseguir mas que “grandes precauções deveriam ser tomadas para assegurar que apenas subversivos perigosos fossem executados”. O CIE (órgão repressivo do Exército) informaria de cada prisão o chefe do SNI, general Figueiredo, que autorizaria a execução. Este relato faz esfarelar certa historiografia que tenta redimir Geisel, apresentando-o como artífice de uma abertura que tinha como meta a democratização.

“O objetivo da abertura de Geisel era a sobrevivência do regime, não a democracia. Em seu governo o regime continuou matando, e já não havia luta armada nem ‘subversivos’ perigosos”, diz o ex-deputado Nilmário Miranda, ex-membro da Comissão de Anistia e secretário de Direitos Humanos no governo Lula.

Em seu governo, 11 membros do Comitê Central e outros tantos militantes do PCB foram executados, e o “partidão” não havia pegado em armas.  Apostava na luta institucional, atuando dentro do MDB. O PCB precisava ser contido para não se tornar um partido forte e influente na abertura. Entre os assassinados, David Capistrano e Walter Ribeiro, esquartejados na Casa da Morte, em Petrópolis. Por fim, morreram sob tortura o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manuel Fiel Filho.

Sob Geisel aconteceu também, em 1976, a Chacina da Lapa, na qual foram executados os dirigentes do PC do B Pedro Pomar e  Ângelo Arroyo, quatro anos depois do extermínio dos guerrilheiros do Araguaia. Outros militantes foram presos no local e levados ao porão de tortura, onde um deles, João Batista Drummond, não resistiu e morreu.

Geisel seguiu com a abertura, garantindo sobrevida ao regime que matava. Seu sucessor Figueiredo impôs, em 1979, uma anistia restrita e recíproca. O projeto da oposição foi derrotado por oito votos. Em 2010, julgando ação da OAB pela revisão da lei, que permitiria o julgamento de torturadores e assassinos, o STF disse não.

Em boa hora vem este documento com sua verdade, quando pesquisas mostram a perda de apreço pela democracia e o flerte com soluções autoritárias.