Dia: 12 de maio, 2018
Capa do Bola – domingo, 13
Homenagem especial a nossas heroínas
Com a foto acima, datada de 15 anos atrás, presto uma homenagem à minha amada mãe Benedita e a todas as mães, incluindo as dos baluartes e amigos de blog. Que o domingo seja especial para todas as nossas heroínas, indistintamente. É um tributo simples, mas do fundo do coração, por tudo que fazem por nós. Sem elas, afinal, nada seríamos.
Feliz Dia das Mães!
Desafio em João Pessoa
POR GERSON NOGUEIRA
Isac será o titular do comando do ataque, hoje à noite, contra o Botafogo-PB, em João Pessoa. Com sete pontos na tabela, o anfitrião vai receber um Remo cuja principal característica na Série C tem sido a instabilidade. Com Eliandro já regularizado, soa esquisito que não entre jogando logo de cara, visto que o mau rendimento de Isac é uma das causas da má campanha remista até agora.
Para superar o Botafogo, adversário tradicionalmente tinhoso dentro de seus domínios, o Remo precisará ser mais destemido, organizado e certeiro do que foi até agora na competição, especialmente nas duas partidas que fez como visitante na Série C. Em ambas, diante de Atlético-ES e Juazeirense, acabou derrotado.
Outro problema na escalação é a entrada de Jaime para substituir Felipe Marques, que rescindiu contrato nesta semana. Jaime ficou ausente de várias partidas durante o Parazão e, quando voltou, não mostrou o mesmo aproveitamento de antes. Tem sido escalado em algumas partidas da Série C e mostra-se tão apagado quanto Isac.
Pela movimentação nos treinos, Gabriel Lima já merece vez no ataque, talvez ao lado de Eliandro e Elielton. Sempre foi jogador aguerrido e rápido, aparecendo bem em jogos fora de casa. De todo modo, seu aproveitamento no decorrer da partida pode dar ao ataque uma intensidade que fez a diferença no Estadual.
Jefferson Recife, que novamente é relacionado entre os reservas, pode ser uma alternativa para qualificar o meio-campo ao lado de Everton ou em lugar deste na etapa final. Dedeco, que ainda não estreou, é outro nome que pode tirar a meia-cancha do marasmo em que se encontra hoje. Duvido que jogue menos que Leandro Brasília.
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Papão deixa escapar vitória, mas fatura ponto precioso
Foi melhor que a encomenda. Sem seus principais jogadores, o PSC arrancou um empate altamente satisfatório em Caxias do Sul, na sexta-feira. O jogo mostrou um time bicolor completamente diferente, a começar pela composição da defesa. O meio-campo, também modificado, ganhou em qualidade, com a presença de Thomaz com organizador.
O próprio meia-armador se encarregou de abrir o placar, no final do primeiro tempo com um chute bem colocado, próprio de quem conhece, deixando o PSC em situação privilegiada na partida, pois o Juventude se atrapalhava nas próprias pernas e visivelmente se deixou alquebrar pelo gol sofrido e a abundância de chances perdidas.
Na etapa final, com absoluto controle da partida, o Papão esteve muito perto de consolidar a vitória, mas pecou pelo baixo aproveitamento nos contragolpes. Para piorar, perdeu Alan (expulso) e teve que se fechar em seu próprio campo para segurar a vantagem. Não deu certo.
O Juventude teve em Caio Rangel um grande organizador. Depois, com a entrada de Leandro Lima, o time gaúcho evoluiu ainda mais, imprensando os bicolores. Quase ao final, após intensa pressão, a defesa deu mole e Yuri Mamute empatou.
No fim das contas, o resultado pode ser considerado bom, pois Dado Cavalcanti mandou a campo uma equipe completamente diferente do que vinha utilizando na Série B e o desempenho foi razoável. A invencibilidade foi preservada e o adversário não teve tantas facilidades no jogo.
A lamentar a ausência do britânico Ryan Williams, que, pelo visto não estreará nunca. Se não teve chance no mistão que jogou em Caxias do Sul, dificilmente terá oportunidade no restante do torneio. O papo de internacionalização da marca cada vez mais soa a conversa pra boi dormir.
O certo é que o Remo corre riscos sérios de cair para a zona de rebaixamento em caso de novo revés. Por outro lado, uma vitória terá o condão de fazer com que o time finalmente acorde na competição.
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Ausência de Daniel resolve um problema na Seleção
A notícia de que Daniel Alves está fora da Copa, por lesão no joelho, foi o assunto do fim de semana em relação à Seleção Brasileira. Nada que vá abalar nem de longe as chances brasileiras na Rússia, pelo contrário até. A exclusão do lateral confirma apenas que Tite é um sujeito de muita sorte.
E é simples entender isso: aos 35 anos, Daniel Alves é um lateral que joga hoje graças ao currículo vitorioso ou, como diz o torcedor, joga com o nome. Com sua saída, a Seleção perde um pouco em ofensividade, mas ganha em segurança, fechando a avenida pelo lado direito da defesa.
O presente não honra o passado de Daniel. Lento, pouco combativo, vive de espasmos. Um cruzamento perfeito aqui, uma arrancada de vez em quando, um drible de efeito a cada seis meses e gols cada vez mais raros na carreira de um lateral que sempre foi excelente finalizador.
A transferência para o PSG confirmou a fase descendente. Aliás, a presença no time do parça Neymar é, possivelmente, sua última escala em clubes de primeira linha, sendo que a situação tende a piorar com a provável ida de Neymar para o Real Madri.
Em 2014, na Copa do Mundo realizada no Brasil, todo mundo viu Daniel jogando na baba do quiabo contra Chile e México. Mal aguentava os dois tempos. Dá para imaginar qual seria seu rendimento agora, quatro anos depois, em gramados russos. Nos jogos do PSG na Champions, foi peça destoante, deixando espaços a cada tentativa de subir ao ataque.
O substituto dificilmente terá o mesmo nível técnico do Daniel Alves de oito ou dez anos atrás, mas é certo que será um atleta mais participativo e bem condicionado que o Daniel de hoje. Seja quem for – Danilo (City), Fabinho (Monaco), Fagner (Corinthians) ou Rafinha (Bayern) – dará conta do recado e deixará a equipe bem menos vulnerável.
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Bola na Torre
Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 21h, na RBATV. Além dos gols da rodada, sorteios de brindes e participação do telespectador via WhatsApp. Na bancada, Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião.
(Coluna publicada no Bola deste domingo, 13)
A frase do dia
“Deixem os tucanos em paz, eles nasceram inimputáveis e assim seguirão. É coisa da natureza. Não se altera um ecossistema assim do dia para a noite”.
Xico Sá, escritor e jornalista
Dicas preciosas
A sentença eterna
Lateral chega para brigar pela titularidade no Leão
O lateral direito Nininho é o novo reforço do Remo para a Série C do Brasileiro. Apresentado no começo da semana, já participou de treinamentos sob o comando do técnico Givanildo Oliveira. Aos 26 anos, estava no RB Brasil, mas aceitou o desafio de defender o Remo estimulado pela chance de voltar a trabalhar com Givanildo.
Da primeira vez, Nininho e Givanildo trabalharam no Santa Cruz. A comissão técnica azulina acredita que o jogador se encaixará no esquema utilizado atualmente, disputando posição com o titular Levy.
“Eu sei do jeito do Givanildo, o jeito que ele quer que o time jogue e se comporte. Todo mundo sabe que ele é um vencedor na vida, por isso que eu vim pra cá também, por causa dele, a camisa do Remo é muito pesada. Ele é um treinador muito exigente. Quer que você se doe ao máximo, brigue bastante, não desista. Como a Série C é um campeonato muito aguerrido, tem que estar preparado para todos os jogos, tem que estar ligado o tempo todo. Esse é o principal motivo da minha vinda”, disse.
Nininho ainda não está registrado no BID. Por isso, não foi relacionado para o jogo deste domingo contra o Botafogo-PB em João Pessoa.
Tucanalhices
By Paulo Stocker
STF disse não à revisão da Lei da Anistia, que permitiria julgar torturadores e assassinos
Por Tereza Cruvinel
Quem viveu a ditadura sempre esperou pela confirmação desta verdade, a de que a cúpula do regime, inclusive os generais-presidente, conheciam e autorizavam os crimes hediondos cometidos pelo aparato repressivo. Ela vem neste documento secreto do Departamento de Estado dos EUA, revelado pelo jornalista e pesquisador Matias Spektor, e explica muitos aspectos da transição brasileira, inclusive o fato de a anistia aprovada em 1979 ter sido recíproca, vale dizer, ter vedado a punição dos responsáveis por torturas, desaparecimentos e assassinatos. Do contrário, não só torturadores, mas também ex-presidentes poderiam ser presos e punidos, como aconteceu na Argentina com o sanguinário Videla.
O documento que Spektor chamou de “perturbador” ilumina a História mas deve servir também ao nosso presente tumultuado, em que jovens nascidos na democracia pedem a volta dos militares por não saberem o que foi a ditadura. Em que uma extrema-direita sai do armário espalhando ódio e praticando violências, toleradas e naturalizadas como consequência da polarização política, como se viessem de dois polos, e não apenas do extremo intolerante.
Falo dos tiros contra a caravana de Lula e contra seus apoiadores acampados em Curitiba, onde um delegado federal histérico também destruiu estes dias o equipamento de som. Há um assanhamento político perigoso nos quartéis, um general pretende disputar a presidência e mais de 60 serão candidatos a cargos legislativos. Observando as regras democráticas, eles podem participar do processo político, mas não pregando golpes. O problemas do Brasil são muitos e não são fáceis, mas se não forem resolvidos na democracia, na ditadura é que não serão.
O documento revela que o ex-presidente Geisel, logo depois de empossado, foi informado sobre a “política” de execuções que já havia eliminado 104 “subversivos e terroristas”. Depois de uma reflexão ele comunicou a seus generais que ela deveria prosseguir mas que “grandes precauções deveriam ser tomadas para assegurar que apenas subversivos perigosos fossem executados”. O CIE (órgão repressivo do Exército) informaria de cada prisão o chefe do SNI, general Figueiredo, que autorizaria a execução. Este relato faz esfarelar certa historiografia que tenta redimir Geisel, apresentando-o como artífice de uma abertura que tinha como meta a democratização.
“O objetivo da abertura de Geisel era a sobrevivência do regime, não a democracia. Em seu governo o regime continuou matando, e já não havia luta armada nem ‘subversivos’ perigosos”, diz o ex-deputado Nilmário Miranda, ex-membro da Comissão de Anistia e secretário de Direitos Humanos no governo Lula.
Em seu governo, 11 membros do Comitê Central e outros tantos militantes do PCB foram executados, e o “partidão” não havia pegado em armas. Apostava na luta institucional, atuando dentro do MDB. O PCB precisava ser contido para não se tornar um partido forte e influente na abertura. Entre os assassinados, David Capistrano e Walter Ribeiro, esquartejados na Casa da Morte, em Petrópolis. Por fim, morreram sob tortura o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manuel Fiel Filho.
Sob Geisel aconteceu também, em 1976, a Chacina da Lapa, na qual foram executados os dirigentes do PC do B Pedro Pomar e Ângelo Arroyo, quatro anos depois do extermínio dos guerrilheiros do Araguaia. Outros militantes foram presos no local e levados ao porão de tortura, onde um deles, João Batista Drummond, não resistiu e morreu.
Geisel seguiu com a abertura, garantindo sobrevida ao regime que matava. Seu sucessor Figueiredo impôs, em 1979, uma anistia restrita e recíproca. O projeto da oposição foi derrotado por oito votos. Em 2010, julgando ação da OAB pela revisão da lei, que permitiria o julgamento de torturadores e assassinos, o STF disse não.
Em boa hora vem este documento com sua verdade, quando pesquisas mostram a perda de apreço pela democracia e o flerte com soluções autoritárias.
Direto do Twitter
“Até agora temos um total de 0 generais revoltados com o documento da CIA que confirma crimes da ditadura militar”.
Renata Ventura, no Twitter